Música
Fela Day – Fela Kuti é centro de homenagens até sábado (15)

Realizado em vários países, o Fela Day celebra a música e a memória do músico nigeriano Fela Kuti, criador do afrobeat e considerado um dos artistas mais importantes do século passado. Iniciativa de admiradores e artistas influenciados por sua obra e postura política, o evento é organizado de forma espontânea, e tem como auge o dia 15 de outubro, data da nascimento de Fela Kuti, que estaria completando 78 anos.
Em Salvador, uma das iniciativas que marca o Fela Day tem na linha de frente o coletivo Blackitude – Vozes Negras da Bahia, o Sistema Kalakuta e a banda IFA. Juntos e com a participação de vários parceiros, bem ao espírito de congregação defendido pelo nigeriano, o evento mistura diferentes linguagens artísticas, em quatro dias de atividades – de quarta a sábado (12 a 15) – quase todas com entrada gratuita.
Nesta edição, o Fela Day homenageia o cientista político e escritor cubano Carlos Moore, biógrafo oficial de Fela Kuti e que está radicado em Salvador. Moore é autor de Fela – Esta Vida Puta, lançado originalmente na França nos anos 80 e publicado no Brasil em 2011, pela editora Nandyala, com prefácio de Gilberto Gil.
As atividades começam nesta quarta, com uma edição especial do Sarau Bem Black, na Ocupação Coaty, na Ladeira da Misericórdia. A roda de poesia começa às 16h, em frente à sede da prefeitura e segue até o casarão histórico, onde acontecerá a exibição do filme FELA: a Música é a Arma (17h), seguido do sarau. Nesta edição, o Bem Black recebe o poeta paulista Akins Kintê, que lança em Salvador o livro de poemas Muzimba: Na Humildade sem Maldade, conta com intervenção visual do grafiteiro Zezé Olukemi e do artista plástico Pablo Dinada (que farão trabalhos ao vivo sobre Fela Kuti) e trilha sonora com muito afrobeat, a cargo do DJ Joe. Comandado pelo poeta Nelson Maca, o sarau conta com as poetas residentes Vera Lopes, Lúcia Helena e Luiza Santos.
A semana segue com o bate-papo Nós e as Razões e Sentidos do Fela Day – Homenagem a Carlos Moore, que estará presente, na quinta, às 19h. O encontro será na loja Katuka Africanidades, na Praça da Sé. Participam da conversa a cantora nigeriana Okei Odili e componentes do coletivo Blackitude, do sound-system Sistema Kalakuta e da banda IFÁ. Estará presente o dj Riffs que, além de participar da conversa, fará intervenções sonoras em diálogo com os temas tratados.
Na sexta, o Fela Day retorna à Ocupação Coaty, a partir das 16h, com performances do Sistema Kalakuta (gratuita), que abre a fecha a seção, e do grupo Laia Gaiatta, com participação do Tropical Selvagem (pague quanto puder). E termina no sábado, com show da IFÁ, às 20h, no Largo Pedro Arcanjo, no Pelourinho, com participações de Nelson Maca, Sistema Kalakuta e Okwei Odili (R$ 30-15).
PROGRAMAÇÂO
Fela Day BA 2016
1.Quarta, 12 – Sarau Bem Black – De Fela a Kintê*
– Lançamento: Muzimba: na humildade sem maldade (poemas)
de Akins Kintê (SP)
– Intervenção visual: Zezé Olukemi e Pablo Dinada
– Dj Joe toca Fela Kuti
– Local: Ocupação Coaty, Ladeira da Misericórdia (ao lado da prefeitura)
– Horário: 17h
Entrada franca
*Concentração: Roda livre de poesia em frente à prefeitura – 16h
- Quinta, 13 – Bate-papo: Nós e as Razões e Sentidos do Fela Day*
– Homenagem a Carlos Moore
Com Coletivo Blackitude, IFÁ Afrobeat e Sistema Kalakuta
Participação: Dj Riffs
Convidada: Okwei Odili (Nigéria)
Local: Katuka Africanidades – Praça da Sé
Horário: 19h
Entrada Franca
3.Sexta, 14 – Sistema Kalakuta e Laia Gaiatta*
Local: Ocupação Coaty – Ladeira da Misericórdia
Participação: Tropical Selvagem
Intervenção visual: Pablo Dinada
Grafite: Zezé Olukemi e Convidados
Horário: A partir das 16
Entrada: Sistema Kalakuta (Free)
Laila Gaiata & Tropical Selvagem (Pague quanto puder)
4.Sábado, 15 – IFÁ
Convidados: Nelson Maca, Sistema Kalakuta e Okwei Odili
Local: Largo Pedro Arcanjo – Pelourinho
Horário: 20h
Entrada: R$ 30\ R$ 15
*Com exibição do documentário FELA: a Música é a Arma de Jean-Jacques Flori e Stéphane Tchalgadjieff (53’-1982)”
Música
Samba na Varanda acontece no Sesi Rio Vermelho sábado (8)

A terceira edição do Samba na Varanda acontece no dia 8 de fevereiro de 2025 (sábado), às 21h, na Varanda do Sesi Rio Vermelho. O palco será comandado pelo grupo de samba Tez & Tons, que promete uma noite de pura celebração ao ritmo mais brasileiro de todos. Os ingressos estão à venda por R$30 (couvert) e R$50 (casadinha). Reservas pelo WhatsApp: (71) 99160-9140.
Formado por três cantores, um violonista e dois percussionistas, o grupo nasceu da paixão em comum pelo samba. Cada integrante traz seu timbre e identidade própria, mas todos compartilham a mesma essência ao interpretar esse gênero tão emblemático da cultura nacional. O Tez & Tons é uma verdadeira homenagem à riqueza e diversidade do samba, unindo as cordas do violão e cavaquinho às batidas marcantes das percussões.
O repertório inclui clássicos imortais de grandes mestres do samba, como Paulinho da Viola, Cartola, Dona Ivone Lara e Candeia, com canções icônicas como Dança da Solidão, Corra e Olha o Céu, Acreditar e Preciso me Encontrar. O grupo também reverencia a genialidade de João Bosco (O Bêbado e o Equilibrista), Noel Rosa (Com que Roupa), Assis Valente, Edil Pacheco, Ederaldo Gentil e Capinam com canções como Brasil Pandeiro, Filhos de Gandhy e Luandê.

Foto: Divulgação
A formação do Tez & Tons conta com Roberval Santos (voz e violão), Fábio Rocha (baixista), Dudu Reis (cavaquinho), Leto Oliveira (voz e percussão), Enio Bernardes (voz e percussão) e Ito Araújo (percussão). O grupo proporciona uma verdadeira jornada musical e emocional, exaltando a ancestralidade e a riqueza cultural do samba brasileiro.
Essa edição do Samba na Varanda é uma realização do Projeto Cores & Nomes, Hessel & Siri Produções, Doris Pinheiro Assessoria de Imprensa e Teatro SESI Rio Vermelho/Fieb.
Serviço
O quê: Samba na Varanda 3 – Com que roupa eu vou?
Quando: 8 de fevereiro de 2025 (sábado)
Horário: 21h
Onde: Varanda do Sesi Rio Vermelho
Ingresso: R$30 (couvert) / R$50 (casadinha)
Reservas: (71) 99160-9140
Música
Grupo Ofá apresenta “Encanto das Águas” em Salvador

O espetáculo “Encanto das Águas” será apresentado pelo Grupo Ofá, dia 9 de fevereiro (domingo), às 17h, na Casa Rosa, no Rio Vermelho, em uma apresentação histórica em Salvador. Considerado um dos principais nomes da música afro-brasileira, o evento promete ser uma noite de fé e celebração, conectando o público às tradições ancestrais das religiões de matriz africana e à riqueza da música popular brasileira.
Após turnês consagradas por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o grupo apresenta na capital baiana o espetáculo que celebra as Yabás — divindades femininas das águas sagradas — e homenageia Mãe Menininha do Gantois, uma das maiores referências do candomblé, no mês em que completaria mais um aniversário. A chegada da apresentação em Salvador, considerada o coração da cultura afro-brasileira, reforça o simbolismo do evento, unindo a tradição do grupo ao cenário onde essas raízes culturais mais florescem.
Com um repertório que passeia pelos álbuns “Odum Orin”, “Obatalá: Uma Homenagem a Mãe Carmen” e “Iyabá Shirê: O Poder do Sagrado Feminino”, o show é uma verdadeira imersão na ancestralidade e espiritualidade. Entre cânticos sagrados em yorubá e composições marcantes, o espetáculo também inclui homenagens a grandes nomes da música brasileira, e a participação especial do cantor e compositor Roberto Mendes, reafirmando o compromisso do grupo com a preservação e a valorização da herança cultural.
“Encanto das Águas” é mais do que um espetáculo musical, é um convite à reflexão sobre a força vital e simbólica das águas, explorando suas metáforas para a vida, os desafios e as belezas da existência, em uma noite para festejar a fé, em um local profundamente conectado à espiritualidade das águas, que é o bairro do Rio Vermelho. Reconhecido internacionalmente, o Grupo Ofá já se apresentou em palcos como o festival Back2Black, em Londres, e em eventos históricos no Brasil, como os festejos do 2 de Julho, em Salvador. Em seus 25 anos de história, o grupo construiu um legado que vai além da música, promovendo resistência cultural e a preservação das tradições afro-brasileiras.
A apresentação também revisita o impacto cultural do álbum “Obatalá: Uma Homenagem a Mãe Carmen”, lançado em 2019, que exaltou o candomblé e a força feminina nas tradições afrodescendentes. O disco, que contou com gravações memoráveis no estúdio de Carlinhos Brown, no Candeal, incluiu vozes de grandes nomes como Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Alcione, e recentemente foi transformado em um documentário. Este trabalho foi um marco na história do Grupo Ofá, consolidando sua missão de levar a força das matrizes africanas a novos públicos.
Este evento reforça o papel deste tipo de espetáculo no calendário do verão baiano, um período em que Salvador celebra intensamente sua diversidade cultural e religiosa. A cidade, berço da cultura afro-brasileira, é palco de manifestações que unem fé, música e ancestralidade, consolidando-se como um centro de resistência e exaltação da identidade afrodescendente. “Encanto das Águas” é um exemplo de como a música e a tradição podem conectar o público às raízes mais profundas da história e espiritualidade de Salvador e do Brasil.
Os ingressos para a apresentação “Encanto das Águas” já estão disponíveis na plataforma Sympla, através do link, com valor de R$ 40,00 (meia-entrada) e R$ 80,00 (inteira).
Serviço
O quê: Show “Encanto das Águas” – Grupo Ofá
Quando: 9 de fevereiro (domingo)
Horário: 17h
Onde: Casa Rosa, Rio Vermelho – Salvador, BA
Ingressos: R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira) – vendas pelo Sympla no link
Música
Mário Soares e Lan Lanh apresentam um axé pra lua quinta (06)

O violino de Mário Soares e a percussão de Lan Lanh vão desbravar os mares da música afro-brasileira numa criativa apresentação, dia 6 de fevereiro (quinta-feira), às 20h, no Teatro do Sesc – Casa do Comércio. A dupla tem como sintonia fina a multiplicidade de sons desse universo diaspórico e levará ao palco uma canção inédita de cordas, num improviso de violino e berimbau, formação pouco explorada profissionalmente, além de uma homenagem a Luiz Caldas, Gonzagão e Osmar Macêdo, criador do trio elétrico, ao lado de Dodô. Os ingressos estão à venda no site do Sympla e na bilheteria do teatro.
O cantor e compositor Luiz Caldas gravou Axé pra Lua para o disco do trio elétrico Tapajós em 1981, quando ninguém imaginava que ele seria considerado o pai da cena chamada, coincidentemente ou não, de axé music, que este ano completa 40 anos. A homenagem, então, se estende à música baiana e à diversidade do autor de Fricote. “Comungamos com ele essa admiração por vários ritmos”, diz Lan. “E Luiz é um exímio instrumentista. Já toquei com ele nuns três, quatro shows e num programa de TV”, conta Mário.
Para completar, a música é dedicada a Luiz Gonzaga, presente de muitas formas no encontro de Lan Lanh e Mário Soares. Ela toca um medley com músicas do Velho Lua e ritmos afins, como baião, frevo, ijexá, xote, coco. “Todo show eu faço isso”, diz. Mário também toca Gonzaga, mas expande o conceito: “Luiz Gonzaga é o rei da estrutura levada pro país inteiro, que fez com que o Brasil respeite, entenda e leia de forma mais ampla o Nordeste”, contextualiza.
Dentro do universo de Luiz Gonzaga, Lan Lanh e Mário recebem a cantora Mãeana, para uma participação especial com canções de João Gomes, que tem como uma das referências à obra do “Rei do Baião”. O trabalho da cantora como o repertório do jovem artista pernambucano conecta diretamente com a ponte que os músicos baianos fazem de Luiz Gonzaga com Luiz Caldas, que fundamenta o título Num Axé Pra Lua.

Foto: Nanda Costa
Lan Lanh define seu encontro com o violinista tomando emprestada a expressão “forroxé”, dessa música de Luiz Caldas, ou seja, Nordeste com axé. Mário descreve essa relação no show: “À medida que o violino se revela, também, como uma rabeca, esteticamente, no toque, nos acompanhamentos, na maneira de interpretar, Lan Lanh traz o pandeiro, uma percussão que vai para esse lugar do barro do chão, do sertão, e esse lugar celebra a região Nordeste”.
Com mais de 30 anos de carreira, Lan Lanh brilhou, nos últimos tempos, como percussionista da banda de Maria Bethânia, que a apresentava, todo santo show, como seu “auxílio luxuoso”. Mestre em performance pela Ufba, Mário Soares atua na Osba e na Sinfônica da Ufba e gosta da ideia de deslocar um instrumento da erudição europeia de seu contexto original para criar texturas sonoras com a rítmica de matriz africana.
“Nosso encontro e o repertório ratificam essa abertura para vários espectros da música, tirando o violino do lugar exclusivamente erudito e trazendo a percussão para um diálogo paradoxalmente harmônico. Ritmo no violino e harmonia no batuque”, descreve Lan. “O encontro do violino com o universo percussivo de Lan Lanh nos traz um mundo de possibilidades e cores. A sonoridade rica e diversa que orquestramos é desafiadora e surpreendente!”, anima-se Mário.
Em mais de 20 anos de carreira, Mário já dividiu palco com artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Moraes Moreira e Armando Macedo. Por sua vez, Lan Lanh já trabalhou com Cássia Eller, Cyndi Lauper, Tim Maia, Nando Reis, Marisa Monte, Jussara Silveira e outros. Ambos os artistas são compositores e têm trabalhos solos lançados no mercado, mas uma das curiosidades deste encontro é que Mário morou na Espanha, onde se encantou pelo flamenco, e Lan Lanh é a percussionista brasileira pioneira em cajón, instrumento usado no flamenco.
“Abriremos o show pedindo licença a Iemanjá, trazendo um pouco de referência ao Dois de Fevereiro, com Batuque nas Águas (Naná Vasconcelos), Sereiar (Lan Lanh e Robson Nonato) e Sexy Yemanjá (Pepeu Gomes). A noite vai ter lua cheia”, explica Mário.
O Canto de Xangô fará a ponte, a transição, do nordeste, do baião, da lua do sertão, do barro do chão de Luiz Gonzaga para a alegria e o frenesi dos frevos e suas misturas que tanto alegram o nosso carnaval. “Nessa seção frevo homenageamos Dodô e Osmar, os grandes inventores do trio elétrico e Moraes Moreira, o primeiro cantor de trio elétrico”, explica Lan Lanh.
Serviço
O quê: Mário Soares e Lan Lanh Num Axé Pra Lua
Quando: 6 de fevereiro (quinta-feira)
Horário: Às 20h
Onde: Teatro Sesc – Casa do Comércio – Avenida Tancredo Neves, 1109 – Caminho das Árvores
Ingressos: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia) – 1º lote
Onde comprar: site da Sympla