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Políticas

Moçambique ainda precisa de ajuda!

Ana Paula Nobre

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Foto: Gerson Brandão

Moçambique, oficialmente designado como República de Moçambique, é um país localizado no sudeste do Continente Africano, banhado pelo Oceano Índico a leste e que faz fronteira com a Tanzânia ao norte; Malawi e Zâmbia a noroeste; Zimbabwe a oeste e Suazilândia e África do Sul a sudoeste. No dia 14 de março, Moçambique conheceu o impacto devastador do maior ciclone que jamais havia se formado no hemisfério sul. O ciclone “Idai” devastou a cidade portuária da Beira, a segunda maior cidade do país e arredores.

Nos dias seguintes, as cheias dos rios da região central quase varreram as casas e prédios públicos que ainda estavam de pé, causando inundações massivas e deixando comunidades inteiras submergidas, em algumas partes sob 10 metros de água! Felizmente, uma importante rede de solidariedade se formou para ajudar as pessoas que tiveram suas vidas afetadas por esse desastre, uma conscientização particularmente importante onde mais de 14 países, incluindo o Brasil, e cinco países da África, se mobilizaram para apoiar os esforços de ajuda. Assim, suprimentos de socorro foram trazidos de todo o mundo.

Entretanto, poucas semanas depois, na noite do dia 25 de abril, mais um ciclone voltou a atingir o país – algo sem precedentes, dois ciclones em uma mesma época, mesmo para uma região do mundo que infelizmente, não é estranha às catástrofes. Dessa vez foi o norte de Moçambique a ser impactado, e não com menos intensidade pois “Kenneth” tornou-se então o ciclone mais forte a atingir o continente africano, com rajadas de vento de até 220km /h.

Apesar de tudo, a eficiência da resposta liderada pelo governo pode ser medida e sentida em várias áreas também graças à generosidade das pessoas que doaram, sobretudo no momento em que o plano de resposta humanitária da ONU, que busca recursos para suprir as necessidades mais básicas criadas por essa situação de emergência, ainda não recebeu os fundos previstos e, nos primeiros dias do mês de maio, estava financiado em apenas 29.7%.

Dessa forma, para que as conquistas até agora alcançadas na resposta sejam duradouras, mais recursos ainda são necessários, assim como as pessoas implicadas na ajuda a quem mais precisa devem continuar mobilizadas.

Apesar do impacto avassalador sobre as pessoas e comunidades, assim que algum senso de normalidade é visto ou relatado, infelizmente é normal seguir a tendência de esquecer rapidamente o quão devastador foi um desastre, e o sofrimento de quem perdeu tudo acaba também perdido na memória de quem ainda pode ajudar.

Se por um lado nós, aqueles envolvidos direta ou indiretamente em responder a uma emergência trabalhamos duro, querendo ver a vida daqueles que sofreram o impacto de um cyclone, ou qualquer desastre, voltar, ao menos, ao que era antes do desastre, também estamos plenamente conscientes de que a estabilidade e a normalidade são um processo que pode levar meses, senão anos, dependendo da escala do acontecido.

E mais, em situações como essa, em Moçambique, devemos sempre almejar a um pouco mais, e trabalhar com o governo e a sociedade civil para ir além do que fazer com que a vida seja como antes do ciclone pois sabemos que nas áreas impactadas tanto por “Idai” como por “Kenneth”, o nível de vulnerabilidade, e de pobreza extrema contribuíram para o elevado número de mortos. Dessa forma, nada mais justo do que continuar a trabalhar para que essas pessoas tenham no futuro algo melhor, e mais sólido do que tiveram no passado.

Gerson Brandão é conselheiro em projetos de recuperação rápida e estabilização do programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em Moçambique. E-mail: brandaoazevedo@un.org

Este conteúdo é de responsabilidade do autor.

Conteúdo originalmente postado no Correio Nagô. 

Políticas

SEPROMI apoia Conferência Regional da Diáspora Africana nas Américas

Ana Paula Nobre

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SEPROMI
Foto: Divulgação

A 6ª Conferência da Diáspora Africana nas Américas, aberta nesta quinta-feira (29), na Reitoria da UFBA, prossegue na sexta-feira (30), no Wish Hotel da Bahia, e encerra sábado (31), no Centro de Convenções Salvador. O evento, realizado pela União Africana e Governo do Togo, em parceria com o Governo Federal e Governo do Estado da Bahia, com o apoio da Universidade Federal da Bahia e do Instituto Brasil-África, reúne na capital baiana chefes de estado e representantes de países da África, das Américas e do Caribe.

“É uma honra para Salvador, a cidade com maior população negra fora do continente africano, ser a escolhida para sediar de forma inédita esta Conferência Regional da Diáspora Africana apontando para o fortalecimento do multilateralismo, a ampliação dos laços culturais e econômicos, bem como da cooperação entre os países africanos e da diáspora”, celebra Ângela Guimarães, secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia (SEPROMI).

Com a participação de ministros, intelectuais e representantes dos movimentos negro, em Salvador, a Conferência terá a participação Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial; Margareth Menezes, ministra da Cultura; Sílvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania; a Márcio Macedo, da Secretaria Geral da Presidência. A secretária Ângela Guimarães marca presença para conversar sobre a Bahia receber este importante evento.

“A Conferência é uma oportunidade singular para aprofundarmos o diálogo sobre temas essenciais para a construção de sociedades mais justas e equitativas. A Bahia, com sua rica herança cultural afro-brasileira, é o local ideal para receber essa conferência, reforçando nosso compromisso com a promoção da igualdade racial e o reconhecimento da inestimável contribuição dos países africanos para a nossa identidade, sociedade e afirmação”, destaca Ângela Guimarães.

 

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Políticas

Observatório da Economia Criativa celebra 10 anos no Enecult

Ana Paula Nobre

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Observatório da Economia Criativa
Foto: Rafael Martins

O Observatório da Economia Criativa da Bahia chega aos 10 anos com um posicionamento ampliado em nova marca: ainda que estabelecido em terras baianas, retira o estado do nome por conta do alcance nacional da sua atuação e relevância. Criado em 2014 através de um projeto da Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC) em parceria com universidades federais do Brasil, possui oito pesquisas concluídas nesta década e três em andamento. Esta história será celebrada na sexta-feira, 23 de agosto, a partir das 14h, no encontro “OBEC 10 anos: contribuições para a Economia Criativa no Brasil”, no auditório do Pavilhão de Aulas Glauber Rocha (PAF III) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), dentro da programação do XX ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura.

O Observatório da Economia Criativa (OBEC) tem sido referência na produção de informações e indicadores sobre os diversos setores criativos para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas no país. O evento contará com duas mesas: na primeira, Daniele Canedo, coordenadora do OBEC, receberá Carlos Paiva, assessor especial do MinC e ex-membro do OBEC; Cláudia Leitão, futura secretária da Economia Criativa no MinC; Maria Marighella, presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte); e Marielle Gonçalves, coordenadora de Museologia Social e Educação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

Depois, pesquisadoras e pesquisadores do OBEC vão apresentar resumos das pesquisas do OBEC. Na lista de trabalhos concluídos, estão: “Impactos da Covid-19 na Economia Criativa”, “Impactos da Covid-19 nos festejos juninos da Bahia”, “Audiovisual Baiano em Rede”, “Avaliação de resultados do edital Emília Biancardi voltado aos festejos juninos”, “Capoeira de Salvador: economia criativa e gestão cultural”, “PEMBrasil – Pesquisa nacional de práticas educativas dos museus brasileiros”, “Panorama nacional da Lei Aldir Blanc” e “LAB nos Estados e Municípios: pesquisa nacional de implementação e resultados da Lei Aldir Blanc”. Entre as pesquisas em processo, estão: “Painel do Fomento à Cultura”, com primeiro boletim já publicado; “Fomento às Artes no Brasil”, em parceria com a Funarte; e “Economia do Patrimônio e Sustentabilidade”, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Além das pesquisas, o OBEC tem atuado consistentemente na qualificação e incentivo a profissionais de pesquisa do campo, através de cursos, debates e variados encontros públicos. Também assina a realização de eventos de mobilização e formulação de políticas para a economia criativa, como o Encontro Nacional de Educação Museal (Emuse), em parceria com o Ibram, que ocorreu na cidade de Cachoeira em julho de 2023, e o Seminário Nacional Uma Lei para a Economia Criativa Brasileira, em parceria com a Frente Parlamentar Mista da Economia Criativa (FECriativa), em agosto de 2024.

O OBEC é um grupo de pesquisa interinstitucional que reúne docentes e discentes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), além de pesquisadores independentes e de outras instituições, públicas e privadas, para a promoção de atividades de ensino, pesquisa e extensão no campo da economia criativa. Os membros atuam em diversas áreas de conhecimento: artes, comunicação, economia, administração, estatística, gestão e produção cultural, entre outras. Sua sede é instalada no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da Universidade Federal da Bahia (IHAC/UFBA). 

OBEC 10 anos: contribuições para a Economia Criativa no Brasil

Dentro da programação do XX ENECULT

Quando: 23 de agosto de 2024 (sexta-feira), 14h às 18h30

Onde: Auditório do Pavilhão de Aulas Glauber Rocha (PAF III) – Campus Universitário de Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Quanto: Gratuito | Aberto ao público

obec.ufba.br

www.instagram.com/obecbahia

www.youtube.com/@obecbahia

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Políticas

Aloisio Menezes recebe Medalha Zumbi dos Palmares

Ana Paula Nobre

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Aloisio Menezes
Foto: Divulgação

O cantor, compositor e artista brasileiro, Aloisio Menezes, irá receber a Medalha Zumbi dos Palmares, dia 20 de agosto (terça-feira), às 18h30, no Plenário Cosme de Farias, na Câmara Municipal de Salvador, que fica localizada na Praça Thomé de Souza. A condecoração é uma homenagem pelo legado e contribuição do artista na disseminação da música e da arte baiana e pelo seu papel na manutenção da cultura afro-brasileira, da cidadania e dos direitos humanos.

“É a medalha que leva o nome de Zumbi, e damos àquelas pessoas que contribuem ativamente na luta contra o racismo através de seu trabalho e de seu legado”, afirma a vereadora Marta Rodrigues (PT), responsável pela de entrega da honraria, fruto de projeto de resolução do então vereador Moisés Rocha (PT). A vereadora lembra, ainda, que ele foi um dos fundadores do Bando Teatro Olodum, um dos autores da peça Ó Pai Ó, e já cantou ao lado Caetano Veloso, Gilberto Gil, Daniela, Ivete e Luiz Melodia. Teve sua voz e canções reconhecidas por diversos artistas.

Aloísio Menezes é considerado um dos maiores artistas brasileiros e dono de uma voz insubstituível no cenário musical do país. Nascido e criado no Garcia, o artista carrega em sua trajetória um potente legado. Há mais de 24 anos como integrante do Cortejo Afro, Menezes segue uma carreira independente e eclética, agregando nos mais diversos estilos musicais e buscando levar sua arte a todos os cantos. Marta, que é presidenta da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia Makota Valdina, pontua ainda que o homenageado vem ao longo dos anos prestando valorosa contribuição na luta antirracista utilizando-se da arte e da música.

“Nada mais justo do que Aloisio receber a medalha que leva o nome de um dos maiores líderes do Brasil no combate à escravidão, que criou o maior quilombo de resistência e luta que este país já teve. Um artista dessa magnitude, que tem uma voz que ecoa, que arrepia e que reflete nossa ancestralidade”, diz a vereadora.

Xiré – Em 2011, Aloisio Menezes gravou o álbum Xiré Reverbe, produzido por Guga Stroeter, maestro da Orquestra HB. “Me deixa muito feliz saber que ao longo de minha trajetória eu sempre estive do lado certo da história e nunca me vendi para a indústria fonográfica. Cantei com os maiores representantes da música brasileira, assim como eu. Fui indicado a prêmios e tenho na minha essência a vontade de cantar sempre reforçando que o negro tem o poder”, declara o artista.

É dele a voz que começa o videoclipe do cantor Saulo Fernandes na música ‘Raiz de Todo Bem’ e que, explica ele, muito expressa sua essência. “Somos a Bahia de um mar inteiro. Somos a fumaça de um mensageiro. Somos pretos e cantaremos nossa cor. Somos a luz da cidade sóbria. Somos o sonho de ser pátria igual. Somos beleza infinita. De perto, anormal. Somos capoeira de mestre forte. Somos escolhidos da sorte. Somos tambores ricos de fé. Somos universo de bem maior. Somos o amor e seus aliados. Somos filhos dos encantados”, recita.

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