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Entrevistas

#CircuitoNegro – Marco Poca Olho, sete vezes compositor campeão do Ilê!

Jamile Menezes

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marco_pocaolho (1)

Foto: Raphael Carvalho

Em 2018, o Portal Soteropreta veiculará aqui e nas redes sociais a série Circuito Negro – 10 programas especiais sobre os Blocos de Matriz Africana que fazem parte do projeto Ouro Negro do Governo do Estado.

Uma marca registrada de blocos e agremiações de matriz africana na Bahia é a presença, participação e importância dos compositores e compositoras negros e negras que concorrem, anualmente, aos Festivais de Músicas para o Carnaval. Os mais tradicionais – o do Ilê e o Femadum, do Olodum. Este será um dos temas do #CircuitoNegro!

São eles e elas responsáveis pelas letras que fazem a cabeça dos foliões, apaixonados pelos Blocos. São estas figuras, importantes na história dos blocos e, mais ainda, pelo sucesso em seus desfiles. É a partir de suas pesquisas e criatividade, que o canto negro ecoa no Carnaval da Bahia. 

Uma presença marcada nestes Festivais é do compositor Marco Antonio do Santo Boa Morte, 54 anos, conhecido como Marco Poca Olho, que já faturou – só no Ilê Aiyê – sete pódios, tendo sido finalista por 11 vezes. Ao todo, são 26 prêmios em sua trajetória. No último festival do Ilê, ocorrido este mês na Senzala do Barro Preto, Curuzu, ele também faturou o 1º lugar, junto ao parceiro Juninho Magaiver, com a música tema do Carnaval 2018 – Oração a Mandela.

https://portalsoteropreta.com.br/ile-aiye-escolhe-musicas-do-carnaval-2018-em-homenagem-ao-centenario-de-mandela/

Ele explica essa paixão:

Oração a Mandela, de  Marco Boa Morte e Julinho Magaiver

Ilê Aiyê motivado mais que antenado em causa social

traz à tona nesse Centenário do gênio Imortal

da nação XHOSA árvore genealógica

zumbi dali

Madibaêêê primeiro presidente negro do lugar

com saber não deixou o ódio jamais governar intelecto mito político singular

(refrão). Em todo o peito do povo negro bate um coração Mandela…

Em todo peito do povo negro bate um coração Mandela (BIS).

Nkosi

Nkosi Sikeleli,Nkosi Sikeleli Nkosi Sikeleli prêmio Nobel da paz (BIS)

Êh Azânia… Azânia ôh…Madba senhor Azânia ôh Nelson Mandela

Nos meus pés tem dendê

Azânia ôh…Madba senhor Azânia ôh Nelson Mandela.

Intercedeu mesmo preso e atrás das grades cumpriu sua missão com heroísmo venceu o apartheid e a segregação

Azãnia oxente quanto mal fizeram a gente REPARAÇÃO

Cortejo Ilê segue avante A Marcha das mulheres ao desfilar

Em respeito Ah esse manifesto secular

Punho fechado braço elevado CNA (BIS)

Ouça aqui:

marco_pocaolho (2)

“Moro no Garcia mas sou ligado ao bairro do Tororó, onde tenho o Samba Tororó, de Samba Junino. Sou apaixonado pelo Ilê, a música afro pra mim é uma paixão, sou associado do ilê e do Alvorada, onde também tenho algumas canções. Era um sonho meu ter Guiguio cantando uma música minha e consegui…e teve Panteão de Dan, com grande aceitação do público também uma outra conquista” – Marco Poca Olho.

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Série Nossas Pretas Protagonistas estreia em novembro

Jamile Menezes

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No cenário em constante evolução que enfrentamos, a necessidade de unir palavras e ações para causar um impacto torna-se cada vez mais urgente. Com frequência, há um descompasso entre o discurso e a prática, onde muitos proclamam valores de igualdade e justiça, mas suas ações não refletem esses ideais.

No entanto, para mudar essa realidade, encontramos inspiração em nossos ancestrais, especialmente nas mulheres negras, que enfrentaram e ainda enfrentam desafios inimagináveis, deixando legados duradouros.
Reconhecendo a importância de contar as histórias dessas mulheres, o projeto “Nossas Pretas – Protagonistas” do Portal Soteropreta emerge neste mês de novembro para dar visibilidade a mulheres baianas que têm feito a diferença em diversas áreas, que vão desde cultura e política até economia, educação e saúde.

Coordenado pela publicitária Luciane Reis e pela administradora paraibana Alexandra Camilo, o projeto se destina a um público que se interessa por temas relacionados à diversidade e igualdade de gênero.

A ação promocional se materializa por meio de uma série de matérias jornalísticas que serão publicadas no Portal, principal veículo de cultura negra em Salvador. Essas matérias se dedicarão a contar a trajetória e o trabalho de mulheres negras baianas que se destacaram ao longo de 2023 em suas respectivas áreas de atuação.

Luciane Reis, coordenadora do projeto, destaca a importância de revisitar a maneira como as construções históricas ocorreram. Muitas vezes, a narrativa histórica moldada a partir de perspectivas eurocêntricas, chegam a nossa realidade frequentemente desprovidas de supervisão negra, resultando em uma história tendenciosa e incompleta.

Revisitar e reescrever nossa história, trazendo para o centro do processo as mulheres negras do nosso dia a dia, é uma justa inclusão de vozes negras na criação e revisão destas narrativas históricas, pois não se conta historias de protagonismo negro sem as matrizes geradoras do mundo.

‘Ao contar histórias que não se restringem a figuras históricas famosas, o projeto valoriza a caminhada e história de pessoas comuns que também são inestimáveis para a realidade negra do pais. A criação de narrativas que celebram a beleza da vida cotidiana, a luta diária e as conquistas modestas feminina é uma maneira poderosa de inspirar e conectar as pessoas”, diz Luciane.

Ao longo do mês de novembro, o público do Portal Soteropreta, juntamente com o público do Mercafro, encontrará nestas histórias lições de empatia, solidariedade e humanidade que moldam um futuro mais justo e igualitário.

Para Alexandra Camilo, também coordenadora do projeto, este é o momento de reunir esforços e causar um impacto positivo. “Ampliar a voz das mulheres negras exige uma harmonização entre o discurso e a prática, e aprender com os ensinamentos de nossos ancestrais. Desta forma, contar as histórias de mulheres negras e de pessoas comuns, é uma maneira de revisitar e reescrever essas narrativas de forma inclusiva e autêntica”, diz.

Para ambas, é preciso ampliar a voz daquelas que muitas vezes são silenciados pelo patriarcado, seja branco ou negro, para construir um novo ponto de vista que elimina limites impostos às nossas narrativas. Com o projeto “Nossas Pretas – Protagonistas” é preciso que essas vozes sejam compartilhadas, só assim estaremos contribuindo para a construção de histórias mais belas e significativas.

Alexandra Camilo é Advogada, Administradora de empresas e atua no mercado de Compliance em todo o Brasil.

Luciane Reis, Publicitária, Design Instrucional e Mestra em Desenvolvimento e Gestão Ciags- UFBA. Pesquisadora da História Econômica Negra

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Lucas de Matos entrevista a jornalista e historiadora Mila Burns sobre livro ‘Dona Ivone Lara: Sorriso Negro’

Jamile Menezes

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Foto Grisel Sarich

 

O comunicador Lucas de Matos entrevista a jornalista e historiadora Mila Burns sobre ‘Dona Ivone Lara: Sorriso Negro’, livro lançado pela Editora Cobogó (2021). Nele, Mila faz uma análise sobre como a obra é referencial para o fortalecimento da luta antirracista no Brasil. O encontro acontece pelo Instagram no dia 13 de abril (quinta), data de nascimento da cantora, às 19h no Brasil e 18h em Nova York, onde a jornalista reside.

 

Temas como a carreira de Dona Ivone Lara, curiosidades sobre as músicas e o impacto do álbum na MPB serão conversados na live sobre o livro, que integra a série ‘O Livro do Disco’, considerado um divisor de águas pra sambista. Hits como ‘Sonho Meu’, ‘Alguém me Avisou’ e ‘Tendência’ fazem parte desse repertório que versa sobre identidade, amor, ancestralidade e cultura popular.

 

“É uma maneira de festejar o legado de Dona Ivone Lara, que é eterno”, comenta o idealizador do projeto Lucas de Matos Entrevista, no qual já foram entrevistadas personalidades como a atriz Elisa Lucinda e o cantor Davi Moraes. “Receber Mila Burns, biógrafa de Dona Ivone, e jornalista de grande proeminência, vai deixar o papo ainda mais especial. Esperamos vocês”, finaliza.

 

O quê: Live – Lucas de Matos entrevista Mila Burns

Quando: 13 de abril (quinta), às 19h

Onde: Instagram @_lucasdematos

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Olodum lança Podcast “Carnaval, Cultura e Negritude”

Jamile Menezes

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Foto Brenda Matos

 

Uma realização do Olodum, o Podcast “Carnaval, Cultura e Negritude” será lançado em abril nas plataformas do youtube e spotify. A ação visa realizar um passeio por meio dos carnavais do Bloco Afro Olodum, com entrevistas com personalidades, sejam elas figurinistas, diretores, compositores e afins que fizeram e fazem parte dos mais diversos processos de construção desse universo,

Este programa semanal vai explorar o universo da festa momesca sob a perspectiva de um Bloco Afro, demonstrando a importância dos temas de carnaval como elemento de educação popular, de resgate de identidade, de recontação e popularização da história da África e das pessoas negras em diáspora.

Serão pautados: o contexto histórico da realização de cada carnaval e repercussão do tema, as composições, indumentárias e tudo o que permeia esse espaço de criação de subjetividades, nas dimensões palpáveis e simbólicas, realizando um paralelo com a contemporaneidade.

Entre os temas estão: 1987 – Do Egito à Bahia, 2011 – Tambores, Papiros e Twitter e Mãe, Mulher, Maria – Uma História das Mulheres.

Foram convidados nomes como Nelson Mendes, Tonho Matéria, Sandoval Melodia, Marcelo Gentil, Lia Santos, Adriana Rocha e Wanda Chase.

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