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Teatro

Bando de Teatro Olodum celebra 25 anos de “Ó Paí, Ó!” com apresentações em janeiro

Jamile Menezes

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Amostrão de Verão Vila Velha

Ó Paí ó!
Foto: João Millet Meireles

Há 25 anos, estreava em Salvador o espetáculo “Ó Paí, Ó!”, um dos maiores sucessos de público do teatro baiano, encenado pelo Bando de Teatro Olodum. A montagem – que até ainda hoje mantém boa parte de seu elenco original – já ganhou série de TV e filme, levando uma mensagem muito debatida nos dias atuais: o genocídio de jovens negros. Para marcar esta trajetória de sucesso de público, o Bando traz a peça de volta, no 14º Amostrão de Verão do Teatro Vila Velha, a partir deste sábado (7).

No palco, os atores do Bando trazem a realidade do Pelourinho Antigo, as alegrias e sofrimentos de um conjunto de moradores de um pequeno cortiço. No ambiente, temáticas sensíveis são levadas ao palco por meio do humor e do drama.

“Quando construímos esse texto foi a partir de laboratórios, pesquisas e observação da comunidade do Pelourinho com suas mazelas sociais. Não tínhamos ainda essa realidade tão reverberadas em outros cantos. Hoje, infelizmente, isso se propagou, e uma de nossas armas pra lutar contra isso é através do teatro”, diz Luciana Souza, atriz que interpreta D. Joana, dona do cortiço.

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Foto João Millet

O ambiente é de 1992, em meio ao Carnaval, mas a atualidade das falas e situações é o que torna “Ó Paí, Ó!” um espetáculo tão atual, segundo os atores. Em cena estão representados músicos, artistas plásticos, prostitutas, travestis, baianas de acarajé, proprietários de pequenos bares, associações comunitárias, blocos afros.

  “É uma história que se passou em 92, mas o racismo se recicla. O extermínio, a ocupação de território, desapropriação e a desagregação do Centro Histórico são temas que ainda hoje estamos discutindo e este espetáculo consegue falar deles e atingir o público, fazendo refletir. Hoje somos atores mais experientes, temos um legado que reflete no espetáculo. Fortalecemos o compromisso com o fazer bem a cada temporada e usamos o Teatro como ferramenta para tratarmos de questões que incomodam” – Jorge Washington, ator que interpreta Sr. Matias.

Maturidade e Autogestão  

A cada sábado de janeiro (7,14, 21 e 28/01), às 20h, o público poderá assistir “Ó Paí, Ó!”, mas devem chegar cedo, pois toda temporada em cartaz é certeza de casa cheia, o que reflete a aprovação do público à forma de ser e atuar do Bando. “Amadurecemos como atores, nos fortalecemos enquanto grupo.Cada vez mais, temos propriedade do que falamos no palco. Estamos juntos há muito tempo, então conhecemos os códigos de cada colega em cena, o que resulta em qualidade de interpretação”, diz a atriz Valdineia Soriano, que interpreta Dona Maria, mulher de Reginaldo.

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Foto João Millet

A direção do espetáculo é de Márcio Meirelles, coreografia de Zebrinha e direção musical de Jarbas Bittencourt. Em 26 anos de muitos palcos, o Bando de Teatro Olodum hoje se consolida no cenário cênico baiano e do Brasil como um grupo de teatro negro autogerido, fortalecido e dirigido pelos próprios atores, o que também reflete na direção dos espetáculos.

“O tempo de maturação de nós, atrizes e atores, nos deu a experiência de também reger esse espetáculo, de assumir e trilhar caminhos que nos fortificam também enquanto diretores. Não tão fácil, mas desafiante e queremos mais”, afirma Luciana Souza.

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Foto João Millet

“Hoje em dia, nós atores e atrizes em colegiado, nos reunimos para pautar o que vamos discutir e de que forma vamos atuar em determinado período, o que é levado para o grupo maior para decisões. Nossos espetáculos continuam com as direções originárias, mas a gestão do Bando de Teatro Olodum hoje é do grupo. Mesmo nas adversidades, nós mostramos, assim, que é possível sim este protagonismo”, explica Jorge Washington.

O colegiado é formado pelo próprio, os atores Ridson Reis e Fábio Santana, além das atrizes Cassia Valle e Valdineia Soriano.

No auge desta maturidade de 26 anos, o Bando de Teatro Olodum convida a todos e todas que apreciam a arte negra para conferir um dos seus mais aclamados espetáculos nos sábados de janeiro, às 20h. Ingressos serão vendidos no site do Vila e no local (R$ 40 e 20).

 

ELENCO:

Arlete Dias – Merry Star

Cássia Valle – Dona Raimunda

Ednaldo Muniz – Roberto Pitanga

Fábio Santana – Peixe Frito

Gerimias Mendes – Seu Gereba

Jamile Alves – Pisilene

Jorge Washington – Sr. Matias

Leno Sacramento – Maicon Gel

Merry Batista – Neuzão da Rocha

Rejane Maia –Maria – a baiana de acarajé

Ridson Reis – Raimundinho

Sergio Laurentino – Guarda

Valdinéia Soriano – Dona Maria, mulher de Reginaldo

 

ATORES CONVIDADOS:

Edvana Carvalho – Dona Lúcia

Edy Firenzza – Lord Black

Fabiana Milhas – Professora

Shirlei Sanjeva – Carmem

Lázaro Machado – Iolanda

Luciana Souza – Dona Joana

Renan Mota – Reginaldo

Tainara Silva – Menina do bar

MÚSICOS:

Yan Sant’ana

Turan Dias

Serviço:

“Ó Paí, Ó!” no Amostrão Vila Verão

Dias 7, 14, 21 e 28/01 // sábados // 20h

R$ 40 e 20 (lote promocional R$30 e 15 até 6/01)

Teatro

Festival Teatro Preto celebra ancestralidade em Salvador

Ana Paula Nobre

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Espetáculo Sarauzinho da Calu | Foto Divulgação

O Festival Teatro Preto Infantojuvenvil, em sua primeira edição, levará ao palco do Teatro Módulo, em Salvador, uma programação cultural transformadora e diversificada, voltada especialmente para crianças e jovens, para celebrar as raízes africanas. O festival, realizado pela Arte Sintonia Companhia de Teatro e Teatro Módulo, com patrocínio da Bahiagás e Governo do Estado, pretende criar uma atmosfera propícia para democratizar o acesso à cultura, alcançando públicos de diferentes contextos sociais, nos dias 12, 13 e 20 de outubro, a partir das 10h.

Com quatro produções baianas no cronograma, o festival é composto por “Dandara na Terra dos Palmares”; “Sarauzinho do Calu”; “Boquinha… E Assim Surgiu o Mundo” e “Mariar ─ Um Mar de Poesias”. Os ingressos para os espetáculos podem ser adquiridos pela plataforma Sympla pelo valor de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).

A iniciativa reforça a importância de incluir histórias que inspirem e eduquem a juventude sobre questões como ancestralidade, racismo e igualdade social. O festival é também uma oportunidade de destacar talentos locais e nacionais, fortalecendo o cenário cultural da Bahia.

Além de montagens, o projeto contará com oficinas, lançamentos de livros e exposições, que promoverão a inclusão e o acesso à cultura afro-brasileira, com atividades, como música e dança, que instigam a imaginação e o pensamento crítico. Essas atividades ocorrerão na Sala Carlos Bastos, do Teatro Módulo, com acesso gratuito.

Espetáculo Mariar – Um Mar de Poesias | Foto: Divulgação

O bate-papo “Fala, Pretinha!” recebe a atriz Cicinha Alcântara, de 11 anos, premiada como melhor atriz coadjuvante no Encena Lauro 2024, no dia 12 de outubro, às 10h. As atrizes juvenis Yandra Góes e Maria Alice Xavier, do espetáculo “Dandara na Terra dos Palmares”, assumem o microfone para amplificar as vozes de outras crianças e adolescentes negras.

Gilson Garcia, ator da Arte Sintonia Companhia de Teatro, conduz a oficina “Boneca Abayomi”, no dia 13 de outubro, às 10h, convidando crianças a mergulharem na cultura africana enquanto aprendem a confeccionar suas próprias bonecas.

A contação de história, com a atriz e autora do livro infantil “Calu, uma menina cheia de histórias”, Cássia Valle, traz, no dia 20 de outubro, às 10h, as aventuras de uma garota criativa que, por meio de sua curiosidade, explora temas como cultura, ancestralidade e identidade.

Em seguida, Cássia se junta à autora Luciana Palmeira para tarde de autógrafos da coleção de livros “Meu Primeiro Black Power – Heroínas da Liberdade”. A obra narra a inspiradora trajetória de quatro mulheres que lutaram contra a escravidão e pela liberdade no Brasil, com textos simples e ilustrações cativantes voltadas para crianças a partir de quatro anos.

Ainda no mesmo dia, às 14h, a oficina de pandeiro “Panderês”, ministrada pela multi-instrumentista e mestra de pandeiro Emillie Lapa, convida as crianças a explorar a força da sonoridade ancestral por meio do pandeiro de forma envolvente e divertida.

Às 15h, a roda de conversa “Griotagem: trilhando caminhos justos na educação e formação humana”, com Emille Lapa, Kátia Letícia e Natalyne Santos, propõe uma reflexão sobre estratégias pedagógicas antirracistas e a importância da implementação da Lei 10.639/03 no combate ao racismo estrutural nas escolas.

Programação

12 de outubro (sábado):

Sala Carlos Bastos

10h – “Fala, Pretinha!”

Sala Principal

11h – Espetáculo “Boquinha… E Assim Surgiu o Mundo”

13 de outubro (domingo):

Sala Carlos Bastos

10h – Oficina “Bonecas Abayomi” ministrada pelo ator Gilson Garcia

Sala Principal

11h – Espetáculo “Dandara na Terra dos Palmares”

20 de outubro (domingo):

Sala Carlos Bastos

10h – Contação de história com a atriz, diretora e autora Cássia Valle;

Tarde de autógrafos da coleção “Meu Primeiro Black Power – Heroínas da Liberdade” das autoras Luciana Palmeira e Cássia Valle

Sala Principal

11h – Espetáculo “Mariar – Um Mar de Poesias”

Sala Carlos Bastos

14h – Oficina de pandeiro “Panderês” com a cantora e atriz Emillie Lapa

15h – Roda de conversa “Griotagem: trilhando caminhos justos na educação e formação humana” com Emille Lapa, Kátia Letícia e Natalyne Santos

Sala Principal

16h – Espetáculo “Sarauzinho da Calu”

Serviço

Festival Teatro Preto Infantojuvenil

Data: 12, 13 e 20 de outubro

Horário: A partir das 10h

Local: Teatro Módulo (Av. Prof. Magalhães Neto, 1177 – Pituba)

Ingressos (espetáculos): R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)

Ingressos (atividades Sala Carlos Bastos): Gratuito

Vendas: Sympla ou no teatro, no dia da apresentação

Classificação indicativa: Livre

Mais informações: (71) 99269-8274

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Teatro

Espetáculo ‘Barganha’ terá sessão única em Lauro de Freitas

Ana Paula Nobre

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Espetáculo 'Barganha'
Foto: Divulgação
O espetáculo ‘Barganha’ terá sessão única no domingo (20), às 15h, Cine Teatro de Lauro de Freitas, com entrada gratuita. O projeto foi criado por artistas independentes de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Idealizado pela diretora de teatro, Heka Mors, o elenco é composto por Samuel Soares, Mylena Souza, Bianca Arcieri e Ingrid Lopes.
‘Barganha’ conta a história de três artistas de teatro que enfrentam seus medos e anseios quando se deparam com a personificação de seus sentimentos: A Sombra. Uma mistura de comicidade e filosofia que envolve o público do início ao fim. A peça tem como objetivo apresentar o mundo do teatro, assim como promover o trabalho de artistas independentes e as discussões sobre assuntos como filosofia e depressão. Mais informações no Instagram @nucleo.barganha.
SERVIÇO
O quê: Espetáculo ‘Barganha’
Quando: Domingo (20)
Horário: Às 15h
Onde: Cine Teatro de Lauro de Freitas – Praça João Thiago dos santos, s/n, Centro, Lauro de Freitas – BA
Quanto: Gratuito
Ingressos: No local
Classificação: 14 anos
Gênero: Surrealismo
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Teatro

Edvana Carvalho volta a cartaz com ‘Aos 50 – Quem me Aguenta?’

Ana Paula Nobre

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Edvana Carvalho
Foto: Diney Araujo
A atriz Edvana Carvalho, sucesso absoluto como Inácia na novela Renascer, da Rede Globo, desembarca em Salvador em outubro para apresentar o espetáculo ‘Aos 50 – Quem me Aguenta?’, no Teatro Módulo. Ela traz na bagagem a incrível experiência e repercussão do trabalho desenvolvido na novela, tendo seu talento reconhecido nacionalmente. A artista também ganhou um Kikito de Melhor Atriz pelo curta metragem Fenda, exibido no Festival de Cinema de Gramado. O espetáculo fica em cartaz todas as sextas de outubro, sempre às 20 horas, com estreia no dia 04/10. Os ingressos já estão à venda na plataforma Sympla, por R$ 80,00 a inteira e R$ 40,00 a meia-entrada. O espetáculo tem direção de Marcelo Praddo e produção de Eliete Correia, da Coletiva Comunicação Integrada.
Com muita versatilidade, Edvana leva para o palco as situações vividas no seu âmbito pessoal, suas experiências enquanto mulher negra, vivenciando as dores e as delícias da maturidade. A atriz – que também assina o texto do espetáculo – buscou inspiração na estética do Ted Talk, em que conversas curtas são apresentadas de forma bem humorada. Temas como machismo, misoginia, racismo e preconceitos diversos, servem como fonte para quebrar paradigmas e mostrar as novas possibilidades do feminino no contexto contemporâneo. Com uma abordagem crítica e consciente, o espetáculo, além de divertir, convoca o público à reflexão.
Edvana Carvalho

Foto: Diney Araujo

Nesses 5 anos, desde a estreia em 2019, a peça passou por palcos diversos, sempre emocionando e divertindo o público. Em cena, Edvana interpreta situações engraçadas, mas que trazem uma reflexão da situação da mulher negra na atualidade, após ultrapassar as barreiras trazidas pelos 50 anos. A maturidade, os aspectos sentimentais e sociais do empoderamento da mulher negra, envelhecimento, relacionamentos, sexo, filhos e sororidade, são temas abordados no espetáculo, que promove uma identificação imediata da plateia, que se diverte com as histórias contadas pela atriz.
Edvana Carvalho iniciou sua carreira ainda na escola, passando pelo Grupo de Teatro do SESC/SENAC, chegando à primeira formação do Bando de Teatro Olodum. Atriz, negra, mulher e mãe, possui formação acadêmica em Licenciatura em Teatro pela UFBA – Universidade Federal da Bahia, e Pós-Graduação em Psicopedagogia. Ao longo da carreira, integrou elenco de algumas produções da Globo, como “Malhação” e a novela “Pega Pega” de Cláudia Souto; esteve no ar, no canal TNT, com a personagem “Dona Zuleica”, na série “Os irmãos Freitas”, de Sérgio Machado, Walter Salles e Aly Muritiba; atuou nos filmes Guerra de Algodão, de Cláudio Marques e Marília Hughes, na Netflix; As Verdades, de José Eduardo Belmonte, no Globoplay; Receba!, de Pedro Perazzo e Rodrigo Luna; o telefilme Beleza da Noite, dirigido por Cecília Amado e Dayse Porto, exibido na TV Bahia e no Globoplay; A Mensageira, de Claudio Marques; o longa metragem Malês, de Antônio Pitanga; o filme Ó Paí, Ó 2, dirigido por Vivane Ferreira; e o Curta Fenda, de Lis Paim.
Na direção, um dos mais atuantes profissionais das artes cênicas baianas – Marcelo Praddo. Bacharel em Interpretação Teatral pela UFBA, possui longa carreira dedicada ao teatro. Ator, diretor, produtor cultural e apresentador, também escreve roteiros para vídeo e publicidade. Foi indicado ao Prêmio Braskem de Teatro por quatro vezes e recebeu a estatueta pelos espetáculos “Boca de Ouro” (direção de Fernando Guerreiro), “Os Pássaros de Copacabana” e “Um Vânia, de Tchekhov” (ambos dirigidos por Gil Vicente Tavares). Entre os espetáculos que Praddo dirigiu, destacam-se “O Corrupto”, “Simplesmente Elas” e “Vou te contar”.
A produção do espetáculo Aos 50 – Quem me Aguenta? é da Coletiva Comunicação Integrada, sob a coordenação de Eliete Correia, que desde 1997 realiza vários eventos culturais em Salvador.
SERVIÇO
O que: Aos 50 – Quem me Aguenta?
Data: 04, 11, 18 e 25 de outubro (sextas)
Local: Teatro Módulo
Horário: 20 horas
Ingresso: R$ 80,00 (inteira) / R$ 40,00 (meia entrada)
Vendas: na Sympla a partir de 1º de setembro e na bilheteria do teatro
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