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Cia de Teatro da UFBA com o asè de Gusmão – o Anjo Negro e Sua Legião! – Por Josi Acosta

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Em 2017 a Escola de Teatro da UFBA, primeira escola de teatro brasileira a integrar uma Universidade, resolve prestar uma homenagem àquele que foi o primeiro ator negro a concluir o curso de graduação dentro da instituição: Mario Gusmão. Em 2016 completaram-se 20 anos sem sua presença neste plano astral, ele que partiu em 20 de novembro, data simbólica para a comunidade negra brasileira, pois celebra-se a memória de Zumbi do Palmares, um dos líderes daquele que foi um dos maiores e mais duradouro quilombo brasileiro.

E que teve sua cabeça ceifada para manutenção da ordem escravocrata vigente, isto há 322 anos  e que ainda hoje precisamos lembrar para avançar em busca de direitos básicos da população negra e mostrar à sociedade que continuaremos lutando. Voltemos à montagem. Não podemos negar que a encenação surge também para dar conta das reivindicações de alunos (as) pretos (as) da instituição, que formaram a Organização Dandara Gusmão (em outro oportunidade explicarei sobre este movimento).

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A realização da montagem foi divulgada em fevereiro deste ano, no último dia do 1º FÓRUM NEGRO DAS ARTES CÊNICAS DA UFBA, primeira edição de um evento organizado pelo PPGAC “que objetiva refletir sobre o ensino, a pesquisa e a extensão em artes cênicas e formular propostas para a revisão dos currículos que não contemplam as epistemologias, as poéticas, as estéticas e as filosofias africanas, negrobrasileiras e diaspóricas em seus paradigmas curriculares”.

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A 51ª montagem  da Cia de Teatro da UFBA que em sua estreia no dia 27 de julho estava super lotada e nas três semanas que ficou em cartaz foi sucesso de público, tendo ao longo da temporada entre 85 e 100% da sua ocupação, e no penúltimo dia devido a uma fila de espera que se equiparava a lotação do teatro os artistas dispuseram-se a fazer na sequência sessão extra e no último dia, em função do desgaste das apresentações anteriores, aproximadamente,  150 pessoas retornaram sem assistir a montagem visto que mais uma vez os ingressos esgotaram-se.

O que despertou este grande interesse do público pelo espetáculo? Que público era este? O que teve a montagem de tão importante? Precisamos refletir.  GUSMÃO O ANJO NEGRO E SUA LEGIÃO é um espetáculo grandioso, sem sombra de dúvida torna-se um marco histórico dentro da instituição, pois difere-se dos demais não só pela direção e dramaturgia de TOM CONCEIÇÃO, doutor em Artes Cênicas, que também é aluno egresso da instituição, mas pelo elenco composto, majoritariamente, por artistas negros, alguns formados, profissionais atuantes na cena teatral baiana, mas também alunos da graduação da ETUFBA, o que possibilita revelar talentos que muitas vezes são eclipsados por falta de oportunidade.

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No palco do Teatro Martim Gonçalves estavam 17 artistas: nove atrizes, cinco atores, um músico, uma musicista e um bailarino. Todos prestando uma homenagem a Mário Gusmão, sua trajetória foi a inspiração, mas não se pode dizer que era, somente, uma peça biográfica a medida que história dos próprios intérpretes, críticas sociais e temas atuais ecoaram nesta montagem polifônica. O espetáculo nos trouxe cores, sons e formas do recôncavo, da Bahia preta, nos prendeu do início ao fim por um coro dinâmico que diversas vezes ressurgia no espetáculo e nos seduzia pela beleza das melodias, vozes, mas ao mesmo tempo nos fazia refletir através do conteúdo das letras e ações.

O que dizer dos personagens, quais personagens atores e atrizes negras podem fazer em uma encenação? Não fui ao espetáculo para fazer um estudo, mas exercitando a memória lembro-me de ter visto: avó, mãe, pai, filho, crianças, ambulante, baiana de acarajé, atriz, santa, prostituta, louca, senhoras de classe média, policiais, enfim muitas possibilidades.

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Um espetáculo que apesar do discurso, da força da coletividade, conseguia mostrar ao público o potencial de cada atriz/ator que ali estava. Neste sentido é oportuno destacar a atuação de Evana Jeyssan atriz oriunda da Escola de Teatro e que em 2015 ganhou o prêmio Braskem de Teatro na categoria atriz revelação. Com sua voz e presença marcante conseguia emocionar e prender a atenção do público sempre que entrava em cena.

Ao olhar com atenção a cena, percebi o jovem ator João Victor Soares, graduando da instituição, que por diversas vezes chamava a atenção ao nos apresentar personagens com energias tão diversas, além de ficar nítido as demais habilidades artísticas que possui e que o diretor soube fazer bom uso. Quatorze atores/atrizes em cena e conseguimos enxergar cada indivíduo, será coincidência ou uma escolha do diretor por valorizar o trabalho dos artistas negros que ali estão? Para um coletivo ser forte é preciso indivíduos conscientes e igualmente fortes.

Você não assistiu? Vamos torcer para que retorne logo em cartaz. Asé a Cia de Teatro de UFBA e a todos os profissionais envolvidos em Gusmão o anjo negro e sua legião!

Fotos: Diney Araújo

josi acosta

Texto de Josi Acosta, Atriz, professora de Teatro, Produtora Cultural e Mestranda pelo PPGAC-UFBA

 

 

 

 

 

 

 

 

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Matriarcas da Pedra de Xangô escolhem os 15 novos guardiões

Jamile Menezes

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A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, Ângela Guimarães, recebeu, nesta quarta-feira (28), o título de Guardiã do Parque Pedra de Xangô. A honraria foi concedida pelas Matriarcas da Pedra de Xangô, grupo de sacerdotisas responsáveis pela salvaguarda e proteção do rochedo considerado sagrado pelos religiosos de matriz africana em Salvador.

“É uma emoção e grande responsabilidade ser agraciada com o título. Assumo o compromisso pessoal e institucional com o enfrentamento do racismo religioso e a manutenção dos nossos territórios sagrados”, destacou a titular da Sepromi.

A entrega da condecoração integrou a programação da Cerimônia da Fogueira de Xangô, ritual que reverencia as divindades do fogo e fortalece a rede em defesa desse patrimônio cultural afro-brasileiro, localizado na Avenida Assis Valente, no bairro de Cajazeiras.

De acordo com as Matriarcas da Pedra de Xangô, os 15 novos guardiões foram escolhidos em função dos “relevantes serviços à cidade, a cultura, à população negra, ao Povo de Axé, às comunidades tradicionais e, em especial, ao processo de implantação, manutenção e gestão do equipamento de apoio do Parque Pedra de Xangô”.

Guardiões e Guardiãs da Pedra de Xangô 
1 – Tânia Scoofield Almeida – Presidenta da Fundação Mário Leal Ferreira – Prefeitura Municipal de Salvador;
2 – Fernando Guerreiro – Presidente da Fundação Gregório de Mattos – Prefeitura Municipal de Salvador;
3 – Bruno Monteiro – Secretário de Cultura do Estado da Bahia;
4 – Luiz Carlos Suíca – Vereador do Município de Salvador;
5 – Jose Raimundo Lima Chaves – Pai Pote – Presidente da Associação Beneficente Bembé do Mercado – Santo Amaro-Bahia;
6 – Rafael Sanzio Araújo dos Anjos – Prof. Titular & Pesquisador Sênior -CIGA\PPGGEA\UNB – Brasília;
7 – Sônia Mendes Reis Nascimento – Ìyá Egbè – Administradora e mestranda em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU-UFBA;
8 – Ìyá Márcia D’Ògún – Presidenta do Conselho Municipal de Cultura de Salvador;
9 – Edvaldo Matos – Coordenador do SIOBÁ – Irmandade Beneficente de Ojés, Ogans e Tatas
10 – Leonel Monteiro – Presidente da AFA – Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia;
11 – Fábio Macedo Velame – Prof. Permanente do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU –UFBA;
12 – Nilza Nascimento Ferreira – Mãe Nilza D’Oxum – Professora, sacerdotisa, sucessora de Mãe Zil – Santo Antônio de Jesus – Bahia;
13 – Evilásio Bouças – Taata Evilásio – Presidenta do Conselho Municipal das Comunidades Negras de Salvador;
14 – Ângela Guimarães – Secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais do Estado da Bahia;
15 Maria Alice Silva – mestra e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU-UFB

 

 

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Associação celebra Dia Internacional do Reggae no Pelô

Jamile Menezes

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Kamaphew Tawa

 

A Associação Cultural Aspiral do Reggae vai celebrar o Dia Internacional do Reggae – 1º de julho. A festa será na Casa Cultural Reggae (Rua do Passo) e contará com um time de artistas, djs e banda de reggae pra animar o público. Esta é a 7ª edição dessa celebração e terá shows do veterano Kamaphew Tawa & banda Aspiral do Reggae, Dj Maico Rasta, Fabiana Rasta, Jo Kallado ,Vivi Akwaba, Jadson Mc, Bruno Natty, Ras Matheus e Makonnen Tafari.

O Brasil é o segundo país do mundo que mais consome reggae, uma data definida pela jamaicana Andrea Davis, inspirada no discurso de Winnie Mandela em Kingston, Jamaica, em 1992.

“O Reggae tem sido uma grande influência nas raízes culturais e musicais da Jamaica e do mundo, misturando instrumentos africanos e europeus como violão, bongô e banjo, e criando as bases para o gênero. Ele inspirou milhares a seguirem a filosofia da cultura Rastafari, dando origem a figuras icônicas como Bob Marley, Jimmy Cliff, Peter Tosh, Toots & The Maytals, entre outros”, pontua a dirigente da Associação, Jussara Santana.

O ritmo também foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco, em 2018, por conta do seu papel sociopolítico e cultural. A celebração será neste sábado (01/7), aberta ao público, das 18h às 23h30.

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Vai rolar segunda edição da festa #Ghettos no Bombar

Jamile Menezes

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Drica Bispo

Nesta sexta (30), o Bombar no bairro do Rio Vermelho em Salvador vai receber a segunda edição da festa Ghettos edição Salcity X Guiné- Bissau, idealizada pelo produtor, Uran Rrodrigues.

“Os sons de dois dos principais centros urbanos do mundo se encontrarão na mesma pista em celebração as nossas potencialidades numa mistura musical altamente dançante e identitária” conta Uran.

Diretamente de Mirandá, gueto do Guiné, o músico, cantor e Dj Eco de Gumbé apresentará suas performances no melhor do afrobeat, dialogando com o set do dj, produtor musical e co-criador do Coletivo Trapfunk&Alivio, Allexuz95 do Nordeste de Amaralina. Ele promete beats certeiros com trap,funk e pagodão baiano.

Felupz

Do Pelourinho, Akani retorna à festa trazendo o seu groove e os remixes mais potentes da cena, abrindo as portas para sonzeira de Dricca Bispo com as autorais, como “Saudade” e os covers de Sem Pause e Inevitável.

Dricca Bispo, dançarina de Castelo Branco, já conhecida das pistas, apresentará sua nova versão como cantora. Vai rolar ainda feat especial com Felupz, que se prepara para lançar Razga com beat produzido por Doizá.

Couvert artístico R$ 25.

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