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Artes

Sanara Rocha estreia performances Corpo Ebó e A Mulher Sem Cabeça

Jamile Menezes

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Foto por Karol Machado

 

Idealizada pela feminista negra, produtora cultural e artista interdisciplinar, Sanara Rocha, a plataforma Futurismos Ladino Amefricanas (F.L.A) apresenta a obra A Mulher Sem Cabeça, uma performance-ensaio rito-musical dividida em dois experimentos audiovisuais: uma vídeo-performance intitulada Corpo Ebó, prenúncio para a ficção futurista e audiovisual A Mulher Sem Cabeça, a partir dos dias 10 e 20 de abril, respectivamente, no Youtube oficial do projeto (https://www.youtube.com/channel/UCjB8_JAp-F8hyvkwvRUVeog).

Estrelada pela realizadora, ambas as apresentações debatem o corpo negro, feminino e as violências que, fruto do racismo, machismo e preconceitos, atravessam também o corpo da artista.

“O corpo ebó (10/4) é esse corpo deixado de tocaia nas encruzilhadas para afrontar o sistema com a desorganização de uma ordem construída para violentar a nós, pessoas não brancas e não normativas, de muitas maneiras. Re-existo como força desviante de possíveis capturas ou normas e transformo as minhas lutas contra a estrutura racista em um corpo-ginga, em um corpo-ebó contra-genocídios”, afirma Sanara Rocha.

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Foto por Karol Machado

 

Já A Mulher Sem Cabeça, uma ficção autobiográfica da artista, é uma fábula em realismo fantástico que se apoia na linguagem da performance audiovisual para contar uma história ficcional-autobiográfica, a partir de 20 de abril. Na trama, o alter-ego de Sanara busca meios de romper com os limites e violências psíquicas impostas pela colonialidade para um corpo negro-feminino, através de tecnologias e saberes ancestrais que lhe dão o sustento para experimentar novos processos de reinvenções de si.

“Perdi a minha cabeça muitas vezes durante a minha vida, mas sem dúvidas, depois de tantas violências acumuladas e silenciadas em mim, (perder minha mãe desencadeou isso, acho que explico isso na entrevista. Minha mãe tinha o dom de conseguir acalmar muitos processos dentro de mim, e perder ela foi a gota d’água para minha morte e renascimento.) não me contive, me permitir ruir, perder a minha cabeça de vez para achar uma nova, um novo orí, nessa descolonização da minha imaginação para sobreviver em uma sociedade em que tudo opera para que mulheres como eu não existam, não escapem, não se reinventem no reencontro com seu corpo” completa Sanara.

As performances são as últimas ações da plataforma F.L.A, que abriu convocatória para artistas pretes e indígenas e a subsequente exposição online Abre O Olho – Jikula Ô Messu e, em seguida, lançou a primeira edição da sua revista online com fotografias e escritas, seguida de duas lives bate-papos nos dias 24 e 25 de março,também de artistas pretes e indígenas.

O projeto é contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Matos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.

Serviço

O que? Performances Corpo Ebó e A Mulher Sem Cabeça

Onde? Youtube – Futurismo Ladino Amefricanas  https://www.youtube.com/channel/UCjB8_JAp-F8hyvkwvRUVeog

Quando? 10 e 20 de abril

Artes

Julho das Pretinhas abre chamadas para exposição de bonecas pretas

Iasmim Moreira

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Julho das Pretinhas

O Festival Julho das Pretinhas chega à sua 6ª edição com novidades que reforçam o protagonismo das infâncias negras na arte e na cultura. Com programação gratuita entre os dias 25 e 27 de julho, o evento abre duas chamadas públicas para ampliar a participação de crianças, instituições educativas e coletivos culturais em sua programação: a exposição “Bonecas Pretas e Brinquedos Afirmativos” e a Mostra Artística Julho das Pretinhas.

As inscrições já estão abertas e podem ser feitas por meio do perfil oficial no Instagram: @julho.daspretinhas.

Exposição celebra afeto e representatividade

A campanha “Procura-se Bonecas Pretas” convida crianças a apresentarem suas bonecas e a história por trás da relação com esses brinquedos que são verdadeiros espelhos de identidade. Serão selecionadas 30 bonecas para compor a exposição “Bonecas Pretas e Brinquedos Afirmativos”, que ficará em cartaz de 26 de julho a 26 de agosto no Museu Afro-Brasileiro da UFBA (MAFRO).

As inscrições seguem até o dia 20 de junho e são gratuitas. Para participar, é necessário preencher o formulário e enviar um vídeo curto apresentando a boneca e sua importância afetiva. A curadoria da exposição é assinada por Marcelo Cunha, diretor do MAFRO, e Cássia Valle, diretora do projeto.

“A boneca preta é mais do que um brinquedo. Ela é espelho, identidade, um mundo possível para meninas negras crescerem sabendo que são lindas, poderosas e importantes”, destaca Cássia Valle.

As bonecas selecionadas deverão ser entregues entre os dias 10 e 18 de julho, no MAFRO, das 9h às 16h. A exposição também valoriza o trabalho de artesãs e artistas antirracistas que promovem a diversidade e a autoestima na infância.

Mostra artística premiará iniciativas inspiradoras

A segunda chamada é voltada para escolas, ONGs, coletivos e associações comunitárias que desenvolvem trabalhos com crianças e adolescentes nas linguagens de teatro, dança e literatura, com foco na valorização das culturas negras.

As inscrições estão abertas até o dia 13 de julho, e os projetos selecionados farão parte da Mostra Artística Julho das Pretinhas, com direito a premiação em reconhecimento ao trabalho de educadores e iniciativas transformadoras.

As instituições interessadas devem preencher o formulário e anexar pequenos vídeos que demonstrem os processos criativos, ensaios ou apresentações. A curadoria considerará critérios como originalidade, relação com a temática das infâncias negras, impacto social e diversidade de linguagens.

O processo seletivo contará com a participação de nomes de destaque nas artes negras brasileiras, como os atores Lázaro Ramos, Valdinéia Soriano, a produtora cultural Lucila Laura, a diretora Cássia Valle, além das atrizes mirins Ayana Dantas e Pietra Gomes.

SERVIÇO

Festival Julho das Pretinhas
Data: 25 a 27 de julho de 2025
Exposição Bonecas Pretas e Brinquedos Afirmativos – Inscrições até 20 de junho
Mostra Artística Julho das Pretinhas – Inscrições até 13 de julho
Mais informações e formulários: @julho.daspretinhas

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Artes

AKOBEN abre inscrições para curso em arte-educação decolonial

Iasmim Moreira

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AKOBEN

Estão abertas, até o dia 22 de julho, as inscrições para o curso “AKOBEN preenchendo currículos – O ensino de artes visuais e as culturas negadas”. A iniciativa marca o início do projeto AKOBEN – Um chamado para a arte-educação, formação gratuita voltada a professores da rede pública, estudantes de licenciatura, arte-educadores e demais interessados em pedagogias decoloniais e afrodiaspóricas no ensino das artes visuais.

Idealizado pelo artista-educador e pesquisador Romário Oliveira, o curso será realizado entre 2 de agosto de 2025 e 28 de março de 2026, com encontros quinzenais aos sábados, das 14h às 18h, totalizando 40 horas de formação. A metodologia inclui aulas expositivas, oficinas e laboratórios criativos, distribuídos em cinco módulos com temáticas que entrelaçam arte, educação, política e ancestralidade.

O processo seletivo contempla 30 vagas, com prioridade para pessoas negras, indígenas, mulheres, LGBTQIAPN+ e outros grupos socialmente vulnerabilizados. As inscrições estão disponíveis no formulário online (acesse aqui) ou no perfil do projeto no Instagram: @akoben.aprenda.

AKOBEN se propõe a preencher lacunas históricas nos currículos escolares brasileiros, tomando como base as legislações que instituem o ensino das culturas africana, afro-brasileira, indígenas e femininas — como as Leis nº 10.639/2003, nº 11.645/2008 e nº 14.986/2024. Para Romário Oliveira, que atua em escolas públicas de Salvador, a ausência de formações continuadas e de materiais didáticos apropriados motivou a criação do projeto como resposta pedagógica.

“Utilizamos a potência ancestral de Akoben, um chamado à luta e à resistência, especialmente contra o epistemicídio secular que marginaliza os saberes dos povos da diáspora nos campos da arte e da educação”, afirma Oliveira. O nome do projeto faz referência à corneta de guerra dos povos Akan, símbolo adinkra que remete à vigilância, prontidão e ação.

Conteúdo e metodologia

Entre os temas abordados no curso estão:

  • Ensino das artes em perspectiva histórico-crítica e decolonial

  • O Movimento Negro Educador como referência pedagógica

  • Lutas feministas e suas conexões com a arte contemporânea

  • Práticas acessíveis e sustentáveis em arte-educação

  • Diversidade sexual e de gênero nas práticas educativas

Etapa complementar: workshop e jogos didáticos

A segunda fase do AKOBEN está prevista para acontecer entre 25 de abril e 16 de maio de 2026, com o “Workshop AKOBEN – Recursos didáticos negrorreferenciados para ensino e aprendizagem em artes visuais”. Em três encontros, os participantes explorarão a gamificação como ferramenta pedagógica, criando jogos educativos como o Jogo da Memória Adinkra, Dados Compositivos e a Batalha Naval artística, com base na obra do artista Rubem Valentim e nas simbologias da diáspora africana.

SERVIÇO

O quê: Curso “AKOBEN preenchendo currículos – O ensino de artes visuais e as culturas negadas”
Período de inscrições: 16 de junho a 22 de julho
Inscrições: Formulário online
Instagram @akoben.aprenda

Foto: Daniel Pita

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Artes

Cineclube Kalunga realiza sessão para crianças na Vila Brandão

Iasmim Moreira

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Kalunga

Neste sábado, 14 de junho, a Comunidade da Vila Brandão recebe uma sessão especial de cinema voltada para o público infantil, promovida pelo Cineclube Kalunga Bahia, em parceria com a Associação da Comunidade Vila Brandão (ASCOMVIBRA). A exibição faz parte da programação do Arraiá das Crianças 2025, que acontece a partir das 17h, com entrada gratuita.

O evento, realizado no alto da Ladeira da Barra, próximo ao Largo da Vitória, combina festa junina com cinema e tem como proposta oferecer uma experiência educativa e divertida para as crianças da comunidade. Além de danças, comidas típicas e brincadeiras, o destaque da noite será a exibição do curta “Disque Quilombola”, do diretor David Reeks, protagonizado por crianças.

Após a sessão, haverá um bate-papo com o público sobre o tema central do filme: as brincadeiras das infâncias da cidade e da zona rural. A iniciativa é uma realização do Cineclube Kalunga Bahia com apoio da Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA), por meio da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.

Cinema como ferramenta de transformação

Criado com o objetivo de promover o acesso ao cinema em comunidades periféricas e cidades sem salas de exibição, o Cineclube Kalunga Bahia tem como missão utilizar o audiovisual como instrumento de educação cultural, conscientização política e promoção do bem-estar. O foco é a exibição de filmes com protagonismo negro e com direção e/ou produção assinadas por pessoas negras, abordando temáticas como racismo, religiosidades de matriz africana, questões LGBTQIAPN+, mercado de trabalho, entre outros.

Desde sua criação, o projeto já percorreu diversos municípios baianos — como Aratuípe, Cachoeira, Camaçari, Itacaré, Nazaré das Farinhas, Cruz das Almas, Santo Amaro e Salvador —, além de Belém do Pará, levando cinema e debate a locais muitas vezes excluídos do circuito tradicional.

SERVIÇO 

O quê: Sessão do Cineclube Kalunga Bahia no Arraiá das Crianças 2025
Quando: Sábado, 14 de junho, às 17h
Onde: Comunidade Vila Brandão – Graça (Salvador/BA)
Quanto: Entrada gratuita
Mais informações: @cineclubekalungaba

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