Teatro
Espetáculo “Mulheres do Àse – Performance Ritual” estreia no Teatro Martim Gonçalves
Depois de uma estreia de sucesso de público em outubro, volta em cartaz o Mulheres do Àse – Performance Ritual, um espetáculo que revela crença, sentimentos e resistências das mulheres que atuam nas religiões de matrizes africanas.
As apresentações acontecem nos dias 9 e 10 de fevereiro, às 20h, e 11 e 12, às 19h, no Teatro Martim Gonçalves, na Escola de Teatro da UFBA, Canela.
Para a servidora artista em arte negra e coordenadora da atividade Edileusa Santos, isso “significa um desafio revestido de muita responsabilidade, muito respeito e muito amor. É, sobretudo, expressar e reafirmar a relevância e o papel que essas mulheres têm na construção da cultura e sociedade brasileiras”.
Multilinguagem
No palco, o espetáculo é intercalado por vídeo-depoimentos de importantes Mulheres do Àse, como Mãe Stella de Oxossi, Ebomi Nice de Iansã, Makota Valdina, Mãe Beata de Iemanjá, Vanda Machado e as Irmãs da Irmandade da Boa Morte. Cada uma, dando sua perspectiva sobre o que é ser Mulher do Àse.
Mulheres do Àse – Performance Ritual é um espetáculo de celebração, de percepção, personalidade, fé e àse pelos Orixás, Inquices, Voduns e Caboclos. Na obra, é criado um locus onde se sugere ao espectador uma tridimensionalidade dessas imagens simbólicas, percebidas na dualidade entre o Àse e o universo contemporâneo.
Quem faz
O espetáculo é ainda parte das comemorações dos 60 anos da Escola de Dança e os 70 anos da UFBA; os servidores técnicos artistas se juntam nessa produção artística para celebrar as datas. A direção geral, concepção e roteirizarão cênica são da artista em arte negra Edileusa Santos. Compõem o elenco artístico Fátima Carvalho, Jaqueline Elesbão, Sandra Santana, Sueli Ramos e Tânia Bispo.
A Direção Musical é assinada por Alexandre Espinheira, Gilberto Santiago e Luciano Salvador Bahia. Trilha original de Alexandre Espinheira, Gilberto Santiago e Sara Fernandes. Os músicos do espetáculo são Sara Fernandes e João Victor.
Teatro
Ana Carbatti encena “Ninguém sabe meu nome” na CAIXA Cultural
O espetáculo “Ninguém sabe meu nome”, idealizado e encenado pela atriz Ana Carbatti, chega à CAIXA Cultural Salvador entre os dias 15 e 23 de novembro (quinta à sábado), às 20h. A programação também conta com uma oficina de expressão corporal e uma sessão de debate onde se discutirá os impactos psicológicos e sociais da violência contra corpos negros. O projeto tem classificação indicativa para 12 anos e conta com o patrocínio da CAIXA e Governo Federal. Os ingressos para as sessões de 15 a 16/11 começam a ser vendidas amanhã (12/11) no Sympla.
Com seis apresentações, o aclamado monólogo reflete sobre os códigos racistas tácitos da sociedade, seus impasses, impactos e possíveis propostas de reparo. Numa conversa íntima com o público, Ana Carbatti representa Iara, uma mãe preta de meia idade que se pergunta como deve educar seu filho para enfrentar uma sociedade que não o reconhece como igual. Em cena, a atriz indicada ao Prêmio Shell e ao APTR pelo papel, se multiplica em muitas vozes e corpos, cujas expressões são as premissas do projeto.
“Da reflexão ao entretenimento, provocando engajamento e empatia, distinguimos o problema do preto e o problema do branco. Iara só quer ter a certeza de que seu filho vai chegar à idade adulta e se tornar um cidadão comum e respeitado. A sua angústia sintetiza a de milhões de mães no Brasil e no mundo”, destaca a atriz, conhecida do grande público por diversos papéis interpretados no cinema e na televisão.
Sem deixar de lado o humor e a empatia, o espetáculo traz uma reflexão sobre como a sociedade ainda precisa compreender sua responsabilidade e agir para reparar sua dívida histórica com a população preta. O texto é de Ana Carbatti e dramaturgia de Mônica Santana, direção de Inez Viana e Isabel Cavalcanti.
Atividades paralelas
Além da apresentação da peça, a circulação do projeto inclui atividades de interação com o público. Todas as atividades são gratuitas e também acontecem na Caixa Cultural Salvador. Na sexta (15) haverá um bate-papo com a atriz Ana Carbatti e a plateia, logo após a apresentação, com recursos de acessibilidade. No sábado (16), às 16h, acontece o debate ”CO-VÍTIMA – uma questão de saúde pública”, que consiste em uma conversa sobre os impactos do racismo a partir da perspectiva territorial.
Já no último sábado de apresentações (22), a atriz conduzirá a oficina “Meu corpo: ação e emoção teatral”, que parte da exploração cênica de experiências físicas e vivências pessoais dos participantes para a construção da cena. A oficina é voltada para adultos e jovens a partir de 17 anos, com ou sem experiência teatral. A atividade acontece às 13h, na sala de oficinas e a inscrição pode ser feita através do formulário disponível no site da CAIXA Cultural Salvador.
Sobre Ana Carbatti
Formada pela CAL e Uni-Rio, Ana Carbatti tem trilhado nos últimos 35 anos uma carreira de sucesso no teatro, televisão e cinema. Ganhou 4 prêmios de melhor atriz por sua atuação no filme “OS INQUILINOS, sob a direção de Sérgio Bianchi, com quem realizou outros 2 filmes. Dentre seus inúmeros trabalhos na TV, destaca-se: A FORÇA DE UM DESEJO, JK, LAÇOS DE FAMÍLIA, LADO A LADO, AMOR À VIDA e TEMPO DE AMAR, todas produzidas pela TV Globo.
No teatro, atuou em mais de 60 produções, destacando-se em OTELO DA MANGUEIRA, A CAPITAL FEDERAL e a DIVINA COMÉDIA respectivamente sob a direção de Daniel Herz, André Paes Leme e Regina Miranda, TIM MAIA musical dirigido por João Fonseca, além dos espetáculos infanto – juvenis MANUEL BANDEIRA: ESTRELA DA VIDA INTEIRA e HISTÓRIAS DE JILÚ.
Protagonizou os musicais CLEMENTINA, CADÊ VOCÊ (2013), dirigido por Duda Maia e MUSEU NACIONAL – TODAS AS VOZES DO FOGO (2022), dirigido por Vinícius Calderoni. Idealizou, produziu e protagonizou os espetáculos PEQUENAS TRAGÉDIAS (2013/2014), REDEMUNHO (2017/2022) e o monólogo NINGUÉM SABE MEU NOME (2022), para o qual foi indicada ao 33° Prêmio Shell de Melhor Atriz (2023).
Serviço:
O quê: Ninguém sabe meu nome com Ana Carbatti
Local: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57 – Centro, Salvador – BA
Data: 15, 16, 21, 22 e 23 de novembro de 2024.
Horários: quinta à sábado, às 20h
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada para cliente CAIXA e todos os casos previstos em lei);
Vendas: Sympla o início das vendas obedece a calendário semanal (às 12h das terças-feiras que antecedem os espetáculos de cada semana): 12/11 (para as sessões de 15 a 16/11) e 19/11 (para as sessões de 21 a 23/11);
Informações: (71) 3421-4200| CAIXA Cultural| @CaixaCulturalSalvador
Classificação indicativa: 12 anos
Acesso para pessoas com deficiência
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal
Teatro
Espetáculo Aos 50 – Quem me Aguenta? estende temporada até 1º/11
Teatro
Fabíola Nansurê estreia solo premiado ‘Rosas Negras’ na Europa
A atriz Fabíola Nansurê realiza a estreia internacional do premiado espetáculo baiano “Rosas Negras”, durante temporada de apresentações e oficinas em Portugal, que acontece entre 25 de outubro e 3 de novembro. O projeto vai passar pelas cidades de Lisboa, Portimão, Loulé e Faro, com destaque para a participação no Festival “Brasil no Chapitô”, sendo o único representante baiano.
O projeto de internacionalização Rosas Negras é um marco na carreira da artista e reflete a força da cultura afro-brasileira, mostrando uma narrativa, intensa, provocativa e acolhedora acerca do cotidiano de mulheres negras. O espetáculo já circulou por diversos palcos do Brasil, como o Teatro Ruth de Souza (RJ) e Teatros de Salvador (BA) e São Paulo (SP). Sua última temporada aconteceu em terreiros de candomblé da Bahia, homenageando o espaço onde a peça nasceu, no terreiro e ponto de cultura Ilê Axé Oyá L’adê Inan, em Alagoinhas (BA).
A atriz ressalta que a internacionalização do espetáculo “Rosas Negras” representa mais do que a expansão geográfica de sua arte, é a concretização de um sonho e uma reafirmação de sua trajetória. O solo cênico, que nasceu em um terreiro de candomblé na Bahia, aborda as vivências de mulheres negras e a construção de suas identidades, promovendo um diálogo sobre autoestima, ancestralidade e resistência.
“Essa circulação é um voo alto, um passo importante para levar nossa arte, nossas histórias e nosso legado para o mundo”, afirma Fabíola Nansurê.
Segundo Ominjarê, produtor artístico do projeto, esse é um momento crucial na trajetória do espetáculo para dialogar com um público cada vez maior e diverso. “Estamos furando uma bolha de muitos anos, onde atrizes negras não tinham oportunidade de sair da Bahia, imagine se apresentar fora do país. Isso também é muito importante para o fortalecimento da cadeia teatral baiana. Vamos poder falar com pessoas de outros países que precisam conhecer as verdades que temos a dizer com esse trabalho, que há 7 anos movimentamos com diversas ações”.
O projeto não se limita apenas às apresentações, mas também integra atividades formativas, oficinas e diálogos com o público local, sobre os temas abordados no espetáculo, promovendo uma troca cultural enriquecedora entre os países ibéricos e os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). Para Guto Martins, diretor teatral brasileiro radicado em Portugal e um dos produtores do projeto em solo português, receber “Rosas Negras” é um marco significativo: “Para nós, imigrantes, aqui em Portugal, que trabalhamos com a cultura, é um presente imenso e uma honra receber um espetáculo que dialoga com o feminino e a negritude, como temas determinantes que carregam um lugar de reparação histórica e mensagem de alerta, força e amor”
Sobre o espetáculo
Trazendo uma atmosfera provocativa, intensa e ao mesmo tempo acolhedora, o espetáculo apresenta as dificuldades, lutas, vitórias e desafios presentes no cotidiano de mulheres negras, a partir da afirmação da sua autoestima. A intérprete-criadora, Fabíola Nansurê parte de sua pesquisa com mulheres negras de diferentes idades e áreas de atuação para a construção da narrativa que traz histórias de anônimas e famosas que se destacaram na luta contra o racismo e a violência contra a mulher. “A intenção vai além de se posicionar perante as dores da mulher preta, que são muitas, nós celebramos a sua existência e abrimos um canal de diálogo”, afirma Fabíola.
“Rosas Negras” tem dramaturgia de Onisajé, direção de Diana Ramos e direção musical de Jarbas Bittencourt. Foi premiado nas categorias de Melhor Espetáculo e Melhor Dramaturgia no 2° Festival de Teatro Online em Tempo Real do Rio de Janeiro em 2021, indicado ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria “Espetáculo do Interior” no mesmo ano e ganhador do 1º Prêmio Pretas Potências.
O projeto tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.