Formação
“O que tem atrás da porta?” – Conheça o trabalho da pedagoga e escritora Helena Vitória, em Campinas de Brotas!

O projeto “O que tem atrás da porta?”, idealizado pela pedagoga e escritora Helena Vitória Nascimento dos Santos para crianças e adolescentes das comunidades e bairros da periferia de Salvador, encerra as atividades de 2018 com intervenções literárias nos dias 20 e 21 de novembro na Escola Municipal Professor Aristides Novis, em Campinas de Brotas e no Auditório 1 – Pavilhão de Aulas de Ondina, UFBA PAF V, respectivamente, com entrada gratuita e aberto ao público.
Insatisfeita com o próprio trabalho e com o tipo de literatura introduzida na grade curricular das escolas públicas para os estudantes majoritariamente negros, Helena vê na Virada Educação – 2015 um caminho para modificar esta realidade e convida duas amigas pedagogas, Tiara Pereira e Joseane Mota, para realizar atividades voltadas para a questão racial, utilizando para tanto apresentação de fantoches e literatura negra infantil.
Após a ação na Virada Educação, nasce o projeto “O que tem atrás da porta?”, que tem seu nome vindo das capas duras dos livros, “que a meu ver se assemelham a portas. E como todo livro lido é uma viagem feita, quando inicio a apresentação e peço aos estudantes que digam a frase mágica ‘O que tem atrás da porta?’ estou na verdade os convidando para viajarem comigo. A ludicidade que a frase remete encaminha os meninos para outro mundo, um mundo melhor e encantado, onde a cor da pele não os define”.
Para Helena, conhecer a própria história é imprescindível para a formação básica das crianças e adolescentes negras e indígenas, por isso ela acredita que a relevância do projeto é possibilitar que os jovens se reconheçam enquanto parte importante na formação dos grupos sociais do país e na elevação da auto-estima, pois, conhecendo a própria história e/ou ouvindo narrativas da diversidade, os jovens conseguem ver-se representados e respeitados.
“Atuei em mais de 12 instituições em 2017, durante todo o ano ocorreram debates e trocas de experiências entre mim e as crianças e entre mim e os profissionais da escola. Todos os encontros foram preciosos, uma vez que, os meninos ficaram animados quando percebiam que os personagens se pareciam com eles. Percebi o gradativo processo de auto-reconhecimento de professores e estudantes que no início das ações se diziam brancos e ao final indicavam ser negros.”, conta Helena.
Iniciando em março desse ano, Helena levou as contações de histórias e oficinas artísticas para a Escola Municipal do Calafate, no bairro do Retiro, passando ainda pelo Centro Municipal de Educação Infantil Doutor Djalma Ramos, em Lauro de Freitas (levando doação de bonecas pretas para a escola), Escola Municipal de Assistência Social São José, no bairro de São Caetano e pela Associação de Moradores do Alto de Ondina, ASDECO, em Alto de Ondina.
Para encerrar as ações de 2018, o projeto traz a história A Lua Cheia de Vento, da escritora Mel Adún (livro doado pela editora Ogun’s Toques Negros), e contará ainda com a oficina de bonecas Abayomi, do arte-educador Tauan Carvalho, para ressaltar os nossos laços com o continente africano e com o sagrado.
As ações também contam com acessibilidade para pessoas com deficiência como adaptações em materiais visuais para pessoas com deficiência visual, mecanismos para interação de crianças com limitações motoras e transtorno do desenvolvimento. A ideia é garantir autonomia de todos os beneficiados pelo projeto.
“Encerramos nossa jornada com muita alegria por ter levado representatividade a tantas crianças negras e descendentes de povos indígenas que tem suas identidades negadas pelas mídias, pela literatura canônica e pela sociedade racista”, comemora Helena.
Um dos objetivos do projeto é desenvolver estratégias de combate ao racismo e a qualquer forma de preconceito, discriminação e intolerância religiosa por intermédio de cine-debates e oficinas artísticas promovidas em organizações abertas à comunidade. Também usa de clips musicais de rappers negros moradores de bairros periféricos de Salvador, como MC Armeng, e de cantores e cantoras que usam a música não apenas como entretenimento, mais também como uma linguagem militante contra as diversas formas de preconceitos, como Larissa Luz, além de incentivar o hábito da leitura, de modo lúdico valorizando as comunidades e diferentes grupos sociais.
“As estratégias de combate ao racismo começam no reconhecimento deste fenômeno em todas as relações no Brasil e depois no tornar-se negro, ou seja, construir a identidade, por isso, atuar com a ideia da representatividade para mostrar a necessidade de mais personalidades negras em todos os setores é uma forma de possibilitar esta construção”, finaliza Helena.
Serviço
O que?
Últimas intervenções do projeto “O que tem atrás da porta?”
Dia 20/11/18 das 9h às 11h
Contação da história A Lua Cheia de Vento, de Mel Adún e ilustração de Reane Lisboa (Editora Oguns Toques), e oficina de boneca Abayomi, com Tauan Carvalho.
Local: Escola Municipal Professor Aristides Novis, Campinas de Brotas (exclusivo para os estudantes da escola)
21/11/18 das 18:30h às 22h
Mesa intitulada “As Letras Negras em Cena”.
Local: Auditório 1 – Pavilhão de Aulas de Ondina, UFBA PAF V, Ondina (aberto ao público).
Quanto?
Gratuito
Texto de Marcio Lima, estudante de Jornalismo da UNIME.
Edição de Jamile Menezes
Formação
Inscrições abertas para a Mentoria de Direitos Autorais e Contratos

Estão abertas as inscrições para a Mentoria de Direitos Autorais e Contratos, do projeto “Educar com Hip-Hop”, que acontece no dia 13 de fevereiro (quinta-feira), das 14h às 16h, na Casa do Hip-Hop Bahia, localizada no Largo Quincas Berro D’Água, Pelourinho. Com inscrição gratuita e direito a certificado, a mentoria é voltada para artistas e empreendedores e será ministrada pela advogada Naila Trindade, especializada em propriedade intelectual, entretenimento, marcas, direito autoral e contrato. Serão disponibilizadas 30 vagas e as inscrições podem ser feitas no link.
A mentoria irá apresentar aspectos relevantes da legislação de propriedade intelectual e afins, sob a perspectiva do mercado, através de exposição, análise, discussão de temas diversos e entender os principais conceitos teóricos e práticos dos direitos autorais, abordando temas como seus fundamentos, obras protegidas, direitos morais e patrimoniais, limitações, contratos e suas cláusulas essenciais envolvendo direitos autorais, de imagem e questões inerentes no ambiente digital, entre outros.
O projeto “Educar com Hip-Hop” que tem o objetivo de contribuir com a construção da política de educação em diálogo com a arte irá trabalhar com atividades de formação na área de produção, comunicação, empreendedorismo e tecnologia da informação e inovação, desenvolvendo mentoria, estratégias de promoção, workshop e ações culturais e esportiva.
Idealizado pela CMA HIP-HOP – Comunicação, Militância e Atitude Hip-Hop e realizado pela Casa do Hip-Hop Bahia, nesta primeira edição o projeto conta com a parceria da Escola de Formação Luiza Mahin, da NT Advocacia – Propriedade Intelectual e Entretenimento, da Laboratório da Notícia, da Polo Cultural, da Muntu Criativo, e apoio cultural do Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), Amô pelo Pelô, Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult) e Governo da Bahia.
Serviço
O quê: Mentoria de Direitos Autorais e Contratos
Quando: 13 de fevereiro (quinta-feira)
Horário: Das 14h às 16h
Onde: Casa do Hip-Hop Bahia / Presencial
Mentora: Naila Trindade
Mais informações:
Dj Branco
Contato: (71) 99151-0631
E-mail: educarcomhiphop@gmail.com/Instagram: @casadohiphopbahia
Formação
Instituto Cultural Steve Biko abre inscrições para pré-vestibular

O Instituto Cultural Steve Biko abre inscrições para o processo seletivo do curso de preparação para o acesso ao ensino superior em formato híbrido. Estão sendo oferecidas 75 vagas para pessoas negras com Ensino Médio completo ou que estejam cursando o Ensino Médio exclusivamente em escolas da rede pública. Interessados devem acessar o edital do processo seletivo e preencher o formulário até o dia 14 de fevereiro de 2025, disponível no site. A taxa de inscrição é no valor de R$ 20,00 (vinte reais).
O processo seletivo será composto de quatro etapas (Inscrição, Avaliação Escrita, Entrevista e Conhecimento Institucional). As aulas serão ministradas de segunda a sexta-feira, das 18h30 às 21h30, e aos sábados, das 13h15 às 17h40. Também poderão ocorrer aos domingos e feriados.
Sobre Instituto Steve Biko
É uma organização do movimento negro que já tem 32 anos de atuação no campo da educação antirracista. Tem como missão promover a ascensão político-social da população negra por meio da educação e valorização da sua ancestralidade. Sendo considerado o primeiro quilombo educacional do Brasil, sua matriz curricular merece destaque pelo ensino afroreferenciado, no qual a disciplina de Cidadania e Consciência Negra permeia todas as suas atividades pedagógicas.
Serviço
O quê: Processo seletivo do Curso Pré-vestibular Steve Biko 2025
Quando: Até dia 14 de fevereiro de 2025
Quanto: R$ 20,00 (vinte reais)
Onde: Através do site (Inscrições online)
Endereço da sede: Rua do Passo, nº 04 – Largo do Carmo, Santo Antônio – Pelourinho
Formação
Escola Maria Felipa abre inscrições para “Decolônia de Férias”

A Escola Afro-brasileira Maria Felipa está com as inscrições abertas para o programa “Decolônia de Férias”, que vai de 6 a 10 de janeiro de 2025, com atividades culturais, brincadeiras afro-indígenas e oficinas de dança, capoeira, rimas e improvisos, aulas de história afrodiaspóricas, entre outras ações. Abraçando a diversidade, a proposta é para todas as crianças, tanto alunos como a criançada de fora, proporcionando um momento para que pais possam conhecer a instituição de ensino. As atividades irão ocorrer nas instalações da própria Escola Afro-brasileira Maria Felipa, localizada na Rua Comendador José Alves Ferreira, n°60, no Garcia, em Salvador.
Os pais interessados podem inscrever a criançada por dia através do perfil do Instagram @escolamariafelipa e o valor da diária (9h às 15h30) é de R$150, com direito às atividades e almoço. O primeiro dia de atividades, em 6 de janeiro, terá pela manhã o “Teatro com histórias afro-encantadoras”, com a obra ‘’Lua e a Magia dos Ventos’’. Pela tarde, terá a vivência “Histórias e oficinas de bonecas Abayomi”.
Na manhã do dia 7 de janeiro, ocorre a “Ciranda do brincar com brincadeiras africanas e indígenas”. Pela tarde, será a vez da oficina “Histórias afro-encantadoras com a mitologia de Iemanjá”, com direito a banho de mangueira e piscina. Já no dia 8 de janeiro, pela manhã, ocorre a Oficina de Dança Afro-brasileira com a pró Val Ribeiro.
Na quinta-feira, 9 de janeiro, pela manhã, será realizada a Oficina de Circularidade Ancestral | Oxumaré – Movimento e transformação, uma linda viagem ao reino Daomé. Pela tarde, as crianças participam de uma Oficina de Reciclagem Artística, para a produção do Império Ashanti e o reinado de Yaa Asantewaa. O último dia de Decolônia de Férias, 10 de janeiro, inicia pela manhã com a Oficina de Rimas e Improvisos, com o professor Gabriel Bispo, pela manhã.
Neste mesmo dia, pela tarde, numa gira ancestral, a Decolônia de Férias encerra com a Vivência de Capoeira, com o professor Negrete. A prática fará uma imersão nas histórias de Mestre Pastinha, responsável pela difusão da Capoeira Angola, e o Mestre Moa do Katendê, compositor, percussionista, artesão, educador e mestre de capoeira de Angola da Bahia, que dá nome a Lei que obriga as instituições de ensino do Estado a inclusão de aulas de capoeira no currículo, prática realizada na Escola Afro-brasileira Maria Felipa desde sua criação em 2019.

Foto: Dante Vicenzo
Sobre a Escola Afro-brasileira Maria Felipa
Localizada em Salvador, a Escola – que está também com as matrículas abertas para o ano letivo de 2025 – tem uma política pedagógica de ensino antirracista, afroafetiva e que valoriza as culturas africanas e indígenas. A idealizadora, Bárbara Carine (vencedora do Prêmio Jabuti, pelo livro “Como ser um educador antirracista”), explica que a instituição faz um resgate aos conhecimentos ancestrais, com o objetivo de combater o eurocentrismo e a colonialidade do ser, do poder e do saber, inovando a educação com uma metodologia decolonial e afrocentrada.
Ao se comprometer com a valorização da herança africana e indígena na sociedade brasileira, a Escola Afro-brasileira Maria Felipa se enquadra nas leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que torna obrigatório o Ensino das histórias e culturas afro-indígenas. “Diretamente, estamos nos comprometendo a combater um problema social, que é o racismo. A Maria Felipa é uma escola para todes – crianças pretas, indígenas, brancas, entre outras. Abraçamos a diversidade dos corpos”, descreve Maju Passos, sócia da Maria Felipa.
A instituição oferece uma educação infantil de ensino fundamental 1 e trilíngue (português, inglês e libras). Dentro da sua metodologia, a Escola desenvolve ainda uma série de atividades didática-pedagógicas afroreferenciadas, como “Afrotech – Feira de Ciência Africana e Afrodiáspórica”, “Mariscada – Mostra artístico-cultural decolonial”, “Formatura no Quilombo”, “Decolônia de Férias” (ações durante o período de férias escolares), “Festival artístico educacional Avante Maria Felipa”, entre outros.
Programação
06/01 – Segunda-feira
– Teatro com histórias afro-encantadora, ‘’Lua e a Magia dos Ventos’’
– Oficinas de bonecos com material reciclável (com a Diretora Cris)
– Oficina de bonecas Abayomi com contação de histórias
07/01 – Terça-feira
– Brincadeiras africanas e indígenas
– Histórias afro-encantadora com a mitologia de Iemanjá.
– Banho de mangueira e piscina
08/01 – Quarta-feira
– Oficina de dança (com a Prof. Val Ribeiro)
09/01 – Quinta-feira
– Oficina de circularidade ancestral: Oxumaré – Movimento e transformação: Uma linda viagem no tempo ao antigo e potente reino Daomé
– Oficina e produção do Império Ashanti e o reinado de Yaa Asantewaa a partir de material reciclável
10/01 – Sexta-feira
– Oficina de rimas e improvisos (com Prof. Gabriel Bispo)
– Oficina de Capoeira (com Prof. Negrete)
Serviço
O quê: Decolônia de Férias na Escola Maria Felipa
Quando: De 6/01/25 a 10/01/25, das 9h às 15h30
Onde: Rua Comendador José Alves Ferreira, 60 – Garcia
Investimento: R$150,00/diária