Artes
“Zumbido no Muncab” terá conversas, exposições e Paulinho da Viola
Duas grandes exposições de artes visuais, uma oficina sobre cor da pele, um projeto que aborda a ancestralidade negra, conversa sobre ações afirmativas na área da educação e um show inédito de Paulinho da Viola. Cansou?
Esta é a programação de novembro no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), intitulada “Zumbido no Muncab”. Ela começa no dia 18 de novembro e se estende até 7 de dezembro, com atividades gratuitas no próprio espaço do Muncab, no Centro Histórico. Já o show de Paulinho da Viola, será realizado na Concha Acústica do TCA no dia 25 de novembro, às 19h.
Toda programação no Muncab tem início no dia 18, às 18h, com a abertura de duas exposições: “Salão de Doações”, que reúne telas, esculturas, fotografias e outras obras doadas ao Muncab por artistas como Juarez Paraiso, Emanoel Araújo, Cesar Romero, J. Cunha, Justino Marinho, Graça Ramos, Andrea Fiamenghi e Márcio Lima.
A outra mostra, intitulada “Imagens da Ancestralidade em Tramas da Pele”, é da artista plástica Aislane Nobre, que recorre à fotografia, pintura e bordado para tratar das cores de pele de seus ancestrais.
A oficina “Tramas da Pele”, a partir do dia 22, investiga e busca refletir sobre essa mesma temática – a cor da pele – , porém a partir das tintas comercializadas no mercado artístico nacional. A programação ainda contará com uma Mesa de Conversa no dia 30, às 14h30, tendo como temática “Os desafios da educação e as ações afirmativas”.
Já no dia 7 de dezembro, será lançado o projeto “Nós, Transatlânticos”, idealizado pelo diretor teatral e professor Paulo Dourado, com a curadoria de José Carlos Capinam (presidente da AMAFRO – Associação de Amigos da Cultura Afro-Brasileira), Jaime Sodré (professor e PhD em História da Cultura Negra) e João Jorge Rodrigues (presidente do Olodum). “Nós, Transatlânticos” é um site sobre o legado africano no Brasil e na Bahia.
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Flicaj reforça cultura, ancestralidade e empreendedorismo em Cajazeiras
Um dos bairros mais populosos de Salvador, com mais de 150 mil habitantes, Cajazeiras foi palco da 3ª edição do Festival Literário de Cajazeiras (Flicaj), que ocorreu entre quinta-feira (5) e sábado (7), no Ginásio Poliesportivo. Com o tema “Africanidades Brasileiras e Cultura Periférica”, o evento teve em sua programação palestras, oficinas, lançamentos de livros e apresentações.
Música urbana, culinária, artesanato, graffiti, palhaços, teatro de fantoches, recitais infantis, contação de histórias, tecnologia e acessibilidade foram outros “ingredientes” que deram o “tempero” para que estudantes, crianças e jovens da comunidade pudessem experienciar o que o bairro tem a oferecer.
Realizado desde 2019, o objetivo foi promover o acesso à cultura, incentivando o desenvolvimento literário, com foco nas raízes afro-brasileiras e nas expressões artísticas periféricas, além de fortalecer a identidade local, suscitando o debate sobre cultura e literatura nas comunidades.
“A arte está aqui pra combater várias injustiças”, disparou a atriz baiana Edvana Carvalho, durante a abertura das atividades junto com o também ator Sulivã Bispo e mediação do jornalista Ismael Carvalho. Eles debateram acerca do grande celeiro de literatura e outras artes existentes na Bahia, além de terem cantado e declamado poesia. “A nossa arte é a representatividade do amanhã”, refletiu Sulivã Bispo.
Ancestralidade, comédia e políticas sociais
Rodas de capoeira e performances de dança afro com representantes de blocos afros da capital baiana como Siry Brasil (Rei do Muzenza), Jefferson Santos (Rei do Malê) e Larissa Valéria (Deusa do Ébano do Ilê Aiyê 2024) abrilhantaram a abertura da roda de conversa que celebrou a ancestralidade e a memória histórica do Bloco Afro mais antigo do Brasil. A mesa teve a participação de Valéria Lima, escritora e membro do Instituto Mãe Hilda Jitolu, Antônio Vovô do Ilê e o produtor cultural do bloco, Edmilson Lopes.
Dando continuidade aos debates sobre como as políticas públicas podem ser ferramentas de acesso à educação, o entretenimento, à cultura identitária e o letramento racial, o professor Emiliano José falou sobre legado e manutenção da política social ao lado do professor Lucas Reis e da mediadora Daniele Costa, tendo como base a vida e as obras políticas do político Waldir Pires.
Destaque no cenário da comédia baiana, Matheus Buente conversou ao lado de Naiara Bispo do “Clube Daz Minina” e a cantora trans Nininha, num papo que teve como base esse tipo de entretenimento como ferramenta de crítica social. O trio apimentou o debate de maneira descontraída sobre a maternidade solo, a paternidade responsável, a homofobia, a intolerância religiosa e os dramas urbanos do cotidiano no Brasil.
A oralidade como tecnologia ancestral e de resistência periférica trouxe ao palco do Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras Jenifer Oliveira do Coletivo Zeferinas e Rool Cerqueira com mediação de Negafyah.
A escritora Cássia Valle contou um pouco da sua trajetória ao lado do escritor e mediador Adriel Bispo durante o lançamento de seus livros ” Contos para Erê e ” Heroínas da Liberdade “.
Música como narrativa de afirmação racial
O Grupo Pé de Lata, Sarau do Jaca, os Palhaços do Rio Vermelho, Rachel Reis, Camerata da OSBA, Grupo Ciranda, Coral Açu, Attooxxá e Djonga foram alguns dos grupos musicais que fizeram os jovens e adolescentes da comunidade de Cajazeiras vibrarem com seus ídolos tão de pertinho durante as suas apresentações no palco do Ginásio Poliesportivo.
Cotas raciais e o papel social dos influenciadores digitais trouxe para o público de Cajazeiras a influencer Paloma Barbiezinha, Wendel Muniz do Cajazeiras da Depressão com mediação de Rafaele Libório e Drª Livia Sant’anna Vaz enfatizou a importância das cotas raciais durante o lançamento do seu livro.
“Cajacity entre rimas e melodias” trouxe ao holofote o trabalho desenvolvido por Pivete Nobre, Trampo Raro, Áurea Semiseria e mediação de Esdras Tárcio, falando do olhar da juventude na cena hip-hop sobre o maior bairro da América Latina: Cajazeiras. Cordelistas, oficinas de graffiti e o ritmo do Afrobeat tinham apresentações simultâneas, encantando crianças e adolescentes que tinham seu primeiro contato com essa manifestação cultural.
A conexão da juventude periférica com a arte e literatura contemporâneas teve o papo mediado pela jornalista Luana Assiz e a presença de Camilla Apresentação, a Preta Letrada e Rilton Jr., Poeta com P de Preto.
A Flicajzinha e o pioneirismo cultural de Cássia Valle
A 3ª Edição do Festival de Cajazeiras homenageou a escritora, atriz e diretora teatral Cássia Valle em sua Arena Infantil 2024 – a Flicajizinha.
“Esse espaço foi pensado para a representatividade infantil na literatura negra e nada melhor para homenagear e reverenciar a escritora baiana Cássia Valle”, afirmou Ingrid Paixão de Jesus, titular da Gerência Estadual do Sistema de Bibliotecas Públicas da Fundação Pedro Calmon.
O escritor infantil Yalle Tárique é autor do livro “Diário de Uma Quarentena – Narrativas de Uma Criança na Pandemia” e o livro “Bucame – O pequeno herói”. Ele falou sobre a importância da literatura indígena e africana numa feira ou festival literário no Brasil.
“Ter uma feira literária é um incentivo não só para um grande bairro periférico que é Cajazeiras, mas também dá a oportunidade de levar a literatura para pessoas que muitas vezes não tem oportunidade. Pra mim, é uma honra estar aqui e cada vez mais vamos crescer e vamos fazer arte”, declarou.
Liliane Vasconcelos, uma das idealizadoras do projeto “Escrevivências Afrobaianas, realizado nas instalações do Colégio Estadual Edvaldo Brandão, mencionou sobre a importância de marcar presença na Flicaj 2024 com um grupo de meninas que se constroem em sua identidade racial e letramento poético através da literatura antirracista, divulgadas em espaços de feiras como essa na própria comunidade que elas residem.
A Flicajizinha foi apresentado por Naiara da Hora, apresentadora e atriz do Bonde da Calu e membro do Bando de Teatro Olodum. “É um festival de extrema importância por aproximar toda essa comunidade de Cajazeiras à cultura e à arte com uma programação lindíssima e uma estrutura colorida, acolhedora e fantástica para nossas crianças”, disse.
Os escritores e escritoras do Coletivo Liga do Dendê, idealizado pela gestora cultural Cássia Valle, também fizeram parte da grade de atrações da Arena Flicajinha. Nomes como Paula Britto e Niní Kemba são algumas das escritoras negras que fizeram parte dessa 3º edição da Flicaj. “É um prazer estar aqui na Flicajizinha e poder ajudar as crianças e jovens a se perceberem e se verem nas histórias. Isso é muito significativo pra mim”, concluiu a escritora Paula Brito.
A importância das culturas africanas e afro- brasileiras na formação da identidade infantil foi o tema do diálogo entre a escritora Ana Fátima, a performer de poesia infantojuvenil Duda Santhana e a escritora Niní Kemba Náyò.
A escritora baiana Lorena Ribeiro também lançou o seu livro “O divertido glossário da Jana” na Flicajizinha. O lançamento teve mediação de Taiane Bastos e contou com a presença da escritora Emília Nuñez, ganhadora do Jabuti Infanto Juvenil com o seu livro “Doçura”.
“A abertura da Flicaj foi pura alegria. Ver que em dezembro ainda pulsa literatura nessa cidade me deixa muito feliz. Poder ter lançado duas obras literárias, participar de bate-papos incríveis e ainda promover intervenção poética com o Bonde da Calu foi maravilhoso”, vibrou a escritora e multiartista baiana, Cássia Valle.
Africanidades brasileiras e suas potências literárias e corporais
Entre apagamentos e resistências, a escritora Luciany Aparecida, nascida no Vale do Rio Jiquiriça, reside atualmente em Salvador e dialogou sobre a trajetória de mulheres negras na literatura na Arena Flicaj ao lado das escritoras Helena Nascimento, fundadora do projeto Baobá de Histórias e tiveram como mediadora Karou Dias.
“A importância das festas literárias e das feiras literárias na Bahia e em todos os lugares é proporcionar espaços de diálogo, onde o público possa ter encontros com textos literários que nos possibilitem a pensar a sociedade de modo mais amplo, mais inclusivo, refletindo sobre o racismo e o machismo. A perspectiva da literatura em criar um cenário imaginário de liberdade, antirracista, é uma estrada sem volta pra que a gente possa avançar e ter um trabalho literário que trate destas perspectivas”, acrescentou a autora dos livros Mata Doce, Quarentena em Quarentena, Macala e Joanna Mina.
A professora e multiartista cachoeirense, Giselli Oliveira, mediou a roda “Diálogos sobre a acessibilidade na cena cultural da Bahia” ao lado de Dandara Rodrigues e Jonas Gustavo. “Sou de Cachoeira e lá temos a Flica, uma das grandes festas literárias do Norte Nordeste, onde participo de diversas formas ou como artesã ou como apresentadora e poeta. Para mim, participar de eventos como a Flicaj é de extrema importância por ser uma mulher preta e pessoa com deficiência. Tendo um corpo político, preciso ocupar estes espaços”, afirmou.
Para a multiartista, é preciso ocupar estes espaços para que temas como acessibilidade se torne real e não apenas uma teoria. Inclusive neste evento da Flicaj, a escritora enfrentou dificuldades em relação à acessibilidade compreendendo que nós estamos em construção social ainda, “engatinhando” quando o assunto é o anti-capacitismo e o acesso a eventos e equipamentos culturais pelo Brasil.
“A nossa dança é uma dança política, ancestral. É uma dança que nos representa, é a nossa herança e nos resgata”, enfatizou Jéssica Santana, dançarina profissional, coreógrafa e professora da Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb). Para ela, as apresentações culturais de dança afro-urbanas são um ato de resistência e é de extrema importância expandir as apresentações de dança afro-urbanas e africanas.
Gleice Ferreira, atriz e escritora indígena que mora em contexto urbano, participou da Flicaj e dialogou sobre a Literatura Indígena Contemporânea. “O apagamento indígena ainda é muito grande. A política de genocídio e etnocídio ainda quer nos calar, nos silenciar. A nossa participação nessas feiras é a gente ecoando a nossa rotina diária de luta. Cada um de nós somos uma floresta em pé” , declarou Gleice, da etnia Xucuru Kariri. Ela participou da mesa literária “Narrativas indígenas contemporâneas na Literatura Brasileira” ao lado do escritor infantojuvenil Yalle Tárique com mediação de Jade Lobo.
O Espaço Casa do Governo também proporcionou o fortalecimento da cultura identitária e a ampliação de acesso às políticas públicas sociais para a comunidade de Cajazeiras durante a Flicaj 2024. Com encontro de Fanfarras, intermediação de mão de obra, exposição de projetos estruturantes da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, a presença do “Zé Gotinha” através da Secretaria de Saúde da Bahia, o CrediAfro, o EGBA e o bate-papo com a cineasta Marise Urbano com o tema “Cinema Periférico” com exibição de documentários pela Funceb, a Flicaj 2024 proporcionou serviços gratuitos à população de Cajazeiras e adjacências.
“A presença do programa Corra Pro Abraço é justamente apresentar o nosso objetivo para a comunidade, acompanhar e dar apoio e suporte às famílias que têm jovens que são usuários de drogas com auxílio jurídico, equipe multidisciplinar com psicólogos, cursos profissionalizantes e registros de documentos de identidade. Estar aqui é humanizar as políticas públicas sociais para aproximar as pessoas de seus direitos civis como cidadãos na Bahia”, enfatizou Marcos Vinícius, membro da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADES).
A Flicaj encerrou suas atividades no sábado (7), abrindo o dia com a mesa literária “Entre apagamentos e resistências, a trajetória de mulheres negras na literatura brasileira”, com Helena Nascimento, Luciany Aparecida e Karou Dias na mediação. Pela tarde, teve o lançamento do livro “PombaGira, a Entidade Silenciada”, de Ana Mametto, além da mesa literária “Processos criativos afetivos na escrita de corpos dissidentes”, com Linn da Quebrada, Ryane Leão e Ana Mametto mediando. A mesa literária “Dinâmicas de escrita e oralidade para potencializar os direitos humanos no Brasil”, com Erika Hilton, Thiffany Odara e Bruno Santana foi muito aguardada. Por fim, o show de Djonga encerrou esta 3° edição do festival.
Matéria de Ana Paula Nobre (DRT/BA 3638) e Patrícia Bernardes (SRTE 4392 /BA)
Fotos: Elis Regina Sodré
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Conexões Ancestrais: Luma Nascimento e as Jóias de Crioula
A exposição “Dona Fulô e Outras Joias Negras” propõe resgatar memórias e celebrar a ancestralidade negra através das Jóias de Crioula, peças carregadas de significado cultural e histórico. A união desses dois tempos é representada também por uma de suas protagonistas, Luma Nascimento, artista visual multidisciplinar e modelo que dá vida às obras de arte.
“Nós sabemos que, ao longo das nossas afro-histórias, tivemos nossos verdadeiros nomes de descendências de pessoas nascidas no Brasil apagados e substituídos por nomes de fazendas ou ‘supostos donos de terra’. Ao mesmo tempo, essa confusão do tempo demarca uma possível conexão a partir da contagem dos nossos segundos nomes. Ao me encontrar nesse lugar de estar entre uma das primeiras a usar as jóias de Dona Florinda do Nascimento, pude sentir em corpo que a ligação do espaço-tempo é um detalhe tecido em vários planos. Mesmo que não sejamos parentes, sei que alguém, há muito tempo, desenhou em gestos de ouro, movimentos que traçaram possibilidades para a existência étnica de pessoas de pele escura como eu. Me sinto honrada em saber que nossas trajetórias se comungam de tão perto, comprovadas por um sobrenome que, ao mesmo tempo em que causou desmemória, foi pista para um possível encontro ancestral no presente”, destacou.
Luma, que também é reconhecida por sua produção artística e trabalhos como diretora de arte e diretora criativa, além do envolvimento em projetos importantes como a participação no núcleo de desenvolvimento da lei que instituiu a Política Estadual de Fomento ao Empreendedorismo de Negros e Mulheres na Bahia, desenvolvida pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos de Comunidades Tradicionais (SEPROMI), e por atuar como vice-presidenta do tradicional Bloco Afro Os Negões, aceitou o desafio com entusiasmo. Ela enxergou na experiência uma oportunidade de se conectar ainda mais profundamente com seus laços de memórias.
Além de homenagear as mulheres negras que foram pioneiras em suas lutas e expressões culturais, a exposição “Dona Fulô e Outras Joias Negras” convida o público a repensar o conceito de luxo, ressignificando-o a partir de uma ótica de resistência e beleza ancestral.
A multiartista está atualmente em residência artística com o Instituto Sacatar, a primeira residência artística internacional no Brasil, atualmente sediada na Ilha de Itaparica. Lá, ela irá aprofundar seus conhecimentos através das linguagens dos movimentos e das sociedades alternativas organizadas por pessoas pretas, entrelaçando suas vivências e experiências pelo mundo. Nessa investigação, Luma utiliza experimentação corporal, fusão de vidro, modelagem manual e o tear de contas e miçangas. A residência segue até janeiro do próximo ano.
Sobre a artista
Luma Nascimento é artista multidisciplinar, diretora de arte e pedagoga formada pela Universidade do Estado da Bahia. Nascida no Monte Belém de Cima, Dique dos Orixás, e criada em Paripe, Subúrbio Ferroviário de Salvador, a artista também estudou sopro e manipulação de vidro em Pretória, África do Sul, na Glass Forming Academy, e é a criadora da “Lemoriô – Ilê de Miçangas”. Atualmente, é vice-presidenta do tradicional Bloco Afro Os Negões e participou da residência artística CAPACETE + MAM Rio 2020, onde publicou o capítulo “Me Despache_Pra Frente” no livro “Esses Seres Vivemos”, Residências MAM 2020.
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Boca de Brasa apresenta arte, cultura e afirmação no Teatro Módulo
A Escola Criativa Boca de Brasa ICEAFRO Gantois, chega ao Teatro Módulo, no próximo dia 10 de dezembro, com uma mostra que reúne dez projetos selecionados na Bolsa Estímulo Eu Sou Boca de Brasa. A Escola promete uma programação rica e diversificada, com produções audiovisuais, performances artísticas, música e relatos de experiências.
Os projetos integrantes desta edição terão no evento um espaço para o lançamento dos resultados. O curta “Amoré”, filme de estreia de Bela Leal, clipes de Rose Ratinha com sua Orquestra de Timbal Feminina Performática, o curta-documentário “Costurando com Axé”, de Dyego Santz, o fotolivro “Íròkò”, de Herbert Fernandes, a exposição fotográfica “500 tons” de Rainha Kristina e a leitura dramática do roteiro Se Amam de Qualquer Maneira, de Cristina Leifer.
Também será uma oportunidade de trocas e relatos de experiências sobre eventos culturais territoriais apoiados como: Encanto de São Lázaro no encanto de 20 de Novembro, realizado por Maria de São Lázaro em parceria com as lideranças do bairro e o Grupo de Mulheres do Alto das Pombas (GRUMAP), a performance de dança afro de Nut.Kassia fruto do 1º Congresso de Danças Negras: Vozes dos Palmares; e como resultado do FestNegro temos o projeto Encantando a Quebrado. Um desfile com modelos vestindo as estampas da Serigrafia Quilombista de Pedro Maia encerra a noite.
A noite será marcada pela apresentação dos trabalhos construídos com o aporte técnico-financeiro viabilizado pela Bolsa Estímulo Eu Sou Boca de Brasa, que além de um valor em dinheiro também ofereceu 16h de mentorias no sentido de profissionalizar as carreiras dos contemplados. A Escola Criativa liderada pelo ICEAFRO conta com a coordenação artística de Valdineia Soriano, atriz do Bando de Teatro Olodum e atualmente integra o elenco das novelas da Rede Globo. Ela estará presente no Boca de Brasa Apresenta e será a Mestre de Cerimônia do evento.
Essa ação é resultado da Escola Criativa Boca de Brasa ICEAFRO Gantois, por meio do termo firmado entre a Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda, Prefeitura Municipal de Salvador, e o ICEAFRO, através do Edital Polos Criativos Boca de Brasa.
Serviço:
Evento: Boca de Brasa Apresenta – Polo Federação
Data: 10 de dezembro de 2024
Horário: 17h
Local: Teatro Módulo, Pituba, Salvador
Entrada: Franca