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Cineasta radicada na Bahia faz residência artística na Califórnia

Jamile Menezes

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Foto Rafá Araújo/Especial

Desde meados do mês de novembro, a cineasta Camila de Moraes desenvolve um projeto de residência artística na Califórnia, nos Estados Unidos, para futuramente produzir, no Brasil, uma série de ficção de TV ou VOD (vídeo sob demanda – conteúdo para internet) chamada “Nós Somos Pares”. O intercâmbio foi viabilizado por meio do Edital de Mobilidade Cultural 2019, da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA).

 

Contemplada na segunda chamada do certame, a cineasta busca novos aprendizados e tem como proposta inicial produzir um material de venda do seriado, com explicações detalhadas do universo da série, estrutura, personagens e intenções da futura obra. A ideia é desenvolver a primeira temporada da série em 2020.

 

Em 2016, Camila também participou de o edital de Mobilidade Cultural. “Fui para Nova Iorque com o projeto ‘Identidades Transatlânticas’ que era sobre imprensa negra, resultando em uma edição da revista eletrônica Acho Digno, além de uma oficina de comunicação”, lembra a cineasta.

 

Dessa vez, ela quer retratar a realidade de uma parcela da população brasileira, dialogando com questões relacionadas à amizade e ao amor. Segundo a realizadora, a trama abordará o reencontro de cinco amigas negras e a realização de um sonho que será um ponto de virada na vida de todas as personagens, que se veem estimuladas a resolver conflitos pessoais.

 

Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA) – Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente, aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Cultural e Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br

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“O Primeiro Beijo” estreia em Salvador no Dia da Consciência Negra

Kelly Bouéres

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O Primeiro Beijo
Ismael Silva

No Dia da Consciência Negra, Salvador recebe o lançamento do longa O Primeiro Beijo, documentário dirigido pela cineasta baiana Urânia Munzanzu. A sessão de estreia acontece no dia 20 de novembro, no circuito da Saladearte, e marca a chegada de uma obra que é ao mesmo tempo testemunho, manifesto político e ato de resistência.

Após 14 anos de investigação, o filme apresenta experiências diversas de mulheres negras que tiveram suas vidas atravessadas pelo crack, revelando como a droga — vista pela diretora como uma “tecnologia de escravização moderna” — opera como mecanismo de extermínio, apagamento e feminicídio.

O primeiro beijo” é a expressão usada em Salvador para nomear o primeiro contato com a droga. “Essa frase cheia de múltiplos sentidos, e de certa maneira irônica, guarda a dor de mulheres para as quais as experiências de amor e afeto estão atravessadas pelas mais variadas formas de violência”, explica Urânia.

A semente do projeto foi plantada em 2006, quando a diretora, então jornalista e moradora do centro da cidade, foi abordada por Rilda, uma mulher negra em situação de dependência química. “Ela disse: ‘Eu vou morrer, mas antes disso quero falar dessa droga’. A linha que me separava de Rilda era muito tênue. Era só o primeiro beijo que ela deu e eu não dei”, relembra Urânia.

Com produção da Acarajé Filmes, em parceria com a Modupé Produtora Audiovisual e Mulungu Realizações Culturais, o longa conta com trilha sonora de Jarbas Bittencourt, voz de Elza Soares narrando o poema Canarinhas da Vila, de Landê Onawale, e produção associada de Lázaro Ramos e Thiago Gomes. A equipe majoritariamente negra reforça a estética e o posicionamento político do filme.

“Temos no Brasil um processo civilizatório construído com base necropolítica, e o crack faz parte disso. Este filme olha para mulheres que tiveram seus caminhos atravessados por essa droga, mas que resistem, persistem e sobrevivem”, afirma Susan Kalik, coprodutora.

Entre depoimentos e cenas de escuta, o documentário coloca em foco as ausências do Estado, o silêncio da sociedade civil e a força das redes de apoio construídas por mulheres que enfrentam o abandono. Urânia buscou uma abordagem sensível, filmando as entrevistas em um teatro — e não nas ruas —, para devolver dignidade às personagens.

“Eu escolhi tirá-las dos lugares sujos e sem dignidade. Levei-as para um teatro, com camarim, comida boa, água, e um espaço seguro para falarem. Era sobre reconstruir a imagem delas com respeito”, afirma a diretora.

Para Urânia, O Primeiro Beijo é um filme indigesto, mas necessário. “Minha esperança é que este filme chegue para jovens negras e negros, que as escolas possam levantar esse debate. É para que a gente não morra”, conclui.

O projeto foi contemplado nos Editais Paulo Gustavo Bahia, com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, via Secretaria de Cultura, e recursos do Ministério da Cultura.

 

SERVIÇO:

Lançamento do documentário O Primeiro Beijo
 20 de novembro
Saladearte – Salvador (BA)
Direção: Urânia Munzanzu
Duração: 110 min
Classificação: 16 anos

Redes:
@munzanzuurania | @acarajefilmes | @modupe.produtora | @mulungurealizacoes | @olharfilmes_

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Documentário baiano aborda a economia das folhas sagradas

Kelly Bouéres

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Jornada das Folhas
Emerson Kilendo

O documentário “Jornada das Folhas” será exibido na próxima quarta-feira (13), às 19h, no Museu Eugênio Teixeira Leal, durante o Cineclube Olodum, como parte da programação do PANAFRO FEMADUM 2025, em Salvador. Dirigido por Ravena Maia e Emerson Kilendo, o filme investiga a economia que se forma em torno da coleta e comercialização das folhas sagradas, indispensáveis aos rituais dos povos de santo.

A produção acompanha mulheres do Oiteiro, em Simões Filho, que vivem da colheita e da venda das folhas em feiras populares de Salvador, como o Mercado das Sete Portas e a Feira de São Joaquim. O filme revela o cotidiano dessas trabalhadoras, a maioria chefes de família, que sustentam saberes tradicionais enquanto enfrentam condições precárias de trabalho e baixa remuneração.

“É um trabalho de grande importância, mas marcado por riscos e desvalorização. Queremos contribuir para fortalecer essa atividade, que também é um exercício de autonomia e de conexão com a natureza”, afirma Ravena Maia.

O codiretor Emerson Kilendo reforça o caráter afetivo da produção:

“Meu avô, que é tata kambondo, participa do documentário. Ele me ensinou muito sobre as folhas. Queremos que essas pessoas sejam vistas e valorizadas, tanto simbolicamente quanto financeiramente.”

Com roteiro e pesquisa de Carla Pita e produção de Tailson Souza, o documentário integra a série “Economia do Sagrado”, que investiga as cadeias produtivas ligadas aos terreiros — das folhas aos trajes, cerâmicas e objetos rituais.

A exibição conta com apoio da DIMAS/FUNCEB, e o projeto foi contemplado pelos Editais Paulo Gustavo Bahia, com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura e do Governo do Estado da Bahia.

“Jornada das Folhas” se soma à proposta do FEMADUM 2025, que homenageia Chiquinha Gonzaga e Tia Ciata sob o tema “Celebrando a Mulher Negra na Música Brasileira”. O festival reúne ações formativas, oficinas, debates, literatura, cinema e apresentações artísticas entre novembro e dezembro, no Pelourinho.

SERVIÇO:

Exibição do documentário “Jornada das Folhas”
13 de novembro, às 19h
Museu Eugênio Teixeira Leal – Pelourinho, Salvador
PANAFRO FEMADUM 2025 – Festival de Música e Artes Olodum
Etapas:
• Atividades artísticas e culturais: 13 a 16 de novembro
• Festival de Música e Shows: 6 e 7 de dezembro
Entrada gratuita

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Conversa Preta estreia 6ª edição na TV Bahia

Kelly Bouéres

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Conversa preta
Beto Foto

O “Conversa Preta” chega à 6ª edição neste sábado, 8 de novembro, logo após o Mosaico Baiano, na TV Bahia. Comandado por Luana Assiz e curadoria de Val Benvindo, o episódio de estreia, com o tema “Vim da Bahia”, terá como convidados Lazzo Matumbi, Edvana Carvalho e O Kanalha.

“É um forte encontro de gerações para falar sobre as experiências de pertencimento a essa Bahia diversa”, afirma Luana Assiz.

Segundo ela, cada convidado traz sua linguagem artística, conectando-se na ideia de que educação e cultura transformam a sociedade e fortalecem a comunidade negra.

Uma das novidades desta temporada é a gravação com plateia ao vivo, realizada no Goethe-Institut Salvador, no Corredor da Vitória, com discussões sobre três temas centrais: “Vim da Bahia”, “Memória que Move o Futuro” e “Corpos Pretos e Narrativas”.

No episódio de 15 de novembro, Vanderson Nascimento recebe Flávia Oliveira, Elisio Lopes JR e Lorena Bispo para abordar memória, arte e representatividade.

“O ‘Conversa Preta’ é a certeza de que estamos construindo um caminho diferente para as próximas gerações”, comenta Nascimento.

O último episódio, em 22 de novembro, será conduzido por Luana Souza e terá debate com Will, Valdineia Soriano e Lucas Pizane, abordando projetos culturais, juventude negra e redes sociais. “A participação da plateia trouxe ainda mais força à troca, fechando a temporada com propósito, afeto e esperança”, afirma Luana.

Desde sua criação, o programa se consolidou como referência na TV baiana, destacando a valorização das narrativas pretas. Entre os participantes de edições anteriores estão Conceição Evaristo, Fabrício Boliveira, Wanda Chase e Margareth Menezes. O “Conversa Preta” é bicampeão do Prêmio Globo de Programação.

SERVIÇO:

Programa Conversa Preta – 6ª edição
8 de novembro de 2025 (sábado), logo após o Mosaico Baiano
TV Bahia – TV aberta
Informações: @conversapreta / TV Bahia

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