Teatro
#ACenaTaPreta – Ridson Reis estreia direção com “O Contêiner”

Ridson Reis
Há três anos ele conheceu um texto do angolano José Mena Abrantes, que contava a história de três africanos que saem de suas casas, cada um por seu motivo, em busca de uma vida melhor, em busca da ascensão social.
A leitura mexeu com o ator de 28 anos – 11 dos quais compartilhados com o Bando de Teatro Olodum. É a convite deste que ele chega ao Festival A Cena Tá Preta, que começa nesta sexta (4), no Teatro Vila Velha.
Estamos falando de Ridson Reis, que levará aos palcos do Vila, nos próximos dias 12 e 13 de novembro, seu primeiro trabalho como diretor teatral na peça O Contentor (O Contêiner).
Na trama, os três africanos querem chegar à Europa e, para isso, entram clandestinamente no porão de um cargueiro português. Daí em diante, os atores Cell Dantas e Edy Firenzza conduzem o espectador pela viagem dos sonhos destes imigrantes, mas que talvez não tenha chegado a um final feliz.
“Nós pretos saímos de um lugar (físico ou abstrato) em busca de ascender e melhorar nossas condições de vida porque acreditamos e sonhamos. Mas os donos de navio não querem, e nos aprisionam em seus contêiner’s”, nos aprisionam e não nos deixam sonhar”, explica Ridson.
Imigração africana, direitos humanos, tensões raciais são alguns dos temas que Ridson dirige na peça.
“O texto, escrito em 94 por Mena Abrantes, é baseado em fatos reais. Tudo aconteceu no porto de Lisboa em 1988, entretanto não há nada mais contemporâneo. Hoje, nos é tirada nossa educação – que é a peça base e mais importante na busca da realização desses sonhos”, afirma.
Ridson contextualiza: “Isso está acontecendo nesse momento. Só neste ano já morreram quase 4 mil pessoas tentando sair da África pra Europa. Os que conseguem fazer a travessia, não têm a certeza de que realmente terão uma vida melhor, ou serão mandados de volta”, diz.
O Contentor (O Contêiner) já foi encenado em Salvador em 2006 pela “Outra Cia de Teatro”. Uma coisa Ridson promete: esta é uma versão completamente diferente, “fiel ao texto de José Mena Abrantes”.
O Contentor (O Contêiner)
Quando: 12 e 13/11, sábado às 20h, domingo às 19h
Onde: Teatro Vila Velha – Sala Principal
Valor: R$ 30 e 15
Classificação Indicativa: 12 anos
Fotos: Divulgação
Teatro
Atriz Vika Mennezes volta ao Gregório de Matos com “Mukunã”
O espetáculo espetáculo “Mukunã: do fio à raiz” segue sua trilha de sucesso e plateias lotadas nos palcos de Salvador e outras cidades baianas. E no Mês da Consciência Negra não será diferente. Criado e encenado pela atriz, arte-educadora, pesquisadora, diretora e gestora cultural, Vika Mennezes, o solo estará no Teatro Gregório de Matos nos dias 14 e 15 de novembro.
Assistido por mais de 2 mil pessoas, “Mukunã” é uma jornada artística que une passado, presente e futuro, utilizando a narrativa pessoal de Vika Mennezes, uma forte presença dos orixás e elementos da cultura afro-brasileira, e um potente mensagem de empoderamento feminino.
Todos os elementos dialogam com sua vivência com o racismo desde a infância, cuja violência estrutural transformou em arte empoderadora para ajudar outras pessoas a superar situações semelhantes. Vika Mennezes, que já atuou em 13 espetáculos teatrais e 11 obras audiovisuais, traz à cena sua vivência pessoal no enfrentamento ao racismo, em especial, a partir de seu cabelo crespo.

Assista aqui o Minuto Soteropreta especial com “Mukunã”: Vika Mennezes | Filêmon Cafezeiro & Liz Novais
Em sua narrativa, ela elenca dores e superações de toda criança e mulher negra ao longo de sua vida. “Mukunã: do fio à raiz” celebra a diversidade, resgata a autoconfiança e desafia os padrões de beleza eurocêntricos, apontando caminhos de resistência e autoamor.
SERVIÇO:
Mukunã: do fio à raiz
Onde: Teatro Gregório de Matos ( Praça Castro Alves, s/n – Centro)
Quando: 14 e 15 de novembro,
Ingressos: Sympla
Fotos Diney Araújo
Teatro
Inscrições para residência teatral “Qualificando a Desordem” vão até domingo
Terminam neste domingo (9) as inscrições para a residência artística “Qualificando a Desordem”, etapa formativa do projeto “Ordem Questionada” do Coletivo Subverso das Artes. Artistas negros a partir de 18 anos, moradores de bairros como Engenho Velho da Federação, Candeal e Santo Inácio, podem se inscrever gratuitamente.
O projeto oferece seis meses de oficinas quinzenais em escrita teatral, atuação, direção, cenografia, música, gestão cultural e comunicação estratégica. Dez participantes selecionados para a residência receberão bolsa de alimentação e transporte. “O projeto é pensado a partir de como podemos sair da mera reflexão e ir para a ação, algo que possa proporcionar algum tipo de mudança”, explica Zaya Olugbala, coordenador do coletivo.
“Queremos acessar esses outros espaços culturais que não estão no centro da cidade, não estão no centro da cultura tradicional”, afirma Laura Sacramento, coordenadora do grupo.
As oficinas serão ministradas por artistas como Onisajé, Diana Ramos, Maurício Lourenço, Clara Matos, Nell Araújo, Ana Paula Potira e Fábio Lucas, garantindo formação prática e diversificada.
A segunda etapa do projeto, “Circula e Questiona”, prevê a criação e apresentação de até três espetáculos nos bairros participantes, promovendo troca cultural e visibilidade para artistas e comunidades.
SERVIÇO:
Inscrições abertas: Residência artística “Qualificando a Desordem”
Até 09 de novembro (domingo)
Público-alvo: Artistas negros, 18+, preferencialmente moradores de bairros marginalizados de Salvador
Formulário: https://forms.gle/GG5VFpxx29dzSvJE8
Contato: ordemquestionada@gmail.com | Instagram: @coletivosubversoo
Teatro
Rainha Vashti estreia no MAM e celebra o teatro de sombras na Bahia
Inspirado no poema homônimo de Myriam Fraga, o espetáculo Rainha Vashti, do Grupo A RODA, estreia no dia 13 de novembro, às 18h30, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). A peça é voltada para o público adulto e usa o teatro de sombras para falar sobre o silenciamento feminino e a fragilidade do poder. A história narra a coragem da rainha persa Vashti, que desobedece o rei e é banida da corte.
Com direção e criação visual de Olga Gómez, a montagem une poesia, música e animação.
“Enquanto a poesia nos torna mais atentos, o teatro de sombras é uma arte dedicada aos sentidos, que permite a participação completa do espectador”, explica Olga.
A narração é da atriz Rita Assemany, que dá vida às personagens.
“O público vai encontrar a beleza de uma história lúdica e mágica. Eu não apenas narro: sou as próprias personagens — rei, rainha e concubinas”, conta Rita.
A trilha sonora é de Uibitu e Amanda Smetak, pai e filha. As composições foram inspiradas nas escalas musicais da antiga Pérsia. Para o grupo, o espetáculo reafirma o compromisso em manter viva a arte milenar do teatro de sombras, presente na trajetória da companhia há quase 30 anos.
SERVIÇO:
Rainha Vashti [Teatro de Sombras]
13 de novembro a 12 de dezembro de 2025
Quintas e sextas, às 18h30 e 20h (em datas específicas)
Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM (Solar do Unhão)
R$ 40 (inteira) | R$ 20 (meia)
Ingressos: Sympla
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