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Teatro

Discussões sobre negritude pela ótica feminina são pauta no Catálogo Brasileiro de Teatro

Jamile Menezes

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Foto Alessandra Nohvais

O solo Medeia Negra, interpretado pela atriz preta Márcia Limma, é uma recriação da tragédia grega para os contornos reais da voz, do corpo e do pensamento de uma mulher preta. O espetáculo, dirigido por Tânia Farias, traz a interculturalidade e referências afro-diaspóricas, por meio dos itãs e arquétipos dos orixás. A narrativa mostra as opressões sofridas pela mulher negra em diferentes lugares de fala e tempos históricos.

Nesta montagem, que será exibida na próxima sexta-feira (12), como parte da programação do Catálogo Brasileiro de Teatro, o mito grego é revisitado pelo processo de descolonização do pensamento patriarcal e, através dele, questiona o condicionamento social que marginaliza, julga e condena corpos considerados  inadequados, estrangeiros e estranhos.

Foto – MAGNONI

Apesar da discussão sobre o racismo geralmente ter foco nas experiências negativas e percepções individuais sobre esta problemática, o espetáculo Eu vejo você, Rosas Negras  tenta mostrar o contrário. Na contramão da dor  causada pelo preconceito,  a narrativa fala da mulher negra pela ótica “das vitórias”, e estará em cartaz de forma virtual, neste domingo (14).

 

Interpretado por Fabiola Nansurê, com direção de  Diana Ramos e dramaturgia de Onisajé, o solo busca o rompimento dos estereótipos sobre o racismo a partir da perspectiva feminina. As exibições dos dois espetáculos são às 20h, no canal da Fred Soares Produções, no youtube e os ingressos gratuitos podem ser adquiridos pela plataforma Sympla (Sympla.com.br/catalogobrasileirodeteatro).

 

O Catálogo Brasileiro de Teatro é uma realização da Fred Soares Produções e sua versão online conta com o apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria  de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc,  direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

 

Serviço

O quê: Medeia

Quando: 12 de março

Horário da estreia: 20h

Exibição gratuita: Canal Fred Soares Produções, no Youtube

 

O quê: Eu vejo você, Rosas Negras

Quando: 14 de março

Horário da estreia: 20h

Exibição gratuita: Canal Fred Soares Produções, no Youtube

Teatro

Multiartista Liz Novais faz performance “Estudos pra Cangasereia”

Ana Paula Nobre

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Foto: Nti Uirá

A multiartista, Liz Novais, apresenta a performance cênico musical “Estudos para Cangasereia”, nesta segunda-feira (2), às 18h, na sede do Malê Debalê, em Itapuã, aberta ao público. O trabalho é um dos dez contemplados com a Bolsa Estímulo Boca de Brasa e foi construído como uma intervenção de rua, movido através de uma figura mítica e sua própria história, buscando entender as relações entre as mulheres da sua família materna a partir de reflexões sobre afeto, raça, voz e ancestralidade negra. A performance contará com a preparação corporal de Samara Martins, Joarlei Sants como DJ e técnico de som e gravação de áudios de Felipe Bittencourt.

“A ideia é de convocar, a partir da minha autobiografia e da relação com o território, memórias de resistência, de acolhimento e de convocação da ancestralidade negra a partir da voz”, explica a artista.

O trabalho é fruto de um conjunto de investigações cênicas e musicais gestados desde 2019, a partir de experimentações de autorretrato na pandemia e com apresentações em 2022 e 2023 junto a outras artistas negras no projeto ‘Vozes Mulheres’, realizado na Casa da Música, em Itapuã. Na ocasião, o projeto contemplou trabalhos experimentais em processo de artistas negras da dança, música e teatro do território, com participações de artistas locais e bate papo com o público sobre esses processos criativos.

Foto: Nti Uirá

Para além do projeto, a artista reúne diversos trabalhos no teatro e música da cena baiana, participando de grupos como banda Motumbá (2012–2023), direção musical do espetáculo teatral Mulheres Malês (2018-2024) e mais recentemente, a direção musical do espetáculo Mukunã – Do Fio à Raiz (2024), solo de Vika Mennezes. “Estudos para Cangasereia” é resultado do trabalho de mentoria e apoio para iniciativas culturais, como parte das Escolas Criativas Boca de Brasa, por meio do termo firmado entre a Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda, Prefeitura Municipal de Salvador e o ICEAFRO, através dos recursos do Edital Polos Criativos Boca de Brasa. Mais informações no Instagram:@novaisliz/@moirasprodutora.

 

Serviço

O quê: Performance “Estudos Para Cangasereia” com Liz Novais

Quando: Dia 2 de dezembro (segunda-feira)

Horário: Às 18h

Onde: Boca de Brasa Apresenta – Malê Debalê, em Itapuã

Quanto: Gratuito

 

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Teatro

Vika Mennezes leva espetáculo “Mukunã: do fio à raiz” ao Teatro Gamboa

Ana Paula Nobre

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Foto: Diney Araújo

O Teatro Gamboa, em Salvador, recebe pela primeira vez o espetáculo “Mukunã: do fio à raiz”, idealizado e encenado pela atriz, arte-educadora, pesquisadora, diretora e gestora cultural, Vika Mennezes, nos dias 15, 16 e 17 de novembro (sexta, sábado e domingo), às 19h. Com ingressos a preços populares (R$10/5), o trabalho é uma jornada artística que une passado, presente e futuro, utilizando a narrativa pessoal da artista, que se passa quando uma mulher se confronta com a ancestralidade a partir do seu cabelo e vai do fio à raiz.

“O intuito de Mukunã é promover uma mudança significativa no cenário cultural da Bahia e na percepção das questões raciais e de gênero”, diz a atriz.

Vika Mennezes já atuou em 13 espetáculos teatrais e 11 obras audiovisuais. Todos os elementos dialogam com sua vivência com o racismo desde a infância, cuja violência estrutural transformou em arte empoderadora para ajudar outras pessoas a superar situações semelhantes. Existe também uma forte presença dos orixás e elementos da cultura afro-brasileira.

Foto: Diney Araújo

 

Serviço:

O quê: Espetáculo “Mukunã: do fio à raiz”

Onde: Teatro Gamboa – Rua Gamboa de Cima, Salvador-BA

Quando: Dias 15, 16 e 17 de novembro (sexta, sábado e domingo)

Horário: Às 19h

Ingressos: R$10/5, vendas no local e no Sympla 

 

 

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Teatro

Espetáculo Memórias Povoadas realiza ciclo de apresentações

Ana Paula Nobre

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Foto: Lucas Barral Amoedo

Neste Novembro Negro 2024, o espetáculo Memórias Povoadas realiza mais um ciclo de apresentações entre os dias 18 e 28 de novembro, em Salvador. Com o elenco composto pelas atrizes Cilene Ribeiro, Luane Souto, Lucila Laura, Preta Kiran, Rejane Maya e Thallia Anatália, a peça é dirigida por Cássia Valle, com co-direção e direção musical de Cell Dantas. Os temas que norteiam o trabalho são a visão estereotipada de força das mulheres pretas como uma fortaleza que suporta tudo e o sagrado feminino negro, passado de geração à geração. O trabalho estreou em setembro de 2022, como celebração pelo primeiro aniversário de fundação da Pé de Erê Produções.

“Até onde é saudável estar sempre pronta para a luta? Essa visão prejudica a saúde mental dessas mulheres e as mantém na base da pirâmide social, afinal ‘elas aguentam’. É negado o direito à fragilidade, à desistência. Elas precisam ser o tempo inteiro fortes para aguentar o que vem da sociedade, da família, de companheiros/as e de si mesmas”, aponta Cássia.

Inspirado no conceito de Teatro Instalação, imagens e arte cênica são bases complementares da composição artística, resultando em uma experiência interativa onde as pessoas são convidadas a construírem as suas próprias narrativas, levando o público a experimentar a diluição das fronteiras entre começo, meio e fim do espetáculo. Chegou a fazer seis temporadas em equipamentos culturais como: Teatro Makota Valdina, Teatro Vila Velha, Teatro Sesi Rio Vermelho, Teatro Sesi Casa Branca, Sala do Coro do TCA e Teatro Gregório de Mattos.

“Mulheres pretas sempre utilizaram de ervas para curar, de música e dança para afastar a tristeza e “o mal”, para criar um elo entre si. Sempre sentaram em roda para trabalhar e transmitir suas histórias através da oralidade. Deusas, bruxas, Iyágbás e Iyamins sempre fizeram parte dos mitos e das mitologias afro-diaspóricas e compõem a identidade do povo brasileiro. O sagrado feminino negro é ancestral e é transmitido de mãe para filha, de avô para neta”, explica a diretora.

 

PROGRAMAÇÃO NOVEMBRO 2024

18/11 Feira Literária do Subúrbio – FLISU

23/11, 30 /11 e 07 /12 Memórias Negras no MAFRO (Museu Afro Brasileiro)

28 /11 Novembro Negro na PGE (Procuradoria Geral do Estado).

 

 

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