Connect with us

Artes

As Monxtras ocupam o Goethe-Institut com exposição, show, mesas de debate e oficina!

Jamile Menezes

Published

on

Foto: Antonello Veneri

 

Coletivo artístico fundado em Salvador em 2016, As Monxtras usam o corpo como instrumento de militância, indo além dos modelos normativos de gênero. Entre março e abril, variadas atividades em torno deste grupo vão ocupar o Goethe-Institut Salvador-Bahia, iniciando, no próximo dia 19 (quinta-feira), às 19h30, com a abertura da exposição “As Monxtras – A Arte Através do Gênero”, do fotógrafo italiano Antonello Veneri. Nesta mesma data, o show “A Noite Mais Estranha do Mundo”, que se estende até a meia-noite, apresenta performances de artistas do coletivo e convida Mangifera, personagem criada por residente do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut. A entrada é gratuita, com classificação livre. A visitação seguirá até 18 de abril, de segunda a sábado, das 9h às 19h.

“As Monxtras – A Arte Através do Gênero” é composta por 24 fotos de grandes dimensões e retrata o cotidiano destas drag queens, ampliando o debate sobre gênero a partir da experiência de misturar elementos femininos e masculinos de acordo com as necessidades e desejos de cada integrante. Fundadora do coletivo, Malayka SN explica: “Somos corpos livres e dissidentes. Durante nossos shows, discutimos, através do ato performático e do uso lúdico do corpo, questões complexas que vão de sexualidade a política, da identidade de gênero à identidade racial”. Especificamente sobre a expressão de gênero, ela detalha: “Em nossa sociedade, as expectativas de gênero permanecem determinadas: o que podemos esperar de um homem ou de uma mulher. Na arte, no entanto, isto não é tão importante. Através de As Monxtras, queremos falar sobre gênero sem nos interessar por gênero. Não é importante se somos homens ou mulheres. Rompemos com a necessidade ou a ilusão de um modelo único de mulher, de feminino”, afirma Malayka.

Assim, ainda que a reflexão sobre gênero seja o mote principal, a ideia é também torná-la secundária, para que todos possam expressar livremente o que se é. Discutindo este assunto tão complexo e delicado através da ação artística e do elemento lúdico d’As Monxtras, a exposição, além de apresentar o pensamento do coletivo, amplia o diálogo com a sociedade a respeito de temas urgentes e atuais. E a fotografia serve, mais uma vez, como vetor social que traz essas questões para o campo do debate.

“Hoje, a questão de gênero é um dos assuntos mais importantes e As Monxtras, que vão além do gênero, representam algo de especial e inovador”, comenta o fotógrafo Antonello Veneri, atualmente radicado no Brasil. Desde 2017, ele acompanha o coletivo documentando sua atividade artística, social e política em Salvador. As fotos, de acordo com a prática de Veneri, preveem uma imersão documental, formando um conjunto narrativo que retrata diferentes momentos desta rotina, do cotidiano em casa até o momento da performance no palco.

Foto por Antonello Veneri

 

Mesas de debate – Para ampliar todo este debate, durante o mês em que a exposição estiver em cartaz, serão realizadas mesas de conversa com especialistas nas questões de gênero, com a participação d’As Monxtras e mediação do dramaturgo e apresentador Aldri Anunciação e da jornalista Mira Silva, que também assina a curadoria da mostra. Os debates são abertos ao público, com entrada franca.

No primeiro encontro, “Entre a imaginação artística e a mobilização política”, no dia 27 de março (sexta-feira), às 19h30, a palestrante será a professora e pesquisadora Viviane Vergueiro, integrante do Coletivo De Transs pra Frente, doutoranda em Estudos sobre Mulheres, Gêneros e Feminismos na Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestra em Cultura e Sociedade pela UFBA, graduada em Ciências Econômicas pela Unicamp e ativista transfeminista. Ao lado das monxtras Malayka SN e Jesiêke de Lundú, ela vai falar sobre os direitos de pessoas trans, travestis e não binárias, de maneira relacionada aos processos artísticos, teóricos e políticos que têm sido mobilizados e imaginados na defesa, promoção e resistência desses direitos.

Já em 3 de abril, também sexta-feira, no mesmo horário, será a vez de “Ativismos e estéticas da aparência”, com a artista visual, designer de moda autoral e professora Carol Barreto, que trabalha com a relação entre moda e ativismo político feminista e antirracista, construindo uma obra de visibilidade internacional. A mesa, com participação das monxtras Mamba Mavamba e Ah Teodoro, propõe pensar os modos como, partindo dos grupos minoritários em representatividade, compreendemos a dimensão discursiva da aparência e das corporalidades como marca de luta política antirracista, feminista e antiLGBTQIA+fóbica. Analisando as intencionalidades das ações que produzem corpos e imagens dissonantes, o debate pergunta como são interpretadas as produções artísticas daí elaboradas, buscando como se pode reivindicar uma narrativa construída por e para estas pessoas.

Oficina – Para encerrar o projeto, as monxtras Malayka SN e Mamba Mavamba vão realizar a oficina “Demonxtração”, no dia 18 de abril (sábado), das 14h às 19h. A atividade parte do processo de criação artística “monxtração”, que envolve a construção de personas, personagens ou estados performáticos, através de técnicas em maquiagem, indumentária, body modification e performance. Trata-se de uma possibilidade questionadora no contexto da cultura drag queen, onde, historicamente, através da utilização das performatividades de gênero, há um vasto campo de manifestações artivistas e socioculturais que contestam a hegemonia cisnormativa.

SERVIÇOS

 

EXPOSIÇÃO

As Monxtras – A Arte Através do Gênero

De Antonello Veneri

Abertura com o show “A Noite Mais Estranha do Mundo”

19 de março de 2020 (quinta-feira), 19h30

Visitação

20 de março a 18 de abril de 2020, segunda a sábado, 9h às 19h

MESAS DE DEBATE

= Entre a imaginação artística e a mobilização política

Com: Viviane Vergueiro, Malayka SN e Jesiêke de Lundú

Mediação: Aldri Anunciação

27 de março de 2020 (sexta-feira), 19h30

= Ativismos e estéticas da aparência

Com: Carol Barreto, Mamba Mavamba e Ah Teodoro

Mediação: Mira Silva

3 de abril de 2020 (sexta-feira), 19h30

OFICINA “DEMONXTRAÇÃO”

Com: Malayka SN e Mamba Mavamba

18 de abril (sábado), 14h às 19h

20 vagas

Inscrições serão abertas em 19 de março em http://bit.ly/demonxtracao

Todas as atividades acontecem no Goethe-Institut Salvador-Bahia

(Av. Sete de Setembro, 1809, Corredor da Vitória)

Com entrada franca

Classificação indicativa: Livre

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Artes

Exposição “Memória” estreia no MUNCAB

Kelly Bouéres

Published

on

Luma Nascimento
Edvaldo Santos Jr.

A exposição “Memória: relatos de uma outra História” chega a Salvador nesta terça-feira (4), às 18h30, no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB). A mostra faz parte da Temporada França-Brasil 2025 e permanece em cartaz até 1º de março de 2026, reunindo artistas negras do Senegal, França, Brasil e outros territórios afro-diaspóricos.

Depois de circular por Bordeaux, Abidjã, Iaundé e Antananarivo, a exposição desembarca na capital baiana com o propósito de celebrar a arte negra contemporânea e o fazer feminino como força criativa e política.

A memória é um canto que atravessa o tempo e chega ao agora”, afirma a co-curadora Jamile Coelho.

Abordamos uma memória coletiva tecida pelo fazer feminino, um convite à escuta e à partilha a partir de perspectivas contra-hegemônicas.”

Com curadoria de Nadine Hounkpatin (Benin/França) e Jamile Coelho (Brasil), “Memória” ocupa o segundo andar do MUNCAB com obras em pintura, escultura, têxteis, fotografia, vídeo e performance, propondo um mergulho nas camadas da lembrança e da ancestralidade.

Entre as artistas participantes estão Amélia Sampaio, Barbara Asei Dantoni, Beya Gille Gacha, Enam Gbewonyo, Fabiana Ex-Souza, Luana Vitra, Madalena dos Santos Reinbolt, Maria Lídia Magliani, Selly Raby Kane e Tuli Mekondjo, entre outras.

A mostra se divide em três capítulos“Do íntimo ao universal”, “A memória como ferramenta política” e “Confabulações e outras imaginações” —, transitando entre o pessoal e o coletivo, o passado e o futuro, o real e o afrofuturista.

Para Cíntia Maria, diretora do MUNCAB, a chegada de “Memória” simboliza uma virada histórica:
Estamos trilhando o caminho rumo ao título de polo da arte negra contemporânea. É uma conquista do Brasil, da Bahia e das nossas raízes africanas.

SERVIÇO:

Exposição internacional “Memória: relatos de uma outra História”
04 de novembro de 2025 a 1º de março de 2026
Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) – Rua das Vassouras, 25, Centro Histórico, Salvador (BA)
Entrada gratuita
Parte da Temporada França-Brasil 2025

Continue Reading

Artes

Olufèmi Hinson Yovo expõe “Ecos através do Atlântico”

Kelly Bouéres

Published

on

Olufèmi Hinson Yovo expõe “Ecos através do Atlântico”
Bénin Trip

A artista beninense Olufèmi Hinson Yovo inaugura a exposição Ecos através do Atlântico, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC BAHIA/ Galeria 4 – Casarão), no dia 8 de novembro, às 17h. A mostra fica em cartaz até 23 de novembro.

A exposição propõe uma reflexão sobre a colonização europeia e suas marcas nas arquiteturas da África Ocidental e da América, especialmente em Salvador.

“Enquanto na África as colisões entre estéticas coloniais, modernas e tradicionais resultaram na reconfiguração da arquitetura local, no Atlântico o choque colonial criou vocabulários híbridos visíveis em templos, catedrais e mesquitas”, explica Olufèmi.

A instalação Cadavre Esquis (Cadáver esquisito) convida o público a construir coletivamente um arquivo de memórias e a traçar uma cartografia afetiva conectando Dakar, Ouidah e Bahia. Segundo a artista, “a arquitetura é um arquivo vivo e símbolo que reconstrói, através do oceano, o que um dia foi dividido”.

A mostra integra o projeto Atlantic Threads, que promove trocas artísticas e culturais entre contextos marcados por legados coloniais, conectando Salvador a países africanos e europeus. O projeto conta com acompanhamento curatorial de Cindy Sissokho e Olivier Marboeuf, e apoio do MAC BAHIA, Instituto Francês do Benin e Instituto Guimarães Rosa, com patrocínio da PETROBRAS.

Olufèmi Hinson Yovo atua como arquiteta, designer, pesquisadora e curadora em Cotonou, Benin, e é fundadora do Sah Studio, estúdio multidisciplinar dedicado à descolonização da arquitetura. Já participou das Bienais de Veneza e Dak’Art e recebeu o Prêmio Prince Claus Building Beyond 2023.

O projeto é realizado pelo Pivô Salvador, plataforma de arte contemporânea que promove intercâmbio, pesquisa e residências artísticas. A instituição conta com sedes no Boulevard Suíço e em breve inaugura o Pivô Coaty, na Ladeira da Misericórdia.

SERVIÇO:

Exposição: “Ecos através do Atlântico: construindo a partir das perdas” – Olufèmi Hinson Yovo
 MAC BAHIA / Galeria 4 – Casarão, Rua da Graça, 284 (Graça), Salvador/BA
Abertura: 8 de novembro, às 17h
Visitação: 8 a 23 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 20h
Entrada gratuita

Continue Reading

Artes

Festival Beirú das Artes Negras ocupa bairro do Cabula com ações gratuitas

Jamile Menezes

Published

on

Realizado pelo Instituto de Formação em Arte – IFÁ, o Festival Beirú das Artes Negras (FESTBAN) chega a sua sexta edição ocupando o bairro do Cabula, em Salvador, de 03 a 27 de novembro.  Através do núcleo artístico PAÓ, o festival promove, ao longo do mês da Consciência Negra, uma programação gratuita com formação, diálogo comunitário e produção artística periférica.

O FESTBAN acontece em espaços públicos do Cabula e contempla 11 linguagens artísticas: Dança, Teatro, Música, Percussão, Capoeira, Artes Visuais, Poesia, Circo, Performance, Moda e Audiovisual. A programação será realizada por 21 artistas e grupos selecionados pelo projeto.

Quilomba Zu - performance

Quilomba Zu – Performance

Formação artística

No Festival Beirú das Artes Negras também vai ter realiza oficinas artísticas em 22 escolas públicas estaduais da região. Cada escola receberá uma oficina de 2 horas, nos turnos matutino e vespertino, ampliando o acesso à formação artística entre crianças, adolescentes e jovens do território.

A programação terá intervenções artísticas em praças e largos do Cabula e Giras Temáticas, que promovem debates e rodas de conversa no Teatro da UNEB, culminando com a Mostra Palco, com apresentações abertas ao público.

Adam Akuma – Dança

O festival tem como objetivo estimular jovens negros e negras a despertarem para utilização da arte como um potente instrumento de educação social, além de manter viva a história de resistência do líder negro Beiru.

“Esse festival potencializa, difunde e fomenta as artes afrodiaspóricas presentes na periferia, além de homenagear o negro Beiru, vindo das terras de Oió, na Nigéria, que foi escravizado em Salvador, mais especificamente na fazenda dos Garcia D’Ávila, conhecida como “Campo Seco”, hoje o bairro Beiru/Tancredo Neves. É também de uma forma de manter vivo o legado de resistência das nossas ancestralidades”, diz Robson Correia, idealizador e diretor artístico do festival.

O FESTBAN reforça o compromisso do IFÁ com a formação artística como ferramenta de transformação social, valorização da memória e fortalecimento da identidade negra nas comunidades.

SERVIÇO:

FESTBAN VI – Festival Beirú das Artes Negras
Onde: Cabula – Salvador, BA
Quando: 03 a 27 de novembro
Programação gratuita

PROGRAMAÇÃO:

  • Oficinas Artísticas (11 linguagens)
    03 a 14/11 — em 22 escolas estaduais da região, pela manhã e tarde.

  • Mostra Rua – Intervenções Urbanas
    18 a 22/11 — Praças e largos do Cabula.

  • Giras Temáticas – Palestras e rodas de conversa
    25/11 — Teatro da UNEB | 9h às 12h e 14h às 17h.

  • Mostra Palco – Apresentações Artísticas
    26/11 — Teatro da UNEB | a partir das 15h.

Continue Reading

EM ALTA