Formação
Estudantes debateram questões raciais no Parque Costa Azul
“Poder ao povo negro”, este é o nome do evento que reuniu cerca de 70 jovens para debater a temática Juventude e Empoderamento Negro. A roda de conversa foi produzida e organizada por jovens da área de Educação e Cidadania – Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Thales de Azevedo. O evento ocorreu no Parque Costa Azul, neste sábado (29).
A Lei 10.639 obriga a instituição do debate sobre cultura afrobrasileira nas instituições educacionais, no entanto, ela ainda não é posta em prática pela maioria. A diretora de Educação e Cidadania do Grêmio Estudantil, Laís Santos, após saber de um caso de racismo que aconteceu no colégio em que estuda, decidiu unir forças com seus colegas e fomentar por conta própria o debate. Teve perguntas e colocações, pois como disse Laís “precisamos e queremos falar sobre isso”.
A abertura do evento se deu com as poesias do Grupo Recital Ágape, já conhecidos por levarem sua poesia marginal aos mais variados espaços. Com um repertório de versos que, em sua maioria, denunciam o racismo, o machismo e outras formas de opressão, a poesia de Gleise Souza, por exemplo, definiu bem o quão difícil é chegar num espaço, ouvir os versos e “sair do mesmo jeito que entrou”.
No sarau, diversos estudantes recitaram seus poemas ressaltando questões raciais, o que faz aumentar a percepção para uma nova forma de combate, no qual as armas, dessa vez, são as palavras.
Raissa Calmon do Coletivo Nacional de Juventude Negra (Enegrecer) e Lissandra Pedreira, uma das produtoras do Sarau da Onça, foram as convidadas para compor o debate. Raissa iniciou explicando o motivo pelo qual o treze de maio não libertou ninguém. “Não nos foi concedido o mínimo, que era educação, trabalho e saúde, permanecemos escravos” disse. Lissandra Pedreira trouxe questões a cerca do empoderamento, atentando ao fato de que “só dá pra gente se empoderar coletivamente”.
Outros temas abordados foram intolerância religiosa, colorismo, violência policial e mulheres negras. As redes sociais também foram debatidas, e vistas como fonte de aprendizado. “Descobri que era mulher negra através das redes sociais” acrescentou Raissa.
A estética negra foi uma das questões mais presentes entre o público, visando entender a necessidade de se libertar dos padrões impostos e percebê-la como política e forma de protesto.
Débora Santos, empreendedora negra, contribuiu dizendo que “nunca existiu e nunca vai existir a ditadura do cabelo crespo”. Segundo ela, é importante sim ter um pensamento politizado, no entanto, isso não é pré-requisito para ter o cabelo black, visto que, a estética negra, por si só já é política e ninguém questiona o branco por ser o que ele é, e preservar seu cabelo liso natural.
“Poder ao povo negro”, sim, certamente todos os negros que ali estavam saíram mais reflexivos e mais empoderados.Enquanto todos aqueles, lidos socialmente como brancos, saíram também mais conscientes dos seus privilégios e, certamente, mais impulsionados a abdicar deles.
Texto de Joyce Melo, poetisa, integrante do Grupo Ágape, estudante de Jornalismo na Faculdade Unijorge.
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Formação
Universo da Voz qualifica profissionais da voz para o audiovisual
Criada para qualificar profissionais que utilizam a voz em produções audiovisuais, o Universo da Voz é uma oficina gratuita e pioneira na Bahia. As inscrições estão abertas até esta segunda-feira (25) e acontece presencialmente no Cine Teatro 2 de Julho – Rua Pedro Gama, 413 E, Federação, em Salvador, nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, das 9h às 12h. O programa traz técnicas avançadas e estratégias de mercado, com foco em áreas como locução publicitária, dublagem, audiodescrição, voz original para animação e localização de games. Serão oferecidas 20 vagas direcionadas a atrizes e atores, locutoras e locutores maiores de 18 anos, com ou sem experiência e podem ser realizadas aqui.
O Universo da Voz oferece conteúdo abrangente sobre técnicas vocais e gestão de carreira para locutores, dubladores e artistas de voz. As aulas serão ministradas por Mariana Ferrari, atriz, especialista em trabalhos com a voz, comunicadora, formada em Rádio e TV pela Universidade São Judas Tadeu, de São Paulo. Com vasta experiência no setor, Mariana compartilhará tanto técnicas artísticas quanto técnicas práticas, além de estratégias de mercado que ajudam os profissionais da voz a expandir seu alcance e visibilidade.
Além do desenvolvimento técnico, o curso abordará aspectos práticos de gestão de carreira no campo da voz. Os participantes aprenderão como criar e divulgar portfólios, atrair clientes, construir presença digital e gerenciar sua autopromoção no mercado audiovisual. Com intuito de fomentar o audiovisual baiano e fazer network entre os contemplados na oficina com profissionais da voz e produtores de animação e game, a oficina estará dentro da programação oficial do ANIMAI – Festival de Animação e Game. Mais informações acesse o link.
A Batalha da Voz – Show de Encerramento
Para encerrar a oficina, no dia 7 de dezembro, das 14h às 17h, acontecerá A Batalha da Voz, também no Cine Teatro 2 de Julho. Este show especial é uma oportunidade para os participantes mergulharem no universo da dublagem e da interpretação de vozes, em um formato de roda de conversa com a participação de Nina Novaes.
Durante a batalha, os participantes entrarão no universo de Pedro e a Pedra Secreta, seriado baiano de animação em 3D que estreou no Prime Video, junto com alguns dos artistas que deram vida aos personagens: Gabriel Faindé (o heroi Pedro), Gabriela Borges (amiga tecnologica de Pedro Fáfa), Jhoilson de Oliveira (vilão, o monstro de pedra Zirag) e Angel Marques ( a vilã Medina), onde vão compartilhar o processo de construção dos personagens e adaptação das vozes originais.
Na batalha de voz os atores trocarão seus personagens, dublando uns aos outros em uma demonstração ao vivo de suas habilidades de improviso. Além disso, os alunos da Oficina Universo da Voz, terão a chance de apresentar novas vozes originais, desafiando os personagens criados para Pedro e a Pedra Secreta.
O projeto Universo da Voz foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Formação
Projeto Mukunã promove oficinas gratuitas de teatro em Salvador
Idealizado pela atriz, arte-educadora, pesquisadora, diretora e gestora cultural, Vika Mennezes, o projeto “Mukunã: do fio à raiz” promove oficinas gratuitas de Dramaturgia Afrocentrada, na qual participantes aprenderão a criar narrativas que refletem suas vivências e a cultura das mulheres negras, dia 22 de novembro (sexta-feira); e Solos Teatrais para Mulheres Negras, nos dias 28, 29 e 30 de novembro (quinta-feira a sábado).
Sempre das 9h às 18h, as oficinas acontecem na sede da Fábrica Cultural, no bairro da Ribeira. As inscrições serão feitas no local até 15 minutos antes da oficina e terá emissão de certificado. “Mukunã: do fio à raiz” é uma plataforma para celebrar a diversidade, resgatar a autoconfiança e desafiar os padrões de beleza eurocêntricos, ao dar voz à experiência de opressão e promover a resistência com uma mensagem de empoderamento”, explica Vika Mennezes.
Serviço
Oficinas gratuitas (Fábrica Cultural – Ribeira), das 9h às 18h
Inscrições no local até 15 minutos antes da oficina
Oficina de Dramaturgia Afrocentrada
Data: 22/11/2024 | Carga Horária: 8h (das 9h às 18h – com 1h de intervalo) | Ministrantes: Filêmon Cafezeiro e Vika Mennezes
Oficina de Solos Teatrais para Mulheres Negras
Data: 28, 29 e 30/11/2024 | Carga Horária: 24h (das 9h às 18h – com 1h de intervalo) | Ministrante: Vika Mennezes
Formação
Instituto A Mulherada realiza IIª Mostra Didática do projeto Cultura Entrelaçada Preta
Divulgar e enaltecer a riqueza e diversidade da cultura negra por meio da arte. Esse é o intuito do projeto Cultura Entrelaçada Preta, do instituto A Mulherada, que vai apresentar, neste sábado, às 14h, no Pelourinho, a sua IIª Mostra Didática.
Resultado dos cursos de Dança, Afro, Percussão e Teoria Musical, desenvolvidos ao longo do ano, as estudantes se apresentarão juntas, em evento aberto ao público, no Teatro Makota Valdina (Pelourinho). No evento, o público poderá explorar a riqueza e a beleza da arte e da cultura preta, através da expressão corporal e sonora. Alunas e professoras vão apresentar um repertório diversificado, oferecendo ao público uma experiência lúdica e educativa. Ao longo dos cursos, as participantes puderam estimular a criatividade e valorizar a importância da música e da dança como ferramentas educacionais, sociais e culturais.
“Elas estavam muito focadas no objetivo de aprender os princípios da teoria musical. A maioria delas não tinham contato com o tema e algumas delas nunca tocaram um instrumento. Então a minha grata surpresa foi saber que elas estavam muito focadas no objetivo de aprender os princípios da teoria musical. O ambiente é muito animado com elas, pois são participativas, unidas e dedicadas. O foco da turma para além de aprender uma melodia ou clave rítmica, é criar uma experiência musical, onde cada uma delas se sinta parte de um todo”, enfatiza a professora de Teoria Musical, Letícia Nascimento.
O público pode esperar uma experiência lúdica e educativa através da música e da dança. Além de suas atividades formativas e reflexivas, o projeto oferece às mulheres a chance de se apresentarem em eventos ao longo do ano em Salvador, e durante o carnaval, no Bloco Afro A Mulherada.
Este projeto foi fomentado pelo Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023, através da FUNARTE, Ministério da Cultura e Governo Federal, e tem apoio da Fundação Gregório de Mattos (Espaço Boca de Brasa-FGM/SECULT) e Centro de Referência em Desenvolvimento e Humanidade (CRDH – UNEB).
A entrada será gratuita, os interessados deverão retirar convite pelo Sympla.
Fotos: Gabriel Davi