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#OcupA – Projeto de lei busca silenciar professores e professoras!
Em 4 de janeiro de 2017, o vereador de Salvador Aleluia apresentou a PL nº 01/17, nomeada “Programa Escola Sem Partido”. Consta no projeto de lei, diversas barreiras para as ações das professoras e professores em sala de aula – “Lei da Mordaça”.
O artº 3, que delimita as funções dos professores, afirma que “ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, apresentará aos alunos, de forma justa, as PRINCIPAIS VERSÕES, TEORIAS, OPINIÕES e perspectivas concorrentes a respeito”. A partir dessa afirmação, é interessante deixar evidente que o simples fato de se limitar a palavra “principal” para a discussão já nos traz uma perspectiva perigosa e assustadora, uma vez que o educador não tem a obrigação de repercutir o senso comum e reforçar os estereótipos de uma sociedade racista, machista e LGBTTfóbica.
É evidente que as versões, teorias e opiniões que são consideradas como principais na história do país, estão relacionadas àquelas narrativas vindas de homens brancos, universitários e eurocêntricos. A partir disso, limitar o discurso dos educadores às principais versões, teorias e opiniões é reforçar o epistemicidio, e o silenciamento de argumentos contra hegemônicos, que trazem novas narrativas para as salas de aula.
O epistemicídio é um fenômeno que age por meio da deslegitimação e desvalorização do conhecimento, relacionado e produzido pela população negra. Pela negação ou ocultamento das contribuições do Continente Africano ao patrimônio cultural da humanidade e pelo embranquecimento, a partir da imposição histórica e cultural.
A partir disso, entendo que essa proposta de lei reforça este silenciamento, por querer pautar a neutralidade a partir da hegemonia, em um contexto educacional que pouco discute as produções da comunidade negra.
É necessário o entendimento de que o educador tem como função garantir a livre e democrática manifestação de diversas e diferentes versões sobre o mundo, a partir das construções e experiência de cada um, procurando ao máximo dialogar por uma sociedade com mais equidade e respeito.
A partir disso, “a livre manifestação de pensamento” deve ser respeitada e endossada. O que o projeto de lei da mordaça traz para os professores, é o aprisionamento de idéias e novas construções para as escolas de Salvador.
Segundo a justificativa do vereador, essa proposta almeja “… buscar o verdadeiro ensino e ensinar de forma neutra…”. A perspectiva de neutralidade na justificativa não dialoga com o respeito ao pluralismo de idéias e com as diversas formas de se lidar com a educação e a pedagogia.
Meu professor racista!
No início desta semana, a hashtag #meuprofessorracista se popularizou em redes sociais como o Facebook e o Twitter.
A mobilização virtual surgiu a partir de um episódio ocorrido na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Em carta aberta, o coletivo Ocupação Preta relata que, durante uma discussão em aula, uma professora teria abordado com chacota assuntos relacionados às relações raciais e Monteiro Lobato. A partir disso, a hashtag viralizou e diversos relatos de jovens, que quando criança escutaram frases racistas dos professores e professores, foram expostos.
O que deixou claro que ações racistas são cotidianas nas escolas, por ser algo estrutural que necessita de muitas lutas e resistência para ser superado. Diante disso, é importante reiterar que o “Programa Escola Sem Partido” vem na função de fortalecer ações hegemônicas e enfraquecer as mobilizações a favor de uma sociedade mais democrática, respeitosa e menos racista.
Precisamos nos mobilizar para barrar a passagem dessa proposta de lei. Diante disso, diversos coletivos, instituições e entidades se uniram para construir a FRENTE BAIANA ESCOLA SEM MORDAÇA, por uma escola livre e com pensamento crítico.
Ícaro Jorge, 19 anos, é fundador e conciliador de histórias do Ocupa Preto, blogueiro, youtuber e mobilizador social.
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Matriarcas da Pedra de Xangô escolhem os 15 novos guardiões
A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, Ângela Guimarães, recebeu, nesta quarta-feira (28), o título de Guardiã do Parque Pedra de Xangô. A honraria foi concedida pelas Matriarcas da Pedra de Xangô, grupo de sacerdotisas responsáveis pela salvaguarda e proteção do rochedo considerado sagrado pelos religiosos de matriz africana em Salvador.
“É uma emoção e grande responsabilidade ser agraciada com o título. Assumo o compromisso pessoal e institucional com o enfrentamento do racismo religioso e a manutenção dos nossos territórios sagrados”, destacou a titular da Sepromi.
A entrega da condecoração integrou a programação da Cerimônia da Fogueira de Xangô, ritual que reverencia as divindades do fogo e fortalece a rede em defesa desse patrimônio cultural afro-brasileiro, localizado na Avenida Assis Valente, no bairro de Cajazeiras.
De acordo com as Matriarcas da Pedra de Xangô, os 15 novos guardiões foram escolhidos em função dos “relevantes serviços à cidade, a cultura, à população negra, ao Povo de Axé, às comunidades tradicionais e, em especial, ao processo de implantação, manutenção e gestão do equipamento de apoio do Parque Pedra de Xangô”.
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Associação celebra Dia Internacional do Reggae no Pelô
A Associação Cultural Aspiral do Reggae vai celebrar o Dia Internacional do Reggae – 1º de julho. A festa será na Casa Cultural Reggae (Rua do Passo) e contará com um time de artistas, djs e banda de reggae pra animar o público. Esta é a 7ª edição dessa celebração e terá shows do veterano Kamaphew Tawa & banda Aspiral do Reggae, Dj Maico Rasta, Fabiana Rasta, Jo Kallado ,Vivi Akwaba, Jadson Mc, Bruno Natty, Ras Matheus e Makonnen Tafari.
O Brasil é o segundo país do mundo que mais consome reggae, uma data definida pela jamaicana Andrea Davis, inspirada no discurso de Winnie Mandela em Kingston, Jamaica, em 1992.
“O Reggae tem sido uma grande influência nas raízes culturais e musicais da Jamaica e do mundo, misturando instrumentos africanos e europeus como violão, bongô e banjo, e criando as bases para o gênero. Ele inspirou milhares a seguirem a filosofia da cultura Rastafari, dando origem a figuras icônicas como Bob Marley, Jimmy Cliff, Peter Tosh, Toots & The Maytals, entre outros”, pontua a dirigente da Associação, Jussara Santana.
O ritmo também foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco, em 2018, por conta do seu papel sociopolítico e cultural. A celebração será neste sábado (01/7), aberta ao público, das 18h às 23h30.
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Vai rolar segunda edição da festa #Ghettos no Bombar
Nesta sexta (30), o Bombar no bairro do Rio Vermelho em Salvador vai receber a segunda edição da festa Ghettos edição Salcity X Guiné- Bissau, idealizada pelo produtor, Uran Rrodrigues.
“Os sons de dois dos principais centros urbanos do mundo se encontrarão na mesma pista em celebração as nossas potencialidades numa mistura musical altamente dançante e identitária” conta Uran.
Diretamente de Mirandá, gueto do Guiné, o músico, cantor e Dj Eco de Gumbé apresentará suas performances no melhor do afrobeat, dialogando com o set do dj, produtor musical e co-criador do Coletivo Trapfunk&Alivio, Allexuz95 do Nordeste de Amaralina. Ele promete beats certeiros com trap,funk e pagodão baiano.
Do Pelourinho, Akani retorna à festa trazendo o seu groove e os remixes mais potentes da cena, abrindo as portas para sonzeira de Dricca Bispo com as autorais, como “Saudade” e os covers de Sem Pause e Inevitável.
Dricca Bispo, dançarina de Castelo Branco, já conhecida das pistas, apresentará sua nova versão como cantora. Vai rolar ainda feat especial com Felupz, que se prepara para lançar Razga com beat produzido por Doizá.
Couvert artístico R$ 25.