Religião
Mãe Runhó – Comunidade do Engenho Velho recebe escultura restaurada


Busto Mãe Runhó
A comunidade do Engenho Velho da Federação receberá, nesta sexta (10), a escultura recuperada de Mãe Runhó. Além do restauro fiel da escultura, agora em fibra de vidro, de autoria do artista Félix Sampaio, e da imagem de São Lázaro instalada em nicho próximo, houve a recomposição do piso da praça, instalação de bancos, gradis, paisagismo e refletores para iluminação.
A escultura é uma homenagem a Maria Valentina dos Anjos Costa – Doné Runhó ou Mãe Ruinhó (Salvador, 1877 – 1975) – Doné do Terreiro do Bogum, filha de escravos, iniciada para o Vodun Sobô. Passou para o grau de sacerdotisa aos 21 anos de idade, e assumiu a direção do terreiro em 1925, onde permaneceu por 50 anos, até sua morte.
“Significa a valorização da memória, não só da religião, mas principalmente do povo jeje e da preservação da Natureza. Mãe Runhó já era ecologista antes de se falar no assunto. Em 1925, quando assumiu o sacerdócio, já clamava pela preservação do que é a base de vida do nosso povo. Ela não defendia apenas as pessoas, ela defendia o respeito e a vida em todos os sentidos. Dizia que ‘não existe vida sem a natureza. O jeje não sobrevive sem o verde, sem as águas limpas, sem o ar para respirar, o jeje não sobrevive sem a natureza viva.’ E, por isso, todos nos sentimos felizes com essa homenagem. Não apenas como um pedido de respeito e tolerância às pessoas, mas como um alerta da importância da preservação da base para vida que é a natureza que nos acolhe e nutre, independente de religião.” – Ogan Edmilson, integrante do Terreiro Bogum.
Fonte: Fundação Gregório de Matos
Religião
Terreiro Zoogodò Bogum Malè Rundò recebe roda de conversa sábado (29)

O Zoogodò Bogum Malè Rundò, um dos mais tradicionais terreiros de Candomblé de Salvador, recebe o Projeto Okàn Dúdù para mais uma etapa do ciclo educativo. A roda de conversa será sobre saúde mental no candomblé e acolhimento aos yawò, neste sábado (29), a partir das 10h. Criado por Laísa Gabriela de Sousa, o projeto visa fortalecer os laços entre os membros da comunidade de axé, promovendo um espaço de escuta, troca de experiências e valorização das tradições afro-brasileiras.
“Nossa história é marcada pela resistência e pela força dos nossos ancestrais. O Okàn Dúdù vem para fortalecer essa caminhada, trazendo reflexões e conexões fundamentais para a nossa existência e continuidade”, destaca Laísa.
Fundado no século XIX, o Terreiro Bogum, liderado por Naadoji Índia Mello, é um importante referencial da nação Jeje-Mahi e tem papel fundamental na preservação da cultura e espiritualidade negra. “O Okàn Dúdù tem criado um espaço de diálogo que respeite a hierarquia do Candomblé, mas, também, que abre caminho para discussões sobre temas essenciais para a nossa comunidade, como acolhimento, combate ao racismo religioso, coletividade e pertencimento”, explica Laísa Gabriela, idealizadora do projeto.

Foto: Divulgação
O ciclo educativo, que está em suas últimas rodas de conversa da circulação, abordou sete temáticas que dialogam com as vivências do povo de axé, incentivando a troca de conhecimentos entre gerações. A iniciativa, também, pretende ampliar seu impacto com a produção de um documentário e a realização de palestras em escolas, levando as discussões para diferentes espaços da sociedade.
Serviço
O quê: Roda de conversa do projeto Okàn Dúdú
Quando: 29 de Março de 2025 às 10h
Onde: Zoogodò Bogum Malè Rundò (Engenho Velho da Federação)
Entrada: Gratuita
Audiovisual
Mostra “Entre Axé” exibe curtas inéditos no Museu Afro-Brasileiro

Salvador completa 476 anos e o Instituto Calu Brincante, em parceria com a produtora Menina Bonita, realiza a mostra cinematográfica “Entre Axé” no Museu Afro-Brasileiro (MAFRO). Serão exibidos os curtas “Ecos de Cura” e “Roncó: No Mesmo Passo”, que exploram saberes, rituais e a resistência da cultura afro-brasileira na cidade mais negra fora de África.
O curta “Ecos de Cura”, dirigido por Cassia Valle e Luane Souto, desdobra o espetáculo Memórias Povoadas, mergulhando nos saberes ancestrais das mulheres negras e ressaltando a cura e o cuidado como formas de resistência. Já “Roncó: No Mesmo Passo”, dirigido por Anjos de Castro, mostra a fundação de um terreiro de candomblé nos arredores de Salvador, entrelaçando as histórias de três irmãos em uma jornada de fé e tradição.
Os curtas fazem parte da primeira edição do Cinerê – Circuito de Produção Audiovisual para Novos Cineastas Negros, realizado pela Pé de Erê Produções.
A Mostra “Entre Axé” veio para reafirmar Salvador como um centro de diversidade cultural e criatividade, onde novas histórias, protagonizadas por negros e negras, ganham cada vez mais visibilidade.
“Ao celebrar suas raízes, Salvador se coloca como um farol de resistência e afirmação cultural, onde as narrativas negras não só são preservadas, mas também projetadas para o futuro, construindo um legado de protagonismo e visibilidade para as gerações vindouras”, diz Cassa Valle.
A sessão é gratuita e aberta ao público. Sujeita a lotação.
SERVIÇO
O quê: Exibição dos curtas Ecos de Cura e Ronco no Mesmo Passo – Mostra “Entre Axé”
Onde: MAFRO – Museu Afro-Brasileiro, Pelourinho, Salvador
Quando: 29 de março de 2025, às 15h
Quanto: Gratuito
Fotos: Luane Souto
Religião
Terreiro Axé Omin Ifan recebe roda de conversa sobre legado ancestral

O Terreiro Ilê Axé Omin Ifan, em São Tomé de Paripe, em Salvador, receberá uma roda de conversa sobre acolhimento à população LGBTQIAPN+ e o legado ancestral através das gerações no candomblé, dia 22 de março (sábado), a partir das 10h.
A ação integra o projeto Okàn Dùdù, que articula saberes ancestrais e contemporâneos, conectando o candomblé às questões sociais.

Foto: Divulgação
A primeira edição do projeto conta somente com as pessoas de terreiro para debater importantes temáticas dentro da religião, como seus desafios e aproximações com a nova geração, compreendendo que a tradição depende da continuidade.
“Realizar itinerários formativos que fertilizam e diluem pontes entre os mais velhos e a juventude no candomblé é uma responsabilidade de todos nós, uma vez que a tradição implica em continuidade”, afirma Almerson Cerqueira, Bàbá Egbé do Ilê Axé Omin Ifan.