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Por mais ‘Grandes Otelos e Ruths de Souza’ em nossos palcos e telas: Lelo Filho, mais de 30 anos em cena!

Jamile Menezes

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Foto: Dedeco Macedo

Um ator. Quatro personagens em cena. Um misto de ficção e realidade. Este é o tempo, espaço e ação de “Fora da Ordem”, primeiro espetáculo solo do ator, diretor e escritor teatral baiano, Lelo Filho. Sua trajetória vem de mais de 35 anos nos palcos baianos, e seu primeiro espetáculo solo tem estréia para esta quinta (24), no teatro ISBA. O Portal Soteropreta entrevistou Lelo e traz sua análise enquanto artista negro na cidade. Confira:

Portal Soteropreta –  Lelo, você é um homem negro, ator, escritor e diretor teatral, artista. Pra você, onde estão os maiores desafios nestes caminhos?

Lelo Filho – A sensação que tenho é de que é uma conquista a cada dia. Sempre foi, mas espero que em algum dia consigamos tornar isso reconhecido com o talento de tantos artistas sem grande sofrimento. O desafio é ser artista num país que trata tão mal as artes, especialmente em tempos tão sombrios como o que estamos vivendo. Mas, as referências que tive e tenho são importantes. Por mais ‘Grandes Otelos e Ruths de Souza’ em nossos palcos e telas.

 

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Foto: Fabio Peixoto

Portal Soteropreta – A política e a arte se entrecruzam em sua trajetória. Como manter essa veia em tempos tão temerosos?

Lelo Filho – Nunca dissociei uma coisa da outra. Minha arte sempre foi política, desde que encenei, ainda no segundo grau, um trecho de “O Santo Inquérito”, uma peça tão polêmica de Dias Gomes. E logo depois ao escolher, para o teste do IV Curso Livre de Teatro do TCA, em 1982, um trecho de “Rasga Coração”, texto de Oduvaldo Vianna Filho, que foi proibido pela ditadura militar. Ali comecei minha carreira, inicialmente nos bastidores, que se estendeu para os  palcos como ator, diretor e autor também. Hoje em dia, apesar dos tempos temerosos, é muito positivo poder usar a liberdade conquistada lá atrás para falar de temas que são importantes para entendermos nossa história e tentar criar um futuro melhor.  Essa frase da cantora e ativista Nina Simone, guia todo meu trabalho: “Como você pode ser um artista e não refletir o momento em que vive?”

 

Portal Soteropreta – Na Cia Baiana de Patifaria são 30 anos de uma dramaturgia crítica, por meio da Comédia. Como você avalia estas décadas?

Lelo Filho – Vivenciamos eras em termos de políticas econômicas, ideologias, temas a serem inseridos nas entrelinhas dos oito espetáculos que decidimos montar, tanto em drama como no humor. Como dizia Chico Anysio: “O humor é irmão da poesia, o humor é quem denuncia, eu não tenho possibilidade de consertar nada, mas eu tenho a obrigação de denunciar tudo, o humor é tudo, até engraçado”.

 

Portal Soteropreta – Agora, com “Fora da Ordem”, o que a Cia trará para o público ao tematizar o racismo, a homofobia e a ditadura?

Lelo Filho – Em “Fora da Ordem” assumo a responsabilidade em escrever um texto que levou mais de 2 anos de pesquisa sobre um momento histórico do país, que muitos no Brasil desconhecem ou têm uma ideia distorcida. O golpe militar e como ele afetou a vida de tantos. Utilizo uma família, dramaturgicamente, para contar essa história – começando no ano de 1968 e vindo até os dias de hoje, atualizando sempre o texto a cada nova temporada ou apresentação. Casos de racismo, homofobia e intolerâncias diversas são abordadas para gerar algum tipo de reflexão e entendermos de onde viemos, o que estamos fazendo no presente, mas apontando para um futuro que só nós poderemos construir e transformar em algo melhor.

 

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Foto Fabio Lima

Portal Soteropreta – O que Lelo Filho tem a dizer aos artistas e produtorxs negrxs de Salvador? 

Portal Soteropreta – Temos muito trabalho para realizar, muitos temas para discutir, portanto precisamos estar ‘atentos e fortes’, como diria Caetano, nas escolhas do que estamos produzindo, amplificando para o público. E mais do que estarmos atuantes, não há melhor ferramenta que a informação, que  aprofundar esses temas antes de dividí-los com os outros. Ninguém nunca me disse que seria fácil, mas uma vez que o ofício nos apaixone, precisamos perseverar para que nossa arte cresça e possa se comunicar com o maior número de pessoas.

 

Serviço
O quê: FORA DA ORDEM, espetáculo solo com Lelo Filho
Quando: Quinta-feira, 24 de maio, às 19:30h – ÚNICA APRESENTAÇÃO
Onde: Teatro ISBA – (Av. Oceânica, 2717 – Ondina – 71 4009-3622)
Ingressos: R$ 50/25 (meia) na bilheteria ou pelo site www.ingressorapido.com.br
**A bilheteria funciona de terça a quinta, das 14h às 19h, e de sexta a domingo, de 15h às 20h.
Recomendação etária: 14 anos

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Matriarcas da Pedra de Xangô escolhem os 15 novos guardiões

Jamile Menezes

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A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, Ângela Guimarães, recebeu, nesta quarta-feira (28), o título de Guardiã do Parque Pedra de Xangô. A honraria foi concedida pelas Matriarcas da Pedra de Xangô, grupo de sacerdotisas responsáveis pela salvaguarda e proteção do rochedo considerado sagrado pelos religiosos de matriz africana em Salvador.

“É uma emoção e grande responsabilidade ser agraciada com o título. Assumo o compromisso pessoal e institucional com o enfrentamento do racismo religioso e a manutenção dos nossos territórios sagrados”, destacou a titular da Sepromi.

A entrega da condecoração integrou a programação da Cerimônia da Fogueira de Xangô, ritual que reverencia as divindades do fogo e fortalece a rede em defesa desse patrimônio cultural afro-brasileiro, localizado na Avenida Assis Valente, no bairro de Cajazeiras.

De acordo com as Matriarcas da Pedra de Xangô, os 15 novos guardiões foram escolhidos em função dos “relevantes serviços à cidade, a cultura, à população negra, ao Povo de Axé, às comunidades tradicionais e, em especial, ao processo de implantação, manutenção e gestão do equipamento de apoio do Parque Pedra de Xangô”.

Guardiões e Guardiãs da Pedra de Xangô 
1 – Tânia Scoofield Almeida – Presidenta da Fundação Mário Leal Ferreira – Prefeitura Municipal de Salvador;
2 – Fernando Guerreiro – Presidente da Fundação Gregório de Mattos – Prefeitura Municipal de Salvador;
3 – Bruno Monteiro – Secretário de Cultura do Estado da Bahia;
4 – Luiz Carlos Suíca – Vereador do Município de Salvador;
5 – Jose Raimundo Lima Chaves – Pai Pote – Presidente da Associação Beneficente Bembé do Mercado – Santo Amaro-Bahia;
6 – Rafael Sanzio Araújo dos Anjos – Prof. Titular & Pesquisador Sênior -CIGA\PPGGEA\UNB – Brasília;
7 – Sônia Mendes Reis Nascimento – Ìyá Egbè – Administradora e mestranda em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU-UFBA;
8 – Ìyá Márcia D’Ògún – Presidenta do Conselho Municipal de Cultura de Salvador;
9 – Edvaldo Matos – Coordenador do SIOBÁ – Irmandade Beneficente de Ojés, Ogans e Tatas
10 – Leonel Monteiro – Presidente da AFA – Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia;
11 – Fábio Macedo Velame – Prof. Permanente do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU –UFBA;
12 – Nilza Nascimento Ferreira – Mãe Nilza D’Oxum – Professora, sacerdotisa, sucessora de Mãe Zil – Santo Antônio de Jesus – Bahia;
13 – Evilásio Bouças – Taata Evilásio – Presidenta do Conselho Municipal das Comunidades Negras de Salvador;
14 – Ângela Guimarães – Secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais do Estado da Bahia;
15 Maria Alice Silva – mestra e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU-UFB

 

 

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Associação celebra Dia Internacional do Reggae no Pelô

Jamile Menezes

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Kamaphew Tawa

 

A Associação Cultural Aspiral do Reggae vai celebrar o Dia Internacional do Reggae – 1º de julho. A festa será na Casa Cultural Reggae (Rua do Passo) e contará com um time de artistas, djs e banda de reggae pra animar o público. Esta é a 7ª edição dessa celebração e terá shows do veterano Kamaphew Tawa & banda Aspiral do Reggae, Dj Maico Rasta, Fabiana Rasta, Jo Kallado ,Vivi Akwaba, Jadson Mc, Bruno Natty, Ras Matheus e Makonnen Tafari.

O Brasil é o segundo país do mundo que mais consome reggae, uma data definida pela jamaicana Andrea Davis, inspirada no discurso de Winnie Mandela em Kingston, Jamaica, em 1992.

“O Reggae tem sido uma grande influência nas raízes culturais e musicais da Jamaica e do mundo, misturando instrumentos africanos e europeus como violão, bongô e banjo, e criando as bases para o gênero. Ele inspirou milhares a seguirem a filosofia da cultura Rastafari, dando origem a figuras icônicas como Bob Marley, Jimmy Cliff, Peter Tosh, Toots & The Maytals, entre outros”, pontua a dirigente da Associação, Jussara Santana.

O ritmo também foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco, em 2018, por conta do seu papel sociopolítico e cultural. A celebração será neste sábado (01/7), aberta ao público, das 18h às 23h30.

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Vai rolar segunda edição da festa #Ghettos no Bombar

Jamile Menezes

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Drica Bispo

Nesta sexta (30), o Bombar no bairro do Rio Vermelho em Salvador vai receber a segunda edição da festa Ghettos edição Salcity X Guiné- Bissau, idealizada pelo produtor, Uran Rrodrigues.

“Os sons de dois dos principais centros urbanos do mundo se encontrarão na mesma pista em celebração as nossas potencialidades numa mistura musical altamente dançante e identitária” conta Uran.

Diretamente de Mirandá, gueto do Guiné, o músico, cantor e Dj Eco de Gumbé apresentará suas performances no melhor do afrobeat, dialogando com o set do dj, produtor musical e co-criador do Coletivo Trapfunk&Alivio, Allexuz95 do Nordeste de Amaralina. Ele promete beats certeiros com trap,funk e pagodão baiano.

Felupz

Do Pelourinho, Akani retorna à festa trazendo o seu groove e os remixes mais potentes da cena, abrindo as portas para sonzeira de Dricca Bispo com as autorais, como “Saudade” e os covers de Sem Pause e Inevitável.

Dricca Bispo, dançarina de Castelo Branco, já conhecida das pistas, apresentará sua nova versão como cantora. Vai rolar ainda feat especial com Felupz, que se prepara para lançar Razga com beat produzido por Doizá.

Couvert artístico R$ 25.

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