Audiovisual
Lupita Nyong’o e Viola Davis serão guerreiras africanas do século 18!
Graças ao sucesso de crítica e bilheteria de Black Panther, mais filmes baseados em histórias africanas estão finalmente sendo produzidos pelos estúdios de Hollywood. Tem o aclamado livro de Nnedi Okorafor, Who Fears Death, que vai se transformar em uma série de TV da HBO, produzida por ninguém menos que R.R Martin, a Americanah, da Chimamanda, e o Born A Crime, de Trevor Noah, também sendo adaptados para cinema e TV – ambos criados e produzidos por Lupita Nyong’o.
“A Mulher do Rei contará uma das maiores histórias esquecidas da história do mundo real em que vivemos, onde um exército de mulheres guerreiras africanas impediu a escravidão, o colonialismo e a guerra intertribal para unificar uma nação“.
Agora, surgiram relatos de que Nyong’o protagonizará o filme “The Woman King” ao lado de Viola Davis. O filme baseia-se em eventos verdadeiros que ocorreram no Reino do Dahomey (atual República de Benin), um dos estados mais poderosos da África nos séculos 18 e 19.
De acordo com a revista Variety, o drama histórico conta a história de Nanisca (Davis), uma general de uma unidade militar feminina e sua filha Nawi (Nyong’o), que juntos lutaram contra colonizadores franceses e tribos vizinhas que violaram sua honra, escravizaram seu povo e ameaçaram destruir tudo que amavam.
Além de ser empolgante ver duas grandes atrizes atuando juntas, é mais empolgante ainda ver duas atrizes NEGRAS, vencedoras de um OSCAR atuando juntas sem que se tratem de papéis estereotipados.
Em uma citação dada à Variety, Cathy Schulman, produtora do projeto, disse:
“Pantera Negra nos mostrou apenas como o poder da imaginação e das maravilhas poderia revelar um mundo sem gênero e estereótipos raciais”
Fonte: Hypeness
Audiovisual
“Visitas de Helisleide Bomfim 2” estreia amanhã (8) na UFBA
O webdocumentário “Visitas de Helisleide Bomfim 2” tem pré-estreia nesta terça-feira (8), às 19h30, e explora a jornada da atriz, militante e usuária do CAPS, Helisleide Bomfim, que representa os desafios da luta antimanicomial e o poder da arte. Com direção de Fabio Vidal, a obra propõe uma reflexão profunda e sensível sobre o cuidado com a vida humana. O evento acontece na Saladearte Cinema da UFBA, em Salvador, com um bate-papo após a sessão, que contará com interpretação em libras e audiodescrição. A estreia online será no Dia Mundial da Saúde Mental, 10 de outubro, no canal do YouTube do Território Sirius.
Com sua história marcada por resistência, Helisleide se torna um símbolo de luta, ao mesmo tempo em que conecta suas próprias experiências às de outros militantes. O filme dá continuidade aos documentários anteriores “Ecoando Helisleide Bomfim” e “Visitas de Helisleide Bomfim”, ambos realizados em meio às restrições impostas pela pandemia. Através da arte, da resistência e da luta antimanicomial, o documentário lança luz sobre histórias que, muitas vezes, permanecem à margem.
Em “Visitas de Helisleide Bomfim 2”, o espectador é convidado a entrar no universo da saúde mental e da criação artística, através de quatro entrevistas com Anna Santos, Eduardo Calliga, Gilvan Araújo, e Gustavo Mesquita, todos parceiros de luta de Helisleide, sendo os três primeiros usuários do serviço do CAPS e o último profissional de saúde. Ao compartilhar suas trajetórias, eles revelam como o trabalho com a arte e a militância antimanicomial se entrelaçam, dando visibilidade a narrativas que são ao mesmo tempo de dor e de reinvenção.
De acordo com Helisleide Bomfim, protagonista da obra, a arte e a militância são indissociáveis e, não à toa, reafirmadas por ela em cada cena do documentário. “Não tive uma boa formação ao falar de saúde mental. Uma professora me fez acreditar que eu deveria ter medo de pessoas com transtorno mental. Quando eu cheguei a surtar, eu fiquei sem entender o que estava acontecendo comigo, mas a luta antimanicomial mudou meu olhar, pois me tornei usuária do serviço de saúde mental e passei por processos que me fazem entender a loucura de forma diferenciada”, declara Helisleide.
Para Gustavo Mesquita, profissional do CAPS Pernambués, em Salvador, a arte é uma ponte para o protagonismo dos usuários dos serviços de saúde mental. “A gente vem tentando mostrar a importância da arte. Ela precisa ter mais visibilidade, ter mais reconhecimento da rede, porque através da arte a gente percebe tantos talentos dos nossos usuários, e aqui no CAPS a gente vai tentando à nossa maneira, utilizar desse protagonismo do usuário”.
Já Eduardo Calliga, que atua na arte da palhaçaria, em um depoimento impactante, chama atenção para a dimensão humana por detrás dos números e diagnósticos: “Eu tenho nome e sobrenome. Eu sou um cidadão, não sou estatística, não sou CID, nem sou números. Sou apenas um cidadão militante em saúde mental e usuário do serviço de saúde mental.”
O documentário não é apenas um retrato das vivências de seus personagens. Ele é um chamado à reflexão coletiva. Em tempos de crescente debate sobre saúde mental, a obra se destaca ao trazer à tona a importância de um cuidado mais humano e afetuoso, com a arte servindo como um canal para expressões que muitas vezes não encontram lugar nos discursos tradicionais. Através da palhaçaria, das artes visuais, da música e da literatura, esses militantes não só constroem suas trajetórias, mas também resistem aos paradigmas excludentes do sistema de saúde.
O diretor do documentário, Fábio Vidal, destaca a potência da arte como ferramenta de mudança social e humana. “A arte tem um papel fundamental na saúde mental, funcionando como um meio de ressocialização e fortalecimento do cuidado de si. Nosso desejo é que o documentário contribua para ampliar o debate sobre a saúde mental, integrando esse tema a um contexto mais amplo de cuidado com o corpo, a mente e as emoções”, conclui.
“Visitas de Helisleide Bomfim 2” é uma realização do Território Sirius, em parceria com a Multi Planejamento Cultural e a Voo Audiovisual. O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Serviço
Pré-estreia do webdocumentário “Visitas de Helisleide Bomfim 2”
Data: 8 de outubro (terça-feira)
Horário: 19h30
Local: Saladearte Cinema da UFBA (Vale do Canela)
Atividade: Sessão seguida de bate-papo com os participantes
Acessibilidade: Sessão com interpretação em Libras e Audiodescrição
Trailer: https://youtu.be/8jFhAUtus00?si=N1UtLeDydANa0KZd
Lançamento online
Data: 10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental
Horário: 10h
Local: YouTube do Território Sirius (www.youtube.com/TerritórioSírius)
Audiovisual
Produtora baiana ‘Gran Maître Filmes’ foca em narrativas negras
Quatro cineastas baianos fundaram uma produtora com nome inspirado em religião de matriz africana: a Gran Maître Filmes. No contexto do vodu haitiano, “Gran Maître” é considerado o criador do cosmos, do céu e da terra, e a sua presença está no topo da hierarquia espiritual. Com projetos de destaque nacional e internacional, o intuito é ressignificar questões sociais através de histórias e narrativas interessantes, promovendo um espaço de criação audiovisual inclusivo e diverso para comunidades negras e grupos sub-representados.
O objetivo inicial era reunir pessoas interessadas em produzir seus próprios curtas-metragens de forma colaborativa, mas os projetos foram crescendo a ponto dos diretores Marcos Alexandre e Wesley Rosa e das produtoras Susan Rodrigues e Gabriela Correia, formados pela Unijorge e Universidade Federal da Bahia e com diversas especializações no setor, decidirem lançar a produtora especializada no desenvolvimento de projetos artísticos para cinema, televisão e plataformas digitais. A Gran Maître tem planos de expandir as ações para outras regiões do país no próximo ano, criando um ambiente propício de negócios e produções com América Latina, África e Europa.
“Os projetos refletem profundamente os valores da Gran Maître Filmes, pois através de cada filme propomos novos olhares para o cinema baiano. Buscamos contar histórias que dialoguem diretamente com as experiências das comunidades negras e outros grupos sub-representados. Acreditamos que essas narrativas podem alcançar novas audiências no país inteiro e também no exterior”, complementa Gabriela Correia.
Já consolidada no mercado, a produtora realiza parcerias e fomenta trabalhos autorais de co-produtores, cineastas, criadores e artistas emergentes que buscam um espaço inclusivo, além de curadores, players e organizadores de festivais comprometidos com a diversidade e inclusão. “Nossas narrativas priorizam as comunidades negras e grupos sub-representados, seja para cinema, TV, internet ou iniciativas formativas, desde a concepção criativa até a execução. Também promovemos a diversidade nas equipes e incentivamos um espaço criativo colaborativo e acolhedor”, afirma Marcos Alexandre, um dos fundadores.
Novidades nas telas
Em circulação em diversos festivais nacionais está o curta-metragem “Caluim”, que retrata o racismo velado. O filme também foi licenciado para o Canal Curta! e VOD Streaming e também será apresentado em festivais internacionais no México, Colômbia, Uruguai, Chile e Argentina. Além disso, o sci-fi afrofuturista “Meu Pai e a Praia”, entrou em processo de distribuição internacional e está previsto para estrear ainda esse ano. A Gran Maître iniciou as gravações em Belo Horizonte do documentário “Preguiça: a trajetória de uma Mestra”, que celebra a trajetória de Cleonice Damasceno, primeira e única mulher a receber o prestigiado lenço branco da Capoeira Regional.
Outra novidade é a parceria inédita com a Open Television (OTV), premiada plataforma de streaming internacional e incubadora de mídia, e em co-produção com a Portátil e a DiALAB, para a realização do programa “Brave Futures”, que desafia cineastas soteropolitanos a criar, produzir e finalizar um curta-metragem de 3 a 7 minutos, em até 48h, usando a capital baiana como tela; e ainda o desenvolvimento do do longa-metragem “Alex” que além de ter tido importantes participações em laboratórios nacionais e internacionais, está sendo co-produzido com a Portátil para dar vida a história de um jovem bailarino negro de Salvador e a relação com sua mãe.
Audiovisual
“Enquanto meu coração bater” narra vida de liderança negra
A trajetória e a luta de Ivannide Santa Bárbara é contada no documentário “Enquanto meu coração bater”, um filme de média-metragem de 60 minutos. Através do registro de seu cotidiano, o enredo narra a história de uma das maiores lideranças negras de Feira de Santana e do Brasil. Ivannide teve sua vida pautada na busca do protagonismo negro na vida pública, sendo dirigente Nacional do MNU – Movimento Negro Unificado, ajudando a construir a Marcha das Mulheres Negras em 2015, além do seu importante papel na luta pela instituição da política de cotas nas universidades brasileiras.
A ideia do filme surgiu em meados de 2015 e as gravações iniciaram em 2022, através do financiamento coletivo e apoio de amigos, sendo possível registrar uma parte do cotidiano de Ivannide, entretanto, neste ano com os recursos disponibilizados através da Lei Paulo Gustavo, o filme está em andamento e seguirá para a sua conclusão. O Diretor do filme David Aynan, afirma ser uma honra falar sobre Ivannide. “Fazer um filme da história de Ivannide é um desafio, porque você está falando de uma personalidade importante da história da Bahia. Então é um desafio grande contar a história de uma personalidade como essa, num filme com essas características. Tenho ficado feliz com o resultado”, declara Aynan.
“Essa filmagem vai ficar na história e irá mostrar que o povo negro continua na luta desde quando foi sequestrado da África. Isso me dá um misto de orgulho, de felicidade e de dever cumprido. Eu me sinto muito bem, muito feliz com essa oportunidade de estar sendo personagem protagonista desse filme”, disse Ivannide Santa Bárbara.
O documentário produzido pela Palenque Filmes busca construir, através do afeto, um diálogo entre a personagem Ivannide, sua família e as pessoas presentes na sua história de vida. Para a protagonista deste filme, a história contada não será apenas sobre a sua luta, mas será mais uma página do livro do povo negro na diáspora. Ainda em construção, essa obra tão importante propõe uma reflexão sobre o papel histórico da mulher negra na formação da luta política no Brasil.
Este projeto foi contemplado pela Prefeitura de Feira de Santana, Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Feira de Santana e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal. Mais informações no link.
Sobre o diretor
David Aynan é graduado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Atua na área de direção, designer de som, roteiro e montagem . É membro fundador do Movimento de Cinema Negro Tela Preta. Foi Conselheiro da APAN (Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro) e ministra oficinas de edição, roteiro e sonorização no cinema com foco em narrativa sonora.
Sobre a produtora
A produtora Palenque Filmes criada por David Aynan, foi constituída legalmente há 11 anos, com sede na cidade de Feira de Santana BA.