Teatro
Fórum Negro das Artes Cênicas terá “PRETato” e “AFROCLUBE”
A atuação da Escola de Teatro e o Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGAC/UFBA) estará no centro da programação do 1º Fórum Negro das Artes Cênicas, que acontece de 13 a 17 de fevereiro no Teatro Martim Gonçalves.
Debates, apresentações, viodeoconferências, ateliês temáticos, mostra artística, feira empreendedora, lançamento de publicações e roda de pesquisadores integram as atividades GRATUITAS.
Dentre elas, destaque para o o PRETato, projeto de experimentação cênica surgido em 2016 e idealizado por estudantes negros da Escola de Teatro da UFBA. O projeto é oriundo da Organização Dandara Gusmão, criada por eles, e que atualmente oferece – todas as terças-feiras à comunidade acadêmica e público em geral – o acesso gratuito a cenas curtas.
Estas são protagonizadas por Pretas e Pretos, tendo como objetivo pautar a falta de visibilidade negra na cena e currículo da instituição. Nesta programação de fevereiro, o PRETato será composto por quatro cenas curtas e, ao final, acontecerá um bate-papo com a plateia.
PROGRAMAÇÃO
Terça-feira/ 14/02/2017/ 19h/ SALA 05
> UM GRITO NO SILÊNCIO
A cena explora a história de uma família que mora em um bairro da periferia e lutam para sobreviver em meio às problemáticas que uma sociedade excludente produz.
Direção Lenyson Bento
Em cena: Felipe Martins, Caroll Santtos, Tony Santos e Nicoly Vieira
> O QUE SE QUER?
Num universo real que provoca a reflexão, o lugar dos diversos corpos pretos existentes na sociedade atual, a tarefa se torna árdua. E por que não se questionar!? Com texto de Hamilton Borges e Zoe Leonard a cena traz reflexões contundentes para a atual situação de nosso país racista, exclusivista e branquista.
Texto: Hamilton Borges / Zoe Leonard Ato e direção: Matheus Xavier Orientação cênica: Dêvid Gonçalves
> PRETE REVERSO!
Revolta dos padrões de beleza estéticos impostos pela supremacia branca e o não se calar perante o Genocídio e de todas as formas de extermínio PRETO é o mote principal para a provocação da cena, que usa dois textos e uma performance.
Texto: Cantora Yzalú / Diana Manson Ato: Diana Manson Direção: Matheus Xavier Orientação cênica: Dêvid Gonçalves
> A COISA TA É BRANCA!
Uma breve reflexão sobre apropriação cultural, a cena conta de forma cronológica os processos mercadológicos para o embranquecimento do ritmo que conhecemos como axé music.
Texto, ato e direção: Liliane Santana Orientação cênica: Dêvid Gonçalves Música de abertura: MadagBanda Reflexus
Quarta-feira/ 15/02/2017/ 18h30/ PÁTIO DA ESCOLA DE TEATRO
A organização Dandara Gusmão realiza a 4ª edição do AFROCLUBE, exibindo a segunda parte da série “RAIZES” e, logo depois, será aberto um debate direcionado às questões étnicas do povo preto desde a sua origem, pensar, discordar, interpretar e considerar todas as engrenagem do sistema que escamotea esta ancestralidade.
GRATUITO
Teatro
Espetáculo Tartufo está em cartaz na Sala do Coro do TCA
Considerada uma das comédias mais célebres escritas pelo dramaturgo francês Molière, ‘Tartufo – O Impostor’ ganha montagem baiana e está em cartaz até o dia 1 de fevereiro, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA). O espetáculo acontece de quinta a domingo, às 20h, sendo que aos sábados há sessões duplas, às 17h e às 20h. Os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Realizada pela Companhia Os Argonautas, a montagem celebra os 25 anos de atuação do próprio grupo, que foi fundado em 1999, em Salvador. O projeto foi contemplado pelos editais da Lei Paulo Gustavo e tem apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura.
Fiel ao texto clássico, mas com algumas adaptações ao momento contemporâneo, a peça retrata a hipocrisia moral e religiosa na figura da personagem-título. Tartufo, um falso religioso, consegue, com sua aparente fé e devoção, enganar Orgon, passando a viver em sua casa e a controlar a vida de toda a sua família. A partir daí, a trama se desenrola entre situações cômicas e desencontros amorosos, uma vez que Orgon deseja casar sua filha com Tartufo, mas os demais familiares irão desmascarar o impostor para tentar impedir o matrimônio. Entre as novidades da versão baiana está a inserção de músicas e de cenas ágeis em direta comunicação com a plateia, o que reforça o caráter popular da Commedia Dell’Arte e da obra de Molière.
O espetáculo também comemora os 30 anos de carreira de Marcelo Flores que, além de dirigir a peça, interpreta o próprio Tartufo. “Uma das coisas que nós, Os Argonautas, mais gostamos de fazer é adaptar e revitalizar obras clássicas. Nós apresentamos a estética original da obra, mas aproximando ela da realidade brasileira e dos dias de hoje, ainda que a essência do texto clássico seja, justamente, o seu caráter de atualidade que se perpetua no tempo”, explica Marcelo, um dos fundadores d’Os Argonautas. Para ele, a expectativa da estreia está diretamente relacionada ao clima de celebração, já que humor, alegria e crítica social são elementos fortemente presentes tanto em Molière quanto em Os Argonautas.
Outra fundadora da companhia de teatro e que também completa três décadas de ofício, Alethea Novaes lembra que Tartufo é o décimo espetáculo inédito realizado pelo grupo e tem um significado especial e oportuno. “A escolha de Tartufo tem bastante a ver com a temática, que traz reflexões bem-humoradas e dialoga muito com o tempo em que vivemos, além de ser uma dramaturgia deveras desenvolvida e perspicaz”, pontua Alethea. De fato, a versão baiana de Tartufo coloca em xeque a perigosa associação da religião com o poder, pauta que vem ganhando repercussão no debate público. Os chamados valores tradicionais da sociedade – família, moral, dinheiro e religião – são as cartas que Molière embaralha com astúcia em seu jogo engenhoso de crenças, paixões, golpes, mentiras e fé cega.
O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.
Serviço
O quê: Espetáculo Tartufo – O Impostor
Dias: 17 de janeiro a 01 de fevereiro [de quinta a domingo]
Horários: quintas, sextas e domingos às 20h e sábados às 17h e às 20h
Local: Sala do Coro do Teatro Castro Alves
Entrada: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)
Classificação indicativa: livre
Teatro
Espetáculo “Candomblé da Barroquinha” estreia em Salvador
O espetáculo “Candomblé da Barroquinha” estreia no Espaço Cultural da Barroquinha no dia 24 de janeiro, pedindo licença para pisar em solo sagrado. Inédita, a montagem faz uma ode ao Candomblé Ketu, remontando suas origens, e celebra a história espiritual e cultural do povo negro diaspórico. Com direção de Thiago Romero, texto de Daniel Arcades e elenco potente, a temporada fica em cartaz de 25 de janeiro a 9 de fevereiro, em dias alternados. Os ingressos estão à venda no Sympla e custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
“Nosso povo merece conhecer a história das mãos que fizeram este país. A arte tem como um de seus compromissos reinventar universos, heróis e heroínas para seus apreciadores e assim estamos fazendo. Por mais que nos faltem dados, não nos falta a memória do corpo, a memória das vozes esquecidas e os documentos não-oficiais. Estamos aqui para contar uma história pouco conhecida e muito necessária para nossa população”, destaca o diretor Thiago Romero.
Uma homenagem respeitosa ao Candomblé Ketu, maior e mais popular nação do Candomblé no Brasil, o espetáculo traz à cena as vivências cotidianas de Marcelina, uma jovem abian, e da comunidade à sua volta. Apesar de ficcional, a obra é fundamentada a partir da pesquisa do diretor e do dramaturgo, e o enredo revisita o que se tem como umas das histórias sobre a origem do candomblé.
KETU
Em “Candomblé da Barroquinha”, o público conhece a história de três princesas africanas chegadas à Bahia na condição de escravizadas – Iyá Adetá, Iyá Kalá e Iyá Nassô -, personagens celebradas pela oralidade, que teriam fundado, na Bahia, no bairro da Barroquinha, o mais antigo templo de culto africano do país, tornando-se assim o símbolo de resistência, fora da África, dos reinos de Ketu e Oyó. Com sua sabedoria ancestral, elas criam uma das comunidades Jeje-Nagô mais importantes fora do território africano, reconstituindo na Bahia os locais sagrados destruídos pelo violento processo de colonização.
Realizado pela DAN Território de Criação, plataforma de criação artística multi-linguagem que completa cinco anos em 2025, o “Candomblé da Barroquinha” foi fomentado pelo programa FUNARTE Retomada 2023 – Teatro, Ministério da Cultural, Governo Federal. As apresentações acontecem, em janeiro, nos dias 25 (sessão acessível – intérprete de libras), 26, 30 e 31, às 19h; e em fevereiro, nos dias 1º e 8, com duas sessões acessíveis, às 16h e 19h, além dos dias 7 e 9, às 19h.
Serviço
O quê: Candomblé da Barroquinha
Temporada: 25 de janeiro a 9 de fevereiro
Sessões: 25/01 – 19h (sessão acessível – libras), 26/01, 30/01 e 31/01 – 19h | 01 e 08/02 – 16h e 19h (sessões acessíveis – libras), 06/02, 07/02 e 09/02 – 19h
Local: Espaço Cultural da Barroquinha (Rua do Couro, s/ n – Barroquinha)
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)
Vendas: Sympla
Classificação indicativa: 14 anos
Teatro
Drag Queen Barbárie Bundi estreia temporada da performance “AMÒ”
A Drag Queen Barbárie Bundi estreia uma temporada da sua nova performance “AMÒ” na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, em dezembro. Em “AMÒ” ou “AMỌ”, a artista parte do conceito de Afro-Fabulação em uma jornada de autodescoberta e conexão com suas raízes ancestrais em terra firme.
É utilizado o barro como uma poderosa metáfora e lançando um olhar sobre as histórias das bixas pretas que moldaram sua jornada. As apresentações acontecem na Sala do Coro do TCA nos dias 14 e 15 de dezembro. Os ingressos estão à venda pelo Sympla e custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).
Idealizada por Bundi em março deste ano, “AMÒ” contou com apresentação única, ainda em fase de experimentação, durante o evento Vila Lacre: pequena mostra LGBTQIAPN+, e uma segunda apresentação em julho durante o Festival del Caribe, em Cuba.
O solo surge a partir dos estudos da artista do conceito de Afro-Fabulação proposto por Tavia Nyong’o, e lança seu olhar para uma nova etapa de seu processo criativo iniciado pelo projeto intitulado Aquátika, em que a água foi o elemento central explorado.
Ritual
O termo “amọ”, que significa argila na língua Iorubá, não é apenas um material físico, mas também um símbolo de criação, transformação e conexão com a terra e o que nos compõe enquanto bixas pretas na contemporaneidade.
Amò é uma jornada performativa que mergulha na ancestralidade e nas memórias silenciadas das bixas pretas, se debruçando em temas de resistência, identidade e conexão com a terra. Guiada pelas baleias Jubartes, Barbárie Bundi, evoca raízes ancestrais aquáticas para pisar em terra firme, a narrativa atravessa o profundo oceano das histórias esquecidas e emerge em arquipélagos simbólicos, onde cada ilha representa uma etapa do ciclo da vida e da ancestralidade.
Em três ciclos
Ilha da Água de Menines, Ilha dos Paraísos Perdidos e Ilha do Assentamento Futuro – Barbárie passa por rituais de descoberta e reconexão com o passado, a infância com amores e lutas. Entre águas e raízes, o espetáculo transforma a cena em um espaço ritualístico onde corpo, terra e memória se entrelaçam.
Sobre Barbárie Bundi
Criada pelo multiartista Thiago Romero, Barbárie Bundi é uma Drag Queen Diaspórika que há 12 anos atua como cantora, performer, artista visual, diretora artística e figurinista. Sua pesquisa se concentra nas artes pretas da diáspora, buscando ampliar as narrativas afirmativas LGBTQIAPN+.
“AMỌ” marcou o início de uma nova fase no trabalho da artista, em março. Além da performance, este ano, Barbárie encabeçou o projeto “Kiandas Ocupam o Centro”, que movimentou a cena drag queen preta de Salvador durante três meses, estreou seu novo show ao vivo “Kitanda”, mesmo nome do próximo EP, com lançamento previsto para janeiro de 2025.
Serviço
“AMÒ” – Barbárie Bundi
Data: Dias 14 e 15 de dezembro (sábado e domingo)
Horário: 20h
Local: Sala do Coro do TCA
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Vendas: Sympla no link