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Literatura

Milsoul Santos apresenta seu primeiro livro “Pássaro Preto”

Jamile Menezes

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milsoul santos
pássaro preto

Reprodução Facebook

Ele é soteropreto e mora em terras cariocas. Ele é músico, poeta, escritor e está em plena realização enquanto tal. É que ele acaba de lançar seu primeiro livro “Pássaro Preto”, no Centro Cultural de Londrina, no Rio. Antes, no início do mês, o lançamento foi em Santo Amaro, interior da Bahia. Ele é Milsoul Santos, que compartilha nesta obra suas vivências e inspirações – que vão de 1995 até 2016. São mais de 10 anos de trajetória “músico-literária”, digamos assim.

Seus 31 textos/poemas são marcados com cenas do cotidiano da população negra brasileira. Lá tem temas como solidão, valorização da mulher negra, masculinidade do homem negro, extermínio, lutas e fé. Em “Pássaro Preto”, Milsoul provoca, mas aponta saídas. Segundo o escritor, os textos propõem uma auto revisão. “É educar minha própria masculinidade e o meu ser macho, sem ferir o ser fêmea nem a feminilidade”.

Agô

Quem não souber usar Agô,
peça licença.
O limite é o céu da consciência.
Aprender a aprender é melhor que saber,
gratidão é a palavra que nos representa.

Acordo cedo,
durmo tarde,
isso não é novidade,
quem é de correria,
quem madruga,
é quem sabe
o preço que se paga pela honestidade,
as manhas
e a flexibilidade.

Agô pra fazer seu pensamento pensar,
Agô pra fazer seu sentimento sentir,
Agô pra deixar umas palavras aqui
Agô pra falar de amor.

 

“O livro surgiu depois da minha experiência, relativamente nova, com a poesia. Comecei a fazer poesia, casualmente, no Sarau Bem Black, em 2012. Mas foi no rap, em 1995, quando eu era MC do grupo Umkhonto – Nordeste de Amaralina, que minha escrita conheceu o público e “Pássaro Preto” era uma das nossas músicas”, conta o poeta.

milsoul santos

Reprodução Facebook

O grupo findou em 2007 e, nos 12 anos que lá esteve, Milsoul fortaleceu “Pássaro Preto”, letra que passou a acompanhá-lo onde fosse. “Fiquei só na escrita e apareci na cena fazendo o velho Rap Pássaro Preto, sem batida, e o pessoal começou a me chamar de poeta. Gostei da ideia e aqui estou. Os textos do livro são vivências novas e velhas a partir disso”, diz.

“Para um negro, cria de favela, lançar um livro é foda! Você provoca uma reflexão deprimente, você entende o que fizeram para que sua gente não avançasse; você entende, na própria pele, como é que isso funciona e o que mais dói, é você não encontrar apoio em quem você esperava encontrar. Isso te deixa triste e você caminha e resiste porque seu desejo é mais forte que tudo. A vida acaba lhe mostrando que tem muita gente com você, apostando em você e apoio deixa de ser problema”.

No dia 29 de novembro, Milsoul lançará “Pássaro Preto” no Sopapo Poético, em Porto Alegre (RS). Milsoul recita aqui seu “Pássaro Preto”, assista!

milsoul santos

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Literatura

Editora Malê marca presença na nova edição da Bienal do Livro da Bahia

Amanda Moreno

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Editora Malê marca presença na nova edição da Bienal do Livro da Bahia
Editora Malê marca presença na nova edição da Bienal do Livro da Bahia

Editora Malê marca presença na nova edição da Bienal do Livro da Bahia. Prestes a completar uma década de atuação no mercado de livros brasileiro, a Editora Malê aposta na intimidade e intercâmbio históricos entre a Bahia e o Rio de Janeiro, o que se traduz no próprio nome da editora, inspirado no mais emblemático levante de escravizados ocorrido no Brasil, a Revolta dos Malês. O episódio apavorou a elite baiana da época e espalhou o temor pelo país, à sombra da insurreição ocorrida anos antes no Haiti. O Estado com a maior população negra do país está desde sempre no DNA da editora, uma das principais do Brasil com foco em narrativas negras.

A partir dessa proximidade cultural, a Malê vem acompanhando de perto a cena literária da Bahia, reforçando a presença das autorias baianas em seu catálogo. E é na cidade marcada pela revolta que inspirou seu nome que a editora retorna com a chegada da nova edição da Bienal do Livro da Bahia. No evento, que ocorre entre  26 de abril a 01 de maio de 2024, no Centro de Convenções de Salvador, a Malê terá um estande com 40m2, bem próximo à entrada do Centro de Convenções, ao lado do estande do Governo da Bahia, com uma oferta diversificada de encontros com autores e autoras

Desta vez, a Malê selecionou 110 títulos de seu catálogo, e terá autores marcando presença em três diferentes espaços: dentro da programação oficial da Bienal, no estande da Estante Virtual, além das sessões de autógrafos realizadas em seu espaço próprio.

Diversidade também nos eventos: autores da Malê estarão presentes na programação oficial, no estande da editora e na Estante Virtual 

Entre os autores presentes nas três programações, estão Aldri Anunciação e Marcos Cajé, ambos no dia 26 de abril, data de abertura da Bienal. O primeiro, agraciado com o Prêmio Jabuti, é ator, escritor, dramaturgo, roteirista, cineasta e apresentador de TV, e no ano passado lançou pela Malê o livro Pretamorphosis: a biografia não autorizada de um ex-branco.

Aldri participará de um debate no Café Literário, às 18h. Na sequência, dará autógrafos no estande da Estante Virtual, às 19h. Mestre em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia  e autor do livro juvenil Akin: o rei de Igbo, Marcos Cajé falará sobre histórias afrofantásticas no Espaço Infantil da Bienal, às 11h. No dia 30/04, no mesmo horário, o escritor volta ao evento para uma sessão de autógrafos na Estante Virtual.

Com assídua presença feminina em seu catálogo, a Malê leva para o estande da Estante Virtual seis autoras baianas de destaque: a poeta Jovina Souza; a multiartista e integrante do Cortejo Afro, Claudya Costa; a atriz Cássia Vale e a escritora Luciana Palmeira, que juntas lançaram o infantil Calu e Aziza; a deputada estadual Olívia Santana, reconhecida militante dos movimentos negros pela luta antirracista, autora de Mulher preta na política; e Nádia Cardoso, importante ativista pela igualdade racial e de gênero em Salvador, autora de Ancestralidade Griot. Para completar o time, o poeta baiano Wesley Correia, que publicou a coletânea de poemas Laboratório de incertezas, adotado no vestibular da Universidade Estadual da Bahia.

Confira a programação:

EDITORA MALÊ – PROGRAMAÇÃO BIENAL DO LIVRO DA BAHIA 2024

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Literatura

Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha

Amanda Moreno

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Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha
Foto: Ana Reis

Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha. Nesta quarta-feira, 10 de abril, acaba a espera de quem estava contando os dias para o lançamento presencial do livro Modativismo: quando a moda encontra a luta, da designer, professora e pesquisadora baiana Carol Barreto. O evento terá como cenário o Espaço Cultural da Barroquinha, onde a autora recebe a curadora Ana Paula Xongani para um bate-papo, com mediação de Adriele Regine, co-fundadora do projeto Lendo Mulheres Negras.

O encontro está marcado para as 18h30, com entrada franca. As pessoas interessadas em adquirir seu exemplar podem efetuar a compra no local e já garantir o autógrafo da autora. Depois de Salvador, Carol Barreto segue agenda de lançamentos também em Recife, São Paulo e Santo Amaro – sua cidade natal – entre os dias 17 de abril e 23 de maio.

O lançamento celebra a estreia de Carol Barreto como escritora, um mês após a chegada do livro às plataformas digitais, onde já figura entre os mais vendidos no segmento de design de moda. Editada pela Paralela, do grupo Companhia das Letras, a obra se debruça sobre a trajetória do movimento homônimo, criado pela autora há 10 anos a partir do propósito de refletir sobre os aspectos sociais que orbitam em torno da moda.

Ao longo de quatro capítulos, o livro questiona práticas de mercado que situam a moda como catalisadora de desigualdades e traça um paralelo com o Modativismo, que atua no enfrentamento aos preconceitos de raça e gênero por meio da criação artística. Antes mesmo da criação do movimento, o diálogo com esses propósitos já marcava o trabalho de Carol Barreto, que tem 20 anos de atuação profissional, incluindo experiências como artista visual, designer de moda autoral – já tendo circulado por mais de 10 cidades do mundo – e professora doutora do departamento de Estudos de Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia.

SERVIÇO

Carol Barreto lança livro ‘Modativismo’ no Espaço Cultural Barroquinha

Quando: 10 de abril (quarta-feira), às 18h30

Onde: Espaço Cultural da Barroquinha (Rua do Couro, s/n – Barroquinha)

Quanto: R$ 49,90

Vendas: O livro estará disponível para aquisição no local

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Literatura

Scholastique Mukasonga, de Ruanda, estará na Bienal do Livro Bahia

Amanda Moreno

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Scholastique Mukasonga, de Ruanda, estará na Bienal do Livro Bahia.
Scholastique Mukasonga, de Ruanda, estará na Bienal do Livro Bahia (Foto: Juliana Lubini)

Scholastique Mukasonga, de Ruanda, estará na Bienal do Livro Bahia. A escritora ruandesa Scholastique Mukasonga, sobrevivente dos massacres ocorridos em seu país na década de 1990, irá apresentar o painel “Entre afetos e lutas”, no próximo dia 27 de abril, no Centro de Convenções Salvador, como parte da programação cultural da Bienal do Livro Bahia.

Hoje radicada na França, Scholastique tem chamado a atenção do mundo ao recontar acontecimentos extremamente difíceis da história colonial de Ruanda e dos conflitos étnicos que vitimaram parte da população, o que inclui uma grande parcela de sua família. A participação da autora na Bienal conta com o apoio da Embaixada da França no Brasil e, para dialogar com ela no painel, foi escolhida a jornalista e apresentadora baiana Denny Fingergut.

Nascida em 1956, Scholastique Mukasonga foi deportada com a sua família e muitos outros membros da etnia tutsis para uma região inóspita de Ruanda, onde era difícil manter as condições mínimas de sobrevivência e as opressões políticas eram corriqueiras e violentas.

A aprovação para uma dessas vagas em um prestigioso liceu católico foi o que permitiu a mudança de Scholastique para a cidade de Quigali, capital do país, oportunidade que ela não desperdiçou.

Mukasonga seguiu seus estudos na área de Assistência Social, pois pretendia voltar à região em que viveu para trabalhar com as pessoas de lá e ajudá-las. Em 1973, porém, ano de intensos conflitos no país, exilou-se no Burundi, país vizinho, onde deu continuidade à formação universitária e estabeleceu uma nova vida.

Em 1992, dois anos antes do genocídio que vitimou 37 pessoas de sua família, a autora chegou à França, onde vive atualmente. Ao combinar oralidade, memória e invenção, a ela tem recebido diversos prêmios e, principalmente, tem contribuído para que se possa pensar a própria ideia de humanidade.

A Bienal do Livro Bahia é uma realização da GL events Exhibitions – divisão da multinacional francesa GL events – e acontece entre os dias 26 de abril e 1º de maio, no Centro de Convenções Salvador.

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