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Audiovisual

#Entrevista – Henrique Duarte e o doc “Orin – Música para os Orixás” no XIV Panorama Internacional Coisa de Cinema!

Jamile Menezes

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Após exibir o documentário Orin – Música para os Orixás em sessões especiais em terreiros de candomblé de Salvador, na sede da Unesco em Paris e no Festival de Brasília, o diretor Henrique Duarte apresenta seu primeiro longa-metragem no XIV Panorama Internacional Coisa de Cinema, nesta sexta-feira (16), às 21h, no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha.

Selecionado para a Competitiva Baiana do festival, o documentário mostra como as músicas tocadas nos terreiros de candomblé tiveram grande influência na formação da MPB.

Henrique conversará com o público do festival após a exibição do documentário, mas conta um pouco sobre o processo de realização do filme na entrevista abaixo.

PSP – O que te motivou a escolher esse tema para a realização do seu primeiro longa-metragem?

Henrique Duarte – Essa questão do transe dentro do candomblé e a função que a música tem dentro disso, de ajudar a gerar esse estado de transe, isso sempre me fascinou. Nas festas que fui, sempre me chamou muita a atenção essa importância da música, tanto no processo do transe quanto como estruturador da festa, pois a música conduz toda a dinâmica. Eu sou baixista, então tocando em alguma bandas em Salvador eu tinha contato com percussionistas que, de certa forma, bebiam um pouco dessa fonte, mesmo aqueles que não frequentavam terreiro, pois acho que a música que é tocada na Bahia, a parte ritmica dela, vem de ritmos de origem afro.

Eu comecei a fazer esse filme quando estava finalizando o curso de Jornalismo, em 2014, então grande parte das entrevistas eu já tinha filmado nesse período. Em 2016, eu escrevi um projeto com Letícia Campos, que é produtora do filme, e aí a gente conseguiu aprovar pela Fundação Gregório de Mattos, no edital Arte Todo Dia. Então a gente obteve recurso para finalizar o filme e, nesse momento, a gente acabou conhecendo outras pessoas e tivemos a oportunidade de filmar coisas novas.

PSP – Você acha que essa influência do som dos terreiros é reconhecida pelos artistas da música brasileira?

Henrique Duarte – A música do candomblé está presente na música baiana, quer queira, quer não. Mesmo que as pessoas não saibam a origem de determinados ritmos, isso está incorporado no som. Gabi Guedes fala no filme que ele foi gravar percussão no disco de um artista que logo falou que não queria que tocasse ritmo de candomblé. Gabi disse “tudo bem, mas posso tocar esse tambor aqui? (era um atabaque)”. O artista respondeu que podia e Gabi tocou ritmo de candomblé sem que ele se desse conta.

A cultura percussiva baiana é muito forte e grande parte dela vem dos terreiros de candomblé. Então, para os artistas que pesquisam, que vão querer entender a origem daquilo que ele está tocando, todos eles chegam no candomblé, então eles reconhecem a importância. Os que não pesquisam podem até discriminar, podem até ter preconceito, mas na prática isso está dentro da sua música porque é mais forte do que o trabalho de qualquer artista individualmente.

PSP – Como foi a receptividade da proposta entre o povo de santo?

Henrique Duarte – A receptividade foi muito boa, até me surpreendeu positivamente. Eu achei que poderiam surgir críticas porque o candomblé tem os seus aspectos que não podem ser mostrados, não podem ser revelados, então jogar luz em cima desse tema é delicado. Mas em todos os lugares que a gente exibiu o filme, a grande maioria do povo de santo gostou e reconheceu a importância de ter um filme com essa temática, exatamente pelo fato de haver muito preconceito contra a religião.

PSP – Como esses aspectos do candomblé definiram a realização do filme?

Henrique Duarte – Procurei ter todo o cuidado com o que podia ser mostrado ou não, a forma de mostrar, as imagens que a gente filmou em terreiro, a gente sempre teve o cuidado de não tratar pela linha do exotismo, mas sim integrado dentro do contexto. O que eu queria mostrar principalmente eram os alabês (os músicos) e a dança, então procurei dar muito detalhes nos pés durante a dança, nas mãos tocando atabaque…

Não quis em nenhum momento colocar a minha voz de maneira ativa no filme, não tem uma narração, não tem um texto em lettering, quis construir a narrativa do filme toda em cima das falas das pessoas que vivem aquilo ali, estudam e participam ativamente, quis extrair o que elas próprias falam. Lógico que de toda forma é um recorte que eu dou, que tem a minha visão, o que eu achei que é mais importante ou não.

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Henrique Duarte

PSP – Qual sua expectativa para a primeira exibição do filme na Bahia?

Henrique Duarte – Voltar para Salvador é voltar para a origem, pois o filme foi feito em Salvador e a cidade tem muitos terreiros. A expectativa maior é por ser no festival, no Panorama, que é um festival que eu acompanho há muitos anos, mesmo antes de entrar na área de audiovisual. É uma honra muito grande ser selecionado junto com cineastas já consagrados. Minha expectativa é de que a sessão vai dar muita gente. Estou em contato com as pessoas que participaram do filme, convidando todos para também participarem do debate.

 

https://portalsoteropreta.com.br/cineastas-da-nigeria-e-do-quenia-serao-destaque-no-xiv-panorama-internacional-coisa-de-cinema/

Audiovisual

“Filme Marginal” abre inscrições para produções audiovisuais independentes de todo o Brasil

Iasmim Moreira

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Filme Marginal

Estão abertas até o dia 18 de maio as inscrições para a 5ª edição da Mostra do Filme Marginal: Cinema de Luta, Arte de Libertação. O evento, que acontece em setembro no Rio de Janeiro, busca valorizar o cinema independente brasileiro com obras que abordem temas sociais, políticos e culturais marginalizados. Podem se inscrever realizadores de curtas, médias e longas-metragens de qualquer parte do país — inclusive Salvador — com filmes finalizados a partir de 2022. A participação é gratuita.

Voltada para a difusão de um cinema autoral, popular e crítico, a Mostra se define como um espaço de reflexão, estímulo e autoformação. A proposta é ampliar a visibilidade de produções que provoquem debates sobre injustiças e desigualdades, com temas como racismo, gênero, sexualidade, direitos das mulheres, meio ambiente, luta por moradia e questões indígenas.

As inscrições devem ser feitas exclusivamente online, por meio do formulário disponível no site do festival: mostradofilmemarginal.com. A curadoria da mostra avaliará os filmes inscritos e a lista de selecionados será divulgada na primeira semana de agosto. A exibição dos filmes ocorrerá entre os dias 12 e 21 de setembro de 2025, no Rio de Janeiro.

Criada em 2017, a Mostra do Filme Marginal é organizada pela Corpo Fechado Produtora e conta, nesta edição, com apoio do Pró-Carioca Audiovisual 2024 – Edital de Apoio à Produção de Mostras e Festivais de Audiovisual, via Lei Paulo Gustavo e Rio Filme. O evento cresceu significativamente nos últimos anos: da primeira edição com 36 filmes inscritos, saltou para mais de 400 em 2024.

“Estamos abertos à multiplicidade de vozes e experiências do cinema independente contemporâneo brasileiro”, afirma o idealizador da mostra, Uilton Oliveira.

SERVIÇO

📽️ 5ª Mostra do Filme Marginal: Cinema de Luta, Arte de Libertação
📅 Inscrições gratuitas: de 1º a 18 de maio de 2025
📍 A mostra acontece em setembro, no Rio de Janeiro
🔗 Formulário de inscrição: clique aqui
🌐 Site: mostradofilmemarginal.com
📱 Instagram: @mostradofilmemarginal

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Audiovisual

Documentário sobre autoras negras baianas tem exibição na Sala Walter da Silveira

Iasmim Moreira

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autoras negras

Com lançamento marcado para o dia 08 de maio, às 19h, na Sala Walter da Silveira,  o documentário “Cartografia de Nós” propõe um mergulho na produção literária contemporânea liderada por mulheres autoras negras baianas. A sessão será gratuita e aberta ao público, com direito a bate-papo após a exibição. O filme também estará disponível a partir de 06 de maio no canal YouTube Passos Entre Linhas.

Idealizado pela escritora e educadora Lorena Ribeiro, fundadora do projeto Passos Entre Linhas, o curta de aproximadamente 40 minutos convida o público a refletir sobre os impactos dos territórios geográficos e sociais na construção das narrativas literárias negras. A direção é de Sabrina Andrade, com roteiro, apresentação e produção de Lorena Ribeiro, e trilha sonora assinada por Hosanna Almeida e Marcelo Santana.

O documentário reúne entrevistas com mulheres negras autoras de diferentes regiões da Bahia e faixas etárias: Táina Sena (Itamaraju), Camila Carmo (Amargosa/Ilha de Itaparica), Paula Anias (Sapeaçu), Maria Dolores Rodriguez (Feira de Santana) e a própria Lorena Ribeiro (Salvador/Lauro de Freitas). A cidade de Cachoeira, com sua forte tradição histórico-cultural, também é destacada como espaço de efervescência literária.

“Nosso estado tem muita gente produzindo coisas riquíssimas, mas ainda pouco conhecidas e, por isso, pouco valorizadas. Criar ao lado dessas mulheres é a confirmação de que juntas realizamos coisas gigantes”, afirma Lorena.

Além dos depoimentos, o filme incorpora intervenções artísticas, como o bordado da poeta Tainah Cerqueira, que ampliam o olhar sobre a literatura como expressão sensível de identidade e resistência. O objetivo da obra é também estimular a leitura de autoras negras contemporâneas da Bahia e contribuir para a preservação e valorização dessas vozes.

“Cartografia de Nós” é uma realização do projeto Passos Entre Linhas em parceria com a Aiocá Produções. O projeto foi contemplado pelo edital Paulo Gustavo Bahia, com apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, e do Ministério da Cultura, Governo Federal, através da Lei Paulo Gustavo.

SERVIÇO
O quê: Exibição do documentário Cartografia de Nós
Quando: 08 de maio de 2025 (quinta-feira), às 19h
Onde: Sala Walter da Silveira – R. Gen. Labatut, 27 – Barris, Salvador – BA
Quanto: Gratuito
Duração: 40 min
Classificação: Livre
Extras: Bate-papo com realizadoras após a sessão

Acompanhe o projeto:
🌐 Site oficial
📷 Instagram: @passosentrelinhas
📺 YouTube: Passos Entre Linhas
📘 Facebook: Passos Entre Linhas
🐦 Twitter: @passoselinhas

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Audiovisual

Animação ‘Jimú e o Universo Ancestral’ estreia na Sala Walter da Silveira

Iasmim Moreira

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Jimú

A animação infantil “Jimú e o Universo Ancestral” será lançada oficialmente nos dias 5 e 8 de maio em duas exibições presenciais na Bahia. O curta-metragem, inspirado no livro “Jimú – Memória das Águas”, da escritora e artista visual Aislane Nobre, leva às telas uma jornada poética de espiritualidade e ancestralidade vivida por uma criança na Ilha de Itaparica.

A primeira exibição acontece no dia 5 de maio, às 15h30, na Biblioteca Juracy Magalhães Jr, em Itaparica. A segunda, no dia 8 de maio, será realizada na Sala Walter da Silveira, na Biblioteca dos Barris, em Salvador. Após as sessões presenciais, o filme ficará disponível online por 24 horas no canal do projeto no YouTube (youtube.com/@universojimu).

A obra traz recursos de acessibilidade como libras, audiodescrição e legenda em inglês, reafirmando seu compromisso com a inclusão.

Uma jornada mágica e ancestral

A história acompanha Jimú, uma criança curiosa e gulosa, que ao lado da irmã Nira, embarca em uma jornada mágica ao receber um chamado ancestral ligado ao culto aos Egunguns – divindades que representam os espíritos dos antepassados. A aventura atravessa questões profundas como espiritualidade, vida e morte, e o amadurecimento infantil, tudo ambientado na Ilha de Itaparica.

Com personagens como Giã (pai e líder espiritual), Yaiá (mãe) e Dona Mariinha (uma católica que simboliza o respeito entre religiões), Jimú descobre que sua fome é muito mais do que um desejo físico – é um chamado para a conexão com suas raízes.

“Essa é uma obra que nasce do afeto, da memória e da força de uma herança espiritual viva”, afirma Aislane Nobre, autora do livro que inspira o filme. “A transformação para o audiovisual foi feita com muito cuidado, respeitando as raízes dessa história, mas também se abrindo às novas formas de contá-la.”

Sem narração, o curta aposta em uma narrativa guiada pela musicalidade e sonoridade afro-brasileira. A direção de som é assinada por Herison Pedro, do Ofò Laboratório Sonoro. Toda a trilha foi construída com base nos cânticos ancestrais do culto aos Egunguns.

A criação e direção musical são de Lucas Maciel e Tiago Farias, que também assinam os efeitos sonoros. A proposta é usar os sons como fios condutores de memória, emoção e espiritualidade, estabelecendo uma experiência sensorial profunda com o público.

Criação colaborativa com crianças

A produção do filme foi realizada pelo estúdio Mirabolantes Studios, liderado por Lucas Morassi, André Luis Silva e Andreia Silva. Como parte do processo criativo, o projeto promoveu uma oficina de ilustração com crianças, incorporando desenhos feitos por elas em alguns cenários do filme, como forma de reconhecer o protagonismo infantil e fortalecer o elo entre a obra e seu público.

Além disso, no dia 6 de maio, às 10h30, será realizada uma nova oficina de ilustração na Biblioteca Juracy Magalhães Jr, voltada para crianças e jovens.

Um tributo à ancestralidade

“Jimú e o Universo Ancestral” combina animação tradicional com motion graphics, propondo uma nova estética narrativa que homenageia as raízes africanas e a oralidade. “A sobreposição de técnicas e o cuidado com a composição visual são uma aposta estética e política. Jimú não apenas conta uma história, ela provoca uma escuta com o corpo inteiro”, destaca a equipe da Mirabolantes Studios.

Sobre a autora

Aislane Nobre, nascida em Itaparica, é escritora, artista visual e candomblecista. Doutoranda em Artes Visuais na UFBA, investiga temas como cor da pele, afetividade e ancestralidade na arte contemporânea. O livro “Jimú – Memória das Águas” foi lançado em novembro de 2024 com distribuição gratuita em escolas, terreiros e comunidades negras de Salvador, Itaparica, Paulo Afonso e Cachoeira. A publicação está à venda no site www.universojimu.com.br.

Jimú

Aislane Nobre | Foto: Daniel Pita

 

SERVIÇO

O quê: Lançamento do curta-metragem de animação “Jimú e o Universo Ancestral”
Classificação indicativa: Livre
Formato: Animação infantil com acessibilidade (libras, audiodescrição e legenda em inglês)

 Exibição em Itaparica
Data: 05 de maio (domingo)
Horário: 15h30
Local: Biblioteca Juracy Magalhães Jr – Itaparica

Oficina de Ilustração (Itaparica)
Data: 06 de maio (segunda-feira)
Horário: 10h30
Local: Biblioteca Juracy Magalhães Jr – Itaparica
Público-alvo: Crianças e jovens

Exibição em Salvador
Data: 08 de maio (quinta-feira)
Local: Sala Walter da Silveira – Biblioteca Pública dos Barris

Exibição online:
Após as exibições presenciais, o filme ficará disponível por 24 horas no YouTube:
youtube.com/@universojimu

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