Religião
Religiosos realizam IV Xirê de Rua em Camaçari neste sábado (23)!

Um Xirê em plena rua de Camaçari. Mais especificamente ali na Praça Desembargador Montenegro, desde 2014, terreiros de Candomblé do município e adjacências se reúnem para – juntos – celebrar os Orixás e a religiosidade de matriz africana. Um tributo à história e legado religioso vivenciado e cultuado por milhares de pessoas. O Xirê de Rua, projeto que reúne adeptos, amigos e simpatizantes da religião nas ruas de Camaçari, reproduz o ritual do Xirê realizado nos Terreiros de Candomblé, visando a promoção da diversidade religiosa e o respeito. Este ano, será no próximo sábado – 23 de setembro – às 14h, em Camaçari.
Em tempos de ódio religioso propagado na mídia e nas redes sociais, o Xirê vem ainda com a mensagem de combate e enfrentamento às práticas que vem vitimando religiosos em todo país, através da sensibilização da população a cerca da importância do respeito mútuo entre as religiões. O projeto, inclusive, vem disso; há três anos o Terreiro Asé Oloodé Omilolá, em Camaçari, foi invadido, assentamentos sagrados foram destruídos e a família do Axé foi ameaçada. A inciativa é coordenada pelo Babalorixá do Omiolá, Roberto de Jesus Silva.
“O Xirê de Rua assume também o papel de informar e levar conhecimento a cerca destas influências e estimular a identidade do ‘povo de santo’ com vistas à criação de espaços para a preservação das tradições de matriz africana. Desde 2014 os Terreiros de Camaçari se articulam na tentativa de levar o maior número de pessoas para a rua, buscando parceiros para que o Xirê de Rua possa ser uma tradição viva, assumindo seu papel social e político na vida das pessoas através de reivindicações junto às autoridades para a criação de políticas afirmativas para os povos de matriz africana” – Babalorixá Roberto de Jesus Silva.
A atividade é aberta ao público.
O que: Xirê de Rua contra a Intolerância Religiosa
Onde: Praça Desembargador Montenegro, Camaçari
Quando: Dia 23 de setembro, 14, sábado
Aberto ao público
Fotos: Divulgação
Religião
Terreiro Zoogodò Bogum Malè Rundò recebe roda de conversa sábado (29)

O Zoogodò Bogum Malè Rundò, um dos mais tradicionais terreiros de Candomblé de Salvador, recebe o Projeto Okàn Dúdù para mais uma etapa do ciclo educativo. A roda de conversa será sobre saúde mental no candomblé e acolhimento aos yawò, neste sábado (29), a partir das 10h. Criado por Laísa Gabriela de Sousa, o projeto visa fortalecer os laços entre os membros da comunidade de axé, promovendo um espaço de escuta, troca de experiências e valorização das tradições afro-brasileiras.
“Nossa história é marcada pela resistência e pela força dos nossos ancestrais. O Okàn Dúdù vem para fortalecer essa caminhada, trazendo reflexões e conexões fundamentais para a nossa existência e continuidade”, destaca Laísa.
Fundado no século XIX, o Terreiro Bogum, liderado por Naadoji Índia Mello, é um importante referencial da nação Jeje-Mahi e tem papel fundamental na preservação da cultura e espiritualidade negra. “O Okàn Dúdù tem criado um espaço de diálogo que respeite a hierarquia do Candomblé, mas, também, que abre caminho para discussões sobre temas essenciais para a nossa comunidade, como acolhimento, combate ao racismo religioso, coletividade e pertencimento”, explica Laísa Gabriela, idealizadora do projeto.

Foto: Divulgação
O ciclo educativo, que está em suas últimas rodas de conversa da circulação, abordou sete temáticas que dialogam com as vivências do povo de axé, incentivando a troca de conhecimentos entre gerações. A iniciativa, também, pretende ampliar seu impacto com a produção de um documentário e a realização de palestras em escolas, levando as discussões para diferentes espaços da sociedade.
Serviço
O quê: Roda de conversa do projeto Okàn Dúdú
Quando: 29 de Março de 2025 às 10h
Onde: Zoogodò Bogum Malè Rundò (Engenho Velho da Federação)
Entrada: Gratuita
Audiovisual
Mostra “Entre Axé” exibe curtas inéditos no Museu Afro-Brasileiro

Salvador completa 476 anos e o Instituto Calu Brincante, em parceria com a produtora Menina Bonita, realiza a mostra cinematográfica “Entre Axé” no Museu Afro-Brasileiro (MAFRO). Serão exibidos os curtas “Ecos de Cura” e “Roncó: No Mesmo Passo”, que exploram saberes, rituais e a resistência da cultura afro-brasileira na cidade mais negra fora de África.
O curta “Ecos de Cura”, dirigido por Cassia Valle e Luane Souto, desdobra o espetáculo Memórias Povoadas, mergulhando nos saberes ancestrais das mulheres negras e ressaltando a cura e o cuidado como formas de resistência. Já “Roncó: No Mesmo Passo”, dirigido por Anjos de Castro, mostra a fundação de um terreiro de candomblé nos arredores de Salvador, entrelaçando as histórias de três irmãos em uma jornada de fé e tradição.
Os curtas fazem parte da primeira edição do Cinerê – Circuito de Produção Audiovisual para Novos Cineastas Negros, realizado pela Pé de Erê Produções.
A Mostra “Entre Axé” veio para reafirmar Salvador como um centro de diversidade cultural e criatividade, onde novas histórias, protagonizadas por negros e negras, ganham cada vez mais visibilidade.
“Ao celebrar suas raízes, Salvador se coloca como um farol de resistência e afirmação cultural, onde as narrativas negras não só são preservadas, mas também projetadas para o futuro, construindo um legado de protagonismo e visibilidade para as gerações vindouras”, diz Cassa Valle.
A sessão é gratuita e aberta ao público. Sujeita a lotação.
SERVIÇO
O quê: Exibição dos curtas Ecos de Cura e Ronco no Mesmo Passo – Mostra “Entre Axé”
Onde: MAFRO – Museu Afro-Brasileiro, Pelourinho, Salvador
Quando: 29 de março de 2025, às 15h
Quanto: Gratuito
Fotos: Luane Souto
Religião
Terreiro Axé Omin Ifan recebe roda de conversa sobre legado ancestral

O Terreiro Ilê Axé Omin Ifan, em São Tomé de Paripe, em Salvador, receberá uma roda de conversa sobre acolhimento à população LGBTQIAPN+ e o legado ancestral através das gerações no candomblé, dia 22 de março (sábado), a partir das 10h.
A ação integra o projeto Okàn Dùdù, que articula saberes ancestrais e contemporâneos, conectando o candomblé às questões sociais.

Foto: Divulgação
A primeira edição do projeto conta somente com as pessoas de terreiro para debater importantes temáticas dentro da religião, como seus desafios e aproximações com a nova geração, compreendendo que a tradição depende da continuidade.
“Realizar itinerários formativos que fertilizam e diluem pontes entre os mais velhos e a juventude no candomblé é uma responsabilidade de todos nós, uma vez que a tradição implica em continuidade”, afirma Almerson Cerqueira, Bàbá Egbé do Ilê Axé Omin Ifan.