Literatura
Margareth Menezes e Carlinhos Brown participam do livro DIVERSOS


Foto: Divulgação
Será lançado no dia 4 de junho (terça-feira), com acesso online gratuito a partir desta data, o livro fotográfico e de pesquisa Diversos, cujo resultado é um garimpo de 31 brasileiros ou radicados no país que se destacam nos seus fazeres artísticos. Entre eles estão Margareth Menezes, Carlinhos Brown, Roberto Leal e a cineasta Beatriz Seigner. Participam também figuras protagonistas nas lutas pela igualdade, como Bela Gregório, do Grupo Efêmera; o escritor André Fischer, criador do MixBrasil; a atriz Maitê Shneider, que luta pela inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho, e o grafiteiro Thiago Mundano que, com sua arte, vem tirando os catadores de lixo reciclável da invisibilidade.
Do jovem bailarino de São Paulo ao lendário cordelista de Pernambuco, do cantor e compositor pop de Salvador à atriz transgênero de Curitiba, foram dezenas de horas de entrevistas e milhares de quilômetros percorridos, resultando na construção do mosaico de variedade étnica, religiosa, física, geracional e de gênero presente no livro.
Iniciativa da Rede Educare e realizado com patrocínio de Novelis, líder mundial em laminados e reciclagem de alumínio via Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria Especial da Cultura, a obra se apropria de uma narrativa que tem como fio condutor a valorização das diferenças como argamassa para a construção de uma sociedade produtiva e pacífica. A publicação chega imbuída do desejo de mostrar que a diversidade é a potência de um povo, e que o Brasil nesse quesito tem uma voz de eco mundial.
Para o jornalista responsável pelo roteiro e produção de textos, Jeferson Souza, Diversos transcende a ideia de ser só um livro e funciona como um posicionamento. “O critério principal para se chegar ao conjunto de personagens foi a empatia e o entusiasmo pela causa. O interessante é que, em alguns casos, existe o cruzamento de diversidades, como o espanhol que é idoso, o negro que também é gay”, comenta.
A classificação dos capítulos revela a preocupação dos realizadores em abarcar todas as nuances do tema. Os entrevistados agrupam-se nas divisões: De todos os gêneros; De todas as cores e sonhos; Nós somos assim; De todas as crenças; e Tempo de Criar. O acesso à publicação também considera as diferenças. A distribuição dos exemplares impressos será destinada a ONGs e universidades com 30 unidades em braile. No dia do lançamento, haverá tradução das apresentações em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

Foto: Stephan Schmeling
“A fotografia e a narrativa das histórias de vidas de cada personagem do livro nos convidam a repensar e respeitar as garantias de Direitos presentes na Constituição Brasileira. Com essa pluralidade humana, Diversos mostra o vivo retrato de um país que é rico porque é diverso e onde as diferenças fazem com que sejamos todos iguais. É a nossa contribuição para pavimentar um futuro de tolerância, inclusão e diálogo”, comenta a diretora da Rede Educare, Kátia Brasileiro, que assina a organização e coordenação da publicação.
Para o escritor André Fischer, um dos personagens entrevistados, o mosaico de diversidades presente no livro mostra a cara do país. “Na verdade, os diversos são a maioria, o Brasil é feito por essa diversidade, então mais do que nunca é preciso marcar posição”, diz ele.
O presidente da Novelis América do Sul, Tadeu Nardocci, realça que apoiar iniciativas que contribuam para a reflexão e evolução da sociedade é parte dos compromissos da Novelis na busca de um país mais justo e inclusivo. “O nosso papel é contribuir para práticas de diversidade e inclusão, dentro e fora da empresa e, nesse sentido, o Diversos demonstra na prática como o talento independe de cor, raça, sexo, idade ou qualquer outra forma de discriminação”, afirma.

Foto: Fernando Martinho
A artista plástica e performer Talitha Rossi, presente no capítulo “Tempo de Criar”, vai além e analisa o respeito à diferenças como condição necessária para a libertação individual. “A pluralidade humana nos ensina a direcionar o olhar para o outro e esse exercício é um espelho, pois quando enxergamos e entendemos o nosso entorno, nos conectamos com nós mesmos. Daí nasce uma possibilidade de reconfiguração de valores para abrir um espaço de troca universal, onde o amor é o valor maior, afinal o lugar de origem de todos é o mesmo, somos um”, conclui.
O lançamento do livro Diversos no Brasil ainda prevê uma programação de palestras em três cidades, São Paulo (SP), Pindamonhangaba (SP) e Salvador (BA), com datas a serem definidas.
Dia Mundial da Diversidade Cultural – A divulgação do lançamento de Diversos começa no mês em que se comemora o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, em 21 de maio. Este dia foi proclamado pela Assembleia Geral da ONU em 2002, em comemoração da aprovação em 2001 da Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural. A declaração da UNESCO estipula que a diversidade cultural é um patrimônio comum da humanidade.
O objetivo desta data é cultivar a compreensão da riqueza e importância da diversidade cultural, assim como incentivar o respeito pelo outro. Conhecer melhor as diferenças entre os povos permite obter uma maior compreensão das vicissitudes, assim como cimentar uma maior união. Neste dia, realizam-se atividades em vários países do mundo para celebrar a diversidade cultural.
SERVIÇO:
Lançamento DIVERSOS
Data: 4 de junho (terça-feira)
Horário: 19h
Acesso online – Site: https://diversos.art.br
Instagram: @livrodiversos
Literatura
Livro do escritor baiano Lucas de Matos figura em lista italiana

O livro de poesia ‘Antes que o Mar Silencie’, do comunicador e escritor baiano Lucas de Matos, foi eleito um dos mais inovadores do mundo. A obra literária entrou na renomada lista BRAW Amazing Bookshelf de Bolonha (Itália), que destaca 150 obras essenciais no mundo todo, com a temática da sustentabilidade e voltadas para o público infantojuvenil.
“É uma alegria receber um reconhecimento internacional para o meu livro. Isso possibilita o alcance de outros mares, e mostra a relevância da literatura brasileira no cenário mundial”, enfatizou o autor.
O livro, publicado em 2024 pelo Selo Principis do Grupo Ciranda Cultural, figurou entre os 20 primeiros da lista e será exibido numa categoria especial na Feira do Livro de Bolonha (Bologna Children’s Book Fair), que acontece entre os dias 31 de março e 3 de abril, considerada a maior feira infantil e juvenil do mundo. Lucas é um dos 12 brasileiros contemplados com o selo de 2025 da Bologna Ragazzi Awards.

Foto: Divulgação
Além disso, ‘Antes que o Mar Silencie’ passa a integrar a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas – ONU, um plano de ação internacional para o alcance de 17 objetivos de desenvolvimento sustentável.
Do mar de Salvador para outros continentes
Com mais de 50 poemas que conversam com ilustrações feitas pela artista Natalia Calamari, o livro traz uma metáfora criada pela relação do poeta com o mar de sua terra natal: Salvador. “Sempre que vou à praia e escuto a canção do mar, é como escutar a canção da própria vida. Mas um dia esse som se finda, porque não estarei mais aqui para escutá-lo”, explica.

Foto: Edvaldo Júnior
Diante desse fato, o escritor navega por versos que buscam a valorização da vida humana, junto a necessidade do respeito à Natureza, numa relação de mais proteção e menos degradação. A obra, endossada por figuras notórias como o dramaturgo Walcyr Carrasco, e compartilhada pelo humorista Afonso Padilha, foi lançada em 2024 na Bienal do Livro de São Paulo. Na ocasião, foi o 5º livro mais vendido do estande da Princips na categoria de autores contemporâneos.
Desde então, Lucas tem viajado pelo Brasil por lançamentos em outras capitais, além de compartilhar a obra em palestras, saraus e performances, juntamente com o seu primeiro livro ‘Preto Ozado’ (2022), que o fez participar do projeto Sesc Arte da Palavra. O escritor planeja continuar a divulgação da obra por diversos meios, pois defende o compartilhamento amplo da palavra poética. AQMS está disponível em livrarias brasileiras e também na Amazon. Acompanhe o trabalho de Lucas de Matos nas redes sociais.
Literatura
Lázaro Ramos lança “Na Nossa Pele” dia 22 de março em Salvador

O ator e escritor, Lázaro Ramos, lança sua nova obra “Na Nossa Pele”, dando continuidade ao livro “Na Minha Pele”, publicado em 2017. O evento de estreia em Salvador acontece no dia 22 de março (sábado), a partir das 15h, na Livraria LDM – Vitória Boulevard, no Corredor da Vitória.
Os interessados em participar da sessão precisarão retirar uma senha no próprio dia, a partir das 13h. Cada pessoa poderá garantir a sua mediante a compra do livro ou apresentando um exemplar já adquirido.
No novo livro, Lázaro compartilha memórias afetivas e reflexões sobre sua mãe, Célia Maria do Sacramento, que faleceu quando ele tinha apenas 18 anos. A partir dessa vivência, ele tece narrativas que abordam racismo, política, afeto e coletividade, mantendo o tom profundo e pessoal que marcou sua estreia na literatura.
Além da capital baiana, “Na Nossa Pele” terá eventos de lançamento em São Paulo e Rio de Janeiro, nos dias 19 e 26 de março, respectivamente. A obra reforça a trajetória do autor como uma das vozes mais relevantes na discussão sobre identidade e questões sociais no Brasil.
Literatura
Escritora Amanda Julieta lança “No rastro de Estela” na Casa do Benin

A premiada pesquisadora e escritora, Amanda Julieta, lança no próximo dia 15 de março (sábado), na Casa do Benin, às 16h30, a sua primeira obra de ficção em prosa “No rastro de Estela”, uma fabulação poética que traz a história de Estela, uma mulher negra e lésbica, que viveu parte da vida internada em um hospital psiquiátrico de Salvador, no início do século 20.
A obra sai pela ParaLeLo13S, editora da livraria Boto-cor-de-rosa. O lançamento contará com um bate-papo com acessibilidade em Libras sobre literatura e memórias de mulheres negras, com a participação de Rosinês Duarte, crítica textual e professora de letras vernáculas da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A partir de uma conversa ouvida por acaso na infância e da descoberta de documentos que revelam pistas da história de sua tia-avó, a narradora – jovem soteropolitana ansiosa para fazer sentido das histórias não contadas da sua família e da cidade – busca reconstituir a memória de Estela, em um texto que tece prosa e poesia, misturando vozes, atravessando fronteiras oníricas e nos levando para lugares históricos e situações possíveis.
“Como recontar aquilo que já foi contado, mas com as palavras erradas e pelas pessoas erradas? Que linguagem poderia dar conta do absurdo, transformando a violência em alguma coisa outra, evocando para o papel as vozes postas em silêncio? (…) Muitas mulheres e homens como tia Estela. Muitos nomes que permanecem soterrados nos porões da memória”. As palavras citadas evidenciam a necessidade de contar “era uma vez outra história e depois outra e depois outras. Todas um pouco diferentes. Todas mais ou menos iguais”. Esse é um dos trechos do livro.

Foto: Ana Reis
A Fabulação e a Vida
Com um enredo que aborda questões como o amor entre mulheres, o racismo, a lesbofobia e o apagamento das histórias de pessoas negras no Brasil, No rastro de Estela é uma obra que lança novos olhares sobre o passado e o presente. “A ficção é uma forma potente de dar conta do vazio, das lacunas e dos silêncios fabricados pela história oficial, principalmente para nós, pessoas negras, e para os povos que sofreram processos de colonização”, realça Amanda Julieta, que é mestra e doutoranda em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia, onde desenvolve pesquisa sobre a poesia e a performance de mulheres negras na literatura marginal/periférica
Se abebê é instrumento para reconhecer o que se vê, “No rastro de Estela” é um espaço literário que irá atravessar leitores de muitas formas. Amanda Julieta conta que o livro “diz de mim e da minha família, diz de qualquer pessoa ou família negra no Brasil – porque nós somos parte de uma história em constante construção. Ainda há muito o que ser dito sobre o nosso presente, passado e futuro. E a ficção, para mim, é uma tentativa de entender esse real a partir de uma ferramenta outra, friccionando, dentre outras coisas, a fabulação e a vida”.
Amanda Julieta escreve “Eu não poderia dizer ao certo como tudo aquilo começou, porque rastros são pedaços de uma memória inexata, caminhos de história que perseguimos com insistência, mas que requerem pés macios, peças de um quebra-cabeças que, com a habilidade de um detetive do tempo, tentamos montar”. Mais a frente, como veredito, arremata “mesmo que você apague um papel com toda a sua força a marca do que foi escrito continua lá”.
Em “No rastro de Estela”, Amanda Julieta, que também é jornalista, busca fabular histórias através das memórias do que se sabe sobre Estela e ainda fabular, em escrita rebelde e ousada, num misto de prosa com muita poesia. “Quantas Estelas e quantas outras pessoas semelhantes a ela podem ter existido no Brasil sem que suas histórias chegassem ao nosso conhecimento? Essa pergunta é importante para pensarmos no apagamento não só das histórias dos corpos pretos e LGBTQIAPN+, mas também no apagamento desses corpos, que sofreram e sofrem diferentes violências simbólicas e materiais ao longo da história deste país”, exclama a escritora.
Entretanto, Amanda Julieta gostaria que “esse pequeno retrato de muitas histórias não contadas fosse um livro não sobre a violência, mas precisamente sobre a potência dessas vidas que tentaram apagar”. Em determinado momento do livro, ela descreve: “O problema de perseguir o passado é que sempre esbarramos na possibilidade da ferida, mas apenas olhando novamente para aquilo que foi e para aquilo que poderia ter sido é que poderemos vislumbrar as vidas para além da dor”.
Estela também lutou contra o controle e a captura, viveu radicalmente o amor, foi feliz. Porque as existências de corpos diferentes e um tanto iguais ao dela não se reduzem à violência, ainda que ela seja uma realidade dolorosa. Corpos que resistem ao longo do tempo, que criam outras formas de viver e, assim como Estela, não se deixam capturar. Pois, “O Olhos nos Olha, mas não pode nos ver”.
Vale destacar que, no lançamento ocorrerá distribuição gratuita de exemplares. “No rastro de Estela” foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Escrita Preta
Amanda Julieta (1991, São Paulo) é escritora, jornalista e pesquisadora literária que há muito tempo constrói sua trajetória acadêmica, artística e de vida na cidade de Salvador. É autora dos livros “Dandara” (infantojuvenil, 2021 – ganhador do Prêmio Pretas Potências, 2023) e “Tem poeta na casa? – Mulheres negras, poetry slam e insurgências” (ensaio literário, 2023 – vencedor do II lugar na categoria ensaio literário – Prêmio Mário de Andrade do Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2024), ambos publicados pelo selo editorial ParaLeLo13S. “No rastro da Estela” é sua primeira obra de ficção em prosa. Mais informações no Instagram @queridajulieta.
Serviço
O quê: Lançamento do livro “No rastro de Estela”, da escritora Amanda Julieta
Quando: 15 de março (sábado), às 16h30
Onde: Casa do Benin – Rua Padre Agostinho Gomes, 17 – Pelourinho