Dança
A Caravana da Música chega a Lauro com o Samba Chula João do Boi!


Fto Fidelis Melo
Depois de percorrer seis municípios, a Caravana da Música chegará a Lauro de Freitas, sábado (16), com apresentação única do Samba Chula João do Boi, às 16h, na Praça da Matriz. Além do show, gratuito e aberto ao público, neste dia será oferecida a oficina Samba no Pé e Samba na Mão, realizada pelos músicos do grupo, na Casa Paroquial Santo Amaro de Ipitanga, das 9h às 12h.
A oficina ministrada pelo Samba Chula João do Boi contará com 30 vagas e é aberta a músicos, estudantes e pessoas interessadas em mergulhar no universo do samba chula e nas raízes da Música Popular Brasileira. Para participar, as pessoas interessadas deverão enviar email, com dados (nome completo, RG, idade) para contato@mareproducoes.
Este é um projeto realizado pela Maré Produções Culturais, com patrocínio da Vivo e Governo da Bahia, por meio do Fazcultura.
Serviço
Caravana da Música ano II – Edição Lauro de Freitas
Data: Sábado (16)
Local: Praça da Matriz, Lauro de Freitas
Horário: 16h
Atração: Samba Chula João do Boi
Oficina – Samba no Pé e Samba na Mão
Local: Casa Paroquial – Paróquia Santo Amaro de Ipitanga/ Lauro de Freitas
Data: Sábado (16)
Horário: 09h às 12h
Dança
BTCA e Reforma Cia de Dança apresentam “Eró” no Espaço Xisto Bahia

Nesta sexta-feira, 16 de maio, às 19h, o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) volta aos palcos com o espetáculo “Eró”, realizado em parceria com a Reforma Cia de Dança, na Sala Principal do Espaço Xisto Bahia, no bairro dos Barris, em Salvador. A obra mergulha na potência das culturas africanas, indígenas e afro-brasileiras, propondo um diálogo entre passado, presente e futuro em uma experiência sensorial e poética. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e estarão disponíveis na bilheteria do espaço a partir de duas horas antes do início da sessão.
Inspirado na palavra iorubá “eró”, que significa “segredo”, o espetáculo propõe uma ruptura com a narrativa linear para explorar a temporalidade espiralar nas artes cênicas. A proposta mistura gerações de artistas em uma cena que exalta as raízes culturais e identitárias por meio da dança contemporânea, provocando o público a refletir sobre o tempo como um fio condutor de memórias, saberes e ancestralidade.
Com dramaturgia e direção de Jorge Vermelho, co-direção artística de Guego Anunciação (diretor da Reforma Cia de Dança) e coreografia de Henrique Rodovalho, “Eró” integra o projeto BTCA Residências, que visa o intercâmbio técnico e criativo entre companhias de dança. A coordenação de pesquisa e supervisão dramatúrgica é assinada por Onisajé, referência no teatro e na cultura negra da Bahia.
A parceria entre BTCA e Reforma evidencia a força da cena local: de um lado, uma companhia pública com mais de 40 anos de trajetória; do outro, uma companhia independente que vem conquistando espaço com ousadia e inovação desde 2012. Juntas, colocam em cena um espetáculo que atravessa fronteiras estéticas e gerações, reafirmando o compromisso da dança baiana com a formação, a memória e o futuro.
SERVIÇO
Espetáculo: Eró
Data: Sexta-feira, 16 de maio de 2025
Horário: 19h (entrada proibida após o início da sessão)
Local: Sala Principal do Espaço Xisto Bahia (Barris)
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) – venda na bilheteria a partir das 17h
Classificação: Livre
Realização: Balé Teatro Castro Alves e Reforma Cia de Dança
Foto: Fabio Bouzas
Dança
Tabuleiro da Dança traz programação gratuita na CAIXA Cultural

Entre os dias 14 e 18 de maio, a CAIXA Cultural será tomada pela arte do movimento com a realização do Tabuleiro da Dança. Com quase duas décadas de atuação, o projeto retorna ao público com uma programação inteiramente gratuita, composta por oficinas, bate-papos e apresentações de grupos e companhias da Bahia e de outras regiões do Brasil.
O projeto visa a democratização do acesso à dança e com a valorização da produção artística periférica. Ao longo dos cinco dias de atividades, o público poderá mergulhar em diferentes linguagens da dança — do afro-brasileiro ao contemporâneo, passando por danças urbanas, valsa, quadrilhas juninas e dança do ventre.
“A proposta é contribuir com a profissionalização de artistas, coletivos e grupos da dança, incentivando a interação entre territórios centrais e periféricos”, explica o coordenador geral do Tabuleiro da Dança, Jorge Silva.
Oficinas e Formação
A programação formativa começa no dia 14, das 14h às 16h, com a Oficina de Dança Afro-brasileira ministrada por Tatiana Campêlo. No dia 15, das 9h30 às 11h30, será a vez da Dança Moderna com Anderson Rodrigo e Robson Portela. A formação se encerra no dia 18, das 15h às 17h, com a Oficina de Valsa, ministrada por Arlisson Pirata, que contará com acessibilidade em Libras.
Apresentações
A mostra artística se inicia na sexta-feira (16), a partir das 20h, com o coletivo Afrobapho, seguido por apresentações das companhias Corpo de Baile Raízes Black, Grupo Uzarte, Luan Isaltino Cia de Dança, Brisa Òkun e Cia de Dança Robson Correia, com destaque para a coreografia O Leque de Oxum, inspirada na orixá das águas doces.
No sábado (17), as apresentações ocorrem em dois momentos. À tarde, a partir das 16h, se apresentam Grupo Jeitus, Áttomos Cia de Dança, Jorge Silva Cia de Dança, Corpo de Baile Raízes Black e a bailarina Antonia Lyara, com solo de dança do ventre. À noite, o destaque é o Balé Jovem de Salvador, com a obra eco-futurista AREIA 3000, além da Cia Ominirá (Vale do Capão), Cia Sinha Guimarães e outros coletivos.
No domingo (18), a programação começa com o Tabuleirinho da Dança, voltado para o público infantil. Entre os destaques estão Triscou, Pegou (Cia Robson Correia), Baile: O Espetáculo (Cia Baile) e a Quadrilha Mirim Forró do Luar. À tarde, o bate-papo “O brilho nos olhos dá a certeza de que existimos no cenário da dança”, mediado por Matias Santiago, promove reflexões sobre os desafios da dança enquanto prática artística e social. À noite, a mostra adulta encerra o evento com Cia Baile, Luan Isaltino Cia de Dança e a estreia de Cruzadas Para Além da Fé, da Oxente Cia de Dança, com acessibilidade em audiodescrição.
História do Tabuleiro da Dança
Criado há 19 anos, o Tabuleiro da Dança já passou por importantes palcos da capital baiana, como o Teatro do Liceu de Artes e Ofícios, o Teatro Sesc-Senac do Pelourinho e o Teatro Xisto Bahia, além de ter realizado uma edição virtual durante a pandemia. O projeto se destaca por promover intercâmbios e fortalecer financeiramente grupos e artistas da dança, sobretudo aqueles oriundos de contextos periféricos.
SERVIÇO:
Tabuleiro da Dança
Onde: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro, Salvador/BA
Quando: 14 a 18 de maio de 2025
Valor: Gratuito (ingressos via Sympla a partir de 15/05, às 12h)
Inscrições para oficinas a partir de 09/05 no site da CAIXA Cultural Salvador
Mais informações: @CaixaCulturalSalvador
Foto: Gabriela Barros
Dança
No compasso da luta: artistas da dança exigem aprovação da Lei que reconhece a profissão no Brasil

No mês em que o mundo celebra o Dia Internacional da Dança (29 de abril), profissionais da dança em todo o Brasil intensificam uma antiga reivindicação: a regulamentação da profissão. O Projeto de Lei 4768/16, que reconhece legalmente o exercício da dança como trabalho, tramita há quase uma década no Congresso Nacional. Para pressionar sua aprovação, o Fórum Nacional de Dança (FND) lançou a campanha “LEI DA DANÇA JÁ!”, convocando coletivos, instituições, escolas, sindicatos e profissionais autônomos a assinarem um manifesto em apoio à causa.
A iniciativa ganha força em um contexto de invisibilização estrutural da dança como ofício, sobretudo para os corpos negros que historicamente construíram — e ainda sustentam — a riqueza cultural dessa linguagem artística no Brasil.
Assine o manifesto aqui:
https://forms.gle/UaWjSkNDeTQAEkUD6
O corpo negro entre a dança e a resistência
Para dar corpo e voz a essa pauta, o Portal Soteropreta produziu um vídeo especial gravado na Escola de Dança da Funceb, em Salvador. O material traz depoimentos sensíveis de três artistas da dança.
O vídeo traz alguns depoimentos sobre o que é ser um corpo negro na dança, com destaque para a ausência de políticas públicas específicas, a precariedade das condições de trabalho.
“É muito amor envolvido, sobretudo sendo da cidade de Salvador, nós trazemos esse legado que é ser um corpo preto na dança. A ancestralidade nos traz essa consciência. Um homem gay, preto, da periferia no lugar de artista”, afirmou Ramsés Zaíd, coreógrafo e aluno da Funceb.
Um direito adiado há quase 10 anos
O Projeto de Lei 4768/2016 busca regulamentar o exercício das atividades profissionais da dança no Brasil, estabelecendo parâmetros para formação, atuação e reconhecimento jurídico. Mesmo tendo sido aprovado por unanimidade na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados em 2017, o PL continua parado, sem previsão de votação final.
Para o Fórum Nacional de Dança, a aprovação do projeto é um passo essencial para garantir direitos trabalhistas, previdenciários e sociais para quem vive da dança. “Sem essa regulamentação, ficamos à margem. Somos artistas, mas também somos trabalhadores”, destaca o FND.
No Brasil, mais de 60% dos profissionais da dança são mulheres negras, segundo mapeamentos recentes do setor cultural. Ainda assim, esses corpos seguem sendo os mais precarizados e invisibilizados nos circuitos oficiais, nos editais e nos espaços de decisão.