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Juliana Ribeiro fala de carreira e da “Preta Brasileira”
A Preta Brasileira é essa mulher negra contemporânea, que dá conta de várias funções como ser mãe, mulher, autônoma e, no final do dia, é capaz de fazer suas próprias escolhas e ser altiva apesar de tantas demandas”.
Assim a cantora Juliana Ribeiro define seu show “Preta Brasileira”, que integrou, na noite do último sábado (19), a programação do Festival A Cena ta Preta, no Vila Velha.
A canção “Preta Brasileira” traz, em sua letra, a mulher negra contemporânea, inspirada na própria vivência da artista.
O show, com direção artística e concepção de Juliana Ribeiro e direção musical de Marcos Bezerra, uniu linguagens artísticas diferenciadas.
Teve música, teatro, audiovisual e poesia. “Faço questão de agregar meus parceiros poéticos que me inspiram, como Cecília Meireles. No audiovisual, toda cenografia é composta pela exposição “A cor do invisível” de Gal Meireles, antropóloga que trabalha com marisqueiras do recôncavo baiano. Aqui mostro a atualidade das mulheres negras do nosso interior, que é tão diversa e que pode ser contemplada através da Preta Brasileira”, diz Juliana.
O show estreeou no verão do ano passado e já levou a diferentes palcos as artistas, |Iracema Kiliane do Ilê Aiyê, Ana Mametto, Di Ribeiro (Brasília) e a cantora Lia Chaves, que participou do show no Vila. Na ocasião, ambas homenagearam a sambista, Clementina de Jesus.
“Sempre quero trazer a arte pra dentro da minha música e Preta Brasileira
me deixa muito feliz, pois tem conseguido concretizar essa minha vontade”.
Sobre o Festival A Cena Tá Preta, a artista é certeira: “Só de pegar uma expressão negativada (“A cena ta preta) e positivá-la, levando-a ao palco, isso já é essa vanguarda. Fazer parte disso é um sonho, sempre acompanho, vou e freqüento o Teatro Vila Velha. Estar lá, e ver várias pretas brasileiras na platéia confirma que o festival é tão vanguarda quanto a preta brasileira”, enfatiza.
“Ele me instiga: a mecha loira, que agora é vermelha, será azul. Ela tá sempre se metamorfoseando, e o artista não pode estacionar nunca. Agora é a hora de mexer, e estou mexendo nestas referências, trazendo outros lados”, diz.
O show Preta Brasileira marca, para Juliana Ribeiro, uma nova fase: a de renovação de sua carreira, que já registra 15 anos. “Há uma grande transformação em vários aspectos, tanto no cenário, quanto em minha construção enquanto artista. São vários desejos, canções e sensações que sempre quis imprimir e, com o “Preta Brasileira””, posso fazer”, diz.
O Clipe
Para divulgar o seu novo trabalho e ampliar o alcance do debate que ele traz, Juliana lançou este ano o clipe “Preta Brasileira”, no qual convida mulheres negras do cenário cultural, político de Salvador (veja aqui). “O clipe traz a ideia de que ser negro é ser diverso. Nele há varias formas de ser mulher e negra sem o clichê. Temos que entender que é nosso direito nos expressar da forma como a gente se vê: cabelos trançados, black, vermelhos. A ideia é poder levar essa linguagem de negritude para um número maior de pessoas”, afirma.
O clipe vem sendo trabalhado em escolas públicas na cidade, para onde Juliana tem levado a discussão de gênero e raça a partir do vídeo.
“Existem muitas negras que não conseguem se afirmar enquanto tal. Se esta pessoa do outro lado até então não teve essa coragem e, com o clipe, enxergar alguém como ela, já terá valido a pena. Pessoas tem me retornado, dizendo que conseguiram se afirmar depois de ver o clipe. Ou seja, ele está fazendo seu papel para além da arte”.
Juliana Ribeiro tem apresentações já agendadas para 2017, registre:
Todas as quartas de Janeiro, no Teatro SESI RIO Vermelho, com o Show “Na Batucada da Vida”.
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Matriarcas da Pedra de Xangô escolhem os 15 novos guardiões
A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, Ângela Guimarães, recebeu, nesta quarta-feira (28), o título de Guardiã do Parque Pedra de Xangô. A honraria foi concedida pelas Matriarcas da Pedra de Xangô, grupo de sacerdotisas responsáveis pela salvaguarda e proteção do rochedo considerado sagrado pelos religiosos de matriz africana em Salvador.
“É uma emoção e grande responsabilidade ser agraciada com o título. Assumo o compromisso pessoal e institucional com o enfrentamento do racismo religioso e a manutenção dos nossos territórios sagrados”, destacou a titular da Sepromi.
A entrega da condecoração integrou a programação da Cerimônia da Fogueira de Xangô, ritual que reverencia as divindades do fogo e fortalece a rede em defesa desse patrimônio cultural afro-brasileiro, localizado na Avenida Assis Valente, no bairro de Cajazeiras.
De acordo com as Matriarcas da Pedra de Xangô, os 15 novos guardiões foram escolhidos em função dos “relevantes serviços à cidade, a cultura, à população negra, ao Povo de Axé, às comunidades tradicionais e, em especial, ao processo de implantação, manutenção e gestão do equipamento de apoio do Parque Pedra de Xangô”.
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Associação celebra Dia Internacional do Reggae no Pelô
A Associação Cultural Aspiral do Reggae vai celebrar o Dia Internacional do Reggae – 1º de julho. A festa será na Casa Cultural Reggae (Rua do Passo) e contará com um time de artistas, djs e banda de reggae pra animar o público. Esta é a 7ª edição dessa celebração e terá shows do veterano Kamaphew Tawa & banda Aspiral do Reggae, Dj Maico Rasta, Fabiana Rasta, Jo Kallado ,Vivi Akwaba, Jadson Mc, Bruno Natty, Ras Matheus e Makonnen Tafari.
O Brasil é o segundo país do mundo que mais consome reggae, uma data definida pela jamaicana Andrea Davis, inspirada no discurso de Winnie Mandela em Kingston, Jamaica, em 1992.
“O Reggae tem sido uma grande influência nas raízes culturais e musicais da Jamaica e do mundo, misturando instrumentos africanos e europeus como violão, bongô e banjo, e criando as bases para o gênero. Ele inspirou milhares a seguirem a filosofia da cultura Rastafari, dando origem a figuras icônicas como Bob Marley, Jimmy Cliff, Peter Tosh, Toots & The Maytals, entre outros”, pontua a dirigente da Associação, Jussara Santana.
O ritmo também foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco, em 2018, por conta do seu papel sociopolítico e cultural. A celebração será neste sábado (01/7), aberta ao público, das 18h às 23h30.
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Vai rolar segunda edição da festa #Ghettos no Bombar
Nesta sexta (30), o Bombar no bairro do Rio Vermelho em Salvador vai receber a segunda edição da festa Ghettos edição Salcity X Guiné- Bissau, idealizada pelo produtor, Uran Rrodrigues.
“Os sons de dois dos principais centros urbanos do mundo se encontrarão na mesma pista em celebração as nossas potencialidades numa mistura musical altamente dançante e identitária” conta Uran.
Diretamente de Mirandá, gueto do Guiné, o músico, cantor e Dj Eco de Gumbé apresentará suas performances no melhor do afrobeat, dialogando com o set do dj, produtor musical e co-criador do Coletivo Trapfunk&Alivio, Allexuz95 do Nordeste de Amaralina. Ele promete beats certeiros com trap,funk e pagodão baiano.
Do Pelourinho, Akani retorna à festa trazendo o seu groove e os remixes mais potentes da cena, abrindo as portas para sonzeira de Dricca Bispo com as autorais, como “Saudade” e os covers de Sem Pause e Inevitável.
Dricca Bispo, dançarina de Castelo Branco, já conhecida das pistas, apresentará sua nova versão como cantora. Vai rolar ainda feat especial com Felupz, que se prepara para lançar Razga com beat produzido por Doizá.
Couvert artístico R$ 25.