Memória
Centenário da Capoeira Regional será celebrado em Salvador!


Fto Juliana Linhares
Entre os dias 18 e 22 de dezembro, centenas de capoeiristas baianos, brasileiros e estrangeiros se reúnem para celebrar o centenário da Capoeira Regional e promover a formação e a memória do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade reconhecido pela Unesco.
A série de atividades gratuitas, que acontece em espaços emblemáticos do Centro Histórico de Salvador, é uma realização da Fundação Mestre Bimba (FUMEB) e contempla: seminários para educadores, mesas-redondas, formatura, oficinas e, é claro, rodas de capoeira. “Em 07 de setembro de 1968 meu pai comemorou os 50 anos desse legado e nós não poderíamos deixar esta importante data da Capoeira Regional passar em vão. Por isso, essa atividade é uma forma de fortalecer todo o trabalho que centenas de pessoas realizam diariamente em busca da difusão e preservação daquilo que foi a vida dele”, ressalta Mestre Nenel, filho do Mestre Bimba.
A comemoração pelo centenário começa no dia 18, às 18h, na tradicional terça da benção, com a celebração de uma missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. No dia seguinte (19), às 14h, no Forte da Capoeira (Santo Antônio Além do Carmo), acontece o Seminário para Educadores FDB, que vai dialogar sobre o sistema de ensino nos núcleos da Filhos de Bimba Escola de Capoeira, visando perspectivas futuras de propagação da Capoeira Regional. O encerramento do dia fica por conta de uma roda de abertura.
Na quinta-feira (20), o local é a Praça Pedro Arcanjo (Pelourinho), que a partir das 14h, sedia a apresentação do Capoerê – projeto social da FUMEB voltado para o ensino da Capoeira Regional para crianças e adolescentes -, além das oficinas de maculelê e samba de roda com Dona Nalvinha (filha de Mestre Bimba), e também vivência de capoeira com Mestre Pelicano e Mestre Canguru.
No dia 21 (sexta), a programação segue na Praça Pedro Arcanjo e inicia com a oficina da manifestação afro-brasileira Puxada de Rede. Logo mais, às 14h, acontece uma vivência de capoeira com Mestre Garrincha, seguida da mesa redonda das Tijubinas – grupo que reúne as mulheres capoeiristas – coordenada pela Mestra Preguiça, que também realiza uma vivência com os presentes. O fechamento das atividades do dia será com a realização de uma roda, às 17h e com o show da banda Regionais do Forró, comandada pelo Mestre Canguru, às 20h.
O último dia da celebração do centenário, 22 de dezembro, ocorre no Teatro Sesc-Senac (Pelourinho), com a realização da formatura, às 10h, seguida de homenagens e o lançamento do livro “Bimba, um século da Capoeira Regional”, primeira publicação do Mestre Nenel e uma das principais pessoas que preserva e difunde o legado da Capoeira Regional na Bahia e no mundo.
“Espero muito contentar pelo menos parte dos interesses do leitor e desde já esclareço que não sou nem quero ser dono de verdades, venho simplesmente partilhar um pouco do que concebi das lições práticas e teóricas que vivi junto com meu pai. Nesse livro quero tentar indicar esses pontos fundamentais que devem reger toda e qualquer proposta que parta da filosofia da Capoeira Regional“, destaca Mestre Nenel. O livro é uma publicação da Editora EDUFBA e estará à venda durante o lançamento.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
18 de dezembro (terça-feira)
Local: Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (Pelourinho)
18h – Missa do Bimba
19 de dezembro (quarta-feira)
Local: Forte da Capoeira (Santo Antônio Além do Carmo)
14h – Seminário Educadores FdB
19h – Roda de Abertura
20 de dezembro (quinta-feira)
Local: Praça Pedro Arcanjo (Pelourinho)
13h – Capoerê
14h30 – Aulão de Capoeira com Mestre Pelicano
15h30 – Oficina de Maculelê
16h – Aulão de Capoeira com Mestre Canguru
17h – Roda
18h – Oficina de Samba com Dona Nalvinha seguido da apresentação de samba de roda
21 de dezembro (sexta-feira)
Local: Praça Pedro Arcanjo (Pelourinho)
13h – Puxada de Rede
14h – Aulão de Capoeira com Mestre Garrincha
15h – Mesa Redonda das Tijubinas com Mestra Preguiça
16h – Aulão de Capoeira com Mestre Preguiça
17h – Roda
20h – Show da Banda Regionais do Forró
22 de dezembro (sábado)
Local: Teatro Sesc-Senac (Pelourinho)
10h – Formatura
12h – Homenagens
12h15 – Lançamento do Livro “Bimba, um século da Regional”
Memória
Fala Vila especial Samba recebe Juliana Ribeiro e convidados

Mais uma edição especial do Fala Vila acontece no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), nesta sexta-feira (7), às 16h, com o tema “O samba inaugura o Vila: a Juventude do Garcia e a história das escolas de samba de Salvador”. O grupo inaugurou o Teatro Vila Velha, em 1964. Mediado pela cantora, compositora e historiadora Juliana Ribeiro – atualmente, doutoranda pelo Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade da UFBA – o encontro reúne num bate-papo musical João Barroso, presidente do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Juventude do Garcia e Caroline Fantinel, pesquisadora e coordenadora do projeto “Memórias de Momo”.
A atividade, gratuita e aberta ao público, integra a programação da exposição “Vila Velha, Por Exemplo – 60 anos de um teatro do Brasil” e conta com as participações especiais dos músicos Bruno Barroso e Muniz do Garcia, trazendo sambas que marcaram época. A exposição “Vila Velha, Por Exemplo – 60 anos de um teatro do Brasil” tem patrocínio do Banco do Brasil, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal, e conta com apoio do Museu de Arte Moderna da Bahia, Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural e Secretaria Estadual da Cultura. A produção é da Janela do Mundo, com coprodução do Teatro Vila Velha.
Serviço
O quê: Fala Vila – “O samba inaugura o Vila: a Juventude do Garcia e a história das escolas de samba de Salvador”
Quando: Dia 7 de fevereiro (sexta-feira)
Horário: Às 16h
Onde: Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) – Avenida Contorno
Entrada: Gratuita
Mais informações:
Instagram: @teatrovilavelha
Site: www.teatrovilavelha.com.br
Memória
Cici de Oxalá e Mario Omar ministram aula-espetáculo em São Paulo

Os contadores de histórias Cici de Oxalá e Mario Omar apresentam a aula-espetáculo “Oratura” no próximo sábado (8), a partir das 19h, na Praça de Eventos do Sesc Vila Mariana, em São Paulo. A proposta é promover um encontro entre a sabedoria e a cultura ancestral com a leitura contemporânea da tradição oral. A Roda de Histórias seguirá a tradição oral bantu, com a transmissão de conhecimentos através dos mais diversos elementos da palavra, como a narração de contos, provérbios, cânticos e musicalização africana. A entrada é gratuita.
Segundo os organizadores, a atividade é direcionada para professores, educadores sociais, contadores de histórias, comunidade de religião de matriz africana e afro-brasileira e pessoas negras em geral que se identificam com o tema. Para Mario Omar, que é pesquisador da tradição oral, o evento pretende fortalecer a propagação do conhecimento empírico, mantendo vivo o legado da cultura africana na cultura brasileira.
“Levar para São Paulo essa vivência que fala sobre a Bahia e as tradições iorubá e bantu será cheia de axé. Vamos fazer uma roda de saberes ancestrais pautada nos conhecimentos antigos. Cici de Oxalá, conhecida como Vovó Cici, é uma grande mestra da nossa cultura ancestral. Foram as mulheres negras que socializaram a Bahia e o Brasil, então ouvir e aprender com uma mulher negra sobre tradição oral é muito importante”, disse Mario Omar.

Foto: Erika Maia
Tradição Oral
A arte de contar histórias era feita pelos mestres da tradição oral, que faziam suas narrações no seio de sua comunidade. Não se pode definir uma data exata para o surgimento da prática, que antecede a escrita, o que se sabe é que era uma das principais formas de socialização e transmissão do conhecimento, transcorrendo as mais diversas culturas e civilizações.
Na África, os contadores são os “reis da palavra”. Eles preparam seu povo para as plantações com seus contos, exortam os enfermos e saram suas mazelas com suas narrativas, alegrando as noites de verão e ninando os bebês com suas histórias.
Na contemporaneidade os narradores modernos fazem o uso das fofocas, causos, lendas, contos do maravilhoso, recursos virtuais audiovisuais e palcos urbanos, adaptando a linguagem narrativa para os ouvintes e os espaços da cidade. Nos dias atuais, os contadores e contadoras de histórias têm mantido acesa a chama da palavra que continua sendo passada de geração em geração como faziam os antigos.
Sobre Cici de Oxalá
Considerada uma das maiores contadoras de histórias do século XX, Nancy de Souza, 83, conhecida como Cici de Oxalá, é um dos principais pilares para a tradição oral no mundo. Nascida no Rio de Janeiro e radicada baiana, a mestra griô mantém viva as tradições afro-brasileiras e da Oratura Banto, sendo condecorada com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Sobre Mario Omar
Mario Omar é angoleiro, arte-educador e pesquisador da tradição oral Bantu.
Serviço
O quê: Aula-espetáculo “Oratura”, com Cici de Oxalá e Mario Omar
Quando: 08 de fevereiro, a partir das 19h
Onde: Sesc Vila Mariana, São Paulo
Endereço: R. Pelotas, 141 – Vila Mariana, São Paulo – SP
Entrada: gratuita
Memória
Seminário de Música Negra acontece na ALB nesta terça-feira (26)

A Academia de Letras da Bahia (ALB) e o Instituto Reparação realizam o Seminário de Música Negra da Bahia, intitulado ‘Dos blocos dos povos indígenas ao samba reggae’, nesta terça-feira (26), às 14h. O evento é aberto ao público e acontece na sede da ALB, no Palacete Góes Calmon – Av. Joana Angélica, 198, Nazaré -, no mês em que se celebra o Dia Nacional de Zumbi e Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.
Os convidados serão a cantora, compositora e historiadora Juliana Ribeiro; o cantor, compositor e mestre capoeira Tonho Matéria; o cantor, produtor e percussionista Dado Brazzaville; e o músico, produtor e carnavalesco Jorginho Commancheiro, presidente do bloco Comanches do Pelô. As inscrições devem ser feitas no link.
Reconhecidos em suas áreas artísticas, eles debatem na Academia de Letras da Bahia, pela primeira vez na história da instituição, sobre a música negra baiana, abordando como tudo começou até os dias de hoje, passando pelos blocos chamados ‘de índio’, os blocos afro e o samba reggae.
Também participam do debate o presidente da ALB e antropólogo Ordep Serra; e o coordenador do Instituto Reparação e sociólogo Ailton Ferreira. Haverá entrega de certificado de participação. A Academia de Letras da Bahia tem apoio financeiro do Governo da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.