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Entrevistas

#NegrasRepresentam – Dione Silva, a juventude Negra Kalunga e o combate ao racismo!

Jamile Menezes

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Por meio de perfis, a campanha #NegrasRepresentam tem o objetivo de apresentar os pensamentos de mulheres negras em diversas esferas sociais e como suas ações vem propondo mudanças na realidade racial do país. Conheça Dione Silva:

Dione Silva é uma mulher negra, candomblecista, dofona de Xangô, yawô do Ilê axé Tiluaê Orubaia – Oku Lay Lay da Kakunda de Yaya, filha do Doté Balbino d’Ogum. É moradora do bairro Álvaro Weyne, Fortaleza – CE. É filiada ao Partido dos Trabalhadores e militante do movimento negro desde 2004. Em 2007, junto com Dediane Souza e Labelle, fundou a Juventude Negra Kalunga, grupo de jovens negros e negras que atua no combate ao racismo, abordando as especificidades da juventude negra, no Ceará.

Portal Soteropreta – Como é atuar com uma pauta tão intensa como a de juventude em especial negra?
Dione Silva – Não é fácil diante de tantas informações distorcidas, sobretudo porque vivemos em um país que admite seu racismo, mas não encontra o racista. É um estado que nega a presença da população negra, alimentando o mito de que não existem negros no Ceará. Estamos em um estado onde os jovens negros têm quatro vezes mais chances de serem assassinados do que os brancos no Ceará. Trabalhamos todos os dias para reduzir esses olhar de uma cidade desigual. Fortaleza é uma destas cidades que, além de muito preconceituosa, reforça as questões dos estereótipos.

Portal Soteropreta – O que te fez atuar tão nova na pauta racial? Quais os principais avanços? Quais os maiores obstáculos?
Dione Silva – Desde cedo fui provocada por situações que me fizeram refletir sobre o tratamento privilegiado que a sociedade dá para pessoas brancas. Sendo negra, senti na pele que era preterida em diversos aspectos. Então, decidi que não podia ficar parada diante de uma realidade de exclusão enfrentada por mim e por pessoas parecidas comigo. Acho que as cotas raciais é o que temos de mais concreto no que se refere à reparação, apesar de defender que haja maior fiscalização, pra que não haja fraudes, que eu considero um obstáculo enorme na efetivação desta política.

Além disso, o maior obstáculo nessa luta é a forma como o racismo se estruturou em nossa sociedade, estando presente em todas as relações sociais. Ainda 300 anos da morte de Zumbi, os quilombos são exemplos de resistência cultural e social da população negra na sociedade brasileira, que ainda se mostra discriminadora e injusta. Então, atuar na luta contra a discriminação é uma ação constante – travada onde quer que eu esteja.

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Portal Soteropreta – Considerando o panorama de opressão que temos vivido, o que você considera mais urgente nesta sua busca politica e social?
Dione Silva – Considero urgente que a pauta das mulheres negras seja prioridade, que todos os esforços estejam voltados para esse segmento da sociedade, que está na base da pirâmide e vivencia as maiores opressões cotidianamente. Mas não teve uma política específica consolidada para enfrentar essa realidade. Estamos falando de mulheres que possuem a renda mais baixa, escolaridade menor e menos acesso à saúde, sem falar no índice de violência específica contra essas. Mesmo com os avanços, a situação continua bastante vulnerável. Enquanto o Estado mostra as soluções por meio de políticas sociais sem impactos realmente relevantes com exceção das cotas, a população negra e essas mulheres sofrem discriminações no dia a dia.

#NegrasRepresentam – Campanha homenageia mulheres no Novembro Negro

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Série Nossas Pretas Protagonistas estreia em novembro

Jamile Menezes

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No cenário em constante evolução que enfrentamos, a necessidade de unir palavras e ações para causar um impacto torna-se cada vez mais urgente. Com frequência, há um descompasso entre o discurso e a prática, onde muitos proclamam valores de igualdade e justiça, mas suas ações não refletem esses ideais.

No entanto, para mudar essa realidade, encontramos inspiração em nossos ancestrais, especialmente nas mulheres negras, que enfrentaram e ainda enfrentam desafios inimagináveis, deixando legados duradouros.
Reconhecendo a importância de contar as histórias dessas mulheres, o projeto “Nossas Pretas – Protagonistas” do Portal Soteropreta emerge neste mês de novembro para dar visibilidade a mulheres baianas que têm feito a diferença em diversas áreas, que vão desde cultura e política até economia, educação e saúde.

Coordenado pela publicitária Luciane Reis e pela administradora paraibana Alexandra Camilo, o projeto se destina a um público que se interessa por temas relacionados à diversidade e igualdade de gênero.

A ação promocional se materializa por meio de uma série de matérias jornalísticas que serão publicadas no Portal, principal veículo de cultura negra em Salvador. Essas matérias se dedicarão a contar a trajetória e o trabalho de mulheres negras baianas que se destacaram ao longo de 2023 em suas respectivas áreas de atuação.

Luciane Reis, coordenadora do projeto, destaca a importância de revisitar a maneira como as construções históricas ocorreram. Muitas vezes, a narrativa histórica moldada a partir de perspectivas eurocêntricas, chegam a nossa realidade frequentemente desprovidas de supervisão negra, resultando em uma história tendenciosa e incompleta.

Revisitar e reescrever nossa história, trazendo para o centro do processo as mulheres negras do nosso dia a dia, é uma justa inclusão de vozes negras na criação e revisão destas narrativas históricas, pois não se conta historias de protagonismo negro sem as matrizes geradoras do mundo.

‘Ao contar histórias que não se restringem a figuras históricas famosas, o projeto valoriza a caminhada e história de pessoas comuns que também são inestimáveis para a realidade negra do pais. A criação de narrativas que celebram a beleza da vida cotidiana, a luta diária e as conquistas modestas feminina é uma maneira poderosa de inspirar e conectar as pessoas”, diz Luciane.

Ao longo do mês de novembro, o público do Portal Soteropreta, juntamente com o público do Mercafro, encontrará nestas histórias lições de empatia, solidariedade e humanidade que moldam um futuro mais justo e igualitário.

Para Alexandra Camilo, também coordenadora do projeto, este é o momento de reunir esforços e causar um impacto positivo. “Ampliar a voz das mulheres negras exige uma harmonização entre o discurso e a prática, e aprender com os ensinamentos de nossos ancestrais. Desta forma, contar as histórias de mulheres negras e de pessoas comuns, é uma maneira de revisitar e reescrever essas narrativas de forma inclusiva e autêntica”, diz.

Para ambas, é preciso ampliar a voz daquelas que muitas vezes são silenciados pelo patriarcado, seja branco ou negro, para construir um novo ponto de vista que elimina limites impostos às nossas narrativas. Com o projeto “Nossas Pretas – Protagonistas” é preciso que essas vozes sejam compartilhadas, só assim estaremos contribuindo para a construção de histórias mais belas e significativas.

Alexandra Camilo é Advogada, Administradora de empresas e atua no mercado de Compliance em todo o Brasil.

Luciane Reis, Publicitária, Design Instrucional e Mestra em Desenvolvimento e Gestão Ciags- UFBA. Pesquisadora da História Econômica Negra

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Lucas de Matos entrevista a jornalista e historiadora Mila Burns sobre livro ‘Dona Ivone Lara: Sorriso Negro’

Jamile Menezes

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Foto Grisel Sarich

 

O comunicador Lucas de Matos entrevista a jornalista e historiadora Mila Burns sobre ‘Dona Ivone Lara: Sorriso Negro’, livro lançado pela Editora Cobogó (2021). Nele, Mila faz uma análise sobre como a obra é referencial para o fortalecimento da luta antirracista no Brasil. O encontro acontece pelo Instagram no dia 13 de abril (quinta), data de nascimento da cantora, às 19h no Brasil e 18h em Nova York, onde a jornalista reside.

 

Temas como a carreira de Dona Ivone Lara, curiosidades sobre as músicas e o impacto do álbum na MPB serão conversados na live sobre o livro, que integra a série ‘O Livro do Disco’, considerado um divisor de águas pra sambista. Hits como ‘Sonho Meu’, ‘Alguém me Avisou’ e ‘Tendência’ fazem parte desse repertório que versa sobre identidade, amor, ancestralidade e cultura popular.

 

“É uma maneira de festejar o legado de Dona Ivone Lara, que é eterno”, comenta o idealizador do projeto Lucas de Matos Entrevista, no qual já foram entrevistadas personalidades como a atriz Elisa Lucinda e o cantor Davi Moraes. “Receber Mila Burns, biógrafa de Dona Ivone, e jornalista de grande proeminência, vai deixar o papo ainda mais especial. Esperamos vocês”, finaliza.

 

O quê: Live – Lucas de Matos entrevista Mila Burns

Quando: 13 de abril (quinta), às 19h

Onde: Instagram @_lucasdematos

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Olodum lança Podcast “Carnaval, Cultura e Negritude”

Jamile Menezes

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Foto Brenda Matos

 

Uma realização do Olodum, o Podcast “Carnaval, Cultura e Negritude” será lançado em abril nas plataformas do youtube e spotify. A ação visa realizar um passeio por meio dos carnavais do Bloco Afro Olodum, com entrevistas com personalidades, sejam elas figurinistas, diretores, compositores e afins que fizeram e fazem parte dos mais diversos processos de construção desse universo,

Este programa semanal vai explorar o universo da festa momesca sob a perspectiva de um Bloco Afro, demonstrando a importância dos temas de carnaval como elemento de educação popular, de resgate de identidade, de recontação e popularização da história da África e das pessoas negras em diáspora.

Serão pautados: o contexto histórico da realização de cada carnaval e repercussão do tema, as composições, indumentárias e tudo o que permeia esse espaço de criação de subjetividades, nas dimensões palpáveis e simbólicas, realizando um paralelo com a contemporaneidade.

Entre os temas estão: 1987 – Do Egito à Bahia, 2011 – Tambores, Papiros e Twitter e Mãe, Mulher, Maria – Uma História das Mulheres.

Foram convidados nomes como Nelson Mendes, Tonho Matéria, Sandoval Melodia, Marcelo Gentil, Lia Santos, Adriana Rocha e Wanda Chase.

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