Religião
Projeto Djeli estreia o solo “Abiã” e o ato performático “Assentamento “no MAB, em agosto!
De 16, 23, 30 de agosto, e 06 de setembro, o Laboratório de Experimentações Cênicas do Museu de Arte da Bahia será ocupado pelo projeto Djeli – estratégias de arte e magia, que abrange duas obras cênicas-rituais interligadas: o solo Abiã e o ato performático Assentamento, sendo que a primeira obra será apresentada as sextas-feiras e a segunda aos sábados e domingos, ambos às 19h. Os ingressos já estão sendo vendidos no site SYMPLA.
Sob a provocação e orientação cênica de Diego Mavamba – que protagoniza Abiã e em 2019 completa 15 anos de carreira, o projeto Djeli desenterra os mitos que “nos prendem a um sistema em cárcere”. “Em Abiã e Assentamento, tentamos desvendar os traumas do corpo negro através de uma linha atemporal, por entre os discurso dos nossos mitos pessoais. Em meio às narrativas cotidianas, devoramos as culpas cristãs para daí surgir um novo ego desprogramado. Não estamos falando de ficção e sim de narrativas do inconsciente/consciente”, conceitua Mavamba.
As pesquisas que levaram às obras é de uma tradição muito antiga, “que não pode ser datada”, associada aos primórdios da cultura dos povos que falam línguas mandês (Guiné, Gana, Libéria, Costa do Marfim e outros). Nessas sociedades, os historiadores orais – os djeli ou griots/griô – trabalham com a palavra, a música e o canto, são vistos como transformadores tanto do invisível quanto do concreto, capazes de transformarem às emoções das pessoas e gerarem nestas bem-estar físico e nobre postura corporal e fisionômica.
O djeli ou a djeli-muso (mulher djeli) são educados como oradores e especialistas do conhecimento da história. “Para o resgate dessa linhagem, num período tão importante da história mundial ou do que fizeram dela trazemos dois espetáculos sobre jornada e cura, sobre o entre, sobre diversidade”, pontua Mavamba.
Assentamento é um território político, são as demarcações de terras indígenas é o quilombo, o movimento sem terra, é quando se assenta o ori, o equilíbrio, a equidade. Apresentado aos sábados e domingos, este ato performático resgata e ressignifica em suas instalações a ideia de negritude.
São quatro performers – Gilberto Reys, Frutífera Ilha, Hiago Ruan e Jamile Dionísia – em processo de reconstrução dos seus jovens territórios-corpos, dançando os labirintos de uma cabeça negra e todas as questões fundamentais de sua existência.
“Neste ato performático, as ‘micro’ potências pessoais são uma espécie de incorporamento e irradiação do reflexo e do reconhecimento. Assentamento é um sentimento, a filosofia de um corpo em constante diáspora”, explica Mavamba, que utilizou textos autorais, do artista Heron Sena, da escritora Rosana Paulino e os conceitos dos pesquisadores baianos Laís Machado e Diego Pinheiro como pretextos para que os performers dancem os labirintos de suas cabeças afrodiaspóricas e todas as questões fundamentais de suas existências.
SERVIÇO
O Quê? ABIÃ – NGÀBYÍ YÌÁN, O FETO SAGRADO
Quando: 16, 23, 30 de agosto, e 06 de setembro, às 19h
Onde: Laboratório de Experimentação Estética do Museu de Arte da Bahia – Av. Sete de Setembro, 2340 – Corredor da Vitória
Ingresso: R$20 (inteira) e R$10 (meia) – ingressos antecipados no https://www.sympla.com.br/djeli-abian—09082019__587657
SERVIÇO
O Quê? Assentamento
Quando: 10, 11, 17, 18, 24, 25 e 31 de agosto; 01, 07 e 08 de setembro, às 19h
Onde: Laboratório de Experimentação Estética do Museu de Arte da Bahia – Av. Sete de Setembro, 2340 – Corredor da Vitória
Ingresso: R$20 (inteira) e R$10 (meia) – ingressos antecipados no https://www.sympla.com.br/djeli-assentamento—10082019__585913
Religião
Ilê Opô Oyá Sojú completa 40 anos em celebração com homenagens
O Ilê Asé Opô Oyá Sojú completou 40 anos no último sábado (14), e a celebração foi marcada pelo acirramento de uma placa e homenagens a personalidades importantes para a história do Terreiro, fundado em 1984 e tombado como Patrimônio Cultural de Lauro de Freitas, em 2022. Durante a festa, o Babalorixá Igor Mascarenhas (pai Igor de Odé) contou a trajetória do terreiro fundado por Mãe Elza de Oyá e entoou o hino, lançado na ocasião. O evento teve o apoio do Governo da Bahia através da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur).
“Ilê significa casa, Axé a força, Opô é coluna, sustentação, Oyá é a nossa Guerreira Iansã, Sojú é olhar, cuidar, tomar conta. A casa tem força e é sustentada e governada pela guerreira que cuida, esse nome que carrega a nossa Casa, diz muito sobre a nossa missão”, disse Pai Igor.
Ajodun para Yemanjá e Gamela de Xangô, foram homenageados Pai Ari de Ajagunā – Presidente da FENACAB e fundador do Ilê Axé Opô Ajagunã; Mameto Kamuricy do Terreiro São Jorge Filho da Gomeia – Portão; Obá Tossí – Ilê Asé Opô Oyá Sojú; Mãe Mariinha de Oyá – Yakekerê do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Cesário de Xangô filho do Ilê Axé Opô Afonjá; Egbomy Cátia de Oyá – Primeira filha iniciada por Pai Igor; Egbomy Cláudia de Oyá – Otun Yakekerê do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Luiz de Oxum – Axogun do Ilê Axé Opô Ajagunã; Pai Raykil de Oxaguiãn – Primeiro filho iniciado por Mãe Elza e Dra Sônia Neves filha biológica de Mãe Elza.
Religião
Projeto Agô Bahia lança Roteiro das Comunidades de Terreiros
“Nós vamos poder proporcionar aos visitantes uma experiência muito rica de conhecer as religiões de matriz africana, mas com todo o respeito. Visitar um terreiro de candomblé é adentrar um templo religioso, uma religião que exige determinados procedimentos”, destacou o titular da Setur-BA, Maurício Bacelar, ao reforçar que o objetivo é incrementar o fluxo turístico neste segmento.
Religião
Podcast “Axé das Plantas” será lançado em julho
Entrelaçar ciências da saúde, ciências sociais com as epistemologias dos povos de terreiro, povos indígenas e saberes afrodiaspóricos traduz o que será a primeira temporada do Axé das Plantas – Cura do Corpo e da Alma, podcast com cinco episódios, onde vai falar das propriedades medicinais da Oriri, Quioiô, Umburana de Cheiro, Teteregun e Folha da Costa.
Estas são plantas usadas como medicamentos fitoterápicos no jarê, na umbanda, nas comunidades indígenas e no candomblé, em suas diferentes formas: infusões, extratos, óleos essenciais, pomadas e banhos. Com o 1º episódio lançado em 04 de julho de 2024 nas principais plataformas de áudio (spotfy, deezer, youtube), o podcast é apresentado por dois doutores/pesquisadores negros, Victor Diogenes Silva, pesquisador em neurofarmacologia, e Vagner Rocha, doutor em estudos étnicos e africanos, e tem produção da Universidade Federal da Bahia em parceria com o podcast Viagem Gastronômica com Dr. Dendê .
Com lançamento quinzenal, cada episódio do Podcast “Axé das Plantas” será focado em uma planta, trazendo os conhecimentos e experiências dos seus usos medicinais por sacerdotes e sacerdotisas, benzedeiras, pesquisadores da UFBA e coletores indígenas de ervas medicinais. O podcast busca fazer um diálogo entre universidade e comunidades tradicionais, ciência moderna e saberes tradicionais de matrizes africanas e indígenas.
“Embora eu nunca tenha me afastado das minhas raízes, o Axé das Plantas me aproximou ainda mais da minha ancestralidade. E dividir a experiência de produzir um podcast sobre ciência com o prof. Victor Diogenes Silva e toda equipe foi um desafio que reafirmou em mim a certeza de que a Academia precisa aprender cada vez mais com as comunidades tradicionais e há muitos caminhos para a cura do corpo e da alma”.
Com isso, reafirmam que essa troca de conhecimentos de várias áreas do saber só amplia e fortalece as pesquisas nas universidades e institutos e para todas as pessoas envolvidas. Sendo as ervas o fio condutor, também serão tratados outros temas, como: oralidade, ancestralidade, meio-ambiente, intolerância religiosa, racismo científico, povos originários, questões de saúde pública e saberes populares.
O projeto Podcast “Axé das Plantas” realizou gravações por Salvador, nas cidades de Cachoeira e Santo Amaro da Purificação [no Recôncavo Baiano], no Quilombo Remanso, no Território Indígena Payayá e na cidade de Boa Vista do Tupim [na Chapada Diamantina], e na Foz do Imbassaí. Foram 13 entrevistados: Dona Dalva Damiana, Dona Judite e seu neto Getúlio do Quilombo Remanso, Vovó Cici de Oxalá; Pai Pote do Ilê Axé Oju Onirê; Do Terreiro Guarani de Oxóssi: Mãe Márcia, Mama e Pai Carlinhos; Babalaxé Valmir Rocha do Lajuomin, Yá Rosana do Templo Tular, Otto Payayá, e os Professores Eudes Velozo e Ygor Jessé.
Equipe Técnica:
Apresentação: Victor Diogenes Silva e Vagner Rocha
Direção: Jazz da Silva
Roteiro: Marconi Bispo (episódios 1 e 2), Mônica Santana (episódios 3, 4 ,e 5)
Edição: Danielle Freire
Produção e Assessoria de Imprensa: Jean Cardoso
Social Mídia e Editor de Vídeo: Romeran Ribeiro
Design e Identidade Visual: Davi Barreto
Captação de áudio: Léo Conceição, Omibulu, Tainã Pacheco e Uilami Dejan
Assessoria Científica: Deise Vilas Boas, Márcia Silva, Ravena Nascimento, Clarissa Schitine, Suzana Braga, Rafael Short, Florisvaldo Ramos, Lucas Oliveira, Mariana Pepe e Victor Diogenes Silva
Mentores do Instituto Serrapilheira: Sarah Azoubel e Theo Ruprecht
Estúdio de Gravação: Argumento 3