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E nossos homens e meninos pretos? – Por Luciane Reis

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Demétrio Campos

 

Demétrio Campos

Demétrio Campos foi um homem trans que não suportou a opressão da construção diária da fragilização da potencialidade social e intelectual masculina negra. Tenho a um tempo conversado com meu amigo Durval Azevedo sobre essa ausência de redes de apoio e empoderamento masculino. Falar sobre masculinidade tóxica, estar para além da relação homem X mulher negra. Afinal, não podemos balizar todos sejam homens ou mulheres pela mesma balança. Achar que todos (as) são positivas e sempre vítimas ou algoz quando se fala de afetividade, é tirar destes sua humanidade. É da natureza do ser humano, como bem diz professor Lúcio André as diversas personalidades e interações emocionais.

Precisamos conversar sobre redes de fortalecimento masculino negro, ou perderemos nossos meninos. Sim, meninos.  Sou filha, irmã, amiga e prima de homens negros e acompanho a dura realidade da violência que esses passam no mercado de trabalho, onde só tem acesso a subempregos que matam diariamente seus sonhos e construção de outras realidades. As abordagens sociais e institucionais que cobram destes tudo que não lhes foi dado com um grau extremo de violência, desrespeito, deslegitimação e desqualificação, é o que tem feito muitos homens negros entrar em depressão e em casos extremos cometer o suicídio dentre outros. Costumo dizer que JAMAIS reencarnaria um homem negro, e Demétrio Campos, um homem trans em seu vídeo postado meses antes de tirar a própria vida, relata as dores de estar na pele destes enquanto vinha passando pelo processo de transição de gênero que consolidava a leitura deste enquanto um homem negro pela sociedade.

Assistir o vídeo postado por Tairo Rodrigues sobre as dores que ele vivenciava ao se entender e viver como um homem negro me abriu diversos gatilhos emocionais. Lembrei-me de como meu irmão surtou e passou anos entrando em hospital psiquiátrico, por não consegui dá conta das cobranças de atitudes, posturas e comportamentos sociais da família e estado sem estrutura, rede de apoio ou pessoas que apontassem qual caminho a seguir, de meus alunos homens que me ligam desesperados pedindo ajuda para emprego e relatando as falas dos familiares e violências sofridas por não estarem no patamar que esperam que estejam na idade que tem. De amigos, quase surtando por mesmo que tivesse feito quase tudo que cobravam deles, não ter realizado o ideal de familia ou comportamento e status social.

 

https://poenaroda.com.br/diversidade/por-cancelamento-transfobia-e-racismo-homem-trans-demetrio-campos-poe-fim-a-propria-vida/

Não estou aqui defendendo o machismo, mas falando de como ser visto e lido enquanto homem negro, independente do espaço que esteja é uma dor solitária, desigual e violenta. Afinal, não é fácil falar de “Fracasso” ou lutar por um futuro sendo julgado e acusado de todos os lados. Estou falando de como o empoderamento das mulheres negras, precisa servir de exemplo e case aos homens na construção de frentes e projetos que rompam com a reafirmação das masculinidades negras, construa uma outra realidade para 11, 8 milhões de analfabetos onde segundo o IBGE, 9,9 são homens negros.  Refletir sobre a necessidade de fortalecer os homens negros de forma a permitir uma revisão das posturas machista ao mesmo tempo que constrói um diálogo real com o seu auto desenvolvimento, é permitir a esses a alterar uma realidade, construída em formatos nem sempre saudáveis quando se fala de trabalho bem remunerado.

Aos homens negros, cabe pensar formas de estimular a auto organização, ajuda compartilhada e reflexão sobre o modelo de humanização de seus corpos construídos por uma lógica racista.É caminhando por esse processo de auto organização e redes de apoio que esses podem não somente alterar suas realidade como garantir relações saudáveis, financeiramente confortáveis e compartilhada para eles e para quem o cerca de maneira  que não mais permita a outros Demétrios se construírem sozinhos, lutando contra estado e sociedade sem espaços de trocas de afetividade ou parcerias  pessoal, profissional e educacional. Sei que posso ser trucidada por esse posicionamento, mas tenho ousado olhar esses sobre outra perspectiva.

Sou fruto do Pompa, um projeto de fortalecimento de lideranças mistas do Instituto Steve Biko. Relembrando aqui meus colegas homens do projeto, até onde eu sei nenhum constituiu familia ou relacionamento com mulheres brancas. O que prova que a depender dos modelos de formação e abordagem, é possível ter homens negros estabilizados e com famílias negras sobre outra perspectiva e ambiente. É importante continuar fortalecendo mulheres negras, mas como bem relata Demétrio, existem diversas masculinidades  que nos faz ter que atentar   para o cuidado emocional e humanizado de forma a permitir  esses  construir outros modelos de fortalecimento pessoal e coletivo que permita combater seus algozes.

 Demétrio não suportou as dores de ser lido e visto como um homem negro em um estado e sociedade que mata por cor e destruição diária de sua autoestima e humanidade como desabafado em seu vídeo. Ao ser lido socialmente como mulher, ele relata como o assédio masculino o adoecia, as chamadas “brincadeiras” vivenciadas enquanto lesbica o machucava. Mas ser lido e visto como um homem negro por todos os setores, inclusive feminino, fez ele sentir mais de perto a dor desta leitura e olhar como a encarnação do mal em potencial. Neste momento, mas do que seu emocional violentado, seu físico também passa a ser agredido diariamente sobre diversos aspectos e isso fez com que tirasse a própria vida como muitos tem feito no auge da dor e solidão. Sabemos os impactos da homofobia e do machismo, mas reunido a esses dois, o peso de ser um homem negro (a) não é uma tarefa fácil. Alterar essa realidade não pode ser uma caminhada solitária que nenhum de nós deve trilhar, inclusive nossos homens e meninos negros

Meu irmão, aos 21 anos teve um surto psicótico e perdeu parte de sua história e possibilidade de produção intelectual o que mostra como os impactos do Racismo, homofobia e machismo não pode ser tratado como “mimimi”. Estamos falando de uma dura realidade, sutil, perversa e de várias faces que enfrentamos do dia que nascemos ao dia que morremos. Pra nós, homens e mulheres negras, essa é uma dor que nos acompanha em toda nossa existência e que nos mata de maneira constante e desigual. É preciso pensar redes de apoio para o fortalecimento das potencialidades e competências masculinas, no intuito de alterar crenças e modelos de comportamento fruto de uma subjugação no período da escravidão ao ter sua humanidade descartada. Ter a tão sonhada liberdade construiu hábitos e modelos de irresponsabilidade afetiva e paterna,  que sabemos ser equivocadas e repassada a gerações por mais que seja um  legado negativo sobre a imagem masculina negra. Afetividade e sexualidade sempre será um problema na história de vida negra masculina, mas é preciso ajudar a romper com um processo histórico, que coloca o homem e a mulher negra em um papel inferior por gerações e os faz carregar por toda vida o peso da cor e das mazelas sofridas por seus antepassados.

Que a partida de Demétrio, nos ajude a sermos melhores no olhar para os transexuais e homens negros sob a perspectiva da empatia. Achar que os homens negros podem fazer essa jornada sozinhos, diante de tantos acusadores, não nos torna menos acusadores do que um estado e sociedade que os mata diariamente. Como negros e negras precisamos unir os nossos saberes para mudarmos o curso da nossa história. Em nossa sociedade existem tantos outros Demétrios, mas quantos mais precisaremos perder para acordamos e iniciarmos a nossa corrente de apoio? O sistema é opressor, mas é a nossa tecnologia social e inovativa sobreviver.

Me_despache
Luciane Reis

Luciane Reis é Publicitária, idealizadora do Mercafro, Bolsista do Programa Marielle Franco de lideranças negras e mestranda em Gestão Pública na Universidade Federal da Bahia

 

 

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#Opinião – O poder transformador de um mentor: minha gratidão ao professor Helio Santos

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Há momentos na vida em que nos deparamos com pessoas que se tornam faróis em nosso caminho, iluminando nossas trajetórias e transformando nossa jornada de maneiras inimagináveis. Para mim, uma dessas figuras é o Professor Helio Santos. Permita-me compartilhar como sua presença impactante moldou minha vida, tanto pessoal quanto profissionalmente.

Conheci o Professor Helio através do Instituto Cultural Steve Biko, no âmbito do projeto Portas e Mentes Abertas (POMPA). Desde o primeiro encontro, seu comprometimento com a mudança e sua crença no potencial das pessoas, independentemente de suas origens, foram palpáveis. Para alguém como eu, cuja história se originou na Saramandaia, bairro popular de Salvador e sem perspectivas de desenvolvimento e crescimento econômico, suas palavras foram como uma brisa fresca de esperança.

O impacto de Helio na minha experiência pessoal é inestimável. Ele foi um dos primeiros a enxergar além das circunstâncias habituais, acreditando firmemente que eu poderia transcender expectativas e moldar meu próprio destino. Sua mentoria foi um farol em momentos de escuridão, um guia que me ajudou a superar desafios e a abraçar meu potencial.

Entretanto, seu papel transcende o acadêmico. Durante minha jornada acadêmica, do curso de graduação ao mestrado, Helio Santos não foi apenas um educador. Enquanto um mentor ativo, ele continuou desafiando-me a pensar de forma crítica, influenciando meus valores e impulsionando meu desenvolvimento enquanto um ser pensante comprometido com outras convicções e habilidades.

Para alguém como eu, sem uma rede sólida de apoio, sua contribuição foi e é o alicerce que faz toda a diferença. Helio não apenas moldou minha formação acadêmica, sendo um dos meus principais intelectuais do campo econômico. Ele contribuiu significativamente para meu crescimento pessoal. Sua orientação foi a chave que moldou parte da pessoa que sou hoje.

Estamos a menos de uma semana da entrega do título de doutor Honoris Causa ao mesmo, pela Universidade Federal da Bahia. Trata-se de uma honraria concedida a personalidades que se destacaram singularmente por sua contribuição à cultura, à educação ou à Humanidade. Sob essa ótica, refletir sobre suas realizações notáveis é um exercício inspirador.

Sua habilidade de caminhar ao lado de mulheres que desafiam e questionam, sem se sentir ameaçado, é admirável e rara. Ele é um verdadeiro exemplo de como transformar força e diversidade feminina em vantagem e elemento que as impulsionam e não que deprecia, feito que admiro profundamente.

Expressar minha gratidão ao Professor Helio Santos é um privilégio. Sua orientação foi fundamental para esculpir um futuro além das expectativas limitadas impostas a uma jovem de Saramandaia, sem redes de suporte. Sou eternamente grata por sua presença em minha jornada, por abrir portas e expandir horizontes.

Neste momento, enquanto expresso minha profunda gratidão, desejo ao Professor Helio Santos sucesso contínuo em todas as suas empreitadas. Sua dedicação incansável à luta pela igualdade e sua influência inspiradora nas vidas daqueles que cruzam seu caminho são uma bússola para um mundo mais justo e inclusivo.

A vida nos presenteia com mentores que nos desafiam e nos capacitam a ser mais do que jamais imaginamos. Helio Santos é um desses presentes em minha vida, e por isso, meu agradecimento é eterno diante desta honraria tão emblemática.

Obrigada por tudo, Professor Helio Santos. Suas contribuições vão além do que palavras podem expressar.

Luciane Reis é publicitária, especialista em educação digital pela Faculdade de Educação da UFBA e mestra pela Faculdade de Administração da UFBA. Teve no professor Helio Santos, a partir do POMPA, um aliado em suas diferentes caminhadas.

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#Opinião – De onde vem e para onde vão os corpos negros executados na Bahia? – Por Aline Lisbôa

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No Brasil, o racismo aniquila vidas de forma sistemática todos os dias, ou pior, todas as horas. Desde que esse território foi invadido e se tornou Brasil, exterminar gente preta faz parte dessa história. Na Bahia, os altos índices de assassinatos – cerca de 97,9% dos casos são de vítimas negras – tem um significado ainda mais profundo se consideradas as teorias de marginalização da raça, difundidas por Raimundo Nina Rodrigues, de quem o Instituto Médico Legal (IML) herdou o nome.

Além de todo o processo histórico de colonização e escravização de pessoas negras no Brasil, contextualizado pelo conceito de raça e teorias etnocêntricas da branquitude, aqui na Bahia, no século XIX, difundiu-se também o racismo científico, que teoriza, sem nenhum fundamento comprobatório, a marginalização e inferioridade da raça negra e até mesmo destacava, através da medicina legal, que as diferentes raças deveriam ser um fator de responsabilidade penal.

Um dos principais percursores do racismo científico no Brasil, sobretudo na Bahia, foi Nina Rodrigues. Como membro da Escola Tropicalista Baiana, onde desenvolveu as suas conjecturas racistas, sem nenhum fundamento concludente, o médico maranhense, elaborou teorias antropológicas pautadas na inferioridade do negro.  Nina também acreditava na mestiçagem como um processo de degradação da sociedade em um futuro distante.

Entretanto, a mais violenta das suas teorias foi fundamentada através da medicina legal, caracterizando a raça supostamente inferior como imatura e violenta, estando assim, mais propícia à criminalidade e sugerindo que se as raças variam, o conceito de crime também se torna relativo.

Os corpos negros executados na Bahia vem deste racismo científico, que alimentou o racismo estrutural no Brasil.

Mesmo sem fundamento algum, os escritos do médico racista eram de bastante prestígio aqui no Brasil, lastreando esse conhecido racismo estrutural que no nosso dia a dia marginaliza a população negra nas ruas da Bahia e de todo o país.  Esse racismo científico do século XIX reflete na estrutura da sociedade atual, que cotidianamente expõe negros e negras a atos vexatórios, através de acusações, falsas suspeitas, abordagens violentas e desproporcionais, tirando-nos, por fim, o direito de ir e vir e à própria vida, matando violentamente negros todos os dias.

A teoria assusta, mas a prática de extermínio da população negra nos becos e vielas do estado é naturalizada a ponto de o Instituto Médico Legal, para onde serão levados esses copos, animalizados, com raízes na teoria de Nina Rodrigues, carregar o seu nome.

Em 2022, a Defensoria Pública do Estado, contra o racismo estrutural, pediu mudança do nome do Instituto, um espaço a serviço da população baiana, que carrega o nome de um indivíduo autodeclarado racista pela suas produções anti-intelectuais de grande impacto negativo à comunidade negra. Aguardamos respostas.

CONTRA O RACISMO ESTRUTURAL QUE TOMBA OS NOSSOS, NENHUM PASSO ATRÁS!

Aline Lisbôa, mulher negra, mãe solo, defensora das possibilidades acadêmicas de mães negras, graduanda em Pedagogia- UNEB, pesquisadora em Racismo Estrutural, Educação e Relacões Étnico Raciais e Letramento Racial.

 

 

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#Opinião – Nós, LGBTQIAPN+, existimos! – Por Laina Crisóstosmo

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Ser LGBTQIAPN+ nunca foi seguro, mas nos últimos tempos tem sido ainda mais assustador perceber e sentir o ódio e a vontade que eles tem de nos exterminar. Falam de religião, Bíblia, Deus, amor, mas pregam “cura” para o que não é doença, ou naturalizam nossas violência e morte .

Nossos direitos ainda são muito recentes e é possível listar cada um deles:

1. Retirada do CID que nossa orientação sexual como doença (homossexualismo) da Classificação Internacional de Doenças pela OMS em 1990
2. Tentativa de aprovação do Projeto de Lei 122/2006 que visava criminalizar a LGBTfobia, proposta por Iara Bernardi (PT-SP),
3. Proposta de casamento homoafetivo por Clodovil com o PL 580 em 2007
4. Conquista da União estável 2011 pelo STF
5. Casamento civil equiparado ao casamento previsto no Código Civil em 2013 também pelo STF
6. Conquista do direito ao uso do Nome social em 2016
7. Tipificação do crime de estupro corretivo, crime patricado especialmente contra mulheres lésbicas e pessoas trans como forma de “cura” em 2018 com a Lei de Importunação Sexual
8. Aprovação da Lei de Criminalização da LGBTfobia em 2019 no STF mais uma vez colocando o crime dentro da Lei 7716/89, Lei CAÓ (lei que prevê o crime de racismo)
9. Direito a Doação de sangue por pessoas LGBTQIAPN+ em 2021 em especial para homens gays e pessoas trans e travestis

Parece muito, mas ainda lutamos todos os dias para provar que não só existimos, resistimos, mas que precisamos de políticas públicas, direitos e acessos. Nessa semana estive em Brasília e foi assustador perceber o quanto os fundamentalistas e facistas nos odeiam, sentir isso na pele, nos olhares, nas falas, ver a deputada federal lésbica Daiana Santos adoecer após ataques e precisar fazer uma cirurgia de urgência foi entender o que nos espera mesmo com a derrota de Bolsonaro. A politica dele ainda está extremamente presente em todas as casas legislativas do Brasil e em especial no Congresso Nacional.

A comissão da previdência, assistência social, infância, adolescência e família decidiu derrubar o direito ao casamento LGBTQIAPN+ e isso tem nos movido para algo que é ou deveria ser óbvio: NENHUM DIREITO A MENOS! Imagine desde 2011 nossas famílias podem ser oficializadas e desde então somos mais de 80 mil famílias em todo o Brasil (dados de 2021), de acordo com pesquisas mais de 51% da população brasileira concorda com o casamento civil homoafetivo.

Mas no último dia 19 de setembro o que vimos foi um show de horrores, transfobia, LGBTfobia, violência, ameaças, deboche, desdém com direito ao uso da Bíblia para dizer o que é família, utilização de falas sobre sexo biológico, violação da lei que criminaliza LGBTfobia desde 2019. Estar lá me fez ter medo, ter crise de ansiedade, ter angústia, mas também ter certeza de que nós existimos e TUDO QUE NÓS TEM É NÓS!

Conseguimos suspender a votação, garantimos que no próximo dia 26 de setembro haverá uma audiência pública sobre o tema e no dia 27 de setembro provavelmente será votado. Certamente perderemos, temos poucos dos nossos, mas que são fundamentais para saber quem está do nosso lado e entender que o #OAmorVence, tem vencido e seguirá vencendo!

Passará pela comissão, depois precisa ir ao plenário da Câmara Federal, depois Senado e se passar por tudo isso com aprovação ainda tem a possibilidade do veto de Lula, então nossas famílias vencerão e seguirão a existir, é preciso ter esperança e união entre nós!

O amor vencerá e nós seguiremos lutando na coletividade!

Laina Crisóstomo
Mulher negra, lésbica, gorda, filiada ao PSOL, mãe, candomblecista, antiproibicionista, advogada feminista e popular, fundadora da ONG TamoJuntas, co vereadora na Mandata Coletiva Pretas Por Salvador e procuradora parlamentar da Mulher da Câmara Municipal de Salvador.

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