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Artes

Orixás como heróis ganharão histórias completas após campanha coletiva

Jamile Menezes

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contosdeorunaiyehugocanutoSabe os heróis da Marvel? Thor, Capitão América, Homem de Ferro…agora eles darão lugar a Xangô, Ossain, Ogum, Iemanjá e outras divindades do panteão iorubá. A idéia é do quadrinista baiano, Hugo Canuto, que já esteve aqui no Portal apresentando suas artes pioneira – começando com a “The Orixas”, uma releitura da capa de “The Avengers”, clássico de Jack Kirby – co-criador da Marvel.

Até então eram só capas, agora elas ganharão cenários, cidades, histórias completas. E o primeiro orixá a ter sua história contada será Xangô – o que clama por justiça e a faz, segundo a crença de matriz africana. Ela estará na série Orixás – Contos de Òrun Àiyé. Serão 80 páginas, inicialmente.

“Estou com um roteiro pronto e o segundo em produção. Mas ainda continuo pesquisando, mexendo neles. A primeira história é com Xangô, sou fascinado, a história dele é muito completa. É um dos orixás que mais fascinam, por estar entre a lenda e o registro histórico, assim como a personalidade marcante” – Hugo Canuto

 

As pesquisas do quadrinista, que é daqui de Salvador, vão desde literaturas especializadas na temática a consultorias com pesquisadores e religiosos do Candomblé. “Penso serem os quadrinhos uma linguagem diferente das que estamos acostumadas para a construção de história que envolva a história e cultura afrobrasileira. Conheço Hugo há algum tempo, ele se mostrou muito preocupado em saber mais sobre a mitologia yorubana, indiquei alguns autores, enviei alguns textos. Temos conversado, Hugo tem um traço muito lindo”, ressalta a professora de História na rede pública estadual e municipal de ensino, Miriã Fonseca, que tem auxiliado Hugo em suas pesquisas.

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Hugo Canuto está em Salvador, mas mora em São Paulo. Mas ele já entendeu que seu trabalho vem o reaproximando cada vez mais de sua terra natal. “Os Contos tem resignificado minha relação com Salvador, uma cidade que, apesar de amar, é extremamente desigual e violenta com seu próprio povo, com a cultura…que oprime o que ela tem de mais bonito, mais verdadeiro, a herança afro-baiana. Esse trabalho também é, de maneira modesta, uma homenagem e uma busca por valorizar nossas melhores aspirações como coletividade”, afirma.

Financiamento

Mas para que esse sonho se torne real e atenda às expectativas dos mais de 2 mil fãs que já seguem a Fanpage do projeto, Canuto lançou campanha de financiamento coletivo para cumprir as seguintes metas: Criação (pesquisas, roteiro, desenho, pinturas, tratamentos finais), Editoração (fechamento, numeração, tradução), Publicação e Distribuição.

E quem ajudar a cumprir cada uma delas ou todas, terá recompensas: camisetas com artes da série, postais e marcadores de livro, a HQ A canção de Mayrube – do próprio Canuto -, páginas originais exclusivas e personalizadas com as artes. Para tudo isso, Canuto e mais dois parceiros deste projeto – o artista plástico, Marcelo Kina e o animador Pedro Minho – pretendem alcançar a meta de R$12mil.

Quanto às capas já produzidas por Hugo até então e com diversos compartilhamentos, comentários e curtidas na Rede Social, você já pode ver: Elegbá, Ogum, Yemanjá, Xangô, e a primeira, Orixas, com outras divindades africanas.  Estas artes – em tamanhos diversos – estão dentre as recompensas.

contosdeorunaiyehugocanutoEntrega

Com a meta cumprida, a equipe pretende concluir os trabalhos em junho de 2017. Todo o andamento será divulgado pela página oficial do projeto e no próprio site da campanha. O projeto contempla ainda um conteúdo especial: além das histórias, terá a Galeria com Artistas, são desenhistas, quadrinistas, designers que serão convidados a também integrarem as recompensas com seus trabalhos.

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Estão dentre estes: os baianos Flávio Luíz Nogueira (O Cabra, Aú o Capoeirista), Oliver Borges (Aurora Comics), Ricardo Cidade, Bruno Marcello, Daniel Cesart, Neo Robatto e Pedro Júnior, além de Rafael Oliveira, Jefferson Costa, Hari Jan, Mikael Quites, e outros e outras que Canuto convidará ao longo da campanha.O Ricardo Cidade, por exemplo, vai fazer uma Yemanjá, no traço dele mas dentro do estilo do projeto. Já o Oliver Borges vai fazer um Ogum lutando, no estilo dele. Outros profissionais da área serão convidados ao longo da campanha.

Então, agora é conferir a página da Campanha, confirmar seu apoio e acompanhar todas as metas! Vai lá: Campanha Orixás – Contos de Òrun Àiyé.

Fotos: Divulgação

Artes

Artista soteropolitana Eva de Souza tem obra imortalizada na Suíça com bordado político “Zamambaia”

Iasmim Moreira

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Eva de Souza

A artista Eva de Souza, nascida em Salvador, acaba de conquistar um marco histórico em sua trajetória artística: sua obra têxtil “Zamambaia: a testemunha silenciosa” passa a integrar o arquivo público Cantonale, em Berna, na Suíça. A escolha se deu por meio de um processo de seleção rigoroso que visa preservar obras de relevância para as futuras gerações.

Radicada na Suíça há mais de 30 anos, Eva é suíço-brasileira, mas leva com orgulho suas raízes soteropolitanas, que marcam profundamente sua produção artística. Atriz, ativista e artista plástica, ela utiliza o bordado político como ferramenta de denúncia e elaboração artística, transformando linhas e tecidos em poderosos manifestos visuais.

Eva de Souza

Foto: Divulgação

A obra “Zamambaia” é um tributo à resistência diante das violências cotidianas, especialmente contra corpos negros e femininos. Com forte inspiração nas dores da humanidade, o bordado denuncia o racismo estrutural e a violência de Estado, ao mesmo tempo em que exalta a natureza como testemunha e força vital.

“Esse é o meu protesto contra as desumanidades, o esquecimento e o abandono. Zamambaia ilustra o racismo estrutural e a violência contra a mulher negra que perdura por gerações. A cada linha, um traço de pensamento e a construção de um desenho de ativismo”, afirma Eva.

Com formação em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Eva também é mestre em Gestão Cultural pela Universidade de Basel, em Berlim, e tem especialização em Mediação e Conflito pela Universidade de Berna. Sua trajetória começou nos palcos e galerias de Salvador, expandindo-se para exposições na Alemanha, Suíça e outros países europeus.

Eva de Souza

Foto: Divulgação

A artista celebra o reconhecimento internacional como um passo simbólico para as vozes e narrativas vindas da diáspora.

“Me orgulho por representar o Brasil na Europa com trabalhos que contribuem para um cenário artístico plural e diverso. Agora, me consolidei não apenas como uma artista suíço-brasileira, mas como uma artista imortal”, destaca.

Para conhecer mais sobre o trabalho de Eva de Souza, acesse seu portal oficial ou siga o perfil @evadesouzabluewin.ch nas redes sociais.

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Artes

Artista cabo-verdiana Daja Do Rosário promove oficina gratuita sobre corpo e memória

Iasmim Moreira

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Daja do Rosário

Salvador recebe entre os dias 10 e 18 de maio, a artista visual cabo-verdiana Daja Do Rosário para uma série de atividades que unem arte, ancestralidade e ecologia. A oficina principal, com o nome “Corpo – Indumentária / Transe”, será gratuita e tem vagas limitadas, acontecerá nos dias 14 e 15, das 14h às 17h, na Casa do Benin e no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BA).

O projeto propõe uma vivência colaborativa que combina práticas ancestrais com arte contemporânea. Os participantes serão convidados a criar esculturas-indumentárias a partir de fibras vegetais, como a ráfia, explorando o corpo, a memória e os gestos como forma de escuta e reverência à ancestralidade africana.

A experiência é destinada a artistas afrodescendentes que atuam em diferentes linguagens: artes visuais, arte têxtil, dança, performance, literatura, música, práticas de cura, escultura, saberes culturais e educação. As inscrições são feitas exclusivamente online, através do FORMULÁRIO

Resultado da experiência coletiva

Durante a imersão, 15 participantes em cada instituição desenvolverão peças únicas, simbólicas e pessoais, que ao final serão reunidas em uma grande escultura coletiva — um “corpo-fractal” que preserva as individualidades e promove um campo comum de diálogo e pertencimento. Além da inscrição, os participantes são incentivados a levar fibras e tecidos naturais que possam ser incorporados à criação.

Sobre Daja do Rosário

Daja Do Rosário é uma artista visual cabo-verdiana que utiliza sua obra para afirmar sua identidade como mulher afrodescendente. Crescida no sul da França, distante de suas raízes culturais, ela transforma sua trajetória pessoal em uma narrativa coletiva sobre as diásporas africanas. Através de autorretratos e esculturas com materiais reaproveitados — como ráfia, sacos, búzios e tecidos —, Daja combina tradição e contemporaneidade, criando composições que recontam histórias apagadas da África e reivindicam uma identidade plural, ancestral e politizada.

Daja do Rosário

Foto: Divulgação

 

SERVIÇO: 

O que: Oficina “Corpo – Indumentária / Transe”, com Daja do Rosário

Quando: 14 e 15, das 14h às 17h;

Onde: Casa do Benin e no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BA);

Valor: Gratuito;

Inscrições: através do FORMULÁRIO.

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Artes

CAIXA Cultural recebe exposição em homenagem a Jayme Fygura

Iasmim Moreira

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Jayme Fygura

A CAIXA Cultural Salvador abre ao público, a partir desta terça-feira (15), a exposição póstuma Jayme Fygura: De Corpo e Alma, que presta tributo ao artista plástico, poeta e performer Jayme Fygura, um dos nomes mais emblemáticos da cena cultural soteropolitana. A abertura oficial acontece na noite do dia 15, às 19h. A visitação segue até 6 de julho, de terça a domingo, das 9h às 17h30, com entrada gratuita.

A mostra é realizada pela Ernesto Bitencourt Galeria de Arte e tem curadoria do artista e pesquisador Danillo Barata. No espaço expositivo, o público poderá conhecer 32 pinturas em acrílico sobre tela e 23 objetos emblemáticos — entre esculturas em ferro, cabeças, falos de Exu, manuscritos e figurinos usados em performances do artista.

Jayme Figura

Foto: Daniel Lisboa

Também integram a exposição projeções audiovisuais e o documentário Sarcófago, dirigido por Daniel Lisboa, que mergulha no universo criativo de Fygura. Outro destaque é a exibição inédita de um show performático do artista, registrado pelo mesmo cineasta, além de recursos sonoros produzidos pelo próprio Jayme, como sua característica caixa de som.

“Suas esculturas, máscaras e pinturas exploram o corpo como território da violência e da reinvenção”, afirma o curador Danillo Barata. “Ao utilizar materiais reciclados e detritos urbanos, Jayme subverte a precariedade em potência criativa, tensionando a percepção do corpo negro e das estruturas de poder.”

A paleta de cores predominante nas obras — com tons de dourado, vermelho e azul — remete à simbologia das religiões de matriz africana, em especial aos orixás Obaluaiê e Exu, referências recorrentes no trabalho do artista.

Para o colecionador Ernesto Bitencourt, responsável pela preservação da obra de Fygura, a mostra é um reconhecimento da importância do artista para a arte contemporânea brasileira. “Jayme transformou dor em arte. Sua produção é um testemunho da força da cultura afro-brasileira e da resiliência diante das adversidades.”

Um legado de resistência

Jayme Fygura, conhecido como “o homem da máscara de ferro”, construiu uma trajetória artística marcada pela experimentação estética e pela crítica social. Explorando pintura, escultura, performance e indumentárias, ele articulou em sua obra elementos de ancestralidade, espiritualidade e política, sempre com forte apelo visual e simbólico. A máscara, um de seus principais signos artísticos, funcionava como instrumento de denúncia, proteção e afirmação, ressignificando o corpo negro como espaço de resistência. Jayme faleceu aos 64 anos de idade, em Salvador no domingo, 26 de novembro de 2023.

Programação educativa

Além da exposição, o projeto inclui ações educativas, como oficinas de criação de instrumentos musicais com materiais reciclados. Estudantes da rede pública de ensino participarão de visitas guiadas, com o objetivo de fomentar a reflexão sobre identidade, pertencimento e criatividade por meio da arte.

A exposição conta com recursos de acessibilidade, como interpretação em Libras, audiodescrição e placas em braile.

SERVIÇO

Exposição póstuma – Jayme Fygura: De Corpo e Alma
Local: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro
Visitação: 16 de abril a 6 de julho de 2025
Horário: Terça a domingo, das 9h às 17h30
Entrada gratuita
Informações: (71) 3241-4200 | Site CAIXA Cultural | @caixaculturalsalvador
Classificação indicativa: Livre

 

 

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