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Como homens brutos devem tratar mulheres de sangue eterno! – Por Sergio São Bernardo

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marcha das mulheres negra

mulheres de forçaHoje eu as ouvi. Todas elas. Sinto uma enorme compaixão pelo que ouvi. Um sentimento muito mais de pertencimento a essas histórias do que a solidária e fantasiosa pena ou gozo com o que foi narrado. Esses enredos de dor e luz se confundem com tantas outras lendas negras que conhecemos. Mas ali tem mais uma carga centenária de vidas e sangue que se eternizam nas palavras que são ditas.

Sinto muita força nesse canal que se forma como avatares de um novo tempo. Algo mais ainda precisa ser dito sobre mulheres que partem palavras como trilhas. Vi que todas são tributárias de uma força que se constrói no tempo, ao tempo que as coisas grandiosas se apresentam como condição previsível da mulher em nossa terra.

Sempre ouvi mulheres falarem e assumirem os pesos de suas palavras! Embora haja diferenças entre mulheres que gritam e mulheres que suportam dores maiores que a sua sina. Todas as vezes que aciono a macheza de ser homem numa terra que a brutalidade é um valor universal, tanto para homens quanto para mulheres, definho minhas contradições na avareza do silêncio atávico. Nada justifica a nossa tamanha vontade de governar sozinho um mundo imenso como este.

Toda a saga humana está nesse caminho de confronto e superação entre quem melhor governa quem e de quem deveria governar quem! A brutalidade do capital e do machismo é ruidosa. Ela se esgueira sempre em pantanais por entre ramas de raízes sem início e nem fim. Por vezes, mistura-se numa hibridez por outra hibridez e só. Vai se justificando pela voz repetida e calma parecendo que o mundo livre é um artefato de desejo e liberdade, mas não o é.

Os homens brutos de hoje são vazios de acontecimentos. Nada mais lhe justifica a pecha de patriarcas definitivos, da apropriação do corpo, da sutileza da rosa dada no café da manhã e da ordem unida do partido ou da seita que fazem delas emancipadas quase sempre pelo grande irmão mais velho. Não há outro caminho para as mulheres de sangue eterno senão detonar canhões de lama na direção das frágeis fortalezas minadas de pus. Uma voz que grita também por interpostos vagões de pólvora fria como c4. Tudo parece ruir ou estourar no próximo instante. Os homens estão confusos com a autonomia subsistente de mulheres que se resolvem sós.

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Mas elas precisarão de homens para os biomas dos próximos mundos possíveis. Na contagem do tempo, se sabe que o mundo desbrutalizado começa pela desbrutalização das relações entre si e entre todos! Os homens que se resolvem sós também precisam de mulheres eternas em suas vidas, mas elas estão plantando raízes de baobá e de jasmim nas calçadas de pedras de jaspe e dizendo para os homens as acompanharem nessa nova epopéia. Todos querem e precisam de companhia, mas os modelos não deviam ser repetidos ou mimetizados. Este ensinamento está produzindo um novo homem, uma nova mulher e uma nova civilização futura.

Tudo sem o comezinho toque inteligente da amiga ou do amigo que diz para não se esquecer dos modelos “pathos/ismos” a serem obedecidos. Não se curvem aos modelos! Mulheres que dominam e humilham mulheres são sintomas de doenças velhas encrustadas no sangue coagulado da voz que destoa do ato. Homens que dominam e humilham homens são mesmidades da velha morta árvore. Este novo/velho está reluzindo tempestades convulsivas de encantamento, alumbramento e dúvida.

O homem está morrendo da dor de uma batalha que não precisa mais travar. Não precisa mais provar que é o homem! Ainda que inapropriados aqueles homens brutos tentam cravar seu taco inchado como única arma para o mundo e ainda acionam jatos de sementes necrosadas que proliferam marcas do velho mundo.

Homens brutos devem evoluir para homens contraditórios e depois para homens parceiros para a vida eterna. Já avistamos uma sensação de perda antecipada. De outra coisa que já nasce como que inadiável e acima de tudo, impossível de evitar. Os homens estão sendo gentilmente chamados para compartilhar um mundo de posses polissêmicas. Homens brutos podem não ser visivelmente brutos, aparecem, também, como leves, odaras, sensatos e religiosos! Homens ideologicamente anti-machistas são homens na essência da passividade de nada dizer sobre o assunto e de mamar nas tetas do que vai rolando em seu favor.

marcha das mulheres negra

Foto: Janine Moraes/ Ministério da Cultura/ Flickr/ CC

Eia! Surge um novo conceito de inação e de totalidades sem nome! É preciso ativar o homem rizomático e fluido que se desenrola por entre o duplo artificial dentro de si. Aquele Kalunga múltiplo que nasce das forças complementares e das simbioses dos sentidos multilineares. O sexo não existia antes dos mundos dos humanos!

As transversalidades da alma esculpidas nas possibilidades barrocas do corpo! Daí a mulher eterna que também é composta do homem eterno serão brutalmente ungidos à lembrança mais piedosa de amor e luz em escalas insuperáveis! Prefiro ficar por perto e alerta para as conjunções interplanetárias que se esbaldam para além dessa dupla simplicidade do que permanecer no deserto dessa vidinha quase mais ou menos!

sergio sao bernardoSérgio Obadeyi São Bernardo, Advogado, Professor da Uneb, membro do Instituto Pedra de Raio.

 

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Matriarcas da Pedra de Xangô escolhem os 15 novos guardiões

Jamile Menezes

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A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, Ângela Guimarães, recebeu, nesta quarta-feira (28), o título de Guardiã do Parque Pedra de Xangô. A honraria foi concedida pelas Matriarcas da Pedra de Xangô, grupo de sacerdotisas responsáveis pela salvaguarda e proteção do rochedo considerado sagrado pelos religiosos de matriz africana em Salvador.

“É uma emoção e grande responsabilidade ser agraciada com o título. Assumo o compromisso pessoal e institucional com o enfrentamento do racismo religioso e a manutenção dos nossos territórios sagrados”, destacou a titular da Sepromi.

A entrega da condecoração integrou a programação da Cerimônia da Fogueira de Xangô, ritual que reverencia as divindades do fogo e fortalece a rede em defesa desse patrimônio cultural afro-brasileiro, localizado na Avenida Assis Valente, no bairro de Cajazeiras.

De acordo com as Matriarcas da Pedra de Xangô, os 15 novos guardiões foram escolhidos em função dos “relevantes serviços à cidade, a cultura, à população negra, ao Povo de Axé, às comunidades tradicionais e, em especial, ao processo de implantação, manutenção e gestão do equipamento de apoio do Parque Pedra de Xangô”.

Guardiões e Guardiãs da Pedra de Xangô 
1 – Tânia Scoofield Almeida – Presidenta da Fundação Mário Leal Ferreira – Prefeitura Municipal de Salvador;
2 – Fernando Guerreiro – Presidente da Fundação Gregório de Mattos – Prefeitura Municipal de Salvador;
3 – Bruno Monteiro – Secretário de Cultura do Estado da Bahia;
4 – Luiz Carlos Suíca – Vereador do Município de Salvador;
5 – Jose Raimundo Lima Chaves – Pai Pote – Presidente da Associação Beneficente Bembé do Mercado – Santo Amaro-Bahia;
6 – Rafael Sanzio Araújo dos Anjos – Prof. Titular & Pesquisador Sênior -CIGA\PPGGEA\UNB – Brasília;
7 – Sônia Mendes Reis Nascimento – Ìyá Egbè – Administradora e mestranda em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU-UFBA;
8 – Ìyá Márcia D’Ògún – Presidenta do Conselho Municipal de Cultura de Salvador;
9 – Edvaldo Matos – Coordenador do SIOBÁ – Irmandade Beneficente de Ojés, Ogans e Tatas
10 – Leonel Monteiro – Presidente da AFA – Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia;
11 – Fábio Macedo Velame – Prof. Permanente do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU –UFBA;
12 – Nilza Nascimento Ferreira – Mãe Nilza D’Oxum – Professora, sacerdotisa, sucessora de Mãe Zil – Santo Antônio de Jesus – Bahia;
13 – Evilásio Bouças – Taata Evilásio – Presidenta do Conselho Municipal das Comunidades Negras de Salvador;
14 – Ângela Guimarães – Secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais do Estado da Bahia;
15 Maria Alice Silva – mestra e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU-UFB

 

 

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Associação celebra Dia Internacional do Reggae no Pelô

Jamile Menezes

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Kamaphew Tawa

 

A Associação Cultural Aspiral do Reggae vai celebrar o Dia Internacional do Reggae – 1º de julho. A festa será na Casa Cultural Reggae (Rua do Passo) e contará com um time de artistas, djs e banda de reggae pra animar o público. Esta é a 7ª edição dessa celebração e terá shows do veterano Kamaphew Tawa & banda Aspiral do Reggae, Dj Maico Rasta, Fabiana Rasta, Jo Kallado ,Vivi Akwaba, Jadson Mc, Bruno Natty, Ras Matheus e Makonnen Tafari.

O Brasil é o segundo país do mundo que mais consome reggae, uma data definida pela jamaicana Andrea Davis, inspirada no discurso de Winnie Mandela em Kingston, Jamaica, em 1992.

“O Reggae tem sido uma grande influência nas raízes culturais e musicais da Jamaica e do mundo, misturando instrumentos africanos e europeus como violão, bongô e banjo, e criando as bases para o gênero. Ele inspirou milhares a seguirem a filosofia da cultura Rastafari, dando origem a figuras icônicas como Bob Marley, Jimmy Cliff, Peter Tosh, Toots & The Maytals, entre outros”, pontua a dirigente da Associação, Jussara Santana.

O ritmo também foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco, em 2018, por conta do seu papel sociopolítico e cultural. A celebração será neste sábado (01/7), aberta ao público, das 18h às 23h30.

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Vai rolar segunda edição da festa #Ghettos no Bombar

Jamile Menezes

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Drica Bispo

Nesta sexta (30), o Bombar no bairro do Rio Vermelho em Salvador vai receber a segunda edição da festa Ghettos edição Salcity X Guiné- Bissau, idealizada pelo produtor, Uran Rrodrigues.

“Os sons de dois dos principais centros urbanos do mundo se encontrarão na mesma pista em celebração as nossas potencialidades numa mistura musical altamente dançante e identitária” conta Uran.

Diretamente de Mirandá, gueto do Guiné, o músico, cantor e Dj Eco de Gumbé apresentará suas performances no melhor do afrobeat, dialogando com o set do dj, produtor musical e co-criador do Coletivo Trapfunk&Alivio, Allexuz95 do Nordeste de Amaralina. Ele promete beats certeiros com trap,funk e pagodão baiano.

Felupz

Do Pelourinho, Akani retorna à festa trazendo o seu groove e os remixes mais potentes da cena, abrindo as portas para sonzeira de Dricca Bispo com as autorais, como “Saudade” e os covers de Sem Pause e Inevitável.

Dricca Bispo, dançarina de Castelo Branco, já conhecida das pistas, apresentará sua nova versão como cantora. Vai rolar ainda feat especial com Felupz, que se prepara para lançar Razga com beat produzido por Doizá.

Couvert artístico R$ 25.

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