Artes
Festival Percussivo de Mulheres realiza edição on-line

Nesta semana, o melhor motivo para ficarmos em casa tem o nome de “Yakurinxirê – Festival Percussivo de Mulheres”, um evento que já acontece no modo off-line há dois anos, nas cidades de São Félix e Cachoeira (BA) e que agora, mesmo com os desafios impostos pela pandemia aos profissionais da cultura, decide bravamente realizar o “Yakurinxirê em casa”, uma versão on-line do Festival.
Nos dias 28 e 29, por meio da página do Festival no Instagram, um verdadeiro xirê virtual será abertamente compartilhado pela internet. Serão mulheres da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasilia unidas voluntariamente com o único objetivo de trazer mais leveza para as nossas casas por meio da arte.
A partir das 16h30, tanto na quinta quanto na sexta-feira desta semana, 15 mulheres percussionistas de várias cidades brasileiras participam, diretamente de suas casas, de um grande encontro musical mediado pelas produtoras do Festival. O encontro será transmitido ao vivo e gratuitamente para todo o mundo no link a seguir instagram.com/yakurinxirê. A programação tem encerramento previsto para as 20h em ambos os dias e é composta por apresentações musicais, bate-papos sobre a história dos instrumentos percussivos, cantorias e múltiplas performances com o objetivo de expressar a relação corpo-música-percussão-saúde para as mulheres.
Sobre o Yakurinxirê
O Yakurinxirê é um coletivo de mulheres, mobilizadas em torno de ações de formação musical-percussiva com mulheres. As atividades são realizadas anualmente nas cidades de Cachoeira e São Felix, no Recôncavo da Bahia desde 2018. Em iorubá, Yakurin significa “Mulheres que tocam” e Xirê, “festa”!
FESTIVAL YAKURINXIRÊ EM CASA (Programação)
28/05/2020 (quinta-feira)
Mediação: Aquataluxe Rodrigues (BA)
16h30 -Abertura (Martha Rosa e Aquataluxe)
17h05 – Mestra Janja (BA)
17h25- intervalo
17h30- Valquiria Rosa (SP)
17h55- intervalo
18h- Sued Nunes (BA)
18h25- intervalo
18h30 – Dai Ramos (RJ)
18h45- intervalo
19h- Beatriz Sena (BA)
19h20- intervalo
19h25- Emilie Lapa e Natalyne Santos (BA)
19h45-intervalo
20h- Veronica Bonfim (RJ)
29/05/2020 (sexta-feira)
Mediação: Flavia Gomes (Espaguete) (BA)
16h30 -Abertura (Mestra Monica Millet e Flavia Gomes)
17h05 – Mestra Jociara (SP)
17h25- intervalo
17h30- Ana Magalhães (RJ)
17h55- intervalo
18h- Line Santana (BA)
18h25- intervalo
18h30 – Verona Reis (BA)
18h45- intervalo
19h- Raissa Caldas (BA)
19h20- intervalo
19h25- Eloah Monteiro (BA)
19h45-intervalo
20h- Nãnan Matos (DF)
Serviço:
3ª edição do Yakurinxirê – Festival Percussivo de Mulheres (em casa)
Onde: instagram.com/yakurinxirê
Quando: 28 e 29 de maio de 2020, das 16h30 às 20h.
GRATUITO
Apoio: Centro de Artes, Humanidades e Letras(CAHL/UFRB), Departamento de Turismo/São Félix, Fundação Hansen Bahia e Grupo Dembaia (RJ).
Artes
Coletivo Nosso Kilombo leva Sambas, Artesanias e Resistências culturais para Itapuã

De julho a dezembro, as ruas do bairro de Itapuã serão tomadas pelo projeto “LEVANTA POVO! Sambas, Artesanias e Resistências” do Coletivo Nosso Kilombo, movimento surgido em 2018 na Festa de São Tomé, umas das festas mais tradicionais do bairro. O projeto terá diversas ações culturais de rua, como samba de roda, rodas de fuxicos, conversas intergeracionais com mestres griôs da comunidade, caminhada no Abaeté e cortejo artístico.
O intuito é retomar, preservar e ressignificar as tradições culturais típicas do bairro de Itapuã, o espírito de insurgência da comunidade negra e indígena na localidade. Trazendo a memória de resistências históricas do bairro, como por exemplo o Quilombo Buraco do Tatu, o projeto convoca a comunidade a olhar para seu território com senso de pertencimento. Além de fortalecer a presença dos ditos “sambas de boi”, como os bois Bumbapuã e Boca de Ouro, construídos a muitas mãos por mobilizadores culturais de outras gerações, e que hoje são “maternados” pelo Coletivo Nosso Kilombo.
“Para além de tocar consciências e corações através do toque dos tambores, cantos orgânicos e curativos, da dança raiz, cores e brilhos; de toda esta ritualística, o Coletivo quer ver tudo isto em manifestação constante,como necessidade vital, com honra, comprometimento e coração, demonstrando, assim, o poder do sentimento de pertencimento de um lugar e sua cultura”, diz Verônica Mucúna, artivista cultural, agitadora social e uma das fundadoras do Nosso Kilombo.
Ações culturais
O projeto “LEVANTA POVO! Sambas, Artesanias e Resistências” começa em julho, quando serão realizadas as “Rodas de Fuxicaria – Conspirar para construir”, nos dias 11, 18 e 25, na Praça da Rua da Literatura. Os encontros serão para confecção artesanal de fuxicos, com presença de mestres griôs da comunidade, reunindo moradores de Itapuã de diversas idades e estudantes de escola pública. As Rodas terão as participações ancestrais da Mestra Anamaria das Virgens (RevisÁfrica / Nosso Kilombo), Mestre Ulysses dos Santos (Afoxé Korinagô / Nosso Kilombo) e Mestra Damiana do Pandeiro (Roda de Samba das Mulheres de Itapuã). No último dia (25), encerrando a primeira etapa do projeto, haverá o Samba do Fuxico, com Nosso Kilombo.
Já no mês de agosto, dia 29, a ação será o “Arroz de Graças – Partilhar para Reunir”, um movimento tradicional que visa a distribuição de arroz doce com samba de roda na Praça da Igreja Católica do bairro de Itapuã. O arroz será distribuído para cerca de 200 pessoas.
Em setembro, no dia 22, será o momento da “Caminhada Patrimonial – Caminhar para Convocar”, reunindo estudantes de escolas públicas de Itapuã, focando na preservação do meio ambiente e patrimônio cultural da região. A caminhada chama atenção para o progresso de projetos de urbanização que ameaçam a área, traz à tona campanhas de conscientização sobre a importância da Lagoa do Abaeté e a defesa do patrimônio histórico e cultural do local.
Finalizando o projeto, em dezembro será realizado o “Cortejo Levanta Povo – Celebrar para Insurgir”, ação artística que vai percorrer a ruas do bairro de Itapuã, partindo da praça da Igreja (Praça Dorival Caymmi) em direção ao Cruzeiro de Piatã, integrando a Festa de São Tomé e celebrando os 07 anos do Coletivo Nosso Kilombo.
O projeto “LEVANTA POVO! Sambas, Artesanias e Resistências” foi contemplado pelo edital Territórios Criativos – Ano II com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo ,Prefeitura de Salvador e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), Ministério da Cultura, Governo Federal.

Mestra Anamaria das Virgens /Foto Pio Filho
Sobre Mestras e Mestre
Mestra Anamaria das Virgens é uma das fundadoras do grupo cultural as Ganhadeiras de Itapuã, é cantora, compositora, artesã, educadora e foi ganhadeira e lavadeira nas margens do Abaeté. É mestra orientadora do Coletivo Nosso Kilombo e rainha coroada por ele com mais de 50 anos dedicados à atividade cultural no território.

Mestra Damiana do Pandeiro/Foto Fabíola Campos
Mestre Ulysses dos Santos é uma das principais lideranças de Itapuã, mobilizador cultural e presidente do Afoxé Korin Nagô. Foi diretor de bateria por mais de 10 anos de blocos afros como Malê Debalê, Filhos de Gandhy e ganhador da Medalha Zumbi dos Palmares.
Mestra Damiana do Pandeiro é compositora, percussionista, madrinha da Roda de Samba de Mulheres, Baiana de Acarajé e Ganhadeira de Itapuã.

Mestre Ulysses dos Santos/Foto Pio Filho
Sobre o Coletivo Nosso Kilombo
O Coletivo Nosso Kilombo tem iniciativas de preservação e ressignificação das tradições culturais do território de Itapuã. Vem realizando, desde 2018, intervenções com objetivo de valorização da brincadeira de rua e das tradições afroindígenas presentes na culinária e nos sambas juninos do território, fomentando o pertencimento comunitário entre os moradores. suas ações contribuem para a patrimonialização da cultura em todas as suas expressões, como forma de barrar as recorrentes investidas da especulação imobiliária e de práticas do racismo religioso na localidade. Construiu, junto com Mestre Ulysses, o boi Boca de Ouro, um dos tradicionais bois da Festa de São Tomé, representando o legado ancestral como forma de manter vivo os sambas de boi, samba duro e samba de roda da localidade, que tem se tornado cada vez mais escasso na cultura de Itapuã.
PROGRAMAÇÃO
JULHO – Praça da Rua da Literatura – Itapuã
Roda de Fuxicaria com Mestra Anamaria das Virgens (RevisÁfrica / Nosso Kilombo)
Data: 11/07, das 14h às 17h
Roda de Fuxicaria com Mestre Ulysses dos Santos (Afoxé Korinagô / Nosso Kilombo)
Data: 18/07, das 14h às 17h
Roda de Fuxicaria com Mestra Damiana do Pandeiro (Roda de Samba das Mulheres de Itapuã) e Samba do Fuxico com Nosso Kilombo
Data: 25/07, das 15h às 20h
AGOSTO – Praça da Igreja Católica – Itapuã
Arroz de Graças – Partilhar para Reunir: distribuição de arroz doce com samba de roda
Data: 29/08, 18h
SETEMBRO – Concentração no Busto de Mãe Gilda – Parque Metropolitano do Abaeté. Caminhada Patrimonial – Caminhar para Convocar
Data: 22/09, 13h às 16h
DEZEMBRO – Concentração às 17h na Praça da Igreja Católica. Cortejo em direção ao Cruzeiro de São Tomé em Piatã
Cortejo Levanta Povo – Celebrar para Insurgir: Cortejo de aniversário do Nosso Kilombo e celebração da Festa de São Tomé (uma das mais antigas de Itapuã).
Data: 20/12, a partir das 17h
Foto: Fabíola Campos
Artes
Oficina de processos criativos com Goya Lopes abre inscrições no MAM

Estão abertas até a próxima quarta-feira (2) as inscrições para a Oficina de Processos Criativos, ministrada pela artista visual Goya Lopes, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). A atividade integra o projeto “Cutucar o MAM – 45 anos de Oficinas Criativas”, realizado pela VIA Press Comunicação em parceria com o museu, que celebra as oficinas promovidas pelo MAM ao longo dos seus 45 anos.
A oficina, com 30 vagas gratuitas, é voltada preferencialmente para pessoas que já trabalham com xilogravura e acontece aos sábados, nos dias 5, 12 e 19 de julho, das 13h30 às 17h30, no Galpão das Oficinas do MAM, localizado no Solar do Unhão. Os participantes serão convidados a explorar processos artísticos que envolvem desenho, criação de padrões, memória cultural e impressão manual.
Antes do início da oficina, no dia 4 de julho, das 15h às 17h, será realizada uma roda de conversa aberta ao público com Goya Lopes, na Galeria 3 do MAM, sem necessidade de inscrição prévia. Todas as atividades terão intérpretes de Libras para garantir acessibilidade.
As xilogravuras produzidas durante a oficina serão impressas e costuradas em um painel entre os dias 21 e 26 de julho. Este painel integrará a exposição “Okòtò: Espiral da Evolução”, de Goya Lopes, que está em cartaz no MAM com visitação gratuita.
O projeto “Cutucar o MAM” foi contemplado pelo edital da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) e conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura (SecultBA), vinculada ao Ministério da Cultura.
Sobre Goya Lopes
Designer têxtil, empresária e artista plástica, Goya Lopes é referência nacional no design inspirado nas culturas africana e afro-brasileira. Formada em Belas Artes pela UFBA e com especializações na Itália, a artista é conhecida pelas xilogravuras impressas em tecido e pela criação da marca Didara, que utiliza a estamparia para contar histórias da relação entre Brasil e África.
Serviço
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Roda de Conversa: 4 de julho, 15h às 17h, Galeria 3 do MAM – entrada gratuita
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Oficina de Processos Criativos: 5, 12 e 19 de julho, 13h30 às 17h30, Galpão das Oficinas do MAM – 30 vagas gratuitas
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Inscrições: nos perfis do Instagram @bahiamam e @cutucaromam
Foto: Renan Benedito
Artes
Última semana de ‘Jayme Fygura: De Corpo e Alma’ na CAIXA Cultural

A exposição inédita “Jayme Fygura: De Corpo e Alma” segue em cartaz na CAIXA Cultural Salvador até o dia 6 de julho. A mostra é um tributo póstumo ao artista plástico, poeta e performer que deixou uma marca profunda na cena cultural da cidade com sua estética singular e vivência artística intensa.
Realizada pela Ernesto Bitencourt Galeria de Arte e com curadoria do artista e pesquisador Danillo Barata, a exposição reúne dezenas de obras inéditas de Jayme Fygura, incluindo pinturas, esculturas, objetos performáticos, manuscritos, estudos, documentos e vestimentas. O público também pode conferir projeções audiovisuais, entre elas o documentário Sarcófago, de Daniel Lisboa, e registros de shows do artista.
Conhecido como “o homem da máscara de ferro”, Jayme Fygura explorou temas como corpo, espiritualidade e resistência. Suas obras, construídas a partir de materiais reciclados, apresentam figuras híbridas e impactantes que desafiam noções de humanidade e subalternidade. A paleta de cores, marcada pelo dourado, vermelho e azul, evoca a cosmologia afro-brasileira, com referências visuais aos orixás Obaluaiê e Exu.
A exposição oferece uma experiência imersiva e inclusiva, com recursos de acessibilidade como tradução em Libras, audiodescrição e placas em braile, reafirmando o compromisso da CAIXA e do Governo Federal com a valorização da arte contemporânea brasileira e da diversidade cultural.
Serviço:
Exposição “Jayme Fygura: De Corpo e Alma”
Visitação: Até 6 de julho de 2025
Horário: 9h às 17h30 (terça a domingo)
Local: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro
Classificação: Livre
Entrada gratuita
Mais informações: www.caixa.gov.br/caixacultural
Foto: Daniel Lisboa
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