Teatro
No Mês da Consciência Negra, Sala do Coro do TCA destaca criação de negros e negras da Bahia!


foto: Caio Lírio
Iniciada em setembro, a programação especial de retomada da Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA) segue até dezembro. Neste mês, o foco está no Novembro Negro, com pautas que se engajam na negritude e na criação de negros e negras da Bahia.
CONFIRA PROGRAMAÇÃO (sujeita a alterações)
Informações completas em www.tca.ba.gov.br
DIAS 2, 3, 4, 9, 10 e 11, às 20h
TEATRO: MEDEIA NEGRA
A tragédia grega atualizada na voz e no corpo de uma mulher negra. Medeia Negra é um grito, épico, lírico e musical. A releitura traz a personagem trágica em um corpo bárbaro, atemporal, negro e sua relação com a versão mais conhecida do mito, do trágico Eurípides. Medeia representa as mães ancestrais que expressam a morte como transformação e reconstrução e não como o fim da vida. Nesta montagem, o mito grego é revisitado pelo processo de descolonização do pensamento patriarcal e, através dele, questiona o condicionamento social que marginaliza, julga e condena corpos considerados inadequados, estrangeiros, estranhos. Medeia Negra é o mais novo espetáculo do grupo Vilavox, primeiro solo da atriz Márcia Limma, com direção de Tânia Farias (Oi Nóis Aqui Traveiz/RS) e dramaturgia de Marcio Marciano (Coletivo de Teatro Alfenim/PB) e Daniel Arcades (Grupo NATA – Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas/BA).
Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Classificação indicativa: 16 anos
DIA 6, às 20h
TERÇA DA MÚSICA: AIACE
Aiace apresenta o show de lançamento de “Dentro Ali”, seu primeiro disco solo. A noite conta com a participação especial do cantor Lazzo Matumbi. O álbum foi lançado digitalmente em 2017 e pode ser escutado na íntegra nas principais plataformas digitais. No show, Aiace vai apresentar as músicas que fazem parte disco, que conta com participações de nomes importantes da música brasileira como Luiz Melodia e Lazzo, além de regravações de clássicos como a música “Na Primeira Manhã”, de Alceu Valença. No palco, a cantora terá companhia da banda formada pelos músicos Alexandre Vieira (baixo), Sebastian Notini (bateria), Bruno Aranha (teclado), Théo Silva (Guitarra) e Gabi Riddim (programações eletrônicas). A direção musical fica sob o comando do multi-instrumentista Jorge Solovera.
Quanto: 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Classificação: Livre
DIAS 7 e 14, às 20h

Isso Não é uma Mulata – Mônica Santana
TEATRO: ISTO NÃO É UMA MULATA
Vencedor do Prêmio Braskem de Teatro 2015, na categoria Revelação, o solo teatral “Isto Não É Uma Mulata” é uma obra que provoca reflexões sobre a representação da mulher negra, além de apontar as fragilidades do mito da democracia racial brasileira, com ironia e humor. Com criação e atuação de Monica Santana, a obra ganhou ressonância na cena teatral de Salvador por trazer uma perspectiva de discussão sobre as questões raciais, com uma linguagem aproximada com a performance, mas também incorporando elementos de cultura pop, ironia, depoimento pessoal e apontamentos de teatro épico. Partindo da famosa frase proferida por Gilberto Freyre “Branca para casar. Mulata para fornicar. Negra para trabalhar”, a artista Mônica Santana tece obras que questionam as formas de representação da mulher negra: seja a mestiça hipersexualizada, de formas exuberantes e sempre disponível para o sexo, seja a negra escura para o serviço braçal.
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Classificação: 14 anos
DIA 13, às 20h
TERÇA DA MÚSICA: IGOR GNOMO GROUP
O Igor Gnomo Group, natural da cidade de Paulo Afonso (Bahia), apresenta em sua sonoridade influências do jazz rock em simbiose com a música brasileira (ijexá, baião, maracatu). Com dois trabalhos autorais lançados, passando por diversos festivais pelo Brasil e Argentina, participações ao lado de Armandinho Macêdo, Luciano Magno, André Neiva, Gabriel Pensador, Coutto Orchestra, o trio é liderado pelo guitarrista Igor Gnomo ao lado do percussionista Gildo Madeira e o baixista André Jumper. Eles trazem a Salvador o show “Afrontar”, recém-lançado em turnê na Argentina, apresentando composições autorais e releituras que passeiam por Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Hermeto Pascoal e Chico Science. O Igor Gnomo Group convida o violinista Marcelo Fonseca e o baterista Igor Galindo para o espetáculo.
Quanto: 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Classificação: 14 anos
DIA 15, às 19h

Pedro Morais Foto Divulgação
TERÇA DA MÚSICA: PEDRO MORAIS
No show “As Rosas Não Falam – Uma homenagem a Cartola”, estreado em 2009, Pedro Morais busca resgatar a irreverência que o sambista mostrava ao interpretar a singularidade da vida cotidiana e amorosa dos morros, expressa nos sambas-canções composto pelo autor e criador da Escola de Samba da Mangueira. Cartola não apenas foi um grande compositor, como também um ótimo intérprete: sua obra conseguia imprimir a marca do cronista dos morros cariocas. Nesta nova formação, Pedro Morais é acompanhado pelos músicos Maurício Azevedo (violão, cavaquinho e flauta), Eduardo Brandão (violão 7 cordas e bandolim), Ilma Nascimento (violoncelo) e Alexandre Lins (percussão).
Quanto: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
Classificação indicativa: Livre
DIA 28, às 20h

Aloísio Menezes
MÚSICA: MOVIMENTO BLACK AFRO POP
Show de mistura das vozes inconfundíveis de Cida Martinez (Samba), Aloisio Menezes (Afro- Pop) e Portella Açúcar, verdadeiros representantes da cultura negra da Bahia, com repertório vasto nas músicas mais populares e contagiantes.
Quanto: A divulgar
Classificação indicativa: A divulgar
Teatro
Espetáculo Ele & Ela acontece no Teatro Martim Gonçalves sábado (1)


Foto: Divulgação
Serviço
Teatro
Espetáculo Tartufo está em cartaz na Sala do Coro do TCA

Considerada uma das comédias mais célebres escritas pelo dramaturgo francês Molière, ‘Tartufo – O Impostor’ ganha montagem baiana e está em cartaz até o dia 1 de fevereiro, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA). O espetáculo acontece de quinta a domingo, às 20h, sendo que aos sábados há sessões duplas, às 17h e às 20h. Os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Realizada pela Companhia Os Argonautas, a montagem celebra os 25 anos de atuação do próprio grupo, que foi fundado em 1999, em Salvador. O projeto foi contemplado pelos editais da Lei Paulo Gustavo e tem apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura.
Fiel ao texto clássico, mas com algumas adaptações ao momento contemporâneo, a peça retrata a hipocrisia moral e religiosa na figura da personagem-título. Tartufo, um falso religioso, consegue, com sua aparente fé e devoção, enganar Orgon, passando a viver em sua casa e a controlar a vida de toda a sua família. A partir daí, a trama se desenrola entre situações cômicas e desencontros amorosos, uma vez que Orgon deseja casar sua filha com Tartufo, mas os demais familiares irão desmascarar o impostor para tentar impedir o matrimônio. Entre as novidades da versão baiana está a inserção de músicas e de cenas ágeis em direta comunicação com a plateia, o que reforça o caráter popular da Commedia Dell’Arte e da obra de Molière.

Foto: Caio Lírio
O espetáculo também comemora os 30 anos de carreira de Marcelo Flores que, além de dirigir a peça, interpreta o próprio Tartufo. “Uma das coisas que nós, Os Argonautas, mais gostamos de fazer é adaptar e revitalizar obras clássicas. Nós apresentamos a estética original da obra, mas aproximando ela da realidade brasileira e dos dias de hoje, ainda que a essência do texto clássico seja, justamente, o seu caráter de atualidade que se perpetua no tempo”, explica Marcelo, um dos fundadores d’Os Argonautas. Para ele, a expectativa da estreia está diretamente relacionada ao clima de celebração, já que humor, alegria e crítica social são elementos fortemente presentes tanto em Molière quanto em Os Argonautas.
Outra fundadora da companhia de teatro e que também completa três décadas de ofício, Alethea Novaes lembra que Tartufo é o décimo espetáculo inédito realizado pelo grupo e tem um significado especial e oportuno. “A escolha de Tartufo tem bastante a ver com a temática, que traz reflexões bem-humoradas e dialoga muito com o tempo em que vivemos, além de ser uma dramaturgia deveras desenvolvida e perspicaz”, pontua Alethea. De fato, a versão baiana de Tartufo coloca em xeque a perigosa associação da religião com o poder, pauta que vem ganhando repercussão no debate público. Os chamados valores tradicionais da sociedade – família, moral, dinheiro e religião – são as cartas que Molière embaralha com astúcia em seu jogo engenhoso de crenças, paixões, golpes, mentiras e fé cega.
O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.
Serviço
O quê: Espetáculo Tartufo – O Impostor
Dias: 17 de janeiro a 01 de fevereiro [de quinta a domingo]
Horários: quintas, sextas e domingos às 20h e sábados às 17h e às 20h
Local: Sala do Coro do Teatro Castro Alves
Entrada: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)
Classificação indicativa: livre
Teatro
Espetáculo “Candomblé da Barroquinha” estreia em Salvador

O espetáculo “Candomblé da Barroquinha” estreia no Espaço Cultural da Barroquinha no dia 24 de janeiro, pedindo licença para pisar em solo sagrado. Inédita, a montagem faz uma ode ao Candomblé Ketu, remontando suas origens, e celebra a história espiritual e cultural do povo negro diaspórico. Com direção de Thiago Romero, texto de Daniel Arcades e elenco potente, a temporada fica em cartaz de 25 de janeiro a 9 de fevereiro, em dias alternados. Os ingressos estão à venda no Sympla e custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
“Nosso povo merece conhecer a história das mãos que fizeram este país. A arte tem como um de seus compromissos reinventar universos, heróis e heroínas para seus apreciadores e assim estamos fazendo. Por mais que nos faltem dados, não nos falta a memória do corpo, a memória das vozes esquecidas e os documentos não-oficiais. Estamos aqui para contar uma história pouco conhecida e muito necessária para nossa população”, destaca o diretor Thiago Romero.
Uma homenagem respeitosa ao Candomblé Ketu, maior e mais popular nação do Candomblé no Brasil, o espetáculo traz à cena as vivências cotidianas de Marcelina, uma jovem abian, e da comunidade à sua volta. Apesar de ficcional, a obra é fundamentada a partir da pesquisa do diretor e do dramaturgo, e o enredo revisita o que se tem como umas das histórias sobre a origem do candomblé.

Foto: Letícia França – Labfoto
KETU
Em “Candomblé da Barroquinha”, o público conhece a história de três princesas africanas chegadas à Bahia na condição de escravizadas – Iyá Adetá, Iyá Kalá e Iyá Nassô -, personagens celebradas pela oralidade, que teriam fundado, na Bahia, no bairro da Barroquinha, o mais antigo templo de culto africano do país, tornando-se assim o símbolo de resistência, fora da África, dos reinos de Ketu e Oyó. Com sua sabedoria ancestral, elas criam uma das comunidades Jeje-Nagô mais importantes fora do território africano, reconstituindo na Bahia os locais sagrados destruídos pelo violento processo de colonização.
Realizado pela DAN Território de Criação, plataforma de criação artística multi-linguagem que completa cinco anos em 2025, o “Candomblé da Barroquinha” foi fomentado pelo programa FUNARTE Retomada 2023 – Teatro, Ministério da Cultural, Governo Federal. As apresentações acontecem, em janeiro, nos dias 25 (sessão acessível – intérprete de libras), 26, 30 e 31, às 19h; e em fevereiro, nos dias 1º e 8, com duas sessões acessíveis, às 16h e 19h, além dos dias 7 e 9, às 19h.
Serviço
O quê: Candomblé da Barroquinha
Temporada: 25 de janeiro a 9 de fevereiro
Sessões: 25/01 – 19h (sessão acessível – libras), 26/01, 30/01 e 31/01 – 19h | 01 e 08/02 – 16h e 19h (sessões acessíveis – libras), 06/02, 07/02 e 09/02 – 19h
Local: Espaço Cultural da Barroquinha (Rua do Couro, s/ n – Barroquinha)
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)
Vendas: Sympla
Classificação indicativa: 14 anos