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TV Kirimurê: o canal da cidadania e da diversidade está no ar!

Jamile Menezes

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TV Kirimure

Reprodução Facebook

Em novembro, a cidade de Salvador assistiu a exibição de inauguração da TV Kirimurê, um marco muito importante para a efetivação do amplo e necessário processo de democratização do acesso à informação e da comunicação. 

A TV Kirimurê se presenta como “a TV onde você pode se ver”. Este é o espaço para divulgação das plurais manifestações e inquietações que a mídia tradicional por muito tempo insistiu em não incluir.

Trazer os movimentos sociais, a negritude, os direitos humanos, a cidadania, as identidades de gênero para a TV. Em Salvador este processo agrega mais de 35 organizações dos movimentos sociais distribuídas em faixas como Kirimulher, Kiriesporte e Kiridiversidade. Veja entrevista com a diretora de projetos da TV, Aline Souza. 

Portal Soteropreta – Como foi a concepção deste projeto?

Aline Souza – Quando o IRDEB solicitou ao Ministério das Comunicações a outorga para trazer o Canal da Cidadania para Salvador realizou um seminário em que membros do Cine Arts participaram e levaram a proposta para a Filhos do Mundo. Foram convocadas mais 35 organizações sociais e entidades para participar do solicitação da concessão junto ao ministério em junho de 2014 e começar articulação e ações formativas para a implementação do canal. Em maio de 2016 saiu em definitivo a concessão para a Filhos do Mundo, junto às demais organizações. 

hora do congo show tv kirimurePortal Soteropreta – A escolha do nome ocorreu em que contexto?

Aline Souza – Foi feita por meio do Processo Concertação de marca comunitária, que é um método desenvolvido pelo Professor Mauro de Bonis (Universidade Federal de Santa Catarina), que  consiste em criar a identidade de grupos comunitários por meio da escolha de nome e marca. Entre mais de 200 propostas a escolha foi o nome Tupinambá – Kirimurê, que significa o grande mar aberto dos Tupinambás que é a Baía de Todos os Santos.

Portal Soteropreta – Como a população de Salvador (de maioria negra) vai se ver na TV?

Aline Souza – A idéia da TV é ter toda a diversidade, toda a população que não se vê na TV comercial. Quem não tem espaços na grande mídia, terá espaço na TV Kirimurê. A TV Kirimurê é o lugar de todos nós, para agente se ver, se ouvir e se pensar. Agora também é o lugar da gente se sentir. Para garantir esta diversidade a programação está sendo organizada em 10 faixas para garantir o espaço.

Portal Soteropreta – O que você destaca na programação para a juventude negra?

Aline Souza – A programação está sendo montada em discussão com a sociedade. Nas ações de formação tivemos uma preparação para formação de programas e foram criados 43 programas junto às entidades participantes do processo. Neste caminho destaco o programa A Hora do Congo Show, um programa de auditório que vai mostrar a luta pela resistência da cultura do Afoxé na Bahia, contemplando também outros ritmos afrobrasileiros, que terão vez, voz e cor na TV. Mas existem diversos projetos sendo pensados e produzidos, assim como conteúdos que já estão sendo concedidos por produtoras e coletivos audiovisuais que contemplam a nossa diversidade e negritude. 

“Somos a única TV da Cidadania da sociedade civil organizada no Brasil.Não acreditamos que tenhamos muitas outras, por conta do momento político que estamos vivenciando no país. Sabemos que seremos um ponto de referência e resistência, um quilombo da democratização da comunicação. Por isso a data 20 de Novembro foi escolhida para lançamento, para valorizar e reverenciar a luta do nosso povo negro que é a maioria em Salvador. Um ponto de luta.”

Se você tem conteúdo audiovisual produzido ou tem projetos na área, entra em contato com a TV: kirimuretv@gmail.com, ou pelo telefone (71) 99917-4016. 

ligia santana tv kirimure

Texto e entrevista de Lígia Santana, professora e pesquisadora.

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Conversa Preta estreia 6ª edição na TV Bahia

Kelly Bouéres

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Conversa preta
Beto Foto

O “Conversa Preta” chega à 6ª edição neste sábado, 8 de novembro, logo após o Mosaico Baiano, na TV Bahia. Comandado por Luana Assiz e curadoria de Val Benvindo, o episódio de estreia, com o tema “Vim da Bahia”, terá como convidados Lazzo Matumbi, Edvana Carvalho e O Kanalha.

“É um forte encontro de gerações para falar sobre as experiências de pertencimento a essa Bahia diversa”, afirma Luana Assiz.

Segundo ela, cada convidado traz sua linguagem artística, conectando-se na ideia de que educação e cultura transformam a sociedade e fortalecem a comunidade negra.

Uma das novidades desta temporada é a gravação com plateia ao vivo, realizada no Goethe-Institut Salvador, no Corredor da Vitória, com discussões sobre três temas centrais: “Vim da Bahia”, “Memória que Move o Futuro” e “Corpos Pretos e Narrativas”.

No episódio de 15 de novembro, Vanderson Nascimento recebe Flávia Oliveira, Elisio Lopes JR e Lorena Bispo para abordar memória, arte e representatividade.

“O ‘Conversa Preta’ é a certeza de que estamos construindo um caminho diferente para as próximas gerações”, comenta Nascimento.

O último episódio, em 22 de novembro, será conduzido por Luana Souza e terá debate com Will, Valdineia Soriano e Lucas Pizane, abordando projetos culturais, juventude negra e redes sociais. “A participação da plateia trouxe ainda mais força à troca, fechando a temporada com propósito, afeto e esperança”, afirma Luana.

Desde sua criação, o programa se consolidou como referência na TV baiana, destacando a valorização das narrativas pretas. Entre os participantes de edições anteriores estão Conceição Evaristo, Fabrício Boliveira, Wanda Chase e Margareth Menezes. O “Conversa Preta” é bicampeão do Prêmio Globo de Programação.

SERVIÇO:

Programa Conversa Preta – 6ª edição
8 de novembro de 2025 (sábado), logo após o Mosaico Baiano
TV Bahia – TV aberta
Informações: @conversapreta / TV Bahia

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Doc “Histórias de Roteiristas Negros” começa a ser gravado em Salvador

Jamile Menezes

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Doc Histórias de Roteiristas Negros

Os roteiristas e diretores baianos Marcelo Lima e Tais Amordivino iniciaram as gravações do longa Histórias de Roteiristas Negros. O documentário traça um panorama inédito sobre o trabalho de roteiristas negros brasileiros, entrevistando profissionais de diferentes regiões e trajetórias.

Em fase de entrevistas e captação de imagens, os diretores iniciaram as gravações em Salvador (BA) e percorrem três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, destacando a importância de pessoas negras na construção das histórias contadas nas telas. A estreia de Histórias de Roteiristas Negros está prevista para 2026.

O longa apresenta 15 roteiristas, autores de grandes sucessos da teledramaturgia brasileira, entre eles os baianos Ceci Alves, roteirista e diretora, com séries desenvolvidas para a HBO Max e NBCUniversal; Elísio Lopes Jr., coautor de novelas da Globo e já escalado como roteirista da próxima novela das 18h; e Gildon Oliveira, autor de peças vencedoras do Prêmio Braskem e criador de obras na Rede Globo.

Doc Historias de Roteiristas Negros (1)

Tais Amordivino e Marcelo Lima com Marton Olympio, autor de “Anderson Spider Silva”. Foto Wendell Assis

Também serão entrevistados Marton Olympio, criador da série “Anderson Spider Silva”, indicada ao Emmy Internacional 2024 na categoria de melhor minissérie; Mariana Jaspe, roteirista e diretora da série Flordelis: questiona ou adora” (Globoplay); Renata Andrade e Thaís Pontes, criadoras da série ‘Encantado’s’ (Globoplay); Luh Maza, roteirista de sucessos na Netflix, Globoplay e HBO Max; André Novais, autor de filmes premiados como “Temporada” e “No Dia que te Conheci”;  Paulo Lins, autor de Cidade de Deus e Estevão Ribeiro roteirista da da série Cidade de Deus – a Luta Não Para.

Com uma equipe majoritariamente negra, a produção valoriza vozes historicamente marginalizadas, revelando os profissionais que escrevem obras assistidas por milhares de pessoas, mas que muitas vezes permanecem nos bastidores.

O longa combina entrevistas e narração das trajetórias desses autores, criando um registro audiovisual fundamental para o cinema e para a memória cultural do país.

O projeto é uma produção da Mago Negro Dramaturgia, com co-produção da Griot Filmes e Amordivino Filmes como produtora associada, consolidando-se como uma iniciativa importante na valorização de narrativas negras no audiovisual brasileiro.

Foto 1: Marcelo Lima e Tais Amordivino com Renata Andrade e Thais Pontes, autoras da série ‘Encantado’s (Globoplay). Foto Wendell Assis
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Doc da baiana Vânia Lima “Cartas Para…” integra Mostra Internacional

Jamile Menezes

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Cartas Para

O documentário “Cartas Para…”, dirigido por Vânia Lima e produzido pela Têm Dendê Produções, foi selecionado para a 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, um dos mais importantes eventos do país no gênero.

O documentário terá duas sessões: dia 24 de outubro, às 21h40, na Cinemateca Sala Grande Otelo, e no dia 25 do mesmo mês, às 13h45, no Espaço Petrobras de Cinema (Sala 2).

Em exibição no Festival do Rio, o filme tem emocionado o público com sua abordagem sensível sobre escritoras na diáspora. A narrativa acompanha Elisa Lucinda (Brasil), Paulina Chiziane (Moçambique) e Raquel Lima (Portugal), que trocam nove cartas ao longo do Atlântico, revelando seus cotidianos, angústias e descobertas como mulheres e escritoras que desafiam fronteiras, racismo, machismo e xenofobia.

Paulina Chiziane

Distribuído pela Lança Filmes, o documentário constrói uma poética sobre o poder da palavra e da memória, costurada por vozes femininas que reinventam a língua portuguesa. “O poder de uma voz não conhece fronteiras e atravessa espaços e tempos”, escreve Chiziane em uma das cartas. Já Elisa Lucinda reflete, no filme, que “todo poeta está escrevendo uma carta, um bilhete — mesmo que seja para si mesmo, nunca é sem remetente”.

 “Contamos uma história juntas, um filme com elas e não sobre elas. Foi uma experiência que mudou a minha forma de dirigir e de pensar documentário. O Festival do Rio é um primeiro encontro com o público, e estar agora também na Mostra é motivo de grande alegria”, afirma.

Elisa Lucinda

Elisa Lucinda

Com produção da Lima Comunicação, parte do Grupo Têm Dendê – que celebra 25 anos de história -, “Cartas Para” reúne profissionais do Brasil, Moçambique e Portugal. A equipe conta ainda com Keyti Souza e Taguay Tayussy na produção executiva, Bruno Ramos na direção de produção e Cláudio Antônio na direção de fotografia.

A obra foi realizada com recurso do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), através do programa Prodecine/ 2016 e Suporte Automático, gerido pelo Banco Regional do Desenvolvimento (BRDE) e Agência Nacional de Cinema (Ancine).

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