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Temos maturidade para um relacionamento moderno?

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relacionamentos modernos
A modernidade das relações no século 21 traz diversas peculiaridades. Novas formas de se relacionar foram desenvolvidas e formas dos séculos anteriores foram adaptadas. No entanto, traços característicos de se relacionar com pessoas negras  parecem as mesmas.
Propagou-se pelos círculos sociais, principalmente entre os jovens, os ideais modernos de se relacionar com outra pessoa. Ideais que remetem a liberdade, consentimento e diversão. Dentre os modelos, o ”amor livre” é o de maior destaque, a ideia de ter um relacionamento livre da monogamia, com diálogo, compromisso e diversão é a mais buscada. Porém, a aplicação desses modelos não rendem os mesmos frutos para todas as pessoas, principalmente quando tem uma pessoa negra envolvida ou quando é entre pessoas negras.
relacionamentos modernos
Existe um histórico americano de se relacionar com pessoas negras. Grande parte das vezes, os afrodescendentes eram incluídos em relacionamentos de forma que os relembrassem de sua condição de escravo ou descendente de escravo. Isso significa que, mesmo quando havia amor, o fato de ser uma pessoa negra se sobressaía na relação e, quando não havia, na maioria das vezes, era por se tratar de um indivíduo negro.
Com o passar dos séculos, esse princípio se tornou mascarado, mas continua atuante e só revelado em situações específicas. No século 21 as pessoas identificam isso. Então, quando existe a proposta do relacionamento moderno, esses princípios são sentidos. Como, por exemplo, a situação do modelo de ”poliamor’,’ em que a pessoa negra envolvida só é incluída na hora do sexo – ou quando o modelo é de um ”relacionamento aberto” e só a pessoa negra mostra compromisso com o parceiro.
Nós não temos maturidade o suficiente para assumir um relacionamento moderno. Um dos braços do racismo é atacar a estética e autoestima da pessoa negra, tornando-a insegura com seu corpo, seu cabelo, sua pele e, portanto, se sentindo insegura em ser desejada. Um relacionamento aberto, por exemplo, pra uma pessoa negra, irá remeter a ela uma série de gatilhos, como a sensação de ser trocada, ser menos atraente, e uma série de dúvidas que – na maioria das vezes – é diretamente direcionada a ela mesmo.
E o histórico de ser realmente secundarizado, trocado, hipersexualizado e abandonado irá requirir que, no relacionamento, o parceiro se empenhe e dê seu máximo, o que na maioria das vezes não acontece, já que as pessoas não estão preparadas e nem disponíveis para lidar com racismo e suas mazelas.
relacionamentos modernos
‘Os relacionamentos modernos são adaptados para realidades de padrão alto. As referências utilizadas como base para moldar a maioria dos diversos modelos de relações modernas são sempre cheios de riquezas, gastos, exageros. São sempre com um cenário de custo alto, como se fossem contos de fadas e seu ”felizes para sempre”, sem problemas, mas com um molde diferente de relação.
 
No entanto, a maioria das pessoas negras vivem uma realidade em que contos de fadas não funcionam, em que dentre os problemas está a negação da princesa em namorar com o farroupilho favelado descendente de escravos e a falta de castelo e carruagens na morada da pretendente do príncipe. Sendo assim, esses modelos de relacionamento parecem – e são na maioria das vezes – incompatíveis com pessoas negras, porque não foram adaptados para sua realidade.
No final, para pessoas negras, o relacionamento moderno não tem nada de novo. Não existe surpresa em ser vinculado só a sexo e, muito menos, em ser trocado, substituído ou negligenciado, deixando a margem aberta para indivíduos negros perseguirem um relacionamento ainda utópico: ”amor livre, com respeito e compreensão.”
hisan2Hisan Ferreira é colaborador do Portal SoteroPreta formado em Produção Cultural pela PRACATUM, criador da Fanpage Meu Crespo.

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Matriarcas da Pedra de Xangô escolhem os 15 novos guardiões

Jamile Menezes

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A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, Ângela Guimarães, recebeu, nesta quarta-feira (28), o título de Guardiã do Parque Pedra de Xangô. A honraria foi concedida pelas Matriarcas da Pedra de Xangô, grupo de sacerdotisas responsáveis pela salvaguarda e proteção do rochedo considerado sagrado pelos religiosos de matriz africana em Salvador.

“É uma emoção e grande responsabilidade ser agraciada com o título. Assumo o compromisso pessoal e institucional com o enfrentamento do racismo religioso e a manutenção dos nossos territórios sagrados”, destacou a titular da Sepromi.

A entrega da condecoração integrou a programação da Cerimônia da Fogueira de Xangô, ritual que reverencia as divindades do fogo e fortalece a rede em defesa desse patrimônio cultural afro-brasileiro, localizado na Avenida Assis Valente, no bairro de Cajazeiras.

De acordo com as Matriarcas da Pedra de Xangô, os 15 novos guardiões foram escolhidos em função dos “relevantes serviços à cidade, a cultura, à população negra, ao Povo de Axé, às comunidades tradicionais e, em especial, ao processo de implantação, manutenção e gestão do equipamento de apoio do Parque Pedra de Xangô”.

Guardiões e Guardiãs da Pedra de Xangô 
1 – Tânia Scoofield Almeida – Presidenta da Fundação Mário Leal Ferreira – Prefeitura Municipal de Salvador;
2 – Fernando Guerreiro – Presidente da Fundação Gregório de Mattos – Prefeitura Municipal de Salvador;
3 – Bruno Monteiro – Secretário de Cultura do Estado da Bahia;
4 – Luiz Carlos Suíca – Vereador do Município de Salvador;
5 – Jose Raimundo Lima Chaves – Pai Pote – Presidente da Associação Beneficente Bembé do Mercado – Santo Amaro-Bahia;
6 – Rafael Sanzio Araújo dos Anjos – Prof. Titular & Pesquisador Sênior -CIGA\PPGGEA\UNB – Brasília;
7 – Sônia Mendes Reis Nascimento – Ìyá Egbè – Administradora e mestranda em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU-UFBA;
8 – Ìyá Márcia D’Ògún – Presidenta do Conselho Municipal de Cultura de Salvador;
9 – Edvaldo Matos – Coordenador do SIOBÁ – Irmandade Beneficente de Ojés, Ogans e Tatas
10 – Leonel Monteiro – Presidente da AFA – Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia;
11 – Fábio Macedo Velame – Prof. Permanente do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU –UFBA;
12 – Nilza Nascimento Ferreira – Mãe Nilza D’Oxum – Professora, sacerdotisa, sucessora de Mãe Zil – Santo Antônio de Jesus – Bahia;
13 – Evilásio Bouças – Taata Evilásio – Presidenta do Conselho Municipal das Comunidades Negras de Salvador;
14 – Ângela Guimarães – Secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais do Estado da Bahia;
15 Maria Alice Silva – mestra e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU-UFB

 

 

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Associação celebra Dia Internacional do Reggae no Pelô

Jamile Menezes

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Kamaphew Tawa

 

A Associação Cultural Aspiral do Reggae vai celebrar o Dia Internacional do Reggae – 1º de julho. A festa será na Casa Cultural Reggae (Rua do Passo) e contará com um time de artistas, djs e banda de reggae pra animar o público. Esta é a 7ª edição dessa celebração e terá shows do veterano Kamaphew Tawa & banda Aspiral do Reggae, Dj Maico Rasta, Fabiana Rasta, Jo Kallado ,Vivi Akwaba, Jadson Mc, Bruno Natty, Ras Matheus e Makonnen Tafari.

O Brasil é o segundo país do mundo que mais consome reggae, uma data definida pela jamaicana Andrea Davis, inspirada no discurso de Winnie Mandela em Kingston, Jamaica, em 1992.

“O Reggae tem sido uma grande influência nas raízes culturais e musicais da Jamaica e do mundo, misturando instrumentos africanos e europeus como violão, bongô e banjo, e criando as bases para o gênero. Ele inspirou milhares a seguirem a filosofia da cultura Rastafari, dando origem a figuras icônicas como Bob Marley, Jimmy Cliff, Peter Tosh, Toots & The Maytals, entre outros”, pontua a dirigente da Associação, Jussara Santana.

O ritmo também foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco, em 2018, por conta do seu papel sociopolítico e cultural. A celebração será neste sábado (01/7), aberta ao público, das 18h às 23h30.

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Vai rolar segunda edição da festa #Ghettos no Bombar

Jamile Menezes

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Drica Bispo

Nesta sexta (30), o Bombar no bairro do Rio Vermelho em Salvador vai receber a segunda edição da festa Ghettos edição Salcity X Guiné- Bissau, idealizada pelo produtor, Uran Rrodrigues.

“Os sons de dois dos principais centros urbanos do mundo se encontrarão na mesma pista em celebração as nossas potencialidades numa mistura musical altamente dançante e identitária” conta Uran.

Diretamente de Mirandá, gueto do Guiné, o músico, cantor e Dj Eco de Gumbé apresentará suas performances no melhor do afrobeat, dialogando com o set do dj, produtor musical e co-criador do Coletivo Trapfunk&Alivio, Allexuz95 do Nordeste de Amaralina. Ele promete beats certeiros com trap,funk e pagodão baiano.

Felupz

Do Pelourinho, Akani retorna à festa trazendo o seu groove e os remixes mais potentes da cena, abrindo as portas para sonzeira de Dricca Bispo com as autorais, como “Saudade” e os covers de Sem Pause e Inevitável.

Dricca Bispo, dançarina de Castelo Branco, já conhecida das pistas, apresentará sua nova versão como cantora. Vai rolar ainda feat especial com Felupz, que se prepara para lançar Razga com beat produzido por Doizá.

Couvert artístico R$ 25.

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