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A Relações Públicas, Renata Dias, assume a diretoria da Fundação Cultural da Bahia (FUNCEB)
A Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) – que tem o propósito de fomentar e promover a diversidade cultural baiana em suas várias linguagens e formas de expressão – está sob novo comando. A entidade vinculada à Secretaria Estadual da Cultura (Secult) será administrada pela relações-públicas Renata Dias Oliveira.
A novidade foi assunto de vários sites jornalísticos, após a publicação na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) da última sexta-feira. Mas, a Flor de Dendê vem contar um pouco do caminho percorrido pela nova gestora que, após experiências no âmbito de políticas públicas na Petrobras e na Sepromi, assume o posto ocupado pela produtora cultural Fernanda Tourinho nos últimos dois anos e sete meses.
Na história que começa a escrever pelo viés do fomento do que representa a identidade baiana, Renata começa essa trilha de forma esperançosa. A expectativa é estabelecer a cultura sob as mais variadas perspectivas. “Entendo que a decisão de me escolher está imbricada em saber que não estou sozinha. Minha fala e minhas ações são, também, as de muitas pessoas que têm o compromisso de mudar e tentar contemplar a diversidade de fato, ampliando o alcance de atuação de todos os protagonistas. Estou muito confortável por conta do pensamento político de um governo nessa sintonia de abrir trincheiras”.
Por outro lado, a consciência dos obstáculos também existe na proporção necessária. “Sei das dificuldades e das situações que devem surgir por ser uma mulher negra ocupando esse espaço de poder. Mas, também, sei que tudo é um processo de construção e, por isso, não fazia sentido dizer não ao convite”.
Nesse contexto social, Renata destaca o pensamento da antropóloga Lélia González. “A incidência das questões de classe, raça e gênero na mulher faz com que ela tenha uma postura e um olhar mais amplo diante das questões levando a leitura da sociedade de forma multifacetada que é a essência da minha profissão”.
O primeiro grande desafio dentro do setor público surgiu quando ela ainda tinha 24 anos, na comunicação institucional da Petrobras, na coordenação da área de promoção de eventos. Assim, dois anos após conclusão do nível superior, entrou em contato com o que ia nortear sua carreira profissional. Uma amiga a apresentou ao gerente de comunicação da Refinaria Landulfo Alves e ela passou a integrar a equipe responsável pela política de responsabilidade social, onde permaneceu no relacionamento comunitário por um ano. “Foi o primeiro contato que tive com a representação do que estava em jogo naquele momento político do país”, contou.
Não demorou para surgir a oportunidade de coordenar o setor responsável pela realização dos eventos realizados no Nordeste que envolvia a presidência da República e da estatal. A primeira empreitada foi uma solenidade do lançamento da pedra fundamental de uma refinaria que englobava os governos brasileiro e venezuelano, nas gestões de Lula e Hugo Chávez, para 5 mil pessoas e Pernambuco. “Esses eventos formaram minhas impressões da identidade cultural brasileira, pois tinha que entrar em contato com os atores sociais de cada localidade para compor as entregas”.
Descoberta
A experiência que durou oito anos colocou Renata em contato com as implicações das políticas públicas na vida das pessoas e despertou para o ramo onde ela descobriu o seu papel social. Decidiu que queria atuar na promoção dessas iniciativas. “Política pública é visão de mundo, trincheira de luta. É o braço do estado que tem que estar voltado para a população. Necessária para o bem estar das pessoas, por causa do processo histórico de formação do Brasil. O estado tem essa demanda e essa obrigação”.
Da Petrobras, a aprovação em um concurso público do Sebrae Nacional faz ela morar em Brasília. Lá, integra a equipe de implantação do núcleo de relacionamento institucional. No entanto, em menos de dois anos, o nascimento da filha Carina, 4 anos, motiva a volta para a capital baiana e ela pede demissão. “O nascimento de Carina, em Salvador, e a vivência dela aqui, nessa primeira fase da vida, eram decisões bem conscientes. Tinha que apresentar o lugar onde queria que ela tivesse uma relação de pertencimento. E eu só poderia fazer isso vivendo aqui. Ela precisava se ver no ambiente em que vive”.
Na última semana da temporada na capital do país, surgiu o convite para integrar a equipe de comunicação da Sepromi. Mas, depois de oito meses, resolveu empreender. Ainda na área da comunicação criou uma consultoria para empresas interessadas em investir na área de responsabilidade social. A Via Bahia, a Braskem e o Dinit foram alguns dos clientes orientados pela Junbai desde 2015.
Este ano, o retorno para a Sepromi foi interpretado como presente, agora, na coordenação de políticas para povos e comunidades tradicionais nos últimos cinco meses. “Esse tipo de trabalho desconecta a gente do olhar exclusivo sobre o atlântico e volta para o interior que é muito rico”.
Educação
Filha de pai nascido no município de Santa Rita de Cássia e mãe em Valença, ambos fizeram carreira no funcionalismo público na capital baiana e fizeram Renata crescer em uma família que sempre priorizou a educação.
“A lembrança que tenho é que meu avô paterno veio fugido de Mato Grosso, minha avó dona de casa. Meu avô materno era oleiro e, minha avó, que hoje tem 98 anos, pescadora. Então, meus pais quebraram esse ciclo e implantaram essa mudança na nossa família. Todo tipo de esforço foi feito para garantir o investimento na nossa formação”, contou Renata que tem mais dois irmãos.
Soteropolitana, ainda criança, foi morar em Barreiras de onde saiu aos 17 anos para fazer vestibular em Salvador. E, apesar das angústias vividas pela obrigação da escolha muito jovem, hoje, entende que não poderia ter sido outra, para a trajetória que obedeceu uma linha coerente desde a primeira atividade profissional.
Texto publicado originalmente na Flor de Dendê
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Matriarcas da Pedra de Xangô escolhem os 15 novos guardiões
A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, Ângela Guimarães, recebeu, nesta quarta-feira (28), o título de Guardiã do Parque Pedra de Xangô. A honraria foi concedida pelas Matriarcas da Pedra de Xangô, grupo de sacerdotisas responsáveis pela salvaguarda e proteção do rochedo considerado sagrado pelos religiosos de matriz africana em Salvador.
“É uma emoção e grande responsabilidade ser agraciada com o título. Assumo o compromisso pessoal e institucional com o enfrentamento do racismo religioso e a manutenção dos nossos territórios sagrados”, destacou a titular da Sepromi.
A entrega da condecoração integrou a programação da Cerimônia da Fogueira de Xangô, ritual que reverencia as divindades do fogo e fortalece a rede em defesa desse patrimônio cultural afro-brasileiro, localizado na Avenida Assis Valente, no bairro de Cajazeiras.
De acordo com as Matriarcas da Pedra de Xangô, os 15 novos guardiões foram escolhidos em função dos “relevantes serviços à cidade, a cultura, à população negra, ao Povo de Axé, às comunidades tradicionais e, em especial, ao processo de implantação, manutenção e gestão do equipamento de apoio do Parque Pedra de Xangô”.
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Associação celebra Dia Internacional do Reggae no Pelô
A Associação Cultural Aspiral do Reggae vai celebrar o Dia Internacional do Reggae – 1º de julho. A festa será na Casa Cultural Reggae (Rua do Passo) e contará com um time de artistas, djs e banda de reggae pra animar o público. Esta é a 7ª edição dessa celebração e terá shows do veterano Kamaphew Tawa & banda Aspiral do Reggae, Dj Maico Rasta, Fabiana Rasta, Jo Kallado ,Vivi Akwaba, Jadson Mc, Bruno Natty, Ras Matheus e Makonnen Tafari.
O Brasil é o segundo país do mundo que mais consome reggae, uma data definida pela jamaicana Andrea Davis, inspirada no discurso de Winnie Mandela em Kingston, Jamaica, em 1992.
“O Reggae tem sido uma grande influência nas raízes culturais e musicais da Jamaica e do mundo, misturando instrumentos africanos e europeus como violão, bongô e banjo, e criando as bases para o gênero. Ele inspirou milhares a seguirem a filosofia da cultura Rastafari, dando origem a figuras icônicas como Bob Marley, Jimmy Cliff, Peter Tosh, Toots & The Maytals, entre outros”, pontua a dirigente da Associação, Jussara Santana.
O ritmo também foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco, em 2018, por conta do seu papel sociopolítico e cultural. A celebração será neste sábado (01/7), aberta ao público, das 18h às 23h30.
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Vai rolar segunda edição da festa #Ghettos no Bombar
Nesta sexta (30), o Bombar no bairro do Rio Vermelho em Salvador vai receber a segunda edição da festa Ghettos edição Salcity X Guiné- Bissau, idealizada pelo produtor, Uran Rrodrigues.
“Os sons de dois dos principais centros urbanos do mundo se encontrarão na mesma pista em celebração as nossas potencialidades numa mistura musical altamente dançante e identitária” conta Uran.
Diretamente de Mirandá, gueto do Guiné, o músico, cantor e Dj Eco de Gumbé apresentará suas performances no melhor do afrobeat, dialogando com o set do dj, produtor musical e co-criador do Coletivo Trapfunk&Alivio, Allexuz95 do Nordeste de Amaralina. Ele promete beats certeiros com trap,funk e pagodão baiano.
Do Pelourinho, Akani retorna à festa trazendo o seu groove e os remixes mais potentes da cena, abrindo as portas para sonzeira de Dricca Bispo com as autorais, como “Saudade” e os covers de Sem Pause e Inevitável.
Dricca Bispo, dançarina de Castelo Branco, já conhecida das pistas, apresentará sua nova versão como cantora. Vai rolar ainda feat especial com Felupz, que se prepara para lançar Razga com beat produzido por Doizá.
Couvert artístico R$ 25.