Políticas
Pré-candidatas negras articulam campanha para as eleições de 2020!

O Fórum Marielles, a Rede de Mulheres Negras da Bahia e a Rede de Mulheres de Terreiros realizaram hoje (23), na sede da OAB – Bahia e na Escola Superior de Advocacia, o encontro ‘Conexões Mulheres Negras. Representatividade e fortalecimento nos espaços de poder’ para discutir as estratégias políticas das mulheres negras que se colocam pré-candidatas às eleições de 2020.
A atividade surge da construção de um espaço de formação coletiva, que por meio de inúmeras ações pretende alavancar a participação das mulheres negras na política, ocupando cargos de lideranças como reitorias, câmaras de vereadores, prefeituras dentre outros espaços possíveis de imprimir um novo fazer político na Bahia.
O evento em pauta levantou a crítica sobre um modelo político-partidário considerado arcaico que coloca as mulheres engessadas em espaços reduzidos e que as exclui das reais possibilidades de intervenções e decisões. Dessa forma, os diálogos provocaram reflexões de quais estratégias e pactos precisam ser firmados a fim de que ocupem e construam de fato um novo espaço sob a ótica das feministas negras.
Pensando nas eleições de 2020, a mesa diversa de visões e experiências foi composta pelas pré-candidatas Márcia Nascimento, Naira Gomes, Jandira Mawusi, Lindinalva de Paula (Rede de Mulheres Negras da Bahia – RMNB) e Vilma Reis; pela vereadora Marta Rodrigues (PT-BA); pelas deputadas estaduais Andréia de Jesus (PSOL-MG), Renata Souza (PSOL-RJ) e Olivia Santana (PC do B- BA).
Para a Deputada Olivia Santana (PC do B – BA), o Movimento de Mulheres vive um momento de resistência e ascensão no mundo inteiro. Então, é preciso pensar na disputa de poder em todas as esferas e nas mais variadas formas de empoderamento. A Deputada ainda afirmou sobre a importância de as mulheres negras se pautarem e se colocarem como candidatas, mas sem rivalidade e sem repetir os mesmo erros da política já posta. “Não podemos ter uma visão romântica da política, temos que ter estratégias e seguirmos juntas. Temos que organizar as chapas porque não nos interessa cumprir apenas os 30% de mulheres candidatas nos partidos, interessa ter, no mínimo, os 30% de mulheres negras eleitas nessa cidade”, declarou.
Olivia Santana, ainda, destacou que “Nosso feminismo tem que ser incomodo” e celebrou o Julho das Pretas como um momento de renovação de forças e articulação dos caminhos das mulheres negras.
Lindinalva de Paula da RMNB, que articula junto com o Instituto Odara agendas no Julho das Pretas, compôs a mesa e sinalizou a própria movimentação do Julho como via organizativa das candidaturas femininas, negras e independentes, dando à extensão de agendas uma possibilidade de articulação muitas vezes inviável para as mulheres quando dentro dos partidos. Sendo a única pré-candidata a ter disputado uma eleição, Lindinalva, se anima em relação à proposta das candidaturas coletivas por considerar solitária a sua experiência de campanha em 2016. “Para esta eleição de 2020 acredito que o diferencial seja firmar uma campanha que busque a unidade e trabalhe candidaturas coletivas, porque os perfis das mulheres negras que se apresentam não são do interesse dos partidos, mesmo dos partidos de esquerda! Nós somos autônomas e apresentamos pautas inegociáveis, então acredito que a antecedência na organização deste processo vai nos possibilitar uma campanha mais suave e garantir a representatividade de mulheres negras nas câmaras de vereadores.”, declarou
Na ocasião, as convidadas reafirmaram que as lideranças feministas negras são a própria base da política por não haver distanciamentos destas figuras com a população, e por sempre terem estado nas ruas pautando os incômodos sociais que muitas vezes foram silenciados em alguns espaços. O enfrentamento às políticas lgbtfóbicas, machista e racista estão postas para além da retórica neste movimento que se consolida para 2020. É compromisso!
O ‘Conexões Mulheres Negras. Representatividade e fortalecimento nos espaços de poder’ apresentou, hoje, a ressiginificação das lutas de Dandara de Palmares, Lélia Gonzales, Luiza Bairros e Marielle Franco, líderes que fundamentam a coalisão de novas forças que se apresentam para a Bahia como esperança de um estado menos desigual, mais justo e com possibilidades reais de mudar o cenário da política baiana.
O evento seguiu na Escola de Advocacia com oficinas de “Black Inglês”, Roda de diálogos sobre racismo e as participações das ativistas Drª Ana Claudia Pacheco, da advogada Drª Laina Crisostomo, Thiffany Odara, Ana Paula Rosário,Luciene Lacerda, além do encerramento cultural com a cantora Matilde Charles
Texto originalmente divulgado pela Revista Quilombo.
Políticas
Iniciativa Negra discute política de drogas, justiça climática e uso da terra

Na próxima quinta-feira, 10 de julho, o bar Só Shape, no bairro do Rio Vermelho, será palco de uma edição especial do Boteco Brasileiro de Política de Drogas. Promovido pela Iniciativa Negra, o encontro reunirá especialistas de diferentes regiões do país para discutir intersecções inéditas entre política de drogas, uso da terra e justiça climática, além de contar com apresentação musical e o lançamento da edição especial da Revista PLATÔ.
A partir das 18h, o público poderá acompanhar uma roda de conversa com Dudu Ribeiro, historiador e cofundador da Iniciativa Negra; Rute Fiuza, do Movimento Mães de Maio Nordeste; Aristênio Gomes, coordenador da Organização Movimentos e pesquisador da Redes da Maré; e Ideval Rocha, da Juventude Indígena de Rondônia. A mediação será feita por Rebeca Lerer, integrante da Coalizão Internacional pela Reforma das Políticas de Drogas e Justiça Ambiental.
O evento, que tem entrada gratuita, será também um espaço para celebração. O cantor, compositor e jornalista Romero Mateus sobe ao palco com um repertório que mistura black music, samba e música de terreiro, atravessando sonoridades das Américas e da África, em homenagens a grandes nomes da música negra e interpretações autorais.
Revista PLATÔ debate intersecções urgentes
A noite marca ainda o lançamento da edição especial da Revista PLATÔ, com o título Intersecção: política de drogas e uso da terra no coração da luta por justiça climática no Brasil. A publicação reúne 17 artigos de pesquisadores, ativistas e especialistas, tratando de temas como os impactos da proibição sobre cadeias produtivas de base vegetal, a guerra às drogas nos territórios negros, o uso da terra em megaprojetos e a militarização das fronteiras, entre outros pontos sensíveis da agenda climática e social brasileira.
O lançamento integra o projeto Intersecção, idealizado pela Iniciativa Negra em parceria com a Plataforma Brasileira de Política de Drogas (PBPD) e a Coalizão Internacional pela Reforma da Política de Drogas e Justiça Ambiental. O objetivo é estimular o debate público sobre os efeitos combinados da política de drogas, a degradação ambiental e o racismo estrutural.
A versão digital da revista está disponível gratuitamente no site da Iniciativa Negra, que também divulgará em breve novas edições do Boteco em Belém e no Rio de Janeiro.
SERVIÇO
Lançamento da Revista PLATÔ – Salvador
Tema: Intersecção: Uso da Terra, Política de Drogas e Justiça Climática
Data: 10 de julho de 2025 (quinta-feira)
Horário: 18h
Local: Só Shape
Endereço: R. João Gomes, 25 – Rio Vermelho, Salvador – BA
Atração musical: Romero Mateus
* A versão digital da revista está disponível no site da Iniciativa Negra.
Entrada gratuita
Foto: Roberto Abreu
Políticas
Vilma Reis discute intelectualidade negra feminina em conferência no MUNCAB

O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), localizado no Centro Histórico, recebe neste sábado (5), a socióloga, ativista e defensora dos direitos humanos Vilma Reis para mais uma edição do projeto Porto dos Saberes. A conferência, gratuita e aberta ao público, terá início às 15h e abordará o tema “Intelectualidade Negra: Grafias Singulares no Feminino”.
A atividade propõe uma reflexão sobre as formas de produção de conhecimento construídas por mulheres negras no Brasil, destacando trajetórias que rompem com silenciamentos históricos e que têm contribuído de forma significativa para o pensamento social brasileiro. As inscrições estão disponíveis no site do MUNCAB e as vagas são limitadas.
Vilma Reis é mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e reconhecida nacionalmente por sua atuação política e intelectual em prol da justiça racial, das mulheres negras e da população LGBTQIAPN+. Ao longo da carreira, foi ouvidora-geral da Defensoria Pública da Bahia e tem se destacado como uma das principais vozes no enfrentamento ao racismo institucional no país.
A conferência integra a agenda do Porto dos Saberes, iniciativa realizada pela Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira (AMAFRO) com o objetivo de reunir intelectuais negros e negras para encontros públicos, além de promover visitas mediadas a instituições públicas de ensino, coletivos sociais e organizações do terceiro setor. A proposta também estimula o diálogo entre estudantes universitários e empresas do entorno do Porto de Salvador, criando pontes entre juventude negra e mercado de trabalho.
Desde o início do ano, o projeto já contou com a participação de nomes como Erika Malunguinho, Monique Evelle, Aldri Anunciação e a promotora de justiça Lívia Vaz. A atual edição marca a metade da programação prevista para 2024.
Serviço
Palestra: Intelectualidade Negra: Grafias Singulares no Feminino
Convidada: Vilma Reis
Data: Sábado, 5 de julho
Horário: A partir das 15h
Local: Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) – Rua das Vassouras, 25, Centro Histórico, Salvador (BA)
Vagas: 20 vagas
Inscrições gratuitas: www.museuafrobrasileiro.com.br/index.php/projeto-porto-dos-saberes/
Foto: Rafael Martins
Políticas
“Decodificando” leva debate sobre dados e justiça racial nas periferias para o Vale do Dendê

No próximo dia 11 de julho, Salvador será palco da segunda edição do evento “Decodificando: Diálogos entre a Geração Cidadã de Dados, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a Justiça Racial”. Gratuito e aberto ao público, o encontro acontece das 13h às 20h, na Casa Vale do Dendê, localizada no Pelourinho, e propõe reflexões urgentes sobre justiça digital a partir das realidades das periferias e comunidades negras.
Organizado pelo Instituto Decodifica, em parceria com o Instituto Mancala e o Laboratório de Inovação e Direitos Digitais da UFBA (Labid2), o evento busca ampliar o acesso à legislação de proteção de dados, colocando em evidência os desafios e as possibilidades da produção cidadã de dados em contextos populares.
A programação inclui oficinas, rodas de conversa, exibição de websérie e intervenção artística, reunindo especialistas das áreas de tecnologia, direito digital, justiça racial e produção de dados comunitários. A proposta é fortalecer uma nova cultura de dados — descentralizada, racialmente justa e voltada para os interesses das comunidades.
“É urgente que as periferias deixem de ser apenas objeto da coleta de dados e passem a ser protagonistas da sua produção e proteção. Realizar este debate em Salvador é reconhecer a centralidade da população negra na luta por justiça digital e racial no Brasil”, destaca Marcela Toledo, analista de pesquisa do Instituto Decodifica e uma das facilitadoras do evento.
O encontro integra uma série de ações nacionais e, após Salvador, a próxima edição será realizada em São Paulo.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela plataforma Sympla.
Sobre o Instituto Decodifica
O Instituto Decodifica é uma organização que atua na produção, comunicação e incidência política baseada em dados, com foco nas realidades e necessidades das periferias. Seu trabalho é orientado pela construção de caminhos para a justiça racial, de gênero e digital, com os dados como ferramenta de transformação social.
Serviço
Evento: Decodificando – Diálogos entre a Geração Cidadã de Dados, a LGPD e a Justiça Racial
Data: 11 de julho de 2025 (sexta-feira)
Horário: das 13h às 20h
Local: Casa Vale do Dendê – Rua das Laranjeiras, 2, Pelourinho, Salvador (BA)
Entrada: Gratuita
Público-alvo: Organizações da sociedade civil, pesquisadores, comunicadores, estudantes, ativistas e interessados em dados, LGPD e justiça racial
Realização: Instituto Decodifica
Parceria: Instituto Mancala e Labid2/UFBA
Inscrições: Sympla
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