Artes
Festival Bahia de Todas as Cores reunirá 90 artistas este mês


Foto: Edvaldu Neto
Já inserido no Calendário Nacional do Graffiti, o Festival Bahia de Todas as Cores (BTC) será realizado em Salvador entre os dias 23 a 26 de março, reunindo artistas nacionais e internacionais. Este ano, o tema é Colorida Cidade Viva, que será retratado por 90 artistas selecionados pelo Coletivo Vai e Faz, formado por artistas, comunicadores, produtores e estudiosos do tema.
Nesta terceira edição, o palco das intervenções será o Centro antigo de Salvador e buscará reforçar a ideia do espaço público como um local de encontros, saberes e trocas. O tema deste ano é um convite à apreciação da Arte Urbana e à valorização dos grafiteiros e grafiteiras que transformam os muros da cidade. “Colorida Cidade Viva” também pretende afirmar a relevância do graffiti para a construção de novas visões sobre a cidade, ampliando debates sobre acesso à produção artístico-cultural e sobre a profissionalização no universo das artes visuais.

Foto: Carol Garcia
Programação
Além das artes, o o BTC 2017 contará com a mesa-redonda Profissionalização nas Artes Visuais, no dia 23 de março, às 18h, com entrada franca, no Espaço Cultural da Barroquinha.
O debate reunirá artistas da cena baiana e nacional, de diversas áreas, que têm as Artes visuais como atividade formadora. No dia 24, acontece o tradicional mutirão de graffiti em uma comunidade no Centro Antigo, ainda a ser definida.
Também no dia 24, das 19h às 22h, no Espaço Cultural da Barroquinha, acontecem apresentações culturais. No terceiro e quarto dias, ocorrerá a grande produção coletiva de painéis espalhados pelos centro antigo: Ladeira da Preguiça, Ladeira da Montanha, Final de linha da Barroquinha e a famosa escadaria, onde ocorria o comércio de couro. Estes são os locais que receberão intervenção artísticas de graifteiros e grafiteiras baianos, nacionais e estrangeiros.
Confira abaixo a lista de artistas que integram esta edição:
Artes
ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras tem programação gratuita

Entre os dias 18 e 26 de julho, Salvador recebe a 5ª edição do ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras. Com 20 atrações artísticas e 14 atividades formativas, o evento ocupa cinco espaços da capital baiana, como o Teatro Gregório de Mattos, o Espaço Cultural da Barroquinha e escolas públicas, reunindo espetáculos, shows, oficinas, mesas temáticas e ações educativas que exaltam a produção artística e intelectual de mulheres negras.
Com o tema “O alçar voo do ventre de quem sabe que veio dos caminhos matricêntricos”, o festival reafirma sua proposta como território de resistência, imaginação e liberdade. Os ingressos para espetáculos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda pelo Sympla. Já as oficinas, bate-papos e outras atividades culturais são gratuitas.
Criado por artistas baianas e realizado em julho — mês em que se celebram o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia da Mulher Africana —, o ÌYÁ’S amplia em 2024 o seu alcance, dialogando diretamente com a educação básica. Serão oferecidas 10 oficinas gratuitas em escolas públicas de bairros como Itapuã, Cajazeiras, Nazaré, Ribeira e Cabula, conduzidas pelas artistas dos espetáculos da programação. A proposta é promover uma mediação cultural que incentive a comunidade escolar a frequentar os espetáculos, levando arte e conhecimento para dentro e fora dos palcos.
“Celebramos a criatividade e a força produtiva desses ventres que reverberam e se unem na construção desse festival. A programação é múltipla, diversa, assim como é o fazer de toda artista negra”, destaca Juliana Monique, atriz e produtora executiva do ÌYÁ’S.
A edição reúne 10 espetáculos de artes cênicas, sendo sete de Salvador e três de outras localidades: Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão. O interior da Bahia também está presente, especialmente nas atrações musicais. As apresentações abordam temas como ancestralidade, feminismo negro, identidade, espiritualidade, memória, violência de gênero e afeto.
Além disso, mesas temáticas com atrizes-criadoras e pesquisadoras negras aprofundam debates sobre insurgência feminina negra, arte de guerrilha e poéticas de mulheres negras.
🎭 Destaques da Programação Artística
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Monocontos – Elas fantasiam o tempo (Coletivo Meio Tempo): histórias de figuras como Rainha Nzinga e Tereza de Benguela
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Mulheres do Lar – Mortes Anunciadas (Lucimélia Romão): poética sobre violência doméstica e feminicídio
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Carta à Mãe (Milena Pitombo): segredos e afetos entre mãe e filha
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O Leque de Oxum (Cia Robson Correia): coreografia sobre a força da orixá Oxum
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Orúkọ (Hilda Maretta – RJ): memória negra e ancestralidade
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Mukunã – Do fio à raiz (Vika Mennezes): cabelo crespo como símbolo político
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Golpes no Ventre (Jane Santa Cruz): heranças de dor e força de uma linhagem feminina
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ABAYOMI (Rebeca Carneiro – MA): dança e espiritualidade entre negritude e indígena
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Amarelo Ouro Mi Maió (Cia da Mata): dança poética sobre ser mulher negra
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Eu, Atlântica (Aline Oliveira): memória e legado da historiadora Beatriz Nascimento
Encerramento com feira e shows
No dia 26 de julho, o evento se despede com uma grande celebração no Pátio do Terreiro de Jesus (Iyá Nassô), com feira criativa, lançamento de livros e shows gratuitos com Priscila Sales e Renata Lima, além de apresentações como Coral Vozes de Mainha e Dança Mulher.
SERVIÇO
Evento: ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras – 5ª edição
Quando: De 18 a 26 de julho
Onde: Teatro Gregório de Mattos, Espaço Cultural da Barroquinha, Espaço Xisto Bahia, Café-Teatro Nilda Spencer e escolas públicas estaduais de Salvador
Quanto:
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Espetáculos e shows: R$ 20 (inteira) / R$ 10 (meia) – à venda no Sympla
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Oficinas, mesas temáticas e demais atividades: Gratuito
Instagram: @festivaliyas
Artes
Coletivo Nosso Kilombo leva Sambas, Artesanias e Resistências culturais para Itapuã

De julho a dezembro, as ruas do bairro de Itapuã serão tomadas pelo projeto “LEVANTA POVO! Sambas, Artesanias e Resistências” do Coletivo Nosso Kilombo, movimento surgido em 2018 na Festa de São Tomé, umas das festas mais tradicionais do bairro. O projeto terá diversas ações culturais de rua, como samba de roda, rodas de fuxicos, conversas intergeracionais com mestres griôs da comunidade, caminhada no Abaeté e cortejo artístico.
O intuito é retomar, preservar e ressignificar as tradições culturais típicas do bairro de Itapuã, o espírito de insurgência da comunidade negra e indígena na localidade. Trazendo a memória de resistências históricas do bairro, como por exemplo o Quilombo Buraco do Tatu, o projeto convoca a comunidade a olhar para seu território com senso de pertencimento. Além de fortalecer a presença dos ditos “sambas de boi”, como os bois Bumbapuã e Boca de Ouro, construídos a muitas mãos por mobilizadores culturais de outras gerações, e que hoje são “maternados” pelo Coletivo Nosso Kilombo.
“Para além de tocar consciências e corações através do toque dos tambores, cantos orgânicos e curativos, da dança raiz, cores e brilhos; de toda esta ritualística, o Coletivo quer ver tudo isto em manifestação constante,como necessidade vital, com honra, comprometimento e coração, demonstrando, assim, o poder do sentimento de pertencimento de um lugar e sua cultura”, diz Verônica Mucúna, artivista cultural, agitadora social e uma das fundadoras do Nosso Kilombo.
Ações culturais
O projeto “LEVANTA POVO! Sambas, Artesanias e Resistências” começa em julho, quando serão realizadas as “Rodas de Fuxicaria – Conspirar para construir”, nos dias 11, 18 e 25, na Praça da Rua da Literatura. Os encontros serão para confecção artesanal de fuxicos, com presença de mestres griôs da comunidade, reunindo moradores de Itapuã de diversas idades e estudantes de escola pública. As Rodas terão as participações ancestrais da Mestra Anamaria das Virgens (RevisÁfrica / Nosso Kilombo), Mestre Ulysses dos Santos (Afoxé Korinagô / Nosso Kilombo) e Mestra Damiana do Pandeiro (Roda de Samba das Mulheres de Itapuã). No último dia (25), encerrando a primeira etapa do projeto, haverá o Samba do Fuxico, com Nosso Kilombo.
Já no mês de agosto, dia 29, a ação será o “Arroz de Graças – Partilhar para Reunir”, um movimento tradicional que visa a distribuição de arroz doce com samba de roda na Praça da Igreja Católica do bairro de Itapuã. O arroz será distribuído para cerca de 200 pessoas.
Em setembro, no dia 22, será o momento da “Caminhada Patrimonial – Caminhar para Convocar”, reunindo estudantes de escolas públicas de Itapuã, focando na preservação do meio ambiente e patrimônio cultural da região. A caminhada chama atenção para o progresso de projetos de urbanização que ameaçam a área, traz à tona campanhas de conscientização sobre a importância da Lagoa do Abaeté e a defesa do patrimônio histórico e cultural do local.
Finalizando o projeto, em dezembro será realizado o “Cortejo Levanta Povo – Celebrar para Insurgir”, ação artística que vai percorrer a ruas do bairro de Itapuã, partindo da praça da Igreja (Praça Dorival Caymmi) em direção ao Cruzeiro de Piatã, integrando a Festa de São Tomé e celebrando os 07 anos do Coletivo Nosso Kilombo.
O projeto “LEVANTA POVO! Sambas, Artesanias e Resistências” foi contemplado pelo edital Territórios Criativos – Ano II com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo ,Prefeitura de Salvador e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), Ministério da Cultura, Governo Federal.

Mestra Anamaria das Virgens /Foto Pio Filho
Sobre Mestras e Mestre
Mestra Anamaria das Virgens é uma das fundadoras do grupo cultural as Ganhadeiras de Itapuã, é cantora, compositora, artesã, educadora e foi ganhadeira e lavadeira nas margens do Abaeté. É mestra orientadora do Coletivo Nosso Kilombo e rainha coroada por ele com mais de 50 anos dedicados à atividade cultural no território.

Mestra Damiana do Pandeiro/Foto Fabíola Campos
Mestre Ulysses dos Santos é uma das principais lideranças de Itapuã, mobilizador cultural e presidente do Afoxé Korin Nagô. Foi diretor de bateria por mais de 10 anos de blocos afros como Malê Debalê, Filhos de Gandhy e ganhador da Medalha Zumbi dos Palmares.
Mestra Damiana do Pandeiro é compositora, percussionista, madrinha da Roda de Samba de Mulheres, Baiana de Acarajé e Ganhadeira de Itapuã.

Mestre Ulysses dos Santos/Foto Pio Filho
Sobre o Coletivo Nosso Kilombo
O Coletivo Nosso Kilombo tem iniciativas de preservação e ressignificação das tradições culturais do território de Itapuã. Vem realizando, desde 2018, intervenções com objetivo de valorização da brincadeira de rua e das tradições afroindígenas presentes na culinária e nos sambas juninos do território, fomentando o pertencimento comunitário entre os moradores. suas ações contribuem para a patrimonialização da cultura em todas as suas expressões, como forma de barrar as recorrentes investidas da especulação imobiliária e de práticas do racismo religioso na localidade. Construiu, junto com Mestre Ulysses, o boi Boca de Ouro, um dos tradicionais bois da Festa de São Tomé, representando o legado ancestral como forma de manter vivo os sambas de boi, samba duro e samba de roda da localidade, que tem se tornado cada vez mais escasso na cultura de Itapuã.
PROGRAMAÇÃO
JULHO – Praça da Rua da Literatura – Itapuã
Roda de Fuxicaria com Mestra Anamaria das Virgens (RevisÁfrica / Nosso Kilombo)
Data: 11/07, das 14h às 17h
Roda de Fuxicaria com Mestre Ulysses dos Santos (Afoxé Korinagô / Nosso Kilombo)
Data: 18/07, das 14h às 17h
Roda de Fuxicaria com Mestra Damiana do Pandeiro (Roda de Samba das Mulheres de Itapuã) e Samba do Fuxico com Nosso Kilombo
Data: 25/07, das 15h às 20h
AGOSTO – Praça da Igreja Católica – Itapuã
Arroz de Graças – Partilhar para Reunir: distribuição de arroz doce com samba de roda
Data: 29/08, 18h
SETEMBRO – Concentração no Busto de Mãe Gilda – Parque Metropolitano do Abaeté. Caminhada Patrimonial – Caminhar para Convocar
Data: 22/09, 13h às 16h
DEZEMBRO – Concentração às 17h na Praça da Igreja Católica. Cortejo em direção ao Cruzeiro de São Tomé em Piatã
Cortejo Levanta Povo – Celebrar para Insurgir: Cortejo de aniversário do Nosso Kilombo e celebração da Festa de São Tomé (uma das mais antigas de Itapuã).
Data: 20/12, a partir das 17h
Foto: Fabíola Campos
Artes
Oficina de processos criativos com Goya Lopes abre inscrições no MAM

Estão abertas até a próxima quarta-feira (2) as inscrições para a Oficina de Processos Criativos, ministrada pela artista visual Goya Lopes, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). A atividade integra o projeto “Cutucar o MAM – 45 anos de Oficinas Criativas”, realizado pela VIA Press Comunicação em parceria com o museu, que celebra as oficinas promovidas pelo MAM ao longo dos seus 45 anos.
A oficina, com 30 vagas gratuitas, é voltada preferencialmente para pessoas que já trabalham com xilogravura e acontece aos sábados, nos dias 5, 12 e 19 de julho, das 13h30 às 17h30, no Galpão das Oficinas do MAM, localizado no Solar do Unhão. Os participantes serão convidados a explorar processos artísticos que envolvem desenho, criação de padrões, memória cultural e impressão manual.
Antes do início da oficina, no dia 4 de julho, das 15h às 17h, será realizada uma roda de conversa aberta ao público com Goya Lopes, na Galeria 3 do MAM, sem necessidade de inscrição prévia. Todas as atividades terão intérpretes de Libras para garantir acessibilidade.
As xilogravuras produzidas durante a oficina serão impressas e costuradas em um painel entre os dias 21 e 26 de julho. Este painel integrará a exposição “Okòtò: Espiral da Evolução”, de Goya Lopes, que está em cartaz no MAM com visitação gratuita.
O projeto “Cutucar o MAM” foi contemplado pelo edital da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) e conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura (SecultBA), vinculada ao Ministério da Cultura.
Sobre Goya Lopes
Designer têxtil, empresária e artista plástica, Goya Lopes é referência nacional no design inspirado nas culturas africana e afro-brasileira. Formada em Belas Artes pela UFBA e com especializações na Itália, a artista é conhecida pelas xilogravuras impressas em tecido e pela criação da marca Didara, que utiliza a estamparia para contar histórias da relação entre Brasil e África.
Serviço
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Roda de Conversa: 4 de julho, 15h às 17h, Galeria 3 do MAM – entrada gratuita
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Oficina de Processos Criativos: 5, 12 e 19 de julho, 13h30 às 17h30, Galpão das Oficinas do MAM – 30 vagas gratuitas
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Inscrições: nos perfis do Instagram @bahiamam e @cutucaromam
Foto: Renan Benedito
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