Tecnologia
Projeto Baianambiental transforma azeite de dendê em sabão


Foto: divulgação
O processo químico que transforma azeite de dendê em sabão está sendo compartilhado com baianas de acarajé de Salvador. A iniciativa é do Instituto de Ciências da Saude(ICS) da Universidade Federal da Bahia, que, com isso, quer contribui para evitar o descarte do azeite de dendê já utilizado no meio ambiente e ainda ajudar no orçamento dos profissionais que atuam nesta área, economizando nos gastos diários com sabão.
Denominado Baianambiental, o projeto tem coordenação da professora Ângela Rocha, do ICS, em parceria com o laboratório de Síntese Orgânica e Nanopartículas do Instituto de Química, coordenado pelo professor José Roque Mota Carvalho, e com a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares do Estado da Bahia (ABAM).
O professor José Roque Carvalho explica que o processo de reutilização do azeite para fazer sabão envolve uma fórmula simples e de baixo custo financeiro, composta apenas por soda cáustica, ou hidróxido de sódio (reagente), azeite de dendê filtrado (gordura ou ácidos graxos) e água. No processo de filtragem e decantação do azeite, são retiradas as impurezas para produzir um sabão de melhor qualidade. Os sabonetes produzidos podem também variar com a adição de diferentes corantes e aromatizantes como alecrim e baunilha.

Foto: Divulgação
Segundo a coordenadora da Associação das Baianas de Acarajé (Abam), Angelimar Trindade, são atualmente mais de 4 mil baianas associadas, e cada uma gera em média 5 litros de óleo por dia – o que, numa conta rápida, resulta em 20 mil litros descartados diariamente. Ela explica que existem alguns locais que recolhem esse material na cidade, mas o problema, para muitas baianas, é transportar o azeite que é gerado todos os dias. Existem algumas empresas que também recolhem o azeite de dendê utilizado, mas essas geralmente só têm interesse em grandes quantidades do produto.
“As baianas de acarajé vêm sofrendo pressão quanto ao descarte do azeite reciclado, após o preparo do acarajé. Daí a ideia de reciclar este material, fazendo sabão artesanal”, conta a professora Ângela Rocha. Ela observa que a baiana de acarajé é uma trabalhadora que muitas vezes está solitária e sobrecarregada, e acaba, por vezes, descartando o azeite em bueiros, despejando em vasilhames ou até mesmo na área da praia, provocando danos ambientais.
O projeto Baianambiental surge com o objetivo sensibilizar baianas e baianos de acarajé de Salvador sobre os sérios problemas ambientais causados pelo descarte indevido do azeite de dendê usado. Ao mesmo tempo, apresenta proposições para que essas/esses profissionais possam adequar-se ao decreto que regulamenta relação à gestão e gerenciamento do azeite da fritura do acarajé, com estímulo ao aproveitamento e reciclagem desse material para a produção de sabão artesanal.
A Abam selecionou 25 baianas para participar das atividades no laboratório 508 do Instituto de Química, que foram programadas para acontecer em cinco encontros, sempre às terças-feiras, com a participação de cinco baianas a cada dia. O projeto conta com a participação de estudantes bolsistas de Biotecnologia, Sociologia e Química e oferece ainda orientação jurídica e administrativa às baianas, que recebem informações, por exemplo, sobre como concorrer em editais públicos. O projeto Baianambiental foi contemplado pelo edital do Programa de Apoio ao Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA (ProCEAO), idealizado para estimular a pesquisa e a extensão ligadas às culturas africana e do Oriente.
Tecnologia
Jaqueline Goes participa de Conferência de Ciência e Tecnologia

O debate “Desigualdades e Equidades Sociais no Brasil”, que ocorreu nesta quinta-feira (1) em Brasília, contou com a coordenação da pesquisadora Jaqueline Goes. O evento teve debatedores de peso como Elisa Reis (ABC) e Daniela Costa (UFBA), além da relatoria de Ligia Pavan (UnB). Este espaço foi fundamental para abordar temas críticos sobre desigualdades e equidade no país, promovendo um diálogo essencial para o desenvolvimento social.
Ele está inserido no Eixo IV da Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia (CNCT), com foco em “Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento social”. Além de coordenar a mesa, Jaqueline Goes também participou da plenária de abertura da Conferência. Ela é Pesquisadora Científica da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e pesquisadora visitante da Universidade de São Paulo (USP).
Em 2022, foi reconhecida como uma das 20 mulheres de sucesso no Brasil pela revista Forbes, reafirmando seu impacto e contribuição significativas para a ciência. Além disso, a biomédica foi uma das coordenadoras da equipe que realizou o primeiro sequenciamento do genoma do coronavírus na América Latina.
“Hoje, com a mesa ‘Desigualdades e Equidades Sociais no Brasil’, teremos a chance de pautar as desigualdades existentes e traçar estratégias para os próximos anos. Desigualdades econômicas, de gênero, étnicas e de saberes. Precisamos pensar de forma mais inclusiva, diversa e condizente com a realidade brasileira. Assim, é uma honra e um privilégio estar aqui neste importante espaço de diálogo, realizando a coordenação desse debate, que marca um passo significativo na reflexão sobre o combate às desigualdades”, pontua Jaqueline Goes.
A 5ª edição da Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia começou na terça-feira, 30, com uma programação extensa e diversificada, incluindo 54 mesas temáticas e oito plenárias ao longo dos dias de evento. Ao longo do evento, foram trabalhados temas cruciais como o desenvolvimento nacional, o combate à desigualdade e a valorização da ciência. A conferência contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Tecnologia
Festival Afrofuturismo Ano V vai movimentar Centro Histórico

O Festival Afrofuturismo Ano V acontece dias 20 e 21 de novembro de 2023 no Centro Histórico de Salvador e teve sua programação inicial anunciada na noite desta segunda-feira (18), na Casa Vale do Dendê.
Os nomes de alguns dos palestrantes internacionais foram revelados para o público, que conheceu mais sobre o Festival, seus apoiadores e o tema do ano: De volta para o futuro. A tecnologia africana estará no centro dos debates, provocando o intercâmbio cultural e diversas conexões.
“O objetivo principal do Festival Afrofuturismo é dar destaque à nossa potência criativa, à nossa potência empreendedora em um momento em que a gente precisa muito desse impulso de esperança”, comentou Paulo Rogério Nunes, cofundador da Vale do Dendê.
Dentre as atrações internacionais, estão Kamil – Fundador do Prêmio Mipad, , Fadila Ahmad Abdulzaraq – CEO da African Living Fully e Getrude Matshe – Senior Cultural da Ambassador Diversity Atlas e, de solo brasileiro, a Karen Santos da Ux pra Minas Pretas. Outras atrações nacionais e culturais serão divulgadas ao longo do mês de setembro e as inscrições serão abertas dia 02 de outubro de 2023.
As atividades do Festival Afrofuturismo integram a programação do Novembro Capital Afro, movimento empreendido pela Secretaria de Cultura e Turismo – Secult e tem como apoiadores o Governo do Estado da Bahia, Ministério das Relações Exteriores, Gráfica Ativa e Diversity Atlas.
“Estamos muito felizes porque o iFood Acredita tem um olhar para pessoas empreendedoras, mas a gente também quer acolher a cultura, porque como sabemos a cultura tem cor, o futuro também tem cor, a tecnologia tem cor e é tudo nosso. Nos tiraram e a gente está trazendo tudo de volta”, comentou Mário Gomes, gerente de Equidade do Ifood, patrocinadora do Festival.
A programação do Festival Afrofuturismo será divulgada pelo site afrofuturismo.com.br.
Tecnologia
Aplicativo exclusivo para pessoas negras oferece oportunidades para relacionamentos afrocentrados

Os brasileiros são considerados heavy users de aplicativos de relacionamento. O interesse dos brasileiros por apps de relacionamento cresceu 215% durante a pandemia, o Brasil é o segundo maior mercado do mundo para plataformas de encontros on-lines. Acreditando na possibilidade de propiciar um lugar de resgate de identidade e fortalecimento de laços afetivos, a graduada em moda, Karina dos Santos e o administrador Hurildes Agostinho decidiram criar o aplicativo de relacionamento Afrolove. A plataforma está prevista para chegar na loja on-line Play Store,nesta sexta-feira(10).
O objetivo do aplicativo é facilitar as relações afrocentradas, mas também as redes de amizade. Além disso, traduzir a ampliação do debate sobre direito ao amor e o desejo da comunidade negra de se cercar dos seus semelhantes, numa tentativa de dividir o fardo do combate ao racismo institucional e compartilhar espaços, demarcar territórios de conquistas como uma questão coletiva.
“O aplicativo é somente uma forma moderna de encurtar esse caminho para fortalecer laços. Eu diria que é um tremendo resgate pela nossa identidade. Espero que a maior contribuição para que ao ver os perfis sejam atraídos verdadeiramente por nossos traços. Resgatar e continuar contribuindo por esse amor do preto pelo preto”, diz idealizador do projeto, o administrador Hurildes Agostinho.
A versão gratuita da plataforma terá quantidade limitada de curtidas. Mas se o usuário quiser investir nas relações e aumentar as chances de ser notado, com superlikes diários e a possibilidade de saber quem curtiu seu perfil, ele pode optar pela versão paga. É importante lembrar que todos os dados dos usuários compartilhados dentro da plataforma serão coletados, armazenados e protegidos pela política de privacidade do aplicativo.
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