Literatura
Se prepare para o II Slam das Minas este sábado (22)!
Uma galera enorme prestigiou a primeira batalha de poesia só entre mulheres em Salvador. Foi o Slam das Minas, que rolou em março na Estrada das Barreiras. Quem não foi vai ter uma segunda chance: vai rolar Slam das Minas II, no conjunto ACM (Estrada das Barreiras), dia 22, próximo sábado.
A premiação desta edição será uma parceria com a Colordreads, Tamires Allmeida, Yaloxum, Agô Nile, Cintia Savoli, Giovani Sobrevivente e Coisa de Preto. Na primeira edição, 17 mulheres se inscreveram para batalhar. Uma das organizadoras, Fabiana Lima espera mais participação.
“A expectativa é que possamos manter o nível que foi o primeiro evento, e que continue encorajando as poetisas a irem disputar a competição. Acredito que daqui pro final do ano a participação das mulheres esteja maior, pois a ideia do Slam das Minas é fazer com que elas tenham coragem de disputar os outros Slam’s também, não só o nosso”, disse.
Fabiana Lima – a Poetiza, Periférica e Feminista à frente do Slam das Minas
Participar…
Pra concorrer nesta, mulheres tem que chegar 17h pra se inscrever. Só poderão batalhar 20 poetizas, no máximo. O Slam das Minas II vai ser em três fases: na 1ª toda as inscritas se enfrentam, na 2ª ficam as cinco melhores na Semifinal e, por último, as três melhores se enfrentam na Final.
Os poemas tem que ser autorais, e cada uma terá 3 minutos para apresentá-los em cada fase. No júri terá Ana Paula Rosário, Carla Marinho, Lane Silva, Nayara Silva e Mara Mukami.
Quem faturar o 1º lugar levará um ensaio fotográfico, cabelo (Colordreads) e livro; a 2º lugar ganhará um CD de Cíntia Savolli (DF), uma camisa e um livro; a 3º lugar faturará uma camisa e CD de Giovane Sobrevivente.
Por trás da Batalha…
Produzido por quatro jovens soteropretas, o Slam das Minas BA já tem lugar certo no cenário da chamada “poesia marginal”, a poesia da subversão. São elas:
Dricca Silva, poetisa, artista de rua, moradora do bairro do Cabula e integrante do grupo de poesia Resistência Poética. Dricca é ativista cultural, graduanda no BI em Artes (Ufba) e angoleira na Associação de Capoeira Angola Relíquia Espinho Remoso.
“Se carregamos cicatrizes é que fomos resistentes o suficiente,
na crença da virada do jogo, mulher preta no topo”.
Fabiana Lima – Tem 20 anos, mora em Sussuarana, poetisa, MC, artista de rua, produtora cultural, ativista cultural e integrante do grupo de poesia Resistência Poética. Foi vice-campeã do campeonato brasileiro de poesia falada – o Slam BR – , cursa Enfermagem e é ango-capoeirista.
Jaque Nascimento – Ela tem 22 anos, nasceu em Feira de Santana, mora em Pernambués. É lésbica, poetisa, cantora, compositora, artista de rua, produtora cultural e estudante de Humanidades na UNlLAB.
“Seja sua própria voz e símbolo de resistência!”
Ludmila Laísa – Com 19 anos, mora no bairro do São Caetano, é atriz, grafiteira, poetisa e professora de dança. Também produtora cultural, artista de rua, angoleira na Associação de Capoeira Angola Relíquia Espinho Remoso e graduanda no Bacharelado Interdisciplinar em Artes (Ufba). Também integra a Crew de mulheres Donas do Rolê.
Chegue lá…
Slam das Minas II
Onde: Praça do Conjunto ACM – Estrada das Barreiras
Quando: 22 de abril (sábado), 18h
Inscrições: A partir das 17h
FREE
Literatura
Bruna Silva lança seu primeiro livro “Èsù Walê – O Caminho de Volta”
A poeta, cantora e mobilizadora cultural Bruna Silva, mulher preta e lésbica lança seu primeiro livro autoral de poesias “Èsù Walê – O Caminho de Volta”, no próximo dia 13 de janeiro, às 19h, na Casa do Benin. A obra terá distribuição gratuita de exemplares e a noite de lançamento contará com uma roda de conversa com Bruna Silva, o poeta e comunicólogo Marcelo Ricardo, a pesquisadora literária Amanda Julieta e o poeta performer Nelson Maca. E ainda, um pocket-show com Samba de Lua.
A publicação, que já está disponível em audiobook e conta com a direção de voz de Reinan Acioly, traz escritos encruzilhados nas ruas da periferia, para falar de afeto, força e da ancestralidade.
Uma de suas poesias, escrita em parceria com o poeta Evanilson Alves, fala: “A palavra é nossa arma / Contra toda opressão / A poesia que não se cala / Dá voz a toda uma geração / (…) / Nosso fazer vai além do artístico / É conhecimento, exemplo e motivação / Que a poesia toque os corações / E na perifa gere transformação”.
“As minhas poesias nascem e se fundamentam nas encruzilhadas, das ocupações do meu corpo, nas batalhas de slam, das pessoas que estão no meu entorno. Por isso, elas ganham às ruas, pois esse é o tempo-espaço delas. As escritas surgem a partir dos caminhos que sou e ocupo. O livro vem para afirmar que a minha arte é possível estar nesses lugares. Èsù Walê representa esse caminho que me diz onde, como e por que devo estar. E, principalmente, de onde não quero sair”, declara a poeta, que completa 10 anos de criação artística.
Ela realça que o livro mostra “aos meus” que é possível falar sobre o que acreditamos. “Que a partir da nossa arte e poesia é possível encontrar e aproximar pessoas. Por isso, lanço este livro, em que através das poesias e poemas descrevo o caminho que refaço para encontrar o sagrado, de dizer a Exu que estou aqui”.
Para a jornalista Vânia Dias, que presenteia o livro com um lindíssimo prefácio, através das poesias “é possível ouvir gritos e sussurros. Medos e coragens de quem se sabe malabarista da arte da sobre(escre)vivência”. E, se preciso for, quebra a rima, escreve poemas e poesias livre de amarras e ou de regras. “Na velocidade do vento, a menina Silva escreve como se, nesse encontro de páginas nuas, vestisse de palavras os cenários das ruas”, descreve Vânia Dias.
“Èsù Walê – O Caminho de Volta é um megafone para falar sobre as várias faces e demandas que nós pretos e de periferia lidamos durante a vida.
Em sua escrita posfácio, a pesquisadora literária Amanda Julieta descreve que Bruna Silva traz em seu livro “Uma poesia dita em pretuguês, como pontua Lélia Gonzalez, essa língua de encruzilhada, marcada pela africanidade; uma poesia feita com caneta e papel, mas também de voz, gestos, gritos, sorrisos, olhares, silêncios; uma poesia para ser compartilhada coletivamente, como um quilombo de palavras onde tudo que se dá se recebe, seguindo o princípio da reciprocidade de Èsù.”
O livro, dividido em quatro capítulos com 26 poemas no total, conta com ilustrações assinadas pelo artista Lee 27. A capa exusíaca foi desenhada por Maria Clara Duarte. O projeto gráfico do livro é de Duda Rievrs e a revisão é do poeta-performer Alex Simões. A direção e coordenação do projeto são de Igor Tiago (seu irmão) e de Herley Nunes, respectivamente.
O livro “Èsù Walê – Caminho de Volta” foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar n° 195, de 8 de julho de 2022.
Serviço
O quê – lançamento do livro de poesias Èsù Walê – O Caminho de Volta, de Bruna Silva
Quando – 13 de janeiro de 2025, 19h
Onde – Casa do Benin
Entrada – Gratuita, com distribuição de exemplares
Mais informações – @brunasilvapoesia
Literatura
Escritora Larissa Reis lança o livro ‘Dayó, Itapuã e os Contos’
Sobre Larissa Reis
Literatura
Anderson Shon recebe troféu HQMIX, o Oscar dos quadrinhos
“O troféu foi uma noite de celebração, diversidade, ocupação e resistência! Ainda não tenho palavras pra dizer o quanto estou feliz e realizado, mas elas virão”, completou Daniel Cesart.