Memória
Documentário “Balizando 2 de Julho” homenageia a comunidade LGBTQI+ na data cívica!
É no cenário do desfile cívico do 2 de julho que nasce o documentário “Balizando 2 de Julho”. Na busca por aceitação, reconhecimento e luta por liberdade e respeito, o doc tem roteiro e direção de Fabíola Aquino e Márcio Lima, e homenageia a comunidade LGBTQI+, representada no filme por balizas e balizadores gays e transexuais. O lançamento será em 31 de julho, às 19 horas, no Espaço Cultural da Barroquinha, com entrada gratuita.
Balizando 2 de Julho acompanha a trajetória de duas personagens centrais: Diana Souza, uma baliza trans, e Gabriel Vilasboas, um balizador gay. Em meio aos ensaios, escolha de figurino e criação de coreografia, eles revelam uma realidade ainda permeada por preconceito e obstáculos como a difícil relação com o mercado de trabalho, a aceitação da orientação sexual e identidade de gênero e a relação com familiares e comunidade.
Para dar voz aos LGBTQI+, o doc destaca o momento de maior importância para a comunidade. O ápice é a passagem do desfile pela região do “Beco do Rosário”, na Avenida 7 de Setembro, em Salvador. É lá que todos ficam concentrados para assistir ao “show” das balizas e balizadores. Neste momento também ocorre uma avaliação popular e espontânea das performances, a famosa “churria” (termo popular entre a comunidade LGBTQI+ que se assemelha a “zombar”, “gongar”). “O mais importante é que, num espaço hetoronormativo por natureza, tem se revelado também um lugar de mudanças”, avalia a cineasta Fabíola Aquino.
Respeito, igualdade e diversidade – Além das meninas, na função de baliza, desfilam transexuais, travestis e gays, transformando as comemorações ao 2 de Julho numa grande festa cívica pela diversidade. A cineasta Fabíola Aquino conta que o documentário surgiu pela necessidade de abordar um tema delicado, porém, necessário para a construção da identidade de um segmento social carente de visibilidade e que merece respeito.
O documentário, contemplado com o edital Arte Todo Dia – Ano IV, da Fundação Gregório de Mattos (FGM) e Prefeitura de Salvador, é um projeto da Obá Cacauê Produções e conta com apoio do Grupo Gay da Bahia (GGB).
Serviço
O que: Lançamento do documentário Balizando 2 de Julho
Quando: 31 de julho de 2019 Horário: 19 horas
Onde: Espaço Cultural da Barroquinha (Rua do Couro, s/ n – Barroquinha).
Fotos: Divulgação
Memória
Seminário de Música Negra acontece na ALB nesta terça-feira (26)
A Academia de Letras da Bahia (ALB) e o Instituto Reparação realizam o Seminário de Música Negra da Bahia, intitulado ‘Dos blocos dos povos indígenas ao samba reggae’, nesta terça-feira (26), às 14h. O evento é aberto ao público e acontece na sede da ALB, no Palacete Góes Calmon – Av. Joana Angélica, 198, Nazaré -, no mês em que se celebra o Dia Nacional de Zumbi e Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.
Os convidados serão a cantora, compositora e historiadora Juliana Ribeiro; o cantor, compositor e mestre capoeira Tonho Matéria; o cantor, produtor e percussionista Dado Brazzaville; e o músico, produtor e carnavalesco Jorginho Commancheiro, presidente do bloco Comanches do Pelô. As inscrições devem ser feitas no link.
Reconhecidos em suas áreas artísticas, eles debatem na Academia de Letras da Bahia, pela primeira vez na história da instituição, sobre a música negra baiana, abordando como tudo começou até os dias de hoje, passando pelos blocos chamados ‘de índio’, os blocos afro e o samba reggae.
Também participam do debate o presidente da ALB e antropólogo Ordep Serra; e o coordenador do Instituto Reparação e sociólogo Ailton Ferreira. Haverá entrega de certificado de participação. A Academia de Letras da Bahia tem apoio financeiro do Governo da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.
Memória
Abassá de Ogum celebra 10 anos do Busto de Mãe Gilda de Ogum
O Abassá de Ogum e a comunidade de Itapuã se preparam para comemorar, no próximo dia 30 de novembro (sábado), os 10 anos do Busto de Mãe Gilda de Ogum, em uma celebração de resistência, fé e respeito à ancestralidade de matriz africana. O evento ocorre no Parque Metropolitano do Abaeté, em Itapuã, a partir das 9h, e marca a inauguração das obras de requalificação e acessibilidade no entorno do monumento para promover inclusão e homenagear o legado de Mãe Gilda contra a intolerância religiosa.
Na ocasião, serão realizadas ações educativas, incluindo o lançamento de uma cartilha que narra a trajetória de Mãe Gilda e sua contribuição nas ações de combate ao racismo religioso. Com a requalificação, o espaço passa a contar com placa em braile e recurso de audiodescrição, rampas de acesso e piso tátil, garantindo a acessibilidade das pessoas visitantes. Haverá ainda uma apresentação do Bloco Afro Malê Debalê.
O evento é aberto ao público e contará com a presença de autoridades locais, membros das comunidades religiosas de Itapuã e representantes das instituições parceiras. Uma comitiva de lideranças religiosas do Recife também participa a celebração, representando a tradição do Candomblé Nagô que é a raiz do Abassá de Ogum.
Desde a sua criação em 2014, o busto de Mãe Gilda, obra da renomada escultora Márcia Magno, se configura como símbolo de resistência e afirmação das religiões de matriz africana. Com 1,70 metros de altura e confeccionado em bronze, o monumento foi viabilizado numa parceria entre a Fundação Cultural Palmares e a Fundação Gregório de Mattos, em resposta a longa mobilização social, religiosa e política realizada pela yalorixá Jaciara Ribeiro, filha carnal de Mãe Gilda e liderança religiosa do Abassá de Ogum.
“O busto de Mãe Gilda, para mim, é uma luta de dor, porque se trata da imagem da minha mãe biológica. A gente tem visto que os casos de intolerância religiosa têm crescido mais no estado da Bahia. O Brasil tem vivido isso, essa ira, esse ódio. Então, é necessário marcar território com a imagem de uma yalorixá. Não é só a imagem da minha mãe, é pedir reparação para todas as mulheres que foram arrancadas de África, por yalorixás que neste momento são silenciadas, que têm seus terreiros invadidos”, defendeu Jaciara Ribeiro.
A celebração dos 10 anos de instalação do Busto de Mãe Gilda de Ogum conta com o apoio do Ilê Axé Ufa Omi Layó; o Iyá Àkobiode; a Renafro – Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde; Apa – Área de Proteção Ambiental das Lagoas e Dunas do Abaeté; o Koinonia; a Cese; o Bankoma – Comunidade Negra; o Bloco Afro Malê de Balê; o Cirb – Comitê Interreligioso da Bahia; a Fundação Gregório de Matos; o Instituto PACS; as Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais e de Assistência e Desenvolvimento Social do Governo da Bahia; e o MIR – Ministério da Igualdade Racial.
Preservação da memória ancestral
O projeto de revitalização do espaço do Busto de Mãe Gilda de Ogum foi aprovado pelo Edital Lunda Kingana – Preservando Memória, por meio dos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura. A política pública foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.
“Este é um momento de celebração, mas também de reflexão sobre a importância de mantermos vivos os ensinamentos e a história de figuras como Mãe Gilda, que lutaram incansavelmente por um mundo mais justo e respeitoso às diversidades religiosas. Minha mãe era mulher de Ogum. Ele com certeza está na frente nos protegendo para a gente deixar esse legado, a história dela não cair sem uma reparação de visibilidade, de reconhecimento. O busto dela também é educação para um presente e um futuro melhor”, ressalta Yá Jaciara.
Mãe Gilda: símbolo do respeito religioso
Mãe Gilda de Ogum (Gildásia dos Santos e Santos) nasceu em Salvador em 1935 e se tornou um símbolo de resistência e afirmação das religiões de matriz africana. Após o terreiro Axé Abassá de Ogum ter sido invadido e depredado, Mãe Gilda lutou ativamente contra a intolerância religiosa, tornando-se uma referência para a comunidade de terreiro de todo o país.
Em reconhecimento à sua luta, o dia de sua morte, 21 de janeiro, foi sancionado como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, por meio da Lei 11.365/2007. A celebração reforça a importância do patrimônio cultural afro-brasileiro e o papel fundamental de líderes como Mãe Gilda na construção de uma sociedade inclusiva e pautada no respeito a todas as pessoas.
Em 2024, o Ministério da Igualdade Racial em parceria com a Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz, lançou um edital de fomento a projetos que promovam a valorização e o desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana e de terreiros por todo o território brasileiro. Com aporte financeiro de R$ 1,5 milhão, cerca de 30 projetos de todas as regiões do país receberam financiamento.
Programação
9h – Cânticos sagrados e cerimônia de abertura
9h30 – Apresentação das ações realizadas no contexto dos 10 anos do Busto
9h40 – Fala das autoridades, representações políticas e religiosas
11h – Inauguração da obra de requalificação
11h20 – Apresentação do Bloco Afro Malê Debalê
Serviço
O quê: Cerimônia de celebração dos 10 anos do busto de Mãe Gilda de Ogum e inauguração das obras de requalificação e acessibilidade
Quando: 30 de novembro (sábado), a partir das 9h
Onde: Parque Metropolitano do Abaeté, Itapuã, em Salvador
Aberto ao público
Memória
Steve Biko realiza Trilha Ancestral no próximo domingo (15)
O Instituto Cultural Steve Biko realiza, no próximo domingo (15), das 7h30 às 14h, a tradicional Trilha Ancestral, no Parque São Bartolomeu, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Com a temática “Aquilombamento como Forma de Resistência: Histórias e Lutas”, a trilha é uma ação desenvolvida pela coordenação pedagógica do pré-verstibular da instituição.
A ação tem como objetivo aproximar os jovens negros e negras da natureza, aprendendo com ela a sua relação com a ancestralidade negra, na Bacia do Cobre, região marcada pela presença secular da comunidade negra no Subúrbio de Salvador. A turma do Pré-Biko deste ano homenageia os professores Juraci e Beth Tavares. O evento é aberto para a comunidade bikuda e para as pessoas em geral.
A trilha reforça a preparação dos estudantes do Instituto Cultural Steve Biko para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e todo trajeto será construído por uma caminhada pontilhada por aulas de campo ao longo do trajeto, proporcionadas pela interdisciplinaridade entre as áreas de Linguagens, Geografia, Biologia, Química, Matemática, Física e História.
SERVIÇO
O QUE: “Trilha Ancestral: Aquilombamento como Forma de Resistência: Histórias e Lutas”
QUANDO: 15 de setembro – Das 7h30 às 14h
ONDE: Parque São Bartolomeu – no Subúrbio Ferroviário de Salvador
MAIS INFORMAÇÕES: secretaria@stevebiko.org.br