Literatura
Milsoul Santos apresenta seu primeiro livro “Pássaro Preto”


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Ele é soteropreto e mora em terras cariocas. Ele é músico, poeta, escritor e está em plena realização enquanto tal. É que ele acaba de lançar seu primeiro livro “Pássaro Preto”, no Centro Cultural de Londrina, no Rio. Antes, no início do mês, o lançamento foi em Santo Amaro, interior da Bahia. Ele é Milsoul Santos, que compartilha nesta obra suas vivências e inspirações – que vão de 1995 até 2016. São mais de 10 anos de trajetória “músico-literária”, digamos assim.
Seus 31 textos/poemas são marcados com cenas do cotidiano da população negra brasileira. Lá tem temas como solidão, valorização da mulher negra, masculinidade do homem negro, extermínio, lutas e fé. Em “Pássaro Preto”, Milsoul provoca, mas aponta saídas. Segundo o escritor, os textos propõem uma auto revisão. “É educar minha própria masculinidade e o meu ser macho, sem ferir o ser fêmea nem a feminilidade”.
Agô
Quem não souber usar Agô,
peça licença.
O limite é o céu da consciência.
Aprender a aprender é melhor que saber,
gratidão é a palavra que nos representa.
Acordo cedo,
durmo tarde,
isso não é novidade,
quem é de correria,
quem madruga,
é quem sabe
o preço que se paga pela honestidade,
as manhas
e a flexibilidade.
Agô pra fazer seu pensamento pensar,
Agô pra fazer seu sentimento sentir,
Agô pra deixar umas palavras aqui
Agô pra falar de amor.
“O livro surgiu depois da minha experiência, relativamente nova, com a poesia. Comecei a fazer poesia, casualmente, no Sarau Bem Black, em 2012. Mas foi no rap, em 1995, quando eu era MC do grupo Umkhonto – Nordeste de Amaralina, que minha escrita conheceu o público e “Pássaro Preto” era uma das nossas músicas”, conta o poeta.

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O grupo findou em 2007 e, nos 12 anos que lá esteve, Milsoul fortaleceu “Pássaro Preto”, letra que passou a acompanhá-lo onde fosse. “Fiquei só na escrita e apareci na cena fazendo o velho Rap Pássaro Preto, sem batida, e o pessoal começou a me chamar de poeta. Gostei da ideia e aqui estou. Os textos do livro são vivências novas e velhas a partir disso”, diz.
“Para um negro, cria de favela, lançar um livro é foda! Você provoca uma reflexão deprimente, você entende o que fizeram para que sua gente não avançasse; você entende, na própria pele, como é que isso funciona e o que mais dói, é você não encontrar apoio em quem você esperava encontrar. Isso te deixa triste e você caminha e resiste porque seu desejo é mais forte que tudo. A vida acaba lhe mostrando que tem muita gente com você, apostando em você e apoio deixa de ser problema”.
No dia 29 de novembro, Milsoul lançará “Pássaro Preto” no Sopapo Poético, em Porto Alegre (RS). Milsoul recita aqui seu “Pássaro Preto”, assista!

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Literatura
Projeto “Literatura de Erê 2025” oferece oficina gratuita para educadores

A Oficina “Contação de Histórias Pretas – Literatura de Erê 2025” está com inscrições abertas para educadores, artistas e interessados em fortalecer práticas educativas a partir da oralidade e da literatura negra voltada à infância. O projeto acontecerá de forma gratuita entre os meses de agosto e outubro, com três edições presenciais nos bairros de Nova Brasília de Valéria, Pirajá e outro local a ser confirmado. São 20 vagas por turma.
Idealizada pela educadora e contadora de histórias Niní Kemba Náyò, a oficina é uma das formações oferecidas pela plataforma LiteAfroInfantil, criada em 2018 para promover ações culturais e pedagógicas baseadas na literatura africana e afrodiaspórica para as infâncias. Desde sua criação, o projeto já impactou centenas de educadores com recomendações de livros, vídeos e formações presenciais e online, com mais de 41 turmas formadas apenas durante a pandemia.
Com linguagem acessível e metodologia própria, a oficina une literatura, ancestralidade e oralidade africana, resgatando valores civilizatórios negros e promovendo o fortalecimento da identidade de crianças pretas. “A contação de histórias é uma das formas mais antigas de ensinar valores, cultivar memória e construir identidade cultural. Nossa oficina amplia o repertório de quem educa e cuida da infância preta”, afirma Niní.
Em 2024, o projeto voltou ao presencial formando 30 educadores através do edital Vozes Culturais da Bahia, e agora chega aos bairros de Salvador com apoio do edital Territórios Criativos – Ano II, da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Ministério da Cultura.
SERVIÇO
O quê: Oficina “Contação de Histórias Pretas – Literatura de Erê 2025”
Onde: Nova Brasília de Valéria (agosto), Pirajá (setembro) e outro local a definir (outubro)
Vagas: 20 por edição
Quanto: Gratuita
Inscrições: Link na bio do Instagram @ochpliteraturaere
Literatura
Escritora Ana Cecília participa do Festival Pôr do Sol da Literatura em Itapuã

A escritora e psicóloga Ana Cecília, um dos nomes em ascensão na cena literária baiana contemporânea, está entre as atrações confirmadas da 20ª edição do Festival Pôr do Sol da Literatura, que acontece nos dias 12 e 13 de julho, no bairro de Itapuã. Nascida e criada no território que sedia o festival, Ana retorna à sua terra natal com sua escrita potente e afetiva, marcada por memórias, ancestralidade e resistência.
Autora do livro Nossa Pele e membro da Academia de Cultura da Bahia, Ana Cecília vem conquistando leitores em todo o estado com sua poesia visceral e transformadora. Seu novo livro, Preta, será lançado em agosto pela editora BFK Books e promete ampliar ainda mais sua presença no cenário literário nacional. Enquanto isso, ela segue com uma intensa agenda de eventos, tendo participado recentemente de festivais, feiras, bienais e encontros literários em diferentes cidades da Bahia.
“É uma emoção e uma honra muito grande estar participando do Festival no território de onde venho, de onde as minhas mais velhas passeavam comigo, me entregavam ensinamentos e escolheram Itapuã para viver seus dias. É bonito de ver e vivenciar tudo isso na minha terra. Eu posso voar o mundo e Itapuã sempre será minha casa, será sempre memórias inseparáveis, amor inegociável. Vamos fazer uma edição do festival de jamais se esquecer”, declara Ana, que carrega com orgulho o pertencimento ao bairro e à sua história.
O Festival Pôr do Sol da Literatura é uma poderosa articulação comunitária em torno da arte, da economia criativa e da memória cultural de Itapuã. Em sua 20ª edição, o evento reafirma seu papel como espaço de encontro, celebração e resistência, com uma programação gratuita e acessível. Parte das atividades contará com tradução em Libras, reforçando o compromisso com a inclusão e a democratização do acesso à arte.
Além de conferir a participação de Ana Cecília no festival, o público pode adquirir seu livro Nossa Pele nas livrarias LDM Shopping Bela Vista e Paseo, ou diretamente pelo Instagram da autora, no perfil @annaceciliafs, onde também é possível acompanhar novidades sobre seu trabalho e o lançamento de Preta.
SERVIÇO
O quê: Participação da escritora Ana Cecília no Festival Pôr do Sol da Literatura
Quando: 12 e 13 de julho
Onde: Bairro de Itapuã, Salvador (BA)
Quanto: Gratuito
Mais informações: @annaceciliafs
Onde encontrar o livro Nossa Pele:
📚 Livrarias LDM – Shopping Bela Vista e Paseo
📦 Venda direta: via Instagram @annaceciliafs
Literatura
Educadora Fabiana Cardeal lança Livro das Emoções sobre escuta sensível na infância

Foto: Thamires Leite
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