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Formação

[Nas lentes da exclusão] As mídias negras e a representação

Jamile Menezes

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foto sepromi midias negras

A  Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) promoveu nesta terça-feira (21), Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, o painel “Nas lentes da exclusão: Racismo e intolerância religiosa na mídia”. O Teatro Vila Velha, local onde ocorreu o evento, teve todos os seus assentos preenchidos, em sua maioria, por mulheres e homens negros que pensam sobre a importância das mídias voltadas para as pautas da negritude.

Você me vê e não se reconhece, não me reconhecendo, você me discrimina e ao discriminar você mata… com a poesia do ator Fábio de Santana, o debate é aberto.

Após o recital, o cerimonialista da noite, Fábio de Santana, lembrou o Massacre de Sharpeville, assim como, os recentes casos de racismo com Sheron Menezes e Thaís Araújo, citando-os para representar as mortes físicas e simbólicas. A secretária de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, mediou a mesa e falou sobre a importância de reconhecer que o Brasil não é o país da democracia racial, pois “a partir daí é possível criar meios para combater o racismo”.

Foto: Ísis Braz

Foto: Ísis Braz

“As emissoras de TV necessitam de uma concessão pública, em tese, é necessário cumprir alguns requisitos para mantê-la, no entanto, não se discute isso. O racismo não deve estar restringindo a ser debatido só no novembro, a discussão precisa ser diária”, diz o diretor geral do IRDEB, Flávio Silva Gonçalves.

#MÍDIA – ESPELHO DA SOCIEDADE

 

“Todas as plataformas de mídia são um espelho da sociedade”, disse a jornalista do revista eletrônica Flor de Dendê, Cleidiana Ramos.

 

A jornalista esteve por 17 anos trabalhando no grupo A Tarde. Na oportunidade, relatou o processo, no qual, a empresa percebeu a demanda no campo religioso, mas precisamente, percebeu os candomblecistas necessitados de representação.

Sua escrita que utilizava os títulos e funções corretos dos personagens da reportagem foi questionado e chamado de “africanês”. A missão então era facilitar o entendimento. A partir daí, as matérias vinham com um glossário para o público leigo entender o significado de cada palavra, título ou função nos terreiros. No sentido de educar as pessoas e ressignificar o espaço.

DE PRETXS PARA PRETXS

Os jornalistas Yuri Silva (Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra – CDCN), Jamile Menezes (SoteroPreta) e André Santana (Correio Nagô), centralizaram suas falas na importância de ter jornalistas negros produzindo conteúdos representativos para a comunidade negra. Jamile Menezes, citou 11 veículos de comunicação negra existentes só em Salvador e disse “por parte das mídias negras, nós não estamos invisíveis”. Ressaltou a importância da TVE, “a mídia tradicional que nos pauta”.

Yuri Silva, também citou as mídias negras e a importância desse espaço ocupado. Acrescentou, em tom de agradecimento: “o caminho trilhado antes de mim, é o que me possibilita estar aqui”. Jamile levantou a importância de fortalecer esses canais dando maior visibilidade a estes meios, posto que, a militância negra precisa fazer o trabalho de manutenção desses veículos comunicacionais.

André Santana contou que inspirados pela frase “Odeia a mídia? Seja a mídia!” criou-se o Instituto Mídia Étnica e o portal de comunicação do Instituto, o Correio Nagô.

Ísis Braz

FOTO: Ísis Braz

“A mídia está pautando as ações da militância, no entanto, enquanto não aparece na Globo ninguém vê”, criticou André, acerca da referência de mídia da comunidade negra ser ainda a dita “grande mídia”.

O jornalista pontuou que muito conteúdo de qualidade é produzido, contudo, o retorno é mínimo sobre tudo isso. “Há um gás para criticar, mas o contrário, quase não se vê”, acrescenta.

MÍDIA REPRESENTATIVA SIM!

Após a conclusão das falas dos jornalistas convidados. O público complementou, no sentido de elogiar, e fortificar ainda mais a importância da continuidade de mídias que enaltecem os crespos, em todas as suas formas, além de levantar as pautas necessárias da militância.

“Apesar dos poucos avanços, avançamos muito. Com esse debate eu espero que a gente realmente consiga avançar, que a nossa referência de mídia não seja mais a Rede Globo, e que possamos ter outras referências, às apresentadas aqui”, disse Juci Santana.

É importante levantar esse debate, esse tema das mídias negras é muito caro que nem todo mundo tem coragem de discutir e debater, porque a gente sabe que quem controla e pauta, a vida humana, é a grande mídia, e é essa mesma mídia que criminaliza nosso povo e incita a violência, ódio religioso e racismo. Esse é um debate que não pode acabar hoje”, afirmou o apresentador do programa Evolução Hip-Hop, DJ Branco.

Juntos somos mais fortes, UBUNTU – Juci Santana

Texto de Joyce Melo – repórter do Portal Correio Nagô

Fonte Correio Nagô

Formação

Inscrições abertas para a Mentoria de Direitos Autorais e Contratos

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

Estão abertas as inscrições para a Mentoria de Direitos Autorais e Contratos, do projeto “Educar com Hip-Hop”, que acontece no dia 13 de fevereiro (quinta-feira), das 14h às 16h, na Casa do Hip-Hop Bahia, localizada no Largo Quincas Berro D’Água, Pelourinho. Com inscrição gratuita e direito a certificado, a mentoria é voltada para artistas e empreendedores e será ministrada pela advogada Naila Trindade, especializada em propriedade intelectual, entretenimento, marcas, direito autoral e contrato. Serão disponibilizadas 30 vagas e as inscrições podem ser feitas no link.

A mentoria irá apresentar aspectos relevantes da legislação de propriedade intelectual e afins, sob a perspectiva do mercado, através de exposição, análise, discussão de temas diversos e entender os principais conceitos teóricos e práticos dos direitos autorais, abordando temas como seus fundamentos, obras protegidas, direitos morais e patrimoniais, limitações, contratos e suas cláusulas essenciais envolvendo direitos autorais, de imagem e questões inerentes no ambiente digital, entre outros.

O projeto “Educar com Hip-Hop” que tem o objetivo de contribuir com a construção da política de educação em diálogo com a arte irá trabalhar com atividades de formação na área de produção, comunicação, empreendedorismo e tecnologia da informação e inovação, desenvolvendo mentoria, estratégias de promoção, workshop e ações culturais e esportiva.

Idealizado pela CMA HIP-HOP – Comunicação, Militância e Atitude Hip-Hop e realizado pela Casa do Hip-Hop Bahia, nesta primeira edição o projeto conta com a parceria da Escola de Formação Luiza Mahin, da NT Advocacia – Propriedade Intelectual e Entretenimento, da Laboratório da Notícia, da Polo Cultural, da Muntu Criativo, e apoio cultural do Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), Amô pelo Pelô, Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult) e Governo da Bahia.

Serviço

O quê: Mentoria de Direitos Autorais e Contratos
Quando: 13 de fevereiro (quinta-feira)
Horário: Das 14h às 16h
Onde: Casa do Hip-Hop Bahia / Presencial
Mentora: Naila Trindade

Mais informações:
Dj Branco
Contato: (71) 99151-0631
E-mail: educarcomhiphop@gmail.com/Instagram: @casadohiphopbahia

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Formação

Instituto Cultural Steve Biko abre inscrições para pré-vestibular

Ana Paula Nobre

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O Instituto Cultural Steve Biko abre inscrições para o processo seletivo do curso de preparação para o acesso ao ensino superior em formato híbrido. Estão sendo oferecidas 75 vagas para pessoas negras com Ensino Médio completo ou que estejam cursando o Ensino Médio exclusivamente em escolas da rede pública. Interessados devem acessar o edital do processo seletivo e preencher o formulário até o dia 14 de fevereiro de 2025, disponível no site. A taxa de inscrição é no valor de R$ 20,00 (vinte reais).

O processo seletivo será composto de quatro etapas (Inscrição, Avaliação Escrita, Entrevista e Conhecimento Institucional). As aulas serão ministradas de segunda a sexta-feira, das 18h30 às 21h30, e aos sábados, das 13h15 às 17h40. Também poderão ocorrer aos domingos e feriados.

Sobre Instituto Steve Biko

É uma organização do movimento negro que já tem 32 anos de atuação no campo da educação antirracista. Tem como missão promover a ascensão político-social da população negra por meio da educação e valorização da sua ancestralidade. Sendo considerado o primeiro quilombo educacional do Brasil, sua matriz curricular merece destaque pelo ensino afroreferenciado, no qual a disciplina de Cidadania e Consciência Negra permeia todas as suas atividades pedagógicas.

Serviço

O quê: Processo seletivo do Curso Pré-vestibular Steve Biko 2025

Quando: Até dia 14 de fevereiro de 2025

Quanto: R$ 20,00 (vinte reais)

Onde: Através do site  (Inscrições online)

Endereço da sede:  Rua do Passo, nº 04 – Largo do Carmo, Santo Antônio – Pelourinho

 

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Formação

Escola Maria Felipa abre inscrições para “Decolônia de Férias”

Ana Paula Nobre

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Foto: Nti Uirá

A Escola Afro-brasileira Maria Felipa está com as inscrições abertas para o programa “Decolônia de Férias”, que vai de 6 a 10 de janeiro de 2025, com atividades culturais, brincadeiras afro-indígenas e oficinas de dança, capoeira, rimas e improvisos, aulas de história afrodiaspóricas, entre outras ações. Abraçando a diversidade, a proposta é para todas as crianças, tanto alunos como a criançada de fora, proporcionando um momento para que pais possam conhecer a instituição de ensino. As atividades irão ocorrer nas instalações da própria Escola Afro-brasileira Maria Felipa, localizada na Rua Comendador José Alves Ferreira, n°60, no Garcia, em Salvador.

Os pais interessados podem inscrever a criançada por dia através do perfil do Instagram @escolamariafelipa e o valor da diária (9h às 15h30) é de R$150, com direito às atividades e almoço. O primeiro dia de atividades, em 6 de janeiro, terá pela manhã o “Teatro com histórias afro-encantadoras”, com a obra ‘’Lua e a Magia dos Ventos’’. Pela tarde, terá a vivência “Histórias e oficinas de bonecas Abayomi”.

Na manhã do dia 7 de janeiro, ocorre a “Ciranda do brincar com brincadeiras africanas e indígenas”. Pela tarde, será a vez da oficina “Histórias afro-encantadoras com a mitologia de Iemanjá”, com direito a banho de mangueira e piscina. Já no dia 8 de janeiro, pela manhã, ocorre a Oficina de Dança Afro-brasileira com a pró Val Ribeiro.

Na quinta-feira, 9 de janeiro, pela manhã, será realizada a Oficina de Circularidade Ancestral | Oxumaré – Movimento e transformação, uma linda viagem ao reino Daomé. Pela tarde, as crianças participam de uma Oficina de Reciclagem Artística, para a produção do Império Ashanti e o reinado de Yaa Asantewaa. O último dia de Decolônia de Férias, 10 de janeiro, inicia pela manhã com a Oficina de Rimas e Improvisos, com o professor Gabriel Bispo, pela manhã.

Neste mesmo dia, pela tarde, numa gira ancestral, a Decolônia de Férias encerra com a Vivência de Capoeira, com o professor Negrete. A prática fará uma imersão nas histórias de Mestre Pastinha, responsável pela difusão da Capoeira Angola, e o Mestre Moa do Katendê, compositor, percussionista, artesão, educador e mestre de capoeira de Angola da Bahia, que dá nome a Lei que obriga as instituições de ensino do Estado a inclusão de aulas de capoeira no currículo, prática realizada na Escola Afro-brasileira Maria Felipa desde sua criação em 2019.

Foto: Dante Vicenzo

Sobre a Escola Afro-brasileira Maria Felipa

Localizada em Salvador, a Escola – que está também com as matrículas abertas para o ano letivo de 2025 – tem uma política pedagógica de ensino antirracista, afroafetiva e que valoriza as culturas africanas e indígenas. A idealizadora, Bárbara Carine (vencedora do Prêmio Jabuti, pelo livro “Como ser um educador antirracista”), explica que a instituição faz um resgate aos conhecimentos ancestrais, com o objetivo de combater o eurocentrismo e a colonialidade do ser, do poder e do saber, inovando a educação com uma metodologia decolonial e afrocentrada.

Ao se comprometer com a valorização da herança africana e indígena na sociedade brasileira, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa se enquadra nas leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que torna obrigatório o Ensino das histórias e culturas afro-indígenas. “Diretamente, estamos nos comprometendo a combater um problema social, que é o racismo. A Maria Felipa é uma escola para todes – crianças pretas, indígenas, brancas, entre outras. Abraçamos a diversidade dos corpos”, descreve Maju Passos, sócia da Maria Felipa.

A instituição oferece uma educação infantil de ensino fundamental 1 e trilíngue (português, inglês e libras). Dentro da sua metodologia, a Escola desenvolve ainda uma série de atividades didática-pedagógicas afroreferenciadas, como “Afrotech – Feira de Ciência Africana e Afrodiáspórica”, “Mariscada – Mostra artístico-cultural decolonial”, “Formatura no Quilombo”, “Decolônia de Férias” (ações durante o período de férias escolares), “Festival artístico educacional Avante Maria Felipa”, entre outros.

Programação

  • 06/01 – Segunda-feira

– Teatro com histórias afro-encantadora, ‘’Lua e a Magia dos Ventos’’

– Oficinas de bonecos com material reciclável (com a Diretora Cris)

– Oficina de bonecas Abayomi com contação de histórias

  • 07/01 – Terça-feira

– Brincadeiras africanas e indígenas

– Histórias afro-encantadora com a mitologia de Iemanjá.

– Banho de mangueira e piscina

  • 08/01 – Quarta-feira

– Oficina de dança (com a Prof. Val Ribeiro)

  • 09/01 – Quinta-feira

– Oficina de circularidade ancestral: Oxumaré – Movimento e transformação: Uma linda viagem no tempo ao antigo e potente reino Daomé

– Oficina e produção do Império Ashanti e o reinado de Yaa Asantewaa a partir de material reciclável

  • 10/01 – Sexta-feira

– Oficina de rimas e improvisos (com Prof. Gabriel Bispo)

– Oficina de Capoeira (com Prof. Negrete)

Serviço 

O quê: Decolônia de Férias na Escola Maria Felipa

Quando: De 6/01/25 a 10/01/25, das 9h às 15h30

Onde: Rua Comendador José Alves Ferreira, 60 – Garcia

Investimento: R$150,00/diária

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