Literatura
Península de Itapagipe recebe espaço de leitura nesta segunda-feira (10)
O projeto Cantos de Leitura desembarca na Região da Península de Itapagipe, em Salvador, nesta segunda-feira (10), às 10h, levando mobiliário de mesas e cadeiras, brinquedoteca e um acervo de 1200 livros à Cooperativa de Coleta Seletiva, Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (CAMAPET), passando a servir toda a comunidade dos bairros de Massaranduba, Uruguai, Jardim Cruzeiro e Enseada do Lobato.
O Cantos de Leitura é uma realização da Rede Educare com patrocínio da Novelis, líder mundial em laminados e reciclagem de alumínio, via Lei de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura. O espaço de ambientação lúdica, que também conta com materiais pedagógicos e brinquedos educativos, será implantado na sede da Rede Reprotai (Rede de Protagonistas em Ação de Itapagipe), vizinha à CAMAPET, no bairro do Uruguai.
O nova biblioteca irá beneficiar não apenas as famílias dos 22 catadores da CAMAPET, como os 35 jovens que formam a Rede Reprotai, cujo objetivo é combater as desigualdades e buscar soluções em defesa da qualidade de vida dos moradores da península de Itapagipe. “Já existia um movimento do Reprotai em torno da construção de uma gibiteca e agora é com festa que recebemos o Cantos de Leitura, que é uma biblioteca de verdade”, comenta Jamira Muniz, coordenadora do Centro Cultural Alagados.
“O espaço vai impactar de forma importante porque a questão da leitura tem diminuído a cada dia, e essa oportunidade ai abrir caminho para outro tipo de conhecimento, que não vem da internet, e sim dos livros. Eu mesmo, como educador social, rapper e poeta, não tinha esse hábito, e hoje vejo o quanto é fundamental para minha formação. Então o Cantos de Leitura chega na melhor hora porque não tem como a gente falar de leitura sem que exista um espaço para que as crianças e adolescentes tenham esse primeiro contato”, comenta Carlos Luz, educador social da rede Reprotai.
Ao apostar na educação e na cultura, o projeto Cantos de Leitura dá sua contribuição em comunidades localizadas em áreas de vulnerabilidade social.
“A ideia é estimular o prazer pelo ato de ler e promover a autoestima de pessoas, pois muitas nunca tiveram o livro em suas vidas. O projeto propõe, também, o acesso a um espaço onde podem ‘aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a conhecer’, seguindo os princípios ensinados por Jacques Delors”, realça Kátia Brasileiro, diretora da Rede Educare.
Para Eunice Lima, diretora de Comunicação e Relações Governamentais da Novelis América do Sul, é preciso conhecer as comunidades locais para proporcionar experiências que possam fazer a diferença na vida das pessoas. “A Novelis é agente de transformação social, valoriza a educação e também fornece suporte para que projetos como o Cantos de Leitura sejam sinônimo de mudanças positivas para a sociedade. Para nós, apoiar iniciativas que contribuem para o desenvolvimento das comunidades é parte do nosso compromisso de juntos criarmos um mundo mais sustentável e justo”, conclui.
A unidade da CAMAPET é 32ª inaugurada pelo Cantos de Leitura no Brasil. Em 2019, o projeto implanta 16 novos espaços em cidades brasileiras. Até o momento, já foram doados cerca de 35 mil livros. Até o fim do ano, serão ao todo 55 mil livros de diferentes editoras e gêneros literários, colocados à disposição de milhares de beneficiados do projeto, entre crianças, jovens e adultos.
O Cantos de Leitura é realizado pela Rede Educare e busca estimular o contato de crianças, jovens e adultos com a literatura, possibilitando o acesso gratuito da comunidade ao conhecimento. A partir de uma metodologia social de desenvolvimento de atividades em torno do acesso aos livros, o projeto busca criar espaços de valorização e socialização desses indivíduos que vivem regiões vulneráveis. Com foco na formação de novos leitores, o Cantos de Leitura acredita na abertura de perspectivas, na partilha de entendimentos e na socialização. O acervo do Cantos de Leitura é formado por jornais, revistas, periódicos além de um vasto catálogo de livros
Rede Educare: – A Rede Educare nasceu em 2008 inspirada pela crença de que é possível transformar a realidade desde que pessoas, empresas, governos e organizações estejam imbuídos do mesmo propósito. Nesses 11 anos, tornou-se referência no Brasil em projetos de transformação social. Em outras palavras, a Rede Educare promove diálogos para modificar vidas.
Especializada em leis de incentivo, atua em todo o Brasil, tecendo encontros entre produtores e empresas que acreditam em cultura, esporte, saúde e ações sociais para realizar projetos inovadores de impacto social. “Hoje temos certeza do nosso propósito. Somos uma empresa diversa, com crenças, força e ideias. Sim, ideias mudam o mundo quando temos pessoas que querem realizar o novo”, comemora Kátia Brasileiro, diretora da Rede Educare.
SERVIÇO
Inauguração Cantos de Leitura – CAMAPET (Península de Itapagipe)
Quando: 10 de junho (segunda-feira)
Horário: 10 horas
Onde: Rede Reprotai
Endereço: Rua Direta do Uruguai, s/n
Literatura
Fala Vila promove encontro sobre mulheres negras na literatura
Com o tema “Identidade, Ancestralidade e Poesia”, a escritora santomense Olinda Beja, a pesquisadora e professora universitária baiana Vanda Machado e a professora e poeta carioca Leda Maria Martins abordarão as contribuições e os desafios enfrentados por mulheres negras na literatura. O evento integra a edição do mês de novembro do Fala Vila, em celebração ao Mês da Consciência Negra, se estendendo até o início de dezembro. O encontro reúne grandes mestras da literatura e da pesquisa da cultura africana e afrodiaspórica e acontece nesta segunda-feira (2), às 19h, no Museu de Arte da Bahia (MAB). A entrada é gratuita.
Seguindo o movimento de expansão das atividades, o Teatro Vila Velha ocupa o Museu de Arte da Bahia, através do apoio financeiro do IPAC/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, a fim de fortalecer mutuamente os espaços culturais da cidade. O Teatro Vila Velha conta com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. Mais informações no Instagram @teatrovilvelha e no site www.teatrovilavelha.com.br.
Sobre as convidadas do Fala Vila
Olinda Beja nasceu em São Tomé e Príncipe, na cidade de Guadalupe, e migrou ainda menina para Portugal, onde iniciou seus estudos. Atualmente, divide-se entre os dois países e tem poemas e contos traduzidos para espanhol, francês, inglês, mandarim, árabe e esperanto. Sua obra é estudada em teses de doutoramento realizadas por pesquisadores diversos na Alemanha, na Inglaterra, no Gabão e no Brasil. A escritora tem trabalhos publicados na Alemanha (Universidade de Frankfurt e Universidade de Berlim) sobre a língua materna de S. Tomé, bem como poemas dispersos em revistas nacionais e estrangeiras, em livros didáticos dos Ministérios Português e Francês da Educação e em diversas Antologias.
Vanda Machado é professora-doutora, colaboradora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), possui rica trajetória no campo da educação étnico-racial. Criou o Projeto Político Pedagógico Irê Ayó, na Escola Eugenia Anna dos Santos, no Ilê Axé Opô Afonjá, propiciando o reconhecimento da escola como Referência Nacional pelo Ministério da Educação (MEC). Realiza consultorias, palestras, conferências e apresenta trabalhos em vários estados no Brasil, e também em Bruxelas, Nigéria, Cuba, Portugal e Buenos Aires. Membro da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (RENAFRO), participou como roteirista do documentário O Cuidar nos Terreiros e Saúde.
Leda Maria Martins mora atualmente em Belo Horizonte. Professora-doutora, leciona na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi também professora convidada da New York University. Pesquisadora da cultura afrobrasileira, desenvolveu projetos de pesquisa na área, como O Palco em Negro: Estudo da dramaturgia e da escritura cênicas contemporâneas de matizes afrodescendentes; Performances do Movimento: A escritura cênico-dramática do rito no Congado; Performances do tempo espiralar; Afro-descendências: Raça e etnia na cultura brasileira; dentre outros. Publicou livros e também artigos em periódicos brasileiros e estrangeiros.
Wlamyra Albuquerque é historiadora e professora vinculada ao Departamento de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2010, juntamente com o historiador Walter Fraga Filho, foi vencedora do 52º Prêmio Jabuti,[1] na categoria Didático e Paradidático, com o livro Uma história da cultura afro-brasileira. É autora ainda do livro O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil, publicado em 2009, um estudo sobre as formas veladas do racismo brasileiro. É Superintendente de Relações Internacionais da UFBA e membro do Comitê Assessor da área de História do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), estando afastada da atividade docente.
Literatura
Goya Lopes é destaque com livro ‘Tecelagem’ em eventos internacionais
Goya também participa do Children Plus Special Exhibition A Fabulous Wardrobe – Fashion, clothing and threads in children’s Picture Books. Criada em 2019, em parceria com a Drosselmeier e Campus di Rimini Alma Mater Studiorum Università di Bologna, a exposição tem como tema central a moda e conta com mais de 150 obras sobre tecidos, fios, histórias, roupas e tudo o que pode ser relacionado a esse universo. Os livros serão exibidos na entrada da feira, em Xangai.
Sobre a editora
Com sede na Bahia, a Solisluna Editora foi fundada em 1993 e se mantém de forma independente. Além de realizar projetos e ações que levam à reflexão sobre diferentes realidades, é comprometida com o coletivo e com questões importantes de nossa sociedade, como cultura, inteligência e sensibilidade. Em 2024, foi a única editora brasileira a ficar entre as finalistas do Bologna Prize (BOP) Best Children´s Publishers of the Year, uma das premiações literárias para as infâncias mais importantes do mundo.
Literatura
Livro “Jimú: Memória das Águas” será lançado no MAFRO
O livro “Jimú: Memória das Águas”, da escritora itaparicana Aislane Nobre, será lançado em formato impresso no dia 13 de novembro, às 15h, no Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia (MAFRO/UFBA), na capital baiana. A obra, que vem sendo distribuída gratuitamente nos eventos e instituições culturais e educacionais de cada cidade em que o livro já foi lançado – Ilha de Itaparica e o Povoado do Cruzeiro/Conceição de Feira. -, se baseia nas memórias familiares de Edith Nobre, inspiração para a personagem principal, a menina Jimú.
A narrativa, que oferece ao leitor uma imersão nas tradições religiosas afro-brasileiras – orixás e egunguns, foram escritas e ficcionadas pela também artista visual Aislane Nobre, sua sobrinha e, vez por outra, testemunha ocular dessas andanças. “As histórias de Jimú fazem parte de quem eu sou. Cresci ouvindo e vivenciando essas narrativas. A história da Blusa Bordô, por exemplo, aconteceu comigo; eu sou Ada, a sobrinha de Jimú. E, muitas vezes, sou Jimú’’, conta a escritora.
Aislane Nobre conta ainda que o culto a Egungun sempre trouxe um quê de magia para sua vida e a fez enxergar a vida e a morte de forma poética. “Meu avô Arivaldo B. Nobre, falecido em 1994, é Egungun do Omô Ilê Agboulá. Fomos iniciadas na casa fundada por meu tio-avô, Moacyr B. Nobre (Oguntosí), o Ilê Axé Ogun Alakayiê. Moacyr, em vida, tinha o cargo de Balogun do Omô Ilê Agboulá”, descreve Aislane Nobre,
Nascida na Ilha de Itaparica, Aislane é uma artista visual, escritora e candomblecista, cujas obras são profundamente influenciadas pela espiritualidade e tradição afro-brasileira. Atualmente realiza seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV-UFBA). Em sua atual pesquisa, intitulada “Ewás, uma poética da transformação: cor da pele e afetividade de uma família inter-racial no processo criativo contemporâneo”, investiga questões de cor e afetividade, utilizando como base a cosmovisão Yorubá.
Distribuição
Aislane lança o livro também em Paulo Afonso, em três datas diferentes, dias 18, 22 e 23 de novembro, ambos às 09h, no Colégio Democratico Quiteria Maria de Jesus, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA e no Instituto SER TÃO Cultural – Povoado Juá, respectivamente. Vale pontuar que, após os lançamentos, o livro será vendido no site www.universojimu.com.br.
Nesta reedição, revisada e ampliada, o livro conta com 22 textos e serão disponibilizados ainda 10 vídeos que narram algumas das histórias presentes no livro, que podem ser acessados no site oficial do projeto e no YouTube, com áudio e tradução em Libras, ampliando a experiência de leitura para um público mais inclusivo.
A edição conta com a apresentação de Juliana Piauí, o prefácio de Cléo Martins, diagramação de Thais Mota e Andréia Silva, capa e grafismos de Tassila Custodes, e ilustrações de Ludmila Mendes de A. Nobre, Nathália Nobre da Silva, Luiza da S. Nobre, Isabelle Mendes de A. Nobre, Maria Júlia Nobre da Paixão e Aislane Nobre e posfácio de Edith Nobre e Maisa Paulo.
O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.