Literatura
Legado de Abdias Nascimento será tema de ações no Fórum Social Mundial 2018

O Fórum Social Mundial (FSM) acontece em Salvador de 13 a 17 de março, e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO), do Rio de Janeiro, vem se juntar à Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb/SecultBA), Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) em ações que terão como tema o genocídio da população negra e o legado de Abdias Nascimento.
Dentro do eixo temático “Vidas Negras Importam”, o conjunto de atividades mistura arte, poesia e ativismo social e terá como temas centrais o genocídio da população negra e o legado de Abdias Nascimento. A programação conjunta estreia no Teatro Martim Gonçalves (Escola de Teatro da UFBA), às 8h30 do dia 14 de março, aniversário natalício de Abdias Nascimento, com performance poético-musical de Nelson Maca seguida de debate em torno da nova edição do livro “O Genocídio do Negro Brasileiro”, publicado há 40 anos por Abdias. Participam do debate os professores Kabengele Munanga (UFRB), Marluce Macedo (UNEB), Samuel Vida (UFBA) e o escritor Sandro Sussuarana (Sarau da Onça).

Ellem da Silva de Jesus – Fto Marcelo de Troi
No dia seguinte, 15 de março, a Sala Mestre King, localizada na sede da Funceb, no Pelourinho, será palco do Slam Abdias, com premiação do Troféu IPEAFRO Sankofa. Entre as atrações estão: DJ Bieta, Coletivo Boca Quente, Sarau da Onça, poeta Giovane Sobrevivente, Maestrina Elem e Banda Meninos da Rocinha do Pelô.
No último dia de atividades, em 16 de março, a exibição do filme “Abdias Nascimento Memória Negra”, do cineasta baiano Antonio Olavo, será na Sala Walter da Silveira (Barris). A programação contempla, ainda, recitação poética com Milsoul Santos e artistas locais, além de conversa com o diretor do filme, o professor Kabengele Munanga e a viúva de Abdias Nascimento e autora da biografia, Elisa Larkin Nascimento.
Todas as atividades incluem sessão de autógrafos da nova edição do livro “O Genocídio do Negro Brasileiro” (IPEAFRO / Editora Perspectiva / Itaú Cultural, 2017) e da biografia ilustrada “Grandes Vultos que Honraram o Senado: Abdias Nascimento”, publicada pelo Senado Federal, bem como ações em apoio ao Quilombo Rio dos Macacos.

Milsoul – Reprodução Facebook
Dia 14 de março (quarta-feira)
O que: Abertura com performance poética musicada de Nelson Maca. Debate sobre o livro “O Genocídio do Negro Brasileiro”, com Kabengele Munanga (UFRB), Marluce Macedo (UNEB), Samuel Vida (UFBA) e Sandro Sussuarana (Sarau da Onça). Lançamento da nova edição do referido livro e da biografia de Abdias Nascimento.
Horário: 8h30
Local: Teatro Martim Gonçalves, Escola de Teatro da UFBA – sujeito à lotação do espaço
Dia 15 de março (quinta-feira)
O que: Slam Abdias / Troféu IPEAFRO Sankofa. Atrações: DJ Bieta, Coletivo Boca Quente, Sarau da Onça, poeta Giovane Sobrevivente, Maestrina Elem e Banda Meninos da Rocinha do Pelô. Sessão de autógrafos dos livros.
Horário: 16h
Local: Sala Mestre King – Sede da Funceb (Pelourinho) – sujeito à lotação do espaço
Dia 16 de março (sexta-feira)
O que: Filme “Abdias Nascimento Memória Negra”,do cineasta baiano Antonio Olavo. Recitação poética com Milsoul Santos e artistas locais. Conversa com Antonio Olavo, professor Kabengele Munanga e Elisa Larkin Nascimento, viúva de Abdias Nascimento e autora da biografia. Sessão de autógrafos dos livros.
Horário: 19h
Local: Sala Walter da Silveira (Barris) – sujeito à lotação do espaço
Literatura
Prêmio Pallas 2025 abre inscrições para autores negros

Estão abertas a partir desta sexta-feira (9), ao meio-dia, as inscrições para o Prêmio Pallas de Literatura 2025, voltado exclusivamente para autores negros com romances inéditos. A premiação, que tem como principal objetivo ampliar o acesso e a representatividade de pessoas negras no mercado editorial brasileiro, recebe obras até as 15h do dia 30 de junho por meio do site www.premiopallas.com.br.
Voltado para brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil autodeclarados negros, a partir de 18 anos, o prêmio quer descobrir e apoiar vozes negras na ficção nacional. A iniciativa da Editora Pallas, que completa 50 anos em 2025 com um catálogo focado em culturas africanas e afro-brasileiras, se consolida como espaço de visibilidade para autores que historicamente enfrentam barreiras para publicar seus livros.
Além de publicar a obra vencedora, a editora oferece mentoria com o escritor Henrique Rodrigues, que atua como curador da premiação, compartilhando conhecimentos sobre o mercado editorial e estratégias para inserção em eventos literários.
Na edição de 2024, a escritora brasiliense tatiana nascimento foi a vencedora com o romance “Água de maré”, lançado recentemente. Tatiana, que prefere ter seu nome grafado com letras minúsculas, destacou a importância de ter sido reconhecida pela qualidade literária de uma obra que levou dez anos para ser escrita e chegou a ser rejeitada por outras editoras.
Segundo a editora Mariana Warth, “o Prêmio Pallas 2024 nos trouxe uma autora muito experiente e muito importante, com um romance que atravessa questões de afetos e transição de gênero. Uma honra tê-la em nossa casa editorial. Que a nova edição revele ótimas histórias aos nossos leitores”.
Sobre a inscrição:
A obra deve ser um romance inédito, com 100 mil a 500 mil caracteres com espaços, em formato PDF, sem identificação do autor.
Ao contrário da edição anterior, autores que já tenham publicado outros romances podem participar, desde que a obra inscrita seja inédita.
O formulário estará disponível no site oficial entre 9 de maio e 30 de junho.
Foto: Capa do livro “Água de maré”, da vencedora do prêmio de 2024, tatiana nascimento
Literatura
Silvio Humberto lança livro que investiga os efeitos do racismo na economia baiana

O economista, professor e vereador Silvio Humberto lança no próximo dia 8 de maio, às 17h30, o livro “Um retrato fiel da Bahia: sociedade-racismo-economia”, na Biblioteca Central do Estado da Bahia, no bairro dos Barris. O evento contará com uma roda de conversa com os professores Rita Dias, Luiz Fernando Saraiva e Walter Fraga Filho, seguida de sessão de autógrafos com o autor.
Resultado da tese de doutorado defendida na Unicamp em 2004, a obra analisa as raízes do desenvolvimento econômico brasileiro a partir de uma perspectiva racial, destacando como o racismo estruturou as relações de trabalho no pós-abolição e moldou a sociedade baiana até os dias atuais. A publicação tem apresentação de Luiz Fernando Saraiva e prefácio de Walter Fraga Filho, sendo lançada pela Editora Nandyala.
“Este é um livro que busca revelar como as elites baianas mantiveram seus privilégios mesmo após o fim da escravidão, articulando raça e classe para garantir a continuidade de sua dominação”, resume Silvio Humberto.
Um dos capítulos centrais do livro é intitulado “Negros em Movimento”, no qual o autor valoriza as estratégias de resistência e sobrevivência da população negra no período pós-escravidão.
Pesquisa, memória e crítica
Dividido em cinco capítulos, o livro parte de uma carta do autor ao seu pai, Humberto Ribeiro da Cunha, e avança por temas como a transição para o trabalho livre na zona açucareira, o controle racial em Salvador, as políticas de repressão cultural e o impacto da imigração. Silvio também se debruça sobre o que chama de “Carnaval-candomblé” — fenômeno que articula religiosidade, identidade negra e cultura popular.
O título da obra é inspirado na canção “Retrato da Bahia”, do sambista Riachão, também nascido no bairro do Garcia, assim como o autor.
Sobre o autor
Silvio Humberto é doutor em Economia pela Unicamp, mestre pela UFBA e professor adjunto da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), onde leciona há mais de 30 anos. Também atua no Laboratório de Estudos sobre Conexões Atlânticas e Experiências Diaspóricas Indígenas e Africanas (Lecadia), da mesma universidade.
Fora da academia, é fundador e presidente de honra do Instituto Cultural Steve Biko, referência na luta por igualdade racial e acesso de estudantes negros ao ensino superior. Atualmente, cumpre seu quarto mandato como vereador de Salvador, com atuação destacada na formulação de políticas públicas voltadas à equidade racial.
SERVIÇO
O quê: Lançamento do livro “Um retrato fiel da Bahia: sociedade-racismo-economia”, de Silvio Humberto
Quando: 08 de maio (quarta-feira), às 17h30
Onde: Biblioteca Central do Estado da Bahia, Barris – Salvador
Entrada: Gratuita
Literatura
Gislayne de Santana lança livro sobre trabalho de cuidado e feminismo negro na LDM

A assistente social, pesquisadora e feminista negra Gislayne de Santana Souza lança nesta quarta-feira (30), às 19h, o livro (Des) Universalizando o Cuidar, na Livraria LDM do Shopping Bela Vista. A obra é resultado de uma pesquisa acadêmica e mergulha nas desigualdades de gênero, raça e classe que atravessam o trabalho de cuidado, especialmente aquele desempenhado por mulheres negras em unidades de acolhimento para crianças e adolescentes.
Com base em experiências observadas durante sua atuação como analista técnica em Serviço Social no Ministério Público do Estado da Bahia, Gislayne constrói uma crítica à ideia universal do cuidado, frequentemente tratada de forma neutra nas políticas públicas e nos debates sociais. Ao contrário disso, ela evidencia como esse trabalho é historicamente atribuído e invisibilizado quando realizado por mulheres negras.
“Tive contato com unidades de acolhimento para crianças e adolescentes a partir da minha atuação como analista técnica, assistente social, no Ministério Público do Estado da Bahia. Nesses locais pude visualizar, através de inspeções periódicas, o trabalho de cuidadoras e de mães sociais, bem como a invisibilidade dessas profissionais do trabalho que elas realizam”, destaca a autora.
(Des) Universalizando o Cuidar articula referenciais do feminismo negro e do feminismo decolonial, propondo uma leitura crítica e interseccional da prática do cuidado. A obra reúne dados e análises que apontam como as estruturas sociais machistas e racistas continuam impactando o cotidiano de mulheres negras, mesmo diante de avanços em políticas de gênero e raça.
O livro já esteve em exposição no Ministério Público da Bahia e foi bem recebido pelo público da instituição. Agora, o lançamento oficial se propõe a ampliar o alcance do debate e fortalecer a visibilidade dessas profissionais que atuam em condições muitas vezes precárias e sem reconhecimento.
“Desejo que essa narrativa consiga ajudar a sociedade a ter um olhar mais acolhedor com as mulheres negras, que apesar de pequenos avanços sociais em questões de gênero e raça, continuam sendo invisibilizadas na nossa sociedade que tem construído relações machistas e racistas”, afirma Gislayne.
Sobre a autora
Gislayne de Santana Souza é soteropolitana, mulher negra, feminista e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre na mesma área, é graduada em Serviço Social pela UCSAL e atua como analista técnica no Ministério Público do Estado da Bahia. Sua pesquisa está voltada ao trabalho de cuidado desenvolvido por mulheres negras, políticas públicas para crianças e adolescentes, e à violência de gênero. Também realiza palestras e formações sobre o tema.
Serviço
O quê: Lançamento do livro (Des) Universalizando o Cuidar
Quem: Gislayne de Santana Souza
Quando: 30 de abril (quarta-feira), às 19h
Onde: Livraria LDM do Shopping Bela Vista – Salvador (BA)
Entrada: Gratuita
Mais informações: @gislayne.santana2024