Connect with us

Literatura

Flipelô terá diversas atrações negras em sua programação! Confira!

Jamile Menezes

Publicado

on

Com um Poema Sinfônico para Castro Alves, montado pela Orquestra Afrosinfônica, do maestro Ubiratan Marques, a 3ª Festa Literária Internacional do Pelourinho – FLIPELÔ será aberta em pleno Largo do Pelourinho; Com muito charme, Martinho da Vila vai chegar e perguntar se literatura dá samba; o legado de  Makota Valdina vai receber uma belíssima e merecida homenagem na Rosário dos Pretos; uma nova escrita nigeriana será apresentada pela jovem escritora Oyinkan Braithwaite;  Jamie Sodré lançará livro sobre racismo pelo MOCRI: Movimento de Conscientização contra o Racismo Infantil; na Casa do Benin tem conversa sobre masculinidades negras; Mateus Aleluia promove uma roda de conversa musicada com poesia e música negras… Estas são apenas algumas das mais de 80 ações/eventos que na FLIPELÔ têm como tema, base, inspiração, força, o nosso mundo afro. Confira …

 

7/8 – Quarta-feira

LARGO DO PELOURINHO – PALCO FLIPELÔ – 20h

Apresentação musical

Poema Sinfônico para Castro Alves

Orquestra Afrosinfônica – Maestro Ubiratan Marques

8/8 – Quinta-feira

CASA DO BENIN – 11h

Visita guiada

Acervo da Casa do Benin

SENAC PELOURINHO – SALÃO MESTRE PASTINHA – 13h30’

Aula-show

Arroz de Hauçá

Tiago Almeida (BA)

Inscrições gratuitas na Unidade Senac Pelourinho ou através do site www.ba.senac.br/senacnaflipelo. As vagas são limitadas

TEATRO SESC–SENAC PELOURINHO – 14h

Mesa de debate

Nordeste geek: entre orixás e cangaceiros:

personagens de nossas tradições no universo das histórias em quadrinhos.

Hugo Canuto (BA)

Zé Wellington (CE)

Mediação: Daniel Farias (BA)

 

CASA DO BENIN – 14h

Oficina de Etnogastronomia

Angélica Moreira (BA) (Ajeum da Diáspora)

Doces e sobremesas: cocada preta/ doces de banana / creme mármore

 

CASA DO BENIN – 15h

Visita Guiada

Acervo da Casa do Benin

 

vanda_machado

Vanda Machado

IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS – 16h

Lançamento de livros

Irê Ayó: Uma Epistemologia Afro-Brasileira

Vanda Machado (BA)

Suburbano Rico em Poesia

Paulo Cezar (BA)

 

CASA DO BENIN – 16h

Roda de conversa

As Crianças Negras e a Literatura Infantil

Cássia Valle (BA)

Marcos Cajé (BA)

Davi Nunes (BA)

 

ESPAÇO DAS EDITORAS BAIANAS – ESCOLA DE MEDICINA – 16h

Bate-papo

A discriminação do negro  no livro didático

Lívia Natália (BA)

Ana Célia Silva (BA)

 

TEATRO SESC–SENAC PELOURINHO – 18h

Mesa de debate

Literatura que dá samba?

Somos muitos Martinhos e Helenas

Martinho da Vila (RJ)

Helena Theodoro (RJ)

 

GALERIA SOLAR FERRÃO – 18h

Roda de conversa e lançamento de livro

Lendas Africanas dos Orixás

Gilberto Sá (BA)

Enéas Guerra (BA)

Solange Bernabó (BA)

 

CASA DO BENIN – 18h

Pôr do sol com autores

Lançamentos e autógrafos

IGREJA DO PASSO – 18h30’

Sertão dos Anjos

Grupo Canção a 2 com maestro Ubiratan Marques e Paulo Alcoforado

CASA DO BENIN – 19h

Roda de conversa

Jogo de Discursos – A disputa por hegemonia na tradição da capoeira baiana

Paulo Magalhães (BA) e Grupo Gangara (BA)

annie_ganzala

Annie Ganzala

9/8 – Sexta-feira

SENAC PELOURINHO – BAHIA BAR – 8h30’

Oficina

Os segredos de se fazer Aluá – uma bebida feita com abacaxi

Nelson Rodrigues Alcântara Jr. (BA)

Inscrições gratuitas na Unidade Senac Pelourinho ou através do site. As vagas são limitadas

 

IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS – 9h às 12h

Mesa de debate

Literatura Griot: o legado de Makota Valdina

Aline França (BA)

Denise Carrascosa (BA)

Vilma Reis (BA)

Iyalorixá Jaciara Ribeiro – Mãe Jaciara (BA)

Lindinalva de Paula

Annie Ganzala (BA)

Isabela Sanches (BA)

Angélica Pinto (BA)

Nilsa Bomfim (BA)

Ana Célia (BA)

Lindinalva Barbosa (BA)

Intervenções artísticas

Slam e poesia (BA)

Coletivo ZeferinaS (BA)

Participação musical

Rita Braz (BA)

TEATRO SESC–SENAC PELOURINHO – 10h

Bate-papo

Nossa tradição oral: conversa e narração de histórias afro-brasileiras

Toni Edson (AL)

Vanda Machado (BA)

ESPAÇO DAS EDITORAS BAIANAS – ESCOLA DE MEDICINA – 11h

Mesa de debate

Literatura e identidade: caminhos pela Bahia

Luciany Aparecida (BA)

Sarah Rebecca Kersley (Reino Unido)

CASA DO BENIN – 14h

Oficina de Etnogastronomia

Angélica Moreira (Ajeum da Diáspora) (BA)

Entradas: bolsinha de Madagascar / salada criativa / caldinho de isú com gengibre

 

CAFÉ TEATRO ZÉLIA GATTAI – 15h

Performance teatral

Leituras Pretas – Castro Alves: A Voz da Poesia na Reconstrução do Brasil!

Companhia Beluna de Arte (BA) 

 

CASA DO BENIN – 15h

Visita Guiada

Acervo da Casa do Benin

 

IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS – 16h

Lançamento de livros

Terreiro do Bogum: Memórias de uma comunidade Jeje-Mahi na Bahia

Everaldo Conceição Duarte (BA)

Makeba Vai à Escola

Ana Fátima (BA)

O diferencial da Favela: dos contos às poesias de Quebrada

Sarau da Onça (BA)

CASA DO BENIN – 16h

Roda de conversa

Masculinidades Negras, Ficções e Realidades

Vagner Amaro (BA) e convidados

 

CASA AMARELA – 1º andar – 16h

Narração de histórias e oficina de brinquedos

IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS – 17h

Slam e poesia

Sarau da Onça (BA)

 

MUSEU EUGÊNIO TEIXEIRA LEAL – 18h

Workshop DNA Samba Reggae

Diálogo, Negritude, Ancestralidade

Anderson do Samba (BA)

 

CASA DO BENIN – 18h

Pôr do Sol com autores

Lançamentos e autógrafos

 

TEATRO SESC–SENAC PELOURINHO – 18h

Mesa de debate

Uma nova escrita nigeriana

Oyinkan Braithwaite (Nigéria)

Carolina Facchin (Tradutora)

Mediação: Rodrigo Casarin (SP)

 

CASA DO BENIN – 19h

Seminário

Travessias do Atlântico Sul: Modos de narrar a África (Projeto Intervalo)

vovo_cici

Vovó Cici

10/8 – Sábado

 GALERIA SOLAR FERRÃO – 10h

Narração de historias com vovó Cici

 

CASA DO BENIN – 10h

Oficina de Workshop

Performance poética

Luiza Romão (SP)

 

CASA DO OLODUM – 10h

Mesa de debate

Salvador no mapa da globalização: uma nova forma de ver a cidade

Anderson Simplício – @belezasdosuburbio

Larissa d’Eça – @asmelhorescoisasdesalvador

Luriana Moraes e Ive Deonísio – @seessaruafosseminha

Mediação: Iuri Barreto – @soteropobretano

MUSEU EUGÊNIO TEIXEIRA LEAL – 11h

Performance teatral

O Navio Negreiro

Grupo de teatro da TPC – Logística Inteligente (BA)

CASA DO BENIN – 12h

Vivência Etnogastronômica – Ajeum da Diáspora

Moqueca de bacalhau com banana da terra

Carne defumada acebolada com pirão de leite e salada de feijão fradinho

CASA DO BENIN – 13h

Sarau

DI-VER-GENTE

 

TEATRO SESC–SENAC PELOURINHO – 14h

Mesa de debate

(In)visibilidades sociais: a literatura como espaço de vozes historicamente silenciadas.

Ana Maria Gonçalves (SP)

Itamar Vieira Junior (BA)

Mediação: Rosinês Duarte (BA)

 

SENAC PELOURINHO – SALÃO MESTRE PASTINHA – 14h

Aula show

Bolinho de Estudante

Cibele Damasceno

Inscrições gratuitas na Unidade Senac Pelourinho ou através do site www.ba.senac.br/senacnaflipelo. As vagas são limitadas

 

CAFÉ TEATRO ZÉLIA GATTAI – 15h

Roda de conversa

Histórias e Receitas

Paloma Jorge Amado (BA)

Sulamita Tabacof (BA)  

Mediação: Rina Angulo

Lançamento do livro Beabá da Bessarábia à Bahia – Histórias e Receitas

CASA DO BENIN – 15h

Roda de conversa

Literatura e Performance

Nelson Maca e convidados

 

IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS – 16h

Lançamento de livros

MOCRI: Movimento de Conscientização contra o Racismo Infantil

Jaime Sodré (BA)

A língua MINA-JEJE no Brasil: um falar africano em Ouro Preto do Século XVIII

Yeda Pessoa de Castro (BA)

CASA DO BENIN – 17h

Performance

Sangria

Luiza Romão (SP)

CASA DO BENIN – 18h

Apresentação musical

Rap – VisiOOnárias (BA)

 

LARGO DO PELOURINHO –PALCO FLIPELÔ – 21h

Performance musical

Gerônimo – Meninos do Pelourinho

Um tributo a Irakitan Sá

Oyinkan Braithwaite

11/8 – Domingo

CASA DO BENIN – 10h

Roda de conversa musicada

Poesia e Música Negra

Mateus Aleluia

Chicco Assis e convidados

 

CASA AMARELA – 1º andar – 11h

Narração de histórias

História de Raiz

CASA DO BENIN – 12h

Vivência Etnogastronômica – Ajeum da Diáspora

Anduzada com arroz e farofa / Quiabada de mariscos com arroz de coco

CASA DO BENIN – 13h

CandomBlackesia

Nelson Maca (BA) e convidados

 

CASA DO BENIN – 14h

Performance

Fragmento de Minas de Conceição Evaristo

Vera Lopes (BA)

Emilie Lapa (BA)

CASA AMARELA – 1º andar – 15h

Oficina de bonecas

Boneca Obayomi

CASA DO BENIN – 17h

Slam e poesia        

SLAM FreePelô (BA)

EXPOSIÇÕES E FEIRAS

De 8 a 11 de agosto

 

IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS

Horários: 8h às 12h / 13h às 17h

Candaces Moda Afro

Homenagem a Bira Reis: Um Toque Cultural de um Ser Universal

Mestre Ulisses: Som de papel

 

GALERIA SOLAR FERRÃO

Horários: 8 e 9/8 das 10h às 19h / Sábado das 10h às 20hs / Domingo das 10h às 17h

Lendas Africanas dos Orixás

Fundação Pierre Verger

Na Trilha do Poeta

DIMUS / IPAC

CASA DO BENIN

Horários: das 10h às 19h

Exposição do acervo 

PeriFeirAfro Literária

Literatura

Ilustrador Eddy Azuos abre vaquinha para lançar cordel inspirado no mestre Moa do Katendê

Iasmim Moreira

Publicado

on

vaquinha

Um super-herói negro, capoeirista e com fortes raízes na cultura afro-baiana é o protagonista de “A Lenda do Badauê”, obra ilustrada e independente do artista Eddy Azuos, morador de Paripe, no subúrbio ferroviário de Salvador. O projeto, voltado ao público infantojuvenil, mistura literatura de cordel com elementos do mangá e homenageia a capoeira e o legado de mestre Moa do Katendê, símbolo da resistência cultural e política no Brasil. Para viabilizar a impressão dos primeiros 100 exemplares do cordel, o autor lançou uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Vaquinha. A ideia é distribuir o material, especialmente em espaços educativos, como forma de promover a cultura afro-brasileira e estimular o debate sobre identidade, preconceito e ancestralidade.

Super-herói de boina e sacolinha

Criado a partir da dor e da indignação provocadas pela violência política nas eleições de 2018 — especialmente o assassinato de mestre Moa —, o personagem de Eddy Azuos nasceu com traços fortes da identidade baiana: pele escura, cabelo dread, calça de capoeira e a icônica boina usada por Moa.

“Queria um herói preto, com nossa cara, que lutasse contra o mal”, explica o artista, que também é publicitário e designer.

O herói carrega uma sacolinha onde, segundo o autor, “podem estar seus poderes”. A história acompanha um grupo de moradores que, diante de um vírus que espalha ódio pela cidade de Salvador, recorre a uma lenda para invocar o Badauê e combater o mal.

vaquinha

Foto: Bruna Rocha

Capoeira, poesia e educação

Mais do que uma narrativa fantástica, o folheto é uma ferramenta educativa. Azuos pretende levar o cordel às escolas e estimular atividades que envolvam leitura compartilhada, debate sobre cultura e valorização da identidade negra. “O material fala contra o preconceito, sobre a capoeira, sobre a nossa cultura. Cita nomes de ruas, de golpes da capoeira, seria ótimo para trabalhar em sala de aula”, diz.

Inspirado por cursos de cordel e pela tradição oral, o artista optou por uma linguagem rimada, leve e acessível. “A poesia tira as pessoas daquela leitura maçante, prende pela métrica, pelos versos”, afirma.

vaquinha

Foto: Bruna Rocha

Publicação independente e desafios

Mesmo com o avanço de políticas públicas como a Lei 10.639/03, que prevê o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, obras com protagonismo negro ainda enfrentam barreiras no mercado editorial. A educadora e editora Ana Fátima, fundadora da Ereginga Educação, defende a importância de iniciativas como a de Azuos:

“Nossas crianças precisam se ver nas histórias como protagonistas. A literatura infantil afro-brasileira tem esse papel na construção da autoestima”, diz.

Ela destaca também a importância de autores independentes persistirem, mesmo diante das dificuldades. “Confie no seu processo criativo, busque leitores de confiança, faça cursos e participe de eventos literários. É possível romper com a hegemonia editorial”, aconselha.

Apoie o projeto

A vaquinha de Eddy Azuos está aberta para quem quiser apoiar a impressão de “A Lenda do Badauê”. Além de contribuir para a valorização da cultura baiana e da literatura negra, os apoiadores ajudam a colocar nas mãos de crianças e adolescentes uma história de resistência, afeto e identidade.

🔗 Acesse a vaquinha e saiba como apoiar clicando AQUI.

Fonte da reportagem: EntreBecos

Continue Reading

Literatura

Editora Organismo celebra 12 anos com foco na literatura negra e independente

Iasmim Moreira

Publicado

on

Editora

A Editora Organismo celebra seus 12 anos de atuação em 2025. Fundada de forma independente no bairro da Liberdade, em Salvador, a editora consolidou seu papel como uma das  iniciativas voltadas à democratização do acesso à literatura negra e periférica.

Desde sua criação, a Organismo já publicou mais de 120 títulos, sendo mais de 80% de autoria negra, com protagonismo de mulheres. Suas obras já foram finalistas dos prêmios Jabuti e Oceanos, indicadas em vestibulares como o da UNEB e traduzidas internacionalmente, ampliando o alcance das narrativas negras brasileiras. Para marcar a data, a editora promove uma programação especial gratuita na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, reunindo autores, músicos e pesquisadores, e abrindo espaço para novos debates sobre a literatura negra contemporânea.

O lançamento do livro Modernismo Negro, de Jorge Augusto — poeta, professor e fundador da Organismo —, acontece no dia 17 de abril, às 19h. A obra propõe uma releitura da modernidade brasileira a partir de vozes negras e periféricas, tomando como referência a literatura de Lima Barreto. O livro é parte da coleção “NaEncruza”, publicada pela Editora Segundo Selo, braço editorial da Organismo.

O evento de estreia contará com pocket show de Silvana Carvalho e Daniel Santana, leitura de trechos da obra e um bate-papo com o autor e os convidados Fernanda Miranda, Henrique Freitas e Osmundo Pinho, com mediação da escritora Vânia Melo.

Encerrando as comemorações, no dia 22 de abril, será realizada a roda literária “Ciranda DasPretas: outros versos da Bahia”, com a presença das escritoras Silvana Carvalho, Anajara Tavares, Vânia Melo, Kota Gandaleci e Patrícia Silva. A mediação será feita pela professora Ana Carla Portela. O encontro celebra o legado coletivo e a força da escrita negra feminina baiana.

Publicar mulheres e jovens periféricos

De acordo com Jorge Augusto a ideia da editora ao perceber que, enquanto jovem negro periférico, não encontraria acolhimento nos veículos editoriais que existiam aquela época.

“não imaginava que algum jornal ou revista fosse publicar um bando de jovens periféricos que imaginavam que tinham coisas importantes a dizer sobre a literatura e a cidade”, afirma Augusto.

O escritor explicou que a proposta inicial era criar um circuito mais democrático de publicações, com revistas mais acessíveis para pessoas que, como ele, não se identificavam nem queriam fazer parte de uma cena literária tradicional já estabelecida. Foi com esse objetivo que surgiu a editora, acompanhada da revista Organismo e da coleção Novos Autores.

No entanto, segundo ele, logo ficou evidente que a demanda era muito maior do que o previsto, especialmente no que diz respeito à necessidade de publicações voltadas para autores negros e periféricos. A partir dessa constatação, decidiram criar a Editora Segundo Selo, como um braço editorial da Organismo. Com isso, houve uma mudança significativa na atuação da editora, que passou a publicar mais títulos, mantendo o compromisso com segmentos historicamente negligenciados pelas grandes editoras.

A editora Segundo Selo enfrenta obstáculos estruturais que dificultam sua atuação. A ausência de um parque gráfico competitivo no estado obriga a impressão dos livros em outras regiões, como São Paulo e Rio de Janeiro, gerando altos custos logísticos e perda de recursos locais.

Segundo Fernanda Santiago, sócia e editora, além do impacto financeiro, essa realidade compromete a autonomia da produção editorial baiana. Participar de eventos também não é tarefa simples — muitas vezes, a editora é deixada de fora, e quando incluída, ocupa espaços pouco acessíveis ou com baixa visibilidade.

O catálogo da Segundo Selo é composto majoritariamente por mulheres negras, o que expõe outro desafio: a dificuldade de inseri-las em grandes eventos literários. Fernanda aponta que autoras negras ainda são tratadas como exceção, e frequentemente, uma única escritora é escolhida como representante de um universo muito mais amplo e diverso.

Ela também questiona a aplicação de recursos públicos em eventos que pouco valorizam editoras independentes. “Somos nós que descobrimos grandes escritores, que investimos e acreditamos na potência do que é produzido não só por autores baianos, mas por escritores negros e periféricos”, afirma.

Apesar das barreiras, Fernanda reconhece que editais mais recentes têm sinalizado avanços no fortalecimento dessa produção, fruto de anos de resistência e articulação.

SERVIÇO

Agenda comemorativa – 12 anos da Editora Organismo
Local: Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Barris)
Horário: 19h
Entrada gratuita

17 de abril (quinta-feira)
Lançamento do livro “Modernismo Negro”, de Jorge Augusto
Pocket show: Silvana Carvalho e Daniel Santana
Leitura e bate-papo com convidados: Fernanda Miranda, Henrique Freitas e Osmundo Pinho. Mediação: Vânia Melo.

22 de abril (terça-feira)

Ciranda DasPretas: outros versos da Bahia
Com: Silvana Carvalho, Anajara Tavares, Vânia Melo, Kota Gandaleci e Patrícia Silva. Mediação: Ana Carla Portela.

Continue Reading

Literatura

Midiã Noelle lança “Comunicação Antirracista” em Salvador

Ana Paula Nobre

Publicado

on

Foto: Verena Baptista

O livro “Comunicação Antirracista: um guia para se comunicar com todas as pessoas, em todos os lugares”, da jornalista e pesquisadora Midiã Noelle, chega a Salvador, sua terra natal, após estrear em São Paulo e passar por Brasília. O evento ocorre neste sábado (5), às 15h, na livraria LDM do Vitória Boulevard, no Corredor da Vitória, com mediação da jornalista Val Benvindo.

Publicado pela Editora Planeta, o livro propõe reflexões urgentes sobre como construir uma comunicação mais inclusiva e livre de preconceitos — indo além das redações e alcançando escolas, empresas, redes sociais, campanhas políticas e todos os espaços de convivência. Além dos lançamentos já realizados em São Paulo e Brasília, a agenda da autora inclui eventos confirmados em Nova York (EUA), como parte do evento Diálogos Antirracistas, promovido pelo projeto Seta, além de agenda prevista para o mês de maio em Recife e Rio de Janeiro.

Sobre o livro

Comunicação Antirracista é um guia acessível que apresenta caminhos e estratégias para tornar a comunicação cotidiana uma aliada da justiça racial. Midiã Noelle articula suas vivências pessoais e profissionais à sua formação acadêmica para traduzir o conceito de antirracismo de maneira prática e transformadora.

Com apresentação da pesquisadora e ativista afrodiaspórica Carla Akotirene, prefácio de Ana Flávia Magalhães Pinto, e quarta capa de Barbara Carine e Rosane Borges, a obra aborda temas como a deslegitimação histórica da população negra na comunicação, o impacto das narrativas racistas e a necessidade de ressignificar a forma como nos comunicamos.

Sobre a autora

Nascida no bairro da Liberdade, em Salvador, Midiã Noelle é mestra em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia e fundadora do Instituto Commbne. Atua há mais de 15 anos com comunicação estratégica em organizações do movimento negro, feminista, em agências das Nações Unidas e na gestão pública.

Foi reconhecida como uma das Mulheres Inspiradoras pela Think Olga (2016) e uma das 100 pessoas negras mais influentes dos países de língua portuguesa pelo prêmio Bantumen Powerlist 100 (2021).

Serviço

O quê: Lançamento do livro “Comunicação Antirracista” em Salvador
Quando: 5 de abril (sábado)
Horário: 15h
Onde: Livraria LDM do Vitória Boulevard – Corredor da Vitória, Salvador/BA
Mediação: Val Benvindo
Entrada: Gratuita

Continue Reading
Advertisement
Vídeo Sem Som

EM ALTA