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#OpiniãoPreta – Sobre Salvador, Estatuto da Igualdade e população negra! – Por Luciane Reis

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Tem um videozinho que circula na internet de uma garotinha nas manifestações do pato da Fiesp ,que eu adoro. A repórter toda simpática pergunta sobre a manifestação. Lá pelas tantas, quando questionada sobre o que ela acha das pessoas ali, a menina dá a resposta do século. ” Uma perda de tempo, não vai resolver nada”, responde com desdém no auge dos seus aparentes 8 anos. 

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Essa resposta  para mim é  emblemática, pois não tenho dúvidas que qualquer ativista negro com um mínimo de conhecimento político e de gestão pública, daria a mesma resposta se perguntado sobre o Estatuto da Igualdade aprovado ontem (29/5/19) pela Câmara de Vereadores de Salvador, uma vez que esse – da mesma forma que o Estadual – pouco altera a realidade de vida da população negra, por ausência de recursos para operacionalizar as ações.

Então por que  foi preciso que os vereadores Moisés Rocha (PT), Silvio Humberto (PSB), Edvaldo Brito (PDT), e tantos outros, trouxessem a todo o instante as idas e vindas do Estatuto na Casa Legislativa, se para a população negra de Salvador ele pouco tem poder de atuação prática?

A grande questão é que, do ponto de vista de norteamento do que essa cidade precisa, ele tem um peso extremo (quem me conhece sabe o que acho de políticas de igualdade simbólica). Mas sua aprovação ontem nos mostrou pontos importantes sobre como acontece a movimentação de poder em Salvador. O primeiro ponto diz respeito ao convencimento e conhecimento sobre a vida desumana da população negra nesta cidade pelos vereadores. Durante a votação, além do clichê de invocar todos os parentes, amantes e filhos negros esses mostravam (salvo algumas aberrações), pleno conhecimento  das mazelas e níveis de desigualdade de Salvador por conta – não das pessoas serem humanas -, mas negras. Tanto que a resistência à aprovação do Estatuto não passava pelas orientações de como enfrentá-las, mas referentes aos itens que pautavam as religiões de Matrizes Africanas, era a intolerância religiosa que impedia a pauta de avançar.

O impedimento à participação de militantes históricos na considerada Casa do Povo, usando para isso o direito de coesão em nome da coletividade (ainda que fôssemos os maiores interessados e maioria nesta cidade), foi uma aberração a parte diante das tantas evidenciadas. Deliberar que esses militantes não podiam acompanhar, desprezando todo seu processo acadêmico, de representação e participação na construção do documento fruto da referida votação, deixou um recado muito claro de que modelo de ” igualdade” essa cidade entende como importante. 

Precisamos mais do que nunca discutir quem queremos como representantes na Câmara de Vereadores e órgãos administrativos, quando se fala de população negra. Se faz necessário, enquanto ativistas negros, pensar formas de acesso e  diálogo com as comunidades de periferia e parceiros negros “esclarecidos”,  sobre como eleger  quem de fato nos representa nestes espaços que deliberam sobre que modelo de cidade teremos.

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É preciso pensar seriamente em formas de igualar a proporção de parlamentares com ideologias religiosas. Não podemos continuar reféns  de fundamentalistas, que entendem o gerir a cidade como concepção pessoal. Faz-se necessário uma grande reflexão coletiva sobre um projeto político, ações coletivas de desenvolvimento, representatividade e responsabilidade racial nos espaços de poder de nosso estado e município.

É preciso refletir ainda sobre qual é de fato o papel dos  parlamentares estaduais e federais ” brancos e pretos  bons”, eleitos  sobre a alegação de solidariedade `à realidade vivida pela população negra, o papel dos setores raciais nos agrupamentos políticos e, em especial, de nossos representantes negros em conselhos, ouvidorias e demais instituições de suporte à luta negra.  Para mim que pude acompanhar de fora,  ficou ainda mais claro que – ou elegemos pessoas cuja única prioridade em sua plataforma de luta sejam nossas pautas, ou lutaremos sozinhos como os nossos valorosos vereadores que ontem enfrentaram as ideologias presentes na cidade de Salvador.

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A ausência das instituições de governo raciais legitimadas pela luta negra brasileira  (Semur, Sepromi), foi algo também bastante emblemático neste processo de votação. Não estou aqui fazendo juízo de valores, mas do entendimento do que estamos chamando de militância e luta por igualdade racial e  sobre o que de fato  entendemos como ocupação de espaços de decisão política e de poder para construção de outra realidade para a população negra.

Norberto  Bobbio em sua obra Estado, governo e sociedade,  afirma que uma ação política atua com o objetivo de  conquistar, manter, defender, ampliar, reforçar, abater ou derrubar o poder estatal. Logo, não é justificável instituições que existem para assegurar a articulação e monitoramento de qualquer política ou ação que interfira na vida negra, não se fazerem presentes na votação de um documento que reforça pautas negras  em um município com todas as especificidades como Salvador.

Se política é a ciência de governar as coisas da cidade (uma associação de homens livres) com soberania num determinado território (a cidade, Estado), estamos falando de um espaço que cumpre o papel de legislar e gerenciar os recursos comuns desta cidade, Estado. A votação do Estatuto Municipal ontem deixou claro a importância de repensarmos nossa forma – não apenas de agir, mas de agir em uníssono, em comum acordo. Precisamos  distinguir  o poder político e social que queremos das demais formas de poder expressas nas relações entre os indivíduos  na sociedade.

Cabe aos movimentos sociais e suas diversas vozes, como bem provoca professor Edson Cardoso,  a auto critica sobre o  fatiamento da luta de desenvolvimento da vida negra. Uma vez que, como afirmei acima, não estava em pauta concordar ou discordar do documento, mas nossa capacidade de articular e demonstrar  poder nesta cidade. Neste sentido, só posso parabenizar aos nossos poucos e valorosos vereadores  que com sua capacidade de intervenção e articulação, conseguiram atuar sobre as  relações de poder e interesses  presentes na câmara.

Saio deste processo com o entendimento de que repensar nossas ações é fundamental, pois como diz a música “Evangelização” do  Olodum,  ” A gente fala,  fala,  fala e  não resolve nada não. A gente reinvidica  e nada é nada. Eles nem se sensibilizam, não nos estabilizam e  dizem que não podem fazer nada não” ou seja, continuamos por nossa própria conta.

 

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Luciane Reis

Luciane Reis é Publicitária, Mestranda em Políticas Públicas e Desenvolvimento – Ciags -UFBA e idealizadora do Mercafro – Agência de Produção de Conteúdo Econômico e Étnico Racial.

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#Opinião: Como experimentar relações sexuais positivas? – Por Januário

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

Já se sentiu drenado e em confusão mental, após ter relações sexuais? Do ponto de vista espiritual, isso ocorre porque somos seres cósmicos, com espírito, alma e corpo. Vibramos em padrões energéticos diferentes, portanto, todas as nossas interações com outras pessoas são trocas de frequências energéticas. Em outras palavras, nossa energia – sexual, inclusive – se mistura à da outra pessoa. Por isso, é útil tomar determinados cuidados, se queremos trocas sexuais que agregam positividade.

A energia sexual tem origem no Swadhistana, nome hindu para o chakra sexual, localizado abaixo do umbigo, até o sacro, osso triangular da base da coluna vertebral. Durante o ato sexual – casual ou em um relacionamento estável – através dos chakras, entrelaçamos espírito, corpo e alma. Esse fenômeno possibilita a criação de um cordão energético, e, com ele, o estreitamento dos laços entre os corpos espirituais. Esse processo pode nos impregnar com a energia da outra pessoa e vice-versa, levando, no mínimo, seis meses para se desfazer.

Contudo, em situações violentas, como estupro, o cordão energético pode continuar por anos, repercutindo de maneira negativa e dificultando a nossa iluminação espiritual. Por esse raciocínio, percebemos a covardia moral na atrocidade do estupro e compreendemos que as leis humanas refletem, mesmo imperfeitas, o nosso caráter divino, ao penalizar estupradores. Em paralelo aos prejuízos psicológicos, encontramos no estupro um ataque energético, que revela a corrupção moral dos autores dessa barbárie.

Neste respeito, compreender o sentido maior ligado ao conceito de cultura do estupro – na qual os meios de comunicação fomentam e enfatizam violências múltiplas contra as mulheres, objetificando os seus corpos – nos ajuda a compreender que aos prejuízos causados contra os corpos de quem é violentado, opera a violência espiritual de sujar o campo energético das vítimas.

Contudo, para além dos estupros, nossa aura também pode ser intoxicada em intercursos sexuais feitos com irresponsabilidade. Sexo é uma necessidade orgânica, mas, sobretudo, uma afirmação do nosso caráter divino, logo, buscar nessas relações, a reciprocidade do prazer sexual, utilizando nossos corpos para erotizar o outro, promove o bem-estar, a saúde mental e o contentamento. Isso harmoniza os chakras das pessoas envolvidas e gera uma psicosfera que potencializa a intimidade e o gozo. Devemos lembrar que a energia sexual é poderosa e quando utilizada para a satisfação mútua, potencializa o deleite, durante e mesmo após o enlace, contribuindo para que as pessoas se sintam acolhidas.

Longe de estabelecer um modelo ideal para as condutas sexuais, devemos levar em conta as subjetividades da outra pessoa com quem temos tal intimidade. Isso funciona como uma espécie de preservativo energético: utilizar o próprio corpo para colaborar com o orgasmo do outro demonstra respeito e empatia, que, além de aumentar a probabilidade da união cósmica, também previne contra a ação de larvas astrais.

Quando, durante o sexo, levamos carinho e cumplicidade, evitamos o surgimento de criações mentais, causadoras de insônia, cansaço e frustração. Em termos simples, o que pode ser melhor? Ser egoísta ou altruísta? Ir para a cama visando apenas o próprio prazer ou contribuir para que, independente de compromissos pautados por uma moral sexual dita civilizada, haja generosidade e troca?

Talvez na história do Ocidente, nunca tenha se falado tanto sobre sexo. Por outro lado, a frustração com esse tema nunca tenha sido tão alta: a pesquisa Love Life Satisfaction, realizada pelo Instituto Ipsos, em fins de 2022, revelou que a população brasileira tem um nível de satisfação sexual em 60%, 3 pontos percentuais abaixo da média mundial. Pouco ou nenhum diálogo e falta de conhecimento sobre o próprio corpo são os principais motivos listados pelos brasileiros. De fato, sem comunicação, como é possível desfrutar do sexo com plenitude? Como é possível ser positivo sexualmente, sem conhecer o corpo físico, mental e espiritual?

Enquanto a ideia comum sobre o ato sexual se restringir a uma mera descarga de hormônios, o aumento da insatisfação será cada vez mais provável. Por outro lado, quando compreendemos a nossa natureza espiritual, percebemos o aspecto transcendente desse maravilhoso Jardim das Delícias, que nos aproxima do Sagrado.

Armando Januário dos Santos é Taroterapeuta de O Baralho de Maria Padilha, Mestre em Psicologia e Palestrante. WhatsApp: (71) 99278-9379 / Instagram: @tarot.maria.padilha

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#Opinião: 2025: Conselhos do Tarot Maria Padilha – Por Januário

Ana Paula Nobre

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Januário
Foto: Divulgação

O ano de 2025 é regido pelo resultado do somatório 2 + 0 + 2 + 5 = 9. Temos o número 2 se repetindo e a presença do número 5, além do próprio 9. O que esses arcanos representam? Afinal, como será 2025? Encontramos as respostas nas Lâminas de Maria Padilha.

Em julho de 1997, A Senhora da Magia[1] comunicou a Eliane Arthman[2], através de projeção astral, as 36 cartas do Seu tarot. Se manifestava, então, o Tarot Maria Padilha, com o verso preto e cores marcantes – vermelho, dourado e branco – para gerar impacto visual e promover a cura interior. Essas foram exigências da própria Dona Padilha: o Seu tarot é terapêutico, preciso e objetivo; cada lâmina orienta para O Caminho da Luz.[3]

Através da Carta 2 – O Lápis – Maria Padilha revela a necessidade de aprimorar a nossa capacidade de expressar ideias. Em paralelo, somos convocados a estudar e planejar a vida, para que novidades interessantes aconteçam. A repetição do número 2 em 2025 traz ênfase para esse chamamento: estruturar ideias, com planos estabelecidos e metas bem traçadas.

Na Carta 5 – As Moedas – temos a Lei da Atração. Aqui, Dona Padilha mostra a importância de vibrar no Positivo, para acessar a riqueza espiritual e material. Amar sempre, praticar a gratidão, evitar fofocas, meditar, perdoar e ouvir músicas de alta vibração, são hábitos a desenvolver durante o ano. Pobreza de espírito e crenças limitantes atraem prejuízos, logo, devemos evitar frequências empobrecidas, porque elas trazem consigo presenças espirituais negativas.

Quem estuda e planeja a própria vida dificilmente terá tempo para se intrometer na vida alheia. Percebemos, nesse ponto, a relação entre as cartas 2 e 5: organizar o cotidiano sempre é favorável, seja por dar forma aos nossos objetivos, seja por estabelecer distância daquilo que pertence aos outros, e, portanto, não nos diz respeito.

Por fim, a Carta 9, se apresenta como mensagem central para 2025: uma poltrona na cor preta, vazia, como se estivesse abandonada, pois parece velha e empoeirada. Aqui, Maria Padilha, Espírito de Luz, incentiva a encerrar ciclos o mais rápido possível. Devemos aceitar o passado como um instante de aprendizagem para o crescimento espiritual: a poltrona talvez tenha sido confortável por algum tempo, porém, chegou o momento de abandoná-la e cultivar nobres valores. Sobretudo, precisamos nos abrir ao novo, deixando aquela poltrona – com velhos hábitos empoeirados – de lado, para seguir firmes, rumo à prosperidade e abundância.

2025 é um ano de encerramentos. Será necessário “morrer” ante determinadas questões, para, daí, renascer e caminhar por novas estradas. Deus, através do Mestre Jesus, na figura de Dona Maria Padilha nos abençoe e proteja para viver esse ano com coragem, verdade e paixão! Laroyê, Pombogira!

[1] Atributo pelo qual a Pombagira Dona Maria Padilha também é conhecida. Existem outros, a exemplo de Dama da Madrugada e Rainha da Encruzilhada. Mais informações sobre as Pombagiras, ou Pombogiras, são encontradas em dois artigos escritos por mim e publicados no Portal Soteropreta: Quem são as Pombagiras? (https://portalsoteropreta.com.br/2024/05/20/opiniao-quem-sao-as-pombagiras/) e Quem são as Pombagiras? Um mistério revelado (https://portalsoteropreta.com.br/2024/06/04/opiniao-quem-sao-as-pombagiras-um-misterio-revelado-por-armando-januario/)

[2] Cantora e compositora, Eliane Arthman é oraculista há várias encarnações. Ela também recebeu outras comunicações do Plano Espiritual e manifestou os Tarôs de Dona Sete e Seu Zé Pelintra.

[3] As informações neste parágrafo são resultado da minha aprendizagem junto a plataforma de e-learning Ûdemy, na qual realizei a formação O Baralho de Maria Padilha. Aproveito para expressar gratidão à Professora Lua Cigana.

Armando Januário dos Santos é Taroterapeuta do Baralho de Maria Padilha, Mestre em Psicologia e Palestrante. Instagram: @tarot.maria.padilha / WhatsApp: (71) 99278-9379

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#Opinião: Quando Ogum abre estrada pra Oxum, Xangô acompanha – por Patrícia Bernardes Sousa

Ana Paula Nobre

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Foto: Divulgação

Salvador amanheceu na primeira segunda-feira útil de 2025 com um novo ciclo de reparação promovido pelas águas do Terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká, mais conhecido como Terreiro da Casa Branca. A filha de mamãe Oxum, ekedji de pai Ogum e advogada Isaura Genoveva, tomou posse cercada pela doçura sagaz de sua mãe das águas doces, as boas estradas de seu pai e seu filho Ogum e da justiça estratégica do amalá que já te acompanha desde que se formou em Direito em Salvador.

O que esperar dessa equação espiritual que sucede o pioneirismo pedagógico da secretária e professora negra Ivete Sacramento que ocupou este cargo dignamente por longo 12 anos?! Pai Ogum já definiu. Você não percebeu? A palavra de ordem é percorrer as boas estradas de reparação e justiça racial na Bahia e no mundo.

Em sua primeira ação internacional em Reparação e Justiça Social, a jovem ekedji e advogada já despontou no “grande pássaro de ferro” – o avião – e foi para as terras africanas ao lado do prefeito Bruno Reis, para selar e forjar ainda mais esse acordo tácito de mudança e planejamento estratégico para o nosso povo preto, em sua nova estrada como gestora pública de uma secretaria cercada de altos e baixos quando o assunto é as palpitações e taquicardias das políticas públicas sociais e  letramento racial empresarial na capital baiana. Expectativas em excesso geram frustração, sempre dizem, mas a menina preta do imaterial Terreiro Casa Branca já notou que tão quão a sua cadeira de ekedji, a sua cadeira como gestora pública do enfrentamento racial ela pouco irá sentar para descansar.

Como assim, Bernardes? Na agonia e na beleza de organizar o antes, o durante e o depois de um sirè (xirê), a ekedji e advogada também será cobrada pelos seus ancestrais e pelas lideranças do movimento social, membros dos conselhos municipais das mais diversas frentes de trabalho e dos seus próprios colegas de gestão pública do governo municipal de Bruno Reis, a respeito da sua capacidade de “matar a sede” de justiça social dos soteropolitanos negros que também são cristãos, católicos, kardecistas, budistas e até mesmo ateus.

Injúria racial, racismo institucional, letramento racial, intolerância religiosa, racismo ambiental, LGBTfobia, desemprego, assédio moral e racismo religioso são alguns dos ingredientes que já “temperam” a palma das mãos dessa gestora pública, para que o açúcar e o quiabo façam justiça aos pés do machado sagrado de seu pai. Jesus Cristo entre nós, mas Obatalá também. Sem paz no ori (cabeça) não se faz justiça e nem se planeja reparação concreta para “estancar” os corações de Terreiros e Templos Religiosos das mais diversas denominações que clamam com acaçá e óleo ungido por uma escuta ativa, sensível e com estradas de resolução para as inúmeras demandas que já cercam a jovem Isaura Genoveva.

Às vésperas da festa momesca, os trabalhos de Exú e Arcanjo Miguel não param. Pedindo sempre licença e agradecendo os seus ancestrais, a nova Secretária da Reparação de Salvador já entendeu que a ronda de Ogum agora é outra em seu benefício, pois é no asfalto de terras brasileiras e estrangeiras que faz morada os negros, negras e negres esquecidos nos viadutos, no isopor da sua vida diária como ambulante e até mesmo nos barrancos que assombram os seus Terreiros e Templos Religiosos por conta da especulação imobiliária ano após ano.

Os esquecidos serão exaltados? Os já amparados pelas leis federais continuaram sendo abençoados pela atenção da gestora pública que bebe água doce como todas as outras que a antecederam? São diversas as perguntas que são feitas pelas pessoas comuns como eu e você que lê esse artigo e sabe que nem tudo Ifá pode “alafiar” ou Jesus Cristo testificar nesse momento. Como em Eclesiastes e como bem afirma pai Tempo, tudo tem o tempo certo de acontecer entre o céu e a Terra na capital baiana neste novo momento.

Sigamos em cortejo sagrado acompanhando os próximos passos que virão…

Patrícia Bernardes Sousa é yawo de Oxum do Terreiro Ilê Axé Ejigbo (Cajazeiras XI), jornalista, gestora e mobilizadora de projetos de Impacto Social e colunista do Portal Soteropreta.

 

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