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Entrevistas

#NegrasRepresentam – Cláudia Campos, estamparia exclusiva e identidade!

Jamile Menezes

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Cláudia Campos é uma destas mulheres cuja trajetória faz suspirar. Mestra em História Social, especialista em História Africana e Afro-brasileira, designer de Moda.  Proprietária da marca Clau, de roupas e acessórios étnico-sustentáveis, que reafirmam e valorizam a cultura afro-brasileira com estampas exclusivas. Ela idealizou e realizou o primeiro Fashion Black – edição Porto Alegre/RS.

Portal Soteropreta – Como você vê a moda nacional quando se fala de cultura negra?

Cláudia Campos – Em termos de moda nacional, nossa cultura negra não é muito contemplada e quando é, há um esvaziamento, retira-se o significado, perdendo toda sua essência e identidade. As grandes marcas não pensam a nossa cultura como um produto para ser adquirido por nós negrxs, e sim para uma elite branca.

Portal Soteropreta – É possível fazer uma revirada na moda étnica? Como a ClauStampas  vem fazendo isso?

Cláudia Campos – Na verdade, já está ocorrendo uma virada na moda étnica com as pequenas marcas autorais. Por muito tempo ficou uma criação mais relacionada com o continente africano, mas uma África mítica, ou seja, uma África que nunca existiu, pois muito se perdeu com a colonização. O afro-brasileiro surgiu nesse período de apagamento e encontro de culturas. Nossos ancestrais tiveram que ressignificar rastros culturais e memórias, construindo uma matriz afrodiaspórica ligada a uma tradição em movimento, e sempre presentificada. Em função disso, há uma vertente na moda ligada ao afro – ressignificado e construído no Brasil.

A ClauStampas vem atuando nessa vertente, de valorizar a cultura afro-brasileira através da sua estamparia. Busca um assunto da cultura/história afro-brasileira como diretriz e inspiração para o desenvolvimento das estampas. Essa estamparia traz a simbologia e o significado da história do povo negro brasileiro.

https://portalsoteropreta.com.br/negrasrepresentam-campanha-homenageia-mulheres-no-novembro-negro/

Portal Soteropreta – Como sua marca impacta no dia a dia de quem a usa?

Cláudia Campos – A marca impacta por três aspectos: por produzir suas estampas que valorizam a cultura afro-brasileira, por essas serem desenhadas por uma designer negra que está à frente deste empreendimento. Além do apelo sustentável com a utilização de tecidos da fibra da garrafa pet e algodão orgânico e, também, o reaproveitamento dos resíduos têxteis da marca, que são transformados em acessórios. Somos ligados à natureza, então precisamos preservá-la.

https://portalsoteropreta.com.br/negrasrepresentam-major-denice-santiago-seguranca-das-mulheres-sua-escolha-de-vida/

Entrevistas

Série Nossas Pretas Protagonistas estreia em novembro

Jamile Menezes

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No cenário em constante evolução que enfrentamos, a necessidade de unir palavras e ações para causar um impacto torna-se cada vez mais urgente. Com frequência, há um descompasso entre o discurso e a prática, onde muitos proclamam valores de igualdade e justiça, mas suas ações não refletem esses ideais.

No entanto, para mudar essa realidade, encontramos inspiração em nossos ancestrais, especialmente nas mulheres negras, que enfrentaram e ainda enfrentam desafios inimagináveis, deixando legados duradouros.
Reconhecendo a importância de contar as histórias dessas mulheres, o projeto “Nossas Pretas – Protagonistas” do Portal Soteropreta emerge neste mês de novembro para dar visibilidade a mulheres baianas que têm feito a diferença em diversas áreas, que vão desde cultura e política até economia, educação e saúde.

Coordenado pela publicitária Luciane Reis e pela administradora paraibana Alexandra Camilo, o projeto se destina a um público que se interessa por temas relacionados à diversidade e igualdade de gênero.

A ação promocional se materializa por meio de uma série de matérias jornalísticas que serão publicadas no Portal, principal veículo de cultura negra em Salvador. Essas matérias se dedicarão a contar a trajetória e o trabalho de mulheres negras baianas que se destacaram ao longo de 2023 em suas respectivas áreas de atuação.

Luciane Reis, coordenadora do projeto, destaca a importância de revisitar a maneira como as construções históricas ocorreram. Muitas vezes, a narrativa histórica moldada a partir de perspectivas eurocêntricas, chegam a nossa realidade frequentemente desprovidas de supervisão negra, resultando em uma história tendenciosa e incompleta.

Revisitar e reescrever nossa história, trazendo para o centro do processo as mulheres negras do nosso dia a dia, é uma justa inclusão de vozes negras na criação e revisão destas narrativas históricas, pois não se conta historias de protagonismo negro sem as matrizes geradoras do mundo.

‘Ao contar histórias que não se restringem a figuras históricas famosas, o projeto valoriza a caminhada e história de pessoas comuns que também são inestimáveis para a realidade negra do pais. A criação de narrativas que celebram a beleza da vida cotidiana, a luta diária e as conquistas modestas feminina é uma maneira poderosa de inspirar e conectar as pessoas”, diz Luciane.

Ao longo do mês de novembro, o público do Portal Soteropreta, juntamente com o público do Mercafro, encontrará nestas histórias lições de empatia, solidariedade e humanidade que moldam um futuro mais justo e igualitário.

Para Alexandra Camilo, também coordenadora do projeto, este é o momento de reunir esforços e causar um impacto positivo. “Ampliar a voz das mulheres negras exige uma harmonização entre o discurso e a prática, e aprender com os ensinamentos de nossos ancestrais. Desta forma, contar as histórias de mulheres negras e de pessoas comuns, é uma maneira de revisitar e reescrever essas narrativas de forma inclusiva e autêntica”, diz.

Para ambas, é preciso ampliar a voz daquelas que muitas vezes são silenciados pelo patriarcado, seja branco ou negro, para construir um novo ponto de vista que elimina limites impostos às nossas narrativas. Com o projeto “Nossas Pretas – Protagonistas” é preciso que essas vozes sejam compartilhadas, só assim estaremos contribuindo para a construção de histórias mais belas e significativas.

Alexandra Camilo é Advogada, Administradora de empresas e atua no mercado de Compliance em todo o Brasil.

Luciane Reis, Publicitária, Design Instrucional e Mestra em Desenvolvimento e Gestão Ciags- UFBA. Pesquisadora da História Econômica Negra

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Lucas de Matos entrevista a jornalista e historiadora Mila Burns sobre livro ‘Dona Ivone Lara: Sorriso Negro’

Jamile Menezes

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Foto Grisel Sarich

 

O comunicador Lucas de Matos entrevista a jornalista e historiadora Mila Burns sobre ‘Dona Ivone Lara: Sorriso Negro’, livro lançado pela Editora Cobogó (2021). Nele, Mila faz uma análise sobre como a obra é referencial para o fortalecimento da luta antirracista no Brasil. O encontro acontece pelo Instagram no dia 13 de abril (quinta), data de nascimento da cantora, às 19h no Brasil e 18h em Nova York, onde a jornalista reside.

 

Temas como a carreira de Dona Ivone Lara, curiosidades sobre as músicas e o impacto do álbum na MPB serão conversados na live sobre o livro, que integra a série ‘O Livro do Disco’, considerado um divisor de águas pra sambista. Hits como ‘Sonho Meu’, ‘Alguém me Avisou’ e ‘Tendência’ fazem parte desse repertório que versa sobre identidade, amor, ancestralidade e cultura popular.

 

“É uma maneira de festejar o legado de Dona Ivone Lara, que é eterno”, comenta o idealizador do projeto Lucas de Matos Entrevista, no qual já foram entrevistadas personalidades como a atriz Elisa Lucinda e o cantor Davi Moraes. “Receber Mila Burns, biógrafa de Dona Ivone, e jornalista de grande proeminência, vai deixar o papo ainda mais especial. Esperamos vocês”, finaliza.

 

O quê: Live – Lucas de Matos entrevista Mila Burns

Quando: 13 de abril (quinta), às 19h

Onde: Instagram @_lucasdematos

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Olodum lança Podcast “Carnaval, Cultura e Negritude”

Jamile Menezes

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Foto Brenda Matos

 

Uma realização do Olodum, o Podcast “Carnaval, Cultura e Negritude” será lançado em abril nas plataformas do youtube e spotify. A ação visa realizar um passeio por meio dos carnavais do Bloco Afro Olodum, com entrevistas com personalidades, sejam elas figurinistas, diretores, compositores e afins que fizeram e fazem parte dos mais diversos processos de construção desse universo,

Este programa semanal vai explorar o universo da festa momesca sob a perspectiva de um Bloco Afro, demonstrando a importância dos temas de carnaval como elemento de educação popular, de resgate de identidade, de recontação e popularização da história da África e das pessoas negras em diáspora.

Serão pautados: o contexto histórico da realização de cada carnaval e repercussão do tema, as composições, indumentárias e tudo o que permeia esse espaço de criação de subjetividades, nas dimensões palpáveis e simbólicas, realizando um paralelo com a contemporaneidade.

Entre os temas estão: 1987 – Do Egito à Bahia, 2011 – Tambores, Papiros e Twitter e Mãe, Mulher, Maria – Uma História das Mulheres.

Foram convidados nomes como Nelson Mendes, Tonho Matéria, Sandoval Melodia, Marcelo Gentil, Lia Santos, Adriana Rocha e Wanda Chase.

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