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Preto. Muito preto. Yuri Marçal concede entrevista exclusiva ao Portal Soteropreta!


Divulgação
Ele fala de homofobia, racismo e intolerância religiosa em um stand-up comedy que vem rodando o país com bilheterias esgotadas desde 2018. Numa rápida conversa exclusiva com o Portal Soteropreta, Yuri conversou sobre a concepção das ideias do s e suas expectativas com a apresentação de Salvador.
Portal Soteropreta – Como surgiu a ideia de ter um stand up para falar de coisas do seu cotidiano?Yuri Marçal – Comecei a fazer standy comedy em 2016, assim que terminei a faculdade, falando de intolerância, sobre racismo, sobre meu filho, sempre com uma pegada racial e sobre ser único negro em determinados espaços. Percebi que tinha um público comprando a ideia e as críticas feitas através de piadas. Então, decidi investir mais nisso, a partir de coisas que penso e de como sou de verdade, aí construo a mensagem do que eu quero levar para meu público.
Portal Soteropreta – Ao criar as falas e o roteiro, de onde vem suas maiores inspirações?Yuri Marçal – Minhas maiores inspirações surgem da visão crítica que tenho, atreladas à ironia (eu uso muito da ironia no meu cotidiano), das vivências que tenho de família, de observação, da visão política. Daí, comentar estes assuntos de forma cômica ou até mesmo irônica, acaba se tornando texto e um material de trabalho.
https://www.youtube.com/watch?v=GLUf47POMgs
Portal Soteropreta – Quais são expectativas para apresentação em Salvador?Yuri Marçal – É a maior que já tive na carreira. Primeiramente, por amar a cidade – sonho em morar aí. E, em segundo lugar, por ser o local onde se encontra mais preto fora da África, e isto faz com que eu me sinta em casa. Vai ser uma apresentação com muita piada regional, criadas a partir de minha paixão que tenho pela cidade e pelas experiências que tive na cultura. Meu objetivo é que a galera fique impactada mesmo com o espetáculo.
Portal Soteropreta – Você falou que para Bahia teria um roteiro adaptado, inspirado em o que da cultura?Yuri Marçal – É mais uma questão de algumas observações minhas, enquanto preto carioca e macumbeiro, que tem na Bahia uma matriz de estudo. Serão abordadas algumas singularidades que observo, somado ao meu amor. Não é uma mudança total de roteiro, mas serão intervenções que promoverão quebras neste sentido.
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Cantoras Carla Lis e Ju dos Santos são convidadas do Grupo Botequim

As cantoras Carla Lis e Ju dos Santos serão as convidadas do Grupo Botequim nesta sexta-feira (14), no Pátio da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo, a partir das 21h, comemorando o Mês da Mulher. A roda de samba mais aguardada de Salvador promete agitar a noite com um repertório especial, que mistura a tradicional energia do samba de raiz com músicas que exaltam o poder feminino, o empoderamento e a beleza das mulheres. Os ingressos estão disponíveis no Sympla.
Para Roberto Ribeiro, um dos fundadores e cavaquinista do grupo, a roda especial do Mês da Mulher é uma forma de reverenciar o legado de artistas importantes que passaram pela história do samba. “Ficamos muito felizes em entender que a mulher sempre esteve e hoje está muito mais, e pode ainda estar muito mais no espaço que sempre foi delas de direito, mas que esse mundo machista muitas vezes barrou”, afirma.
“O Botequim vai homenagear essas figuras importantes e históricas que, no processo de fortalecimento do samba, foram pontos fundamentais para que o samba resistisse, desde Tia Ciata e muitas outras. Apesar do machismo também presente dentro do samba, hoje em dia a gente já vê uma quantidade enorme de grupos formados por mulheres, artistas, cantoras, pelo Brasil todo. Estamos muito felizes com a participação dessas duas figuras incríveis, que são Carla e Ju, fazendo essa representação”, comenta Roberto.

Ju dos Santos | Foto: Divulgação
Sobre as convidadas
Potiguar radicada em Salvador, Ju dos Santos vai contribuir para a roda com seu carisma e timbre forte, que vem conquistando espaços cada vez maiores, como o Carnaval de Salvador, onde cantou pela primeira vez a convite do Camarote Expresso 2222. Cantora, compositora e mulher trans negra, Ju Santos reforça seu compromisso com a diversidade e a representatividade feminina e trans.
Cantora desde os 9 anos de idade, Carla Lis tem toda uma vida dedicada à música popular brasileira e ao samba. Em 98, ingressou na Banda Feminina Didá como vocalista da banda principal, representando o “Samba Reggae” por vários países. Hoje em carreira solo, Carla Lis continua contagiando o público com seu samba.
A roda de samba de março do Botequim se destaca não apenas pela qualidade musical, mas também pelo seu simbolismo. A escolha do repertório foi pensada para homenagear mulheres que fizeram história no samba e para dar espaço a vozes que representam o empoderamento feminino.
Além das canções tradicionais do gênero, o público poderá se deliciar com uma seleção de composições que reverenciam a força, a luta e o brilho das mulheres, mostrando a importância da presença feminina tanto na música quanto na sociedade.

Foto: Marina Alfaya
Sobre o Grupo Botequim
Símbolo de resistência e afirmação do samba na Bahia, o Grupo Botequim tem 18 anos de história e carrega alegremente a responsabilidade pela ampliação da vivência em torno do gênero musical na cidade de Salvador. Com canções autorais registradas no álbum “Festa no Botequim” (2016), o grupo apresenta um trabalho autoral consolidado, sendo reconhecido nacionalmente pelo trabalho de pesquisa sobre o samba tradicional de todas as regiões do país.
O Grupo Botequim é formado por Roberto Ribeiro (cavaquinho e voz), Washington Rodrigues (violão e voz), Tito Fukunaga (flauta e percussão), Bolota (percussão), Lalá Evangelista (percussão) e Brinquedo (surdo).
Serviço
Roda de Samba de Março – Grupo Botequim celebrando o mês da mulher
Local: Pátio da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo
Data: 14 de março (sexta-feira)
Horário: 21h
Ingressos no Sympla
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Márcia Short é convidada de Lan Lanh e Mário Soares segunda (17)

Os artistas Lan Lanh e Mário Soares ‘Num Axé Pra Lua’ vão carnavalizar a Praça Quincas Berro D’Água nesta segunda-feira (17), às 20h, no Pelourinho. O violinista Mário Soares e a percussionista Lan Lanh voltam a mergulhar na música afro-brasileira com participação da convidada especial, Márcia Short, cantora que faz parte da trajetória da axé music. Os dois contam com a companhia de músicos de peso: Ruan de Souza (violão), Alexandre Vieira (baixo) e Robinson Cunha (bateria). O evento é aberto ao público.
No título, o show festeja a primeira canção de Luiz Caldas a tocar no rádio, Axé pra Lua, três anos antes de o cantor, compositor e multi-instrumentista lançar a axé music, que comemora 40 anos. Uma homenagem que se estende à música baiana e à diversidade do autor de Fricote, que dedicou aquele primeiro sucesso ao Velho Lua, apelido de Luiz Gonzaga, inevitavelmente presente no dueto dos musicistas. É impossível não dançar com o diálogo entre as melodias e acordes clássicos, brasileiros e caribenhos do violino de Mário com a batida de Lan Lanh, que mistura o pop com o sagrado dos terreiros.
“Nosso encontro e o repertório ratificam essa abertura para vários espectros da música, tirando o violino do lugar exclusivamente erudito e trazendo a percussão para um diálogo paradoxalmente harmônico. Ritmo no violino e harmonia no batuque”, descreve Lan. “O encontro do violino com o universo percussivo de Lan Lanh nos traz um mundo de possibilidades e cores. A sonoridade rica e diversa que orquestramos é desafiadora e surpreendente!”, define Mário.

Foto: Divulgação
Já que o legado da Mãe África é o eixo central do show, sempre é bom garantir a bênção dos orixás. “Vamos começar pedindo licença a Iemanjá, com Batuque nas Águas (Naná Vasconcelos), Sereiar (Lan Lanh/ Robson Nonato) e Sexy Iemanjá (Pepeu Gomes), para abrir o show que traz o DNA de dois artistas que navegam por mares do afro, seja no baião de Qui nem jiló (Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira) ou no Lamento Sertanejo (Gilberto Gil/ Dominguinhos), canções que Mário Soares trouxe pro repertório”, conta Lan.
Para fechar, os dois homenageiam Osmar Macêdo, um dos pais do trio elétrico, com o frevo Taiane, e Moraes Moreira, primeiro artista a levar voz às “multidões sem cantor” do trio elétrico. Lan Lanh define seu encontro com Mário Soares tomando emprestada a expressão “forroxé”, desse sucesso inicial de Luiz Caldas, ou seja, Nordeste com axé. Mário descreve essa relação no show: “À medida que o violino se revela, também, como uma rabeca, esteticamente, no toque, nos acompanhamentos, na maneira de interpretar, Lan Lanh traz o pandeiro, uma percussão que vai para esse lugar do barro do chão, do sertão, e esse lugar celebra a região Nordeste”.
“Quem espera uma conversa entre os instrumentos dentro dos âmbitos tradicionais dos musicistas quebrou o queixo. O violino de Mário e a parede percussiva de Lan Lanh tornaram-se protagonistas numa ode à música brasileira baiana e caribenha. No palco, os dois escalonam encontros memoráveis como o do violino/berimbau, instrumento bem estereotipado na cultura baiana, e o violino/cajón (acentuando todo um sotaque latino marcado pelo show”, afirma Sérgio Maggio, jornalista, dramaturgo e diretor teatral.
No show, Lan toca um medley com músicas do Velho Lua e ritmos afins, como baião, ijexá, xote e coco. “Todo show eu faço isso”, conta. Mário também toca Gonzaga e dimensiona sua importância: “Luiz Gonzaga é o rei da estrutura levada pro país inteiro que fez com que o Brasil respeitasse, entendesse e lesse de forma mais ampla o Nordeste’’.
Serviço
O quê: Show Lan Lanh e Mário Soares num axé pra lua
Quando: 17 de fevereiro (segunda-feira), às 20h
Onde: Largo Quincas Berro D’Água, no Pelourinho
Atrações: Lan Lanh (percussão e voz) e Mário Soares (violino e voz)
Banda: Ruan de Souza (violão), Alexandre Vieira (baixo) e Robinson Cunha (bateria)
Entrada gratuita
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Parada Popular – Tributo à Música Brega acontece no Jubiabar quarta (12)

O show “Parada Popular – Tributo à Música Brega” acontece nesta quarta-feira (12), às 20h30, em sua última apresentação da temporada “Quartas Culturais”, com produção de Deo Carvalho. A apresentação ocorre no Jubiabar, no Rio Vermelho, e faz um resgate sensível e minucioso do repertório do estilo denominado ‘brega’, prestando uma homenagem e reverenciando os autores, cantores e cantoras desse movimento musical, prometendo ainda mais emoção com os convidados Sandra Simões e Estevam Dantas.
O projeto nasce como uma segunda vertente do Doc Musical: Breve História da Música Brega, que está em cartaz há sete anos, passando pelos palcos dos mais importantes teatros da cidade. O objetivo é revelar a beleza e a importante influência que este repertório tem na vida de quase toda a população do nosso país, das mais variadas classes sociais. Desde o seu nascimento, nos anos 60, até os nossos dias, esse estilo vem marcando as composições e o cancioneiro popular gerando hits que embalam a história de vida das pessoas e da nossa sociedade como um todo.
Ficha técnica
Cantores: Pedro de Rosa Morais e Sancho
Músicos: Márcio Melgaço, Fabrício Cyem e Rafael Santana
Direção: Kaika Alves
Serviço
O quê: “Parada Popular – Tributo à Música Brega”
Quando: Quarta-feira (12), às 20h30
Onde: Jubiabar – Rua Conselheiro Pedro Luiz, 79 A – Rio Vermelho
Couvert: R$ 40,00