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Literatura

Criadoras produzem crônicas e fotografias a partir da experiência do luto

Jamile Menezes

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Substantivo_Luto
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Fotos Priscila Fulo

Sem medo de tocar em temas delicados, as duas jornalistas Mônica Santana e Ana Fernanda Souza produziram uma série de crônicas a partir da própria vivência do luto entre 2020 e 2021. Também vivendo sua perda familiar, a fotógrafa Priscila Fulô registrou o cotidiano com a ausência de sua mãe.

Dessa experiência de tornar comum aquilo que parece muito pessoal, elas criaram o projeto Substantivo Luto – Criações para recriar, que lança um e-book, reunindo as crônicas e fotografias e o site (http://www.substantivoluto.com.br), onde o livro pode ser baixado gratuitamente. A obra será lançada no dia 17 de abril, em uma live às 21h, no canal @substantivoluto, no Instagram.

Amigas de longa data, as criadoras perderam suas mães num espaço próximo de tempo, em meio à pandemia, também passando a verificar entre as pessoas queridas uma constância de perdas e uma necessidade de refletir sobre isso. Emergiram daí as crônicas escritas pelas duas escritoras, que produziram crônicas que olham tanto para suas experiências pessoais e cotidianas, quanto para uma reflexão sobre a experiência do luto coletivo.

Segundo Mônica Santana, Substantivo Luto nasce como uma necessidade de olhar para a experiência da perda não para ser superada, para ser esquecida, mas para ser lembrada e lida como um ponto de passagem das nossas  vidas, especialmente num momento como esse. “Atravessamos uma parte dos nossos lutos, produzindo textos e imagens, fazendo do ato criativo um exercício de recriar a nós mesmas e acreditar que a arte sana dores” afirma a jornalista e dramaturga.

Substantivo_Luto

“Escrever sempre foi uma forma de me entender, fui daquelas crianças e adolescentes que tinha diário. A própria escolha da profissão, jornalismo, foi feita pelo desejo de escrever. Não foi fácil escrever a respeito de um processo tão doloroso como o luto mas, ao mesmo tempo, foi mais do que necessário para lidar com tudo o que estava acontecendo”, revela Ana Fernanda Souza.

As fotografias de Priscila Fulô descortinam os dias de ausência de sua mãe, o novo cotidiano de desfazer de objetos e espaços que eram preenchidos de sua presença, com um olhar sensível e melancólico. Segundo a fotógrafa, “a intenção era produzir imagens que trouxessem de forma íntima o luto, mas também os sentimentos novos, dúvidas simples sobre quantos pães comprar agora que minha mãe não está mais aqui? As fotografias mostram a passagem de tempo e trazem essas reflexões sobre como seguir, o que  fazer e a busca de novo sentido a partir da perda”.

Substantivo Luto será lançado pela Andarilha Edições e contou com a produção de Fabiana Marques, pela Árvore Produtora. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

 

Serviço

Lançamento do e-book Substantivo Luto

Live com as autoras e com convidadas(os)

Dia 17 de abril, às 21h, no canal @substantivoluto do Instagram

Livro disponível para download no site (a partir de 12 de abril): http://www.substantivoluto.com.br

 

Literatura

5ª edição do ‘História de Raiz’ leva cultura ancestral ao Parque da Cidade

Iasmim Moreira

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História de Raiz

A 5ª edição do projeto cultural História de Raiz será realizada neste domingo (25), às 10h, no Parque da Cidade, em Salvador. Com entrada gratuita, o encontro lúdico e educativo celebra a ancestralidade por meio da contação de histórias inspiradas em lendas, mitos e tradições da literatura de matriz africana.

Idealizado pela Colecult – Coletivo Cultural e Cerqueira Produções, o projeto reúne os contadores de histórias Joice Paixão, Lara Simplício e Eduardo Odùdúwa, que darão vida a narrativas que resgatam saberes ancestrais e fortalecem a identidade cultural afro-brasileira. A atividade será realizada na área verde do parque.

Voltado para públicos de todas as idades, o evento propõe um espaço de convivência e aprendizado a partir da oralidade, prática ancestral valorizada em diversas culturas africanas. O projeto foi contemplado pelos Editais da Paulo Gustavo Bahia e conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, em conformidade com a Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), criada para garantir suporte emergencial ao setor cultural.

SERVIÇO
O que: História de Raiz – Contação de Histórias de Matriz Africana
Quando: 25 de maio (domingo), 10h
Onde: Parque da Cidade (área verde), Salvador – BA
Gratuito
Mais informações: @cerqueiraproducoes

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Literatura

Prêmio Pallas 2025 abre inscrições para autores negros

Iasmim Moreira

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Prêmio Pallas

Estão abertas a partir desta sexta-feira (9), ao meio-dia, as inscrições para o Prêmio Pallas de Literatura 2025, voltado exclusivamente para autores negros com romances inéditos. A premiação, que tem como principal objetivo ampliar o acesso e a representatividade de pessoas negras no mercado editorial brasileiro, recebe obras até as 15h do dia 30 de junho por meio do site www.premiopallas.com.br.

Voltado para brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil autodeclarados negros, a partir de 18 anos, o prêmio quer descobrir e apoiar vozes negras na ficção nacional. A iniciativa da Editora Pallas, que completa 50 anos em 2025 com um catálogo focado em culturas africanas e afro-brasileiras, se consolida como espaço de visibilidade para autores que historicamente enfrentam barreiras para publicar seus livros.

Além de publicar a obra vencedora, a editora oferece mentoria com o escritor Henrique Rodrigues, que atua como curador da premiação, compartilhando conhecimentos sobre o mercado editorial e estratégias para inserção em eventos literários.

Na edição de 2024, a escritora brasiliense tatiana nascimento foi a vencedora com o romance “Água de maré”, lançado recentemente. Tatiana, que prefere ter seu nome grafado com letras minúsculas, destacou a importância de ter sido reconhecida pela qualidade literária de uma obra que levou dez anos para ser escrita e chegou a ser rejeitada por outras editoras.

Segundo a editora Mariana Warth, “o Prêmio Pallas 2024 nos trouxe uma autora muito experiente e muito importante, com um romance que atravessa questões de afetos e transição de gênero. Uma honra tê-la em nossa casa editorial. Que a nova edição revele ótimas histórias aos nossos leitores”.

Sobre a inscrição:

  • A obra deve ser um romance inédito, com 100 mil a 500 mil caracteres com espaços, em formato PDF, sem identificação do autor.

  • Ao contrário da edição anterior, autores que já tenham publicado outros romances podem participar, desde que a obra inscrita seja inédita.

  • O formulário estará disponível no site oficial entre 9 de maio e 30 de junho.

 

Foto: Capa do livro “Água de maré”, da vencedora do prêmio de 2024, tatiana nascimento

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Literatura

Silvio Humberto lança livro que investiga os efeitos do racismo na economia baiana

Iasmim Moreira

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Silvio Humberto

O economista, professor e vereador Silvio Humberto lança no próximo dia 8 de maio, às 17h30, o livro “Um retrato fiel da Bahia: sociedade-racismo-economia”, na Biblioteca Central do Estado da Bahia, no bairro dos Barris. O evento contará com uma roda de conversa com os professores Rita Dias, Luiz Fernando Saraiva e Walter Fraga Filho, seguida de sessão de autógrafos com o autor.

Resultado da tese de doutorado defendida na Unicamp em 2004, a obra analisa as raízes do desenvolvimento econômico brasileiro a partir de uma perspectiva racial, destacando como o racismo estruturou as relações de trabalho no pós-abolição e moldou a sociedade baiana até os dias atuais. A publicação tem apresentação de Luiz Fernando Saraiva e prefácio de Walter Fraga Filho, sendo lançada pela Editora Nandyala.

“Este é um livro que busca revelar como as elites baianas mantiveram seus privilégios mesmo após o fim da escravidão, articulando raça e classe para garantir a continuidade de sua dominação”, resume Silvio Humberto.

Um dos capítulos centrais do livro é intitulado “Negros em Movimento”, no qual o autor valoriza as estratégias de resistência e sobrevivência da população negra no período pós-escravidão.

Pesquisa, memória e crítica

Dividido em cinco capítulos, o livro parte de uma carta do autor ao seu pai, Humberto Ribeiro da Cunha, e avança por temas como a transição para o trabalho livre na zona açucareira, o controle racial em Salvador, as políticas de repressão cultural e o impacto da imigração. Silvio também se debruça sobre o que chama de “Carnaval-candomblé” — fenômeno que articula religiosidade, identidade negra e cultura popular.

O título da obra é inspirado na canção “Retrato da Bahia”, do sambista Riachão, também nascido no bairro do Garcia, assim como o autor.

Sobre o autor

Silvio Humberto é doutor em Economia pela Unicamp, mestre pela UFBA e professor adjunto da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), onde leciona há mais de 30 anos. Também atua no Laboratório de Estudos sobre Conexões Atlânticas e Experiências Diaspóricas Indígenas e Africanas (Lecadia), da mesma universidade.

Fora da academia, é fundador e presidente de honra do Instituto Cultural Steve Biko, referência na luta por igualdade racial e acesso de estudantes negros ao ensino superior. Atualmente, cumpre seu quarto mandato como vereador de Salvador, com atuação destacada na formulação de políticas públicas voltadas à equidade racial.

SERVIÇO

O quê: Lançamento do livro “Um retrato fiel da Bahia: sociedade-racismo-economia”, de Silvio Humberto
Quando: 08 de maio (quarta-feira), às 17h30
Onde: Biblioteca Central do Estado da Bahia, Barris – Salvador
Entrada: Gratuita

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